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QUÍMICA FARMACÊUTICA Prof. Me. Felipe de Oliveira Souza METABOLISMO DE FASE I INTRODUÇÃO Serão abordadas, de forma específica, as principais reações envolvidas no metabolismo de fase 1. Estudaremos os mecanismos e particularidades dessas reações, enfatizando conceitos da Química Orgânica e os principais exemplos de metabólitos de fármacos. HIDROXILAÇÃO AROMÁTICA HIDROXILAÇÃO AROMÁTICA • A oxidação de um átomo de carbono aromático pela CYPP450 é dependente da isoenzima específica que irá catalisar a reação. • Depende da capacidade do composto aromático de sofrer a oxidação, podendo ser a posição da hidroxilação ativada ou desativada pelos tipos de substituintes no anel. • Doadores de elétrons aumentam a velocidade da reação, orientando-a nas posições orto (o) e para (p). • Retiradores de elétrons diminuem a velocidade ou inviabilizam a hidroxilação aromática, podendo orientá-la nas posições meta. Hidroxilação AromáticaGrupos orientadores orto/para Grupos orientadores meta Ativadores fortes: -NH2, -NHR, - NR2, -OH, -O-, -OMe, -OR Desativadodes moderados: -CN, -SO3H, -CO2H, -CO2R, -CHO, - COR Ativadores moderados: - NHCOR, -OCOR Desativadodes fortes: -NO2, - N+R3, -CF3, -CCl3Ativadores fracos: -CH3, -R, -Ar (hidrocarbonetos em geral) Desativadores fracos: Halogênios. HIDROXILAÇÃO AROMÁTICA HIDROXILAÇÃO BENZÍLICA Carbonos benzílicos na estrutura de fármacos frequentemente são metabolizados por meio de hidroxilação benzílica. Reação favorecida pelos efeitos eletrônicos promovidos pelo anel aromático, de forma a estabilizar o radical formado durante o ciclo catalítico da CYP 450. O processo de oxidação pode ocorrer em carbonos CH2, gerando respectivos álcoois secundários, ou em grupos CH3, conduzindo à formação de um álcool primário (álcool benzílico). O álcool primário é rapidamente metabolizado ao correspondente ácido carboxílico, por ação das enzimas CYP 450 ou da enzima álcool desidrogenase (ADH). HIDROXILAÇÃO ALÍLICA • Carbonos alílicos conferem à estrutura do fármaco maior suscetibilidade oxidativa mediante a ação das enzimas do CYP450. HIDROXILAÇÃO ALIFÁTICA E ALICÍCLICA • Não é tão favorável quanto oxidações benzílicas ou alilícas. • Porém, pode ocorrer, principalmente, em fármacos contendo subunidades isopropila e tert-butila. • Energias de dissociação da ligação C-H variáveis dependendo da substituição do carbono. HIDROXILAÇÃO ALIFÁTICA E ALICÍCLICA OXIDAÇÃO ALFA HETEROÁTOMO • Carbonos em posição α (alfa) a heteroátomos (N, O, S). • Carbono adjacente (vizinho, ao lado) ao héteroátomo sofre a hidroxilação. • O metabolismo da primidona à fenobarbital, prolongando a ação anticonvulsivante. OXIDAÇÃO ALFA HETEROÁTOMO X-Desalquilação (X= N, O, S) • Perda da cadeia carbônica (alquila) por meio de uma reação oxidativa. • Quando um dos átomos vizinhos não é um heteroátomo e a cadeia carbônica oxidada é alifática, a hidroxilação α-heteroátomo resulta na formação de grupos hemiacetais (RO-C-OH) ou derivados (RN-C-OH e RS-C-OH). • Hemiacetais e derivados possuem tendência a perder o grupamento alquila por meio de um rearranjo intramolecular, gerando um metabólito principal com substituintes -NH2, -OH ou SH mais um metabólito aldeído formado pela eliminação do grupo alquila hidroxilado. Esse processo é conhecido como desalquilação. X-Desalquilação (X= N, O, S) EPOXIDAÇÃO • Ocorre a formação de metabólitos epoxidados oriundos da inserção de um átomo de oxigênio na ligação dupla de um fármaco catalisada pela CYP450. OXIDAÇÃO DE HETEROÁTOMO (N, S) • Fármacos contendo átomos nitrogênio ou enxofre podem sofrer oxidação nestes átomos. • Complexo CYP 450 e complexo FMO (flavina mono-oxigenases). • Comum em fármacos contendo grupos funcionais como aminas terciárias, aminas alifáticas ou aminas aromáticas, gerando a formação de metabólitos N-óxidos (R3N +–O-). • A N-oxidação de aminas primárias, normalmente, resulta na formação do metabólito hidroxilamina (R1NH–OH) gerado por um rearranjo. BIOTRANSFORMAÇÕES NÃO MICROSSOMAIS • Não estão localizadas no retículo endoplasmático, mas em outros compartimentos celulares. • Monoamina oxidases (MAO) BIOTRANSFORMAÇÕES NÃO MICROSSOMAIS • REDUTASES álcool desidrogenases, aldeído desidrogenases, xantina oxidorredutases, quinona redutades, dentre outras enzimas. REAÇÕES DE HIDRÓLISE • ÉSTERES e AMIDAS estão sujeitos a reações de hidrólise enzimática pelo metabolismo de fase 1, assim como grupos funcionais derivados do ácido carboxílico (carbamatos, imidas, tioesteres, hidrazidas etc.). • Hidrolases distribuídas em diferentes órgãos e tecidos, como plasma, fígado, intestino, rins, cérebro, dentre outros . REAÇÕES DE HIDRÓLISE: EFEITOS ELETRÔNICOS E ESTÉRICOS REAÇÕES DE HIDRÓLISE: EFEITOS ELETRÔNICOS E ESTÉRICOS CONSIDERAÇÕES FINAIS Todas as reações estudadas são de grande importância, porém, é necessário dar ênfase a alguns tópicos: • Reações de hidroxilação aromática, assim como sua seletividade mediada por substituintes químicos e pela regiosseletividade enzimática. • A hidroxilação alifática, que apresenta diferentes reatividades dependendo do padrão de substituição do carbono. • Os substratos e produtos formados nas reações de desalquilação e oxidação de heteroátomos. • Os exemplos e importância biológica das reações não microssomais. • Um destaque especial para as importantes reações de hidrólise, lembrando-se dos efeitos eletrônicos e estéricos.
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