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- -1
TEORIAS DO DISCURSO
A TEORIA DOS ATOS DE FALA E SEUS 
DESDOBRAMENTOS
- -2
Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Conhecer os atos de fala propostos por John Searle.
2. Distinguir ato ilocucional de ato ilocutório.
3. Aprender sobre a teoria interacionista.
4. Compreender a teoria das faces.
5. Conhecer as Máximas propostas por Grice.
6. Compreender a noção de implicatura proposta por Grice.
1 Introdução
Na aula 6, estudamos os atos de fala propostos por John Austin. Começaremos esta aula conhecendo John Searle
e sua ampliação da teoria dos atos de fala. Esse estudioso, além de ter proposto uma nova tipologia com a
descrição de cinco atos – assertivos, diretivos, expressivo, comissivos e declarativos - distinguiu ato ilocutório,
também chamado ato proposicional e força ilocutória ou ilocucional, o que também contribuiu para ampliar a
visão discursiva dos atos de fala.
Veremos que a teoria interacionista e a teoria das faces nos proporcionam novos olhares sobre o discurso e a
forma como ele acontece. Além disso, você perceberá que as máximas propostas por Grice possibilitam uma
nova compreensão dos atos de fala, haja vista terem sido propostos como princípios que regem a conversação.
2 John Searle: Uma nova visão da teoria dos atos de fala
Na aula 6, vimos a teoria dos atos de fala, conforme proposta por John Austin. Considera-se que a teoria dos atos
de fala, proposta por Austin foi um importante avanço na maneira como se estudam os atos linguísticos.
Mas você acha que as considerações sobre os atos de fala pararam por aí? Claro que não!
Faz parte do saber científico, a ampliação de uma teoria proposta e, por isso, John Searle, em Speech Acts,
desenvolve vários aspectos da teoria de Austin.
Para tratar do trabalho de Searle, vamos, primeiramente, partir do capítulo de Victoria Wilson, Motivações
Pragmáticas, publicado no livro Manual de Linguística. Nele, a autora se utiliza de exemplos retirados do Jornal
do Brasil e nos explica cinco atos definidos por Searle.
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Atos assertivos
Há um compromisso por parte de quem fala. (Wilson: 2010,94). Exemplo: “O boomerangue é o ícone do consumo
responsável.”
Atos diretivos
Há tentativas de levarmos as pessoas a fazerem o que queremos e são conselhos, convites, sugestões etc. (grifo da
autora). Exemplo. “Se beber, não dirija. Volte de táxi ou com o amigo da vez.”
Atos expressivos
Temos a expressão de sentimentos e atitudes como agradecimentos, desculpas etc. Exemplo. “É de cortar o
coração saber que tantas mães não têm notícias de seus filhos, que desapareceram por várias razões, algumas
desconhecidas. (trecho de carta)”
Atos comissivos
O objetivo desse ato é produzir uma mudança pelo que é dito. “A cultura toma o poder. Neste domingo, o caderno
B estará nas mãos de um novo editor.” (grifos da autora)
Atos declarativos
Relacionam-se a situações extralinguísticas “[...] baseadas em instituições ocupadas por falantes e ouvintes.” São
atos como o de batizar alguém, fazer uma sentença judicial, etc.
Além dessa separação inicial, Searle distinguiu ato , também chamado ato proposicional e força ilocutório
 ou . Segundo ele, ao proferir uma frase, realiza-se um:ilocutória ilocucional
Ato ilocutório ou ato proposicional. Representa o conteúdo comunicado, ou seja, representa ações a serem
executadas. (Proposição = aquilo que se propõe; proposta.)
Força ilocutória ou ato ilocucional. Ato que se realiza na linguagem e demonstra a diferença entre, por exemplo,
uma afirmação e uma pergunta. Assim, enunciados que têm força ilocucional diferente podem exprimir a mesma
proposição.
O conteúdo da proposição é ‘Ana comprar um carro’. No entanto, a força ilocucional vai variar nas situações a
seguir.
EXEMPLO
• Ana comprou um carro. (ato ilocucional de afirmação)
• Ana comprou um carro? (ato ilocucional de interrogação)
• Compre um carro, Ana. (ato ilocucional de conselho)
• Ordeno que você compre um carro, Ana. (ato ilocucional de ordem)
Searle (apud Wilson: 2010, 95) afirma que “frequentemente, nas situações concretas do discurso, é o contexto
que permitirá fixar a força ilocucional da enunciação, sem que haja necessidade de recorrer ao marcador
explícito apropriado.”
Searle introduz outra separação quando distingue ato de verbo .ilocucionário ilocucionário
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Os atos ilocutórios podem ser expressos de forma direta ou indireta.
Verbos ilocucionários. Verbos ou seus substantivos derivados tais como ordenar/ordem, interrogar
/interrogação etc.
Segundo Searle, muitas vezes, os falantes utilizam atos de fala indiretos como forma de minimizar a força da
ordem etc.
• O trânsito está terrível. (Forma indireta)
• Desculpem-me pelo atraso. (Forma direta)
• Você tem cigarro?
• Quero um cigarro. (Forma direta)
Embora tenhamos uma pergunta sob a ótica tradicional, temos outra possibilidade de análise sob a ótica da
pragmática: Temos um pedido feito sob a forma de uma interrogação.
3 Teoria Interacionista
A teoria interacionista deriva dos atos de fala indiretos, pois utilizá-los demonstra o tipo de interação
estabelecida entre as pessoas envolvidas no discurso, já que o ato de fala é, na verdade, parte do discurso.
Imagine uma situação em que você quer assistir a um filme e alguns amigos de seu filho estão fazendo barulho.
Qual seria sua escolha?
• a) Calem a boca! Quero assistir ao filme.
• b) Vocês não querem brincar lá fora?
Provavelmente, você optou por (b) para não ser indelicado com os amigos de seu filho. Dependendo da idade,
eles entenderão que estão atrapalhando e sairão da sala. Isso mostra a força de um ato de fala indireta e seu
papel como protetor da face, algo que estudaremos a seguir.
4 Teorias da polidez linguística ou teoria das faces
Introduzida por Brown e Levinson (1987), o princípio da polidez tem origem em dois trabalhos: O de E. Goffman
(1967) sobre e o de Grice (1975) sobre o face princípio da cooperação.
Você já parou para pensar sobre como as pessoas se relacionam?
Assista ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=XIr2-eKr_hQ
O que você pode avaliar do vídeo? Como João Kleber e Theo Becker interagiram? Eles evitaram conflitos? Por
quê?
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https://www.youtube.com/watch?v=XIr2-eKr_hQ
https://www.youtube.com/watch?v=XIr2-eKr_hQ
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5 Máximas de Grice
Avalie a situação a seguir:
O telefone toca.
A _ “Oi, Paulo? Quer ir à praia hoje?”
B _ “Estou cansado.”
Como você explica a resposta de (B)? Parece apropriada? Por que (B) não disse, simplesmente, ‘’Não quero ir à
praia.”?
Para responder a esses questionamentos vamos conhecer os estudos de H. P. Grice que buscaram explicar os
princípios que regem a conversação.
Grice buscou uma forma de aprofundar a Teoria dos Atos de Fala de Austin, pois acreditava que a conversação é
governada por um princípio de cooperação que exige que cada enunciado tenha um objetivo, uma finalidade.
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Embora Grice soubesse que uma das propriedades da linguagem é transmitir informações falsas, ele acreditava
que a elaboração das máximas seria uma forma de mostrar como o falante, na troca verbal, resolve o que deve
dizer e o que não deve dizer.
Para mais informações, clique no link e leia o texto Máximas de Grice:
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon071/docs/15TD_aula07_MaximasdeGrice.pdf#page=4
6 Implicaturas
Fiorin (2002:176) comenta que, além de ter trabalhado suas máximas, Grice também observou que certos
enunciados comunicam mais que os elementos que os compõem (divergência entre a significação das frases e o
sentido do enunciado). Assim, trouxe para os estudos linguísticos a noção de implicatura.
EXEMPLO
Roberto parou de fumar. (O verbo ‘parar’ é um indicador de que Roberto fumava e não fuma mais.
Implicação e implicatura
• Implicação só pode ser provocada por uma expressão linguística.
• Implicatura Daquilo que acreditamos que nosso interlocutor também saiba.
Implicatura convencional Precisa de elementos linguísticos; Embora não precise de elementos contextuaispara ser feita, relaciona-se ao conhecimento de mundo do falante.
Ele é aluno de Informática, mas sabe escrever bem.
(Mas = os alunos de Informática não sabem escrever bem)
•
•
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon071/docs/15TD_aula07_MaximasdeGrice.pdf#page=4
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Implicatura conversacional Segundo Fiorin (2002: 177), ela pode advir da significação da frase, mas o
conhecimento prévio do interlocutor somado ao contexto tem que ser obrigatoriamente usado. No exemplo
fornecido pelo autor - A defesa da tese de Mário correu bem, não o reprovaram – pode-se observar que o
esperado era a reprovação e que essa ideia fazia parte do conhecimento prévio do interlocutor.
• Implicaturas conversacionais generalizadas. Desencadeada também por elementos linguísticos, como é o 
caso do uso de artigo indefinido. Se dissermos “Ela encontrou o dinheiro”, o uso do definido nos dá a ideia 
de dinheiro já esperado. Se usarmos “um” e dissermos “Ela encontrou um dinheiro”, muda-se o 
significado e entramos no campo da surpresa.
• Implicaturas conversacionais particulares. São desencadeadas apenas pelo contexto. Quando ouvimos 
alguém dizer que alguém enriqueceu por ser político, nossa inferência se baseia na ideia comum de que 
no Brasil muitos políticos são corruptos (Fiorin: 2020,177).
O que vem na próxima aula
• Breve histórico da análise da conversação.
• Definição do termo conversação e de seus componentes.
• A importância da transcrição de dados orais e de suas normas
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• compreendeu os atos de fala propostos por Searle;
• distinguiu ato ilocutório de ato ilocucional;
• aprendeu sobre a teoria interacionista;
• compreendeu a teoria das faces;
• conheceu as Máximas propostas por Grice;
• compreendeu a noção de implicatura proposta por Grice.
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Saiba mais
PODER E POLIDEZ NOS QUADRINHOS - UMA ANÁLISE PRAGMÁTICA DA PERSONAGEM
JANDIRA, Joseane Serra Lazarini Pereira (UFES).
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http://www.filologia.org.br/xcnlf/13/14.htm
http://www.filologia.org.br/xcnlf/13/14.htm
	Olá!
	1 Introdução
	2 John Searle: Uma nova visão da teoria dos atos de fala
	3 Teoria Interacionista
	4 Teorias da polidez linguística ou teoria das faces
	5 Máximas de Grice
	6 Implicaturas
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO