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AULA 5 – PROCESSO PENAL APLICADO
Procedimento Comum – Ordinário e Sumário 
Processo e procedimento são expressões que não se confundem. Processo é instrumento pelo qual o Estado exerce a jurisdição, ao passo que procedimento é o conjunto de atos organizados tendentes a um resultado final, ou seja, é o modo de como o processo se desenvolve.
O procedimento que será adotado está previsto no art. 394, § 1º, do CPP. Quando o crime tem pena máxima em abstrato privativa de liberdade igual ou superior a 4 anos, o procedimento será comum ordinário (art. 394, § 1º, I, do CPP). Quando a pena máxima em abstrato da pena privativa de liberdade for inferior a 4 anos, porém superior a 2 anos, o procedimento será o comum sumário (art. 394, § 1º, II, do CPP), pois quando o crime tiver pena privativa de liberdade de até 2 anos ou contravenção penal, independentemente da pena máxima, o procedimento adotado será o comum sumaríssimo, previsto na Lei nº 9.099/95.
ATENÇÃO: na hipótese de conexão de crimes, ou seja, dois ou mais crimes reunidos em um único processo com procedimentos distintos, prevalece o entendimento na doutrina e na jurisprudência que o procedimento adotado será aquele que possibilita ao réu maior ampla defesa, conforme já foi decidido no HC nº 117.208 veiculado no Informativo de Jurisprudência nº 374, STJ, Sexta Turma.
ATENÇÃO: de acordo com o art. 394, § 4º, do CPP, os arts. 395, 396 e 397 (art. 398 está revogado), devem ser observados em todos os procedimentos penais de primeiro grau, exceto no procedimento sumaríssimo previsto na Lei nº 9.099/95, que tem regra específica, pois é necessário a realização de uma audiência preliminar.
Procedimento Comum Ordinário (arts. 394 a 405, CPP)
Oferecida a denúncia ou a queixa, o juiz pode rejeitar a peça acusatória se for manifestamente inepta, ou seja, não observar o que determina o art. 41 do CPP (art. 395, I, do CPP). É caso também de rejeição da denúncia ou da queixa, quando faltar pressuposto processual, como por exemplo, litispendência, ou faltar condição para o exercício da ação penal, como por exemplo, ilegitimidade da parte (art. 395, II, do CPP). A última hipótese de rejeição da denúncia ou da queixa é quando faltar justa causa para a ação penal, isto é, o suporte mínimo probatório de indício de autoria e materialidade do crime (art. 395, III, do CPP).
ATENÇÃO: de acordo com o STF a justa causa é exigência legal para o recebimento da denúncia, instauração e processamento da ação penal, nos termos do art. 395, III, do CPP, e consubstancia-se pela somatória de três componentes essenciais: (a) TIPICIDADE, ou seja, adequação de uma conduta a um tipo penal; (b) PUNIBILIDADE, pois além de típica, a conduta precisa ser punível, isto é, não existir causas extintivas da punibilidade; e (c) VIABILIDADE, vale dizer, materialidade e existência de fundados indícios de autoria (HC nº 129.678/SP, Primeira Turma – Informativo de Jurisprudência nº 869).
ATENÇÃO: A denúncia que não descreve os elementos básicos do ilícito penal que, na visão do Ministério Público, teria ocorrido, não é formalmente hígida, apresentando-se inepta (RHC nº 92.521/PR, STJ, SEXTA TURMA), vale dizer, a aptidão da denúncia é aferida a partir do conteúdo da descrição dos fatos delituosos, que deve apontar todas as circunstâncias que envolvem a prática da infração penal, individualizando e tipificando, na medida do possível, a conduta de cada um dos imputados. O objetivo de tal exigência é, de um lado, viabilizar a ação penal e, de outro, garantir o exercício das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, considerando que o réu deve elaborar a sua estratégia de resposta às acusações a partir dos fatos apresentados na exordial (RHC nº 156.844/SP, STJ, QUINTA TURMA).
Súmula nº 709 do STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela. 
ATENÇÃO: conforme entendimento do STJ fica superada a alegação de inépcia da denúncia quando proferida sentença condenatória (AgRg no AREsp nº 1.226.961/SP, STJ, SEXTA TURMA).
Não sendo caso de rejeição da denúncia ou da queixa, o juiz, nos termos do art. 396 do CPP, recebe a peça acusatória e determina a citação do acusado para responder à acusação no prazo de 10 dias. 
Súmula nº 523 do STF: No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
I Jornada de Direito Penal e Processo Penal do CJF
Enunciado nº 23: O pronunciamento jurisdicional do art. 396 do CPP, que recebe a denúncia, tem natureza jurídica de decisão interlocutória, portanto necessita de fundamentação, conforme art. 93, IX, da CF.
ATENÇÃO: no confronto entre os arts. 396 e 399 do CPP, pode parecer que existem dois momentos para o recebimento da denúncia ou da queixa. Em que pese, divergência doutrinária, prevalece o entendimento de que o momento do recebimento da denúncia é o da fase do art. 396 do CPP, como já entendeu o STJ.
INFORMATIVO nº 425, STJ, QUINTA TURMA
RECEBIMENTO. DENÚNCIA. ART. 396 DO CPP.
A Lei n. 11.719/2008, como consabido, reformou o CPP, mas também instaurou, na doutrina, polêmica a respeito do momento em que se dá o recebimento da denúncia oferecida pelo MP, isso porque tanto o art. 396 quanto o art. 399 daquele codex fazem menção àquele ato processual. Contudo, melhor se mostra a corrente doutrinária majoritária no sentido de considerar como adequado ao recebimento da denúncia o momento previsto no citado art. 396: tão logo oferecida a acusação e antes mesmo da citação do acusado. Por sua vez, o art. 396-A daquele mesmo diploma legal prevê a apresentação de revigorada defesa prévia, na qual se podem arguir preliminares, realizar amplas alegações, oferecer documentos e justificações, especificar provas e arrolar testemunhas. Diante disso, se o julgador verificar não ser caso de absolvição sumária, dará prosseguimento ao feito ao designar data para audiência. Contudo, nessa fase, toda a fundamentação referente à rejeição das teses defensivas apresentadas dar-se-á de forma concisa, pois o juízo deve limitar-se à demonstração da admissibilidade da demanda instaurada sob pena de indevido prejulgamento, caso acolhido o prosseguimento do processo-crime. Daí que, no caso, a decisão ora combatida, de prosseguir no processo, apesar de sucinta, está suficientemente fundamentada. Precedente citado: HC 119.226-PR, DJe 28/9/2009. HC 138.089-SC, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 2/3/2010.
Na resposta à acusação, deve a defesa observar o que determina o art. 396-A do CPP. Nos moldes do art. 396-A do Código de Processo Penal, o rol de testemunhas deve ser apresentado no momento processual adequado, ou seja, quando da apresentação da resposta preliminar, sob pena de preclusão. Em respeito à ordem dos atos processuais não configura cerceamento de defesa o indeferimento da apresentação extemporânea do rol de testemunhas (AgRg no RHC nº 161.330/RS, STJ, Quinta Turma, Informativo nº 738).
A teor dos precedentes do STJ, inexiste nulidade na desconsideração do rol de testemunhas quando apresentado fora da fase estabelecida no art. 396-A do CPP (REsp 1.828.483/MG, Sexta Turma).
A partir da vigência da Lei nº 11.719/08, é possível no processo penal o julgamento antecipado do processo, ou seja, absolvição sumária nos termos do art. 397 do CPP. 
De acordo com o art. 397 do CPP, é possível a absolvição sumária, quando o juiz reconhecer a existência de excludente de ilicitude, como por exemplo, reconhece que o réu agiu em legítima defesa, quando o juiz reconhecer causa que exclui a culpabilidade, como por exemplo, coação moral irresistível, porém, salvo a inimputabilidade do doente mental, pois nesta hipótese é necessária a instrução processual para que o juiz profira sentença absolutória imprópria, nos termos do art. 386, parágrafo único, III, do CPP. Será caso também de absolvição sumária, quando fato imputado não constituir crime, como por exemplo, o dano culposoque não é crime no código penal comum. Assim como também é causa de absolvição sumária, quando o juiz reconhece extinta a punibilidade do agente, vale dizer, quando reconhece por exemplo, a prescrição.
INFORMATIVO nº 579, STJ, SEXTA TURMA
DIREITO PROCESSUAL PENAL. SENTENÇA DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA E VEDAÇÃO DE ANÁLISE DO MÉRITO DA AÇÃO PENAL EM APELAÇÃO.
No julgamento de apelação interposta pelo Ministério Público contra sentença de absolvição sumária, o Tribunal não poderá analisar o mérito da ação penal para condenar o réu, podendo, entretanto, prover o recurso para determinar o retorno dos autos ao juízo de primeiro grau, a fim de viabilizar o prosseguimento do processo. 
Não sendo caso de absolvição sumária, o juiz designa data para a audiência de instrução e julgamento, nos termos do art. 399 do CPP, devendo nesta audiência observar o que determina o art. 400 do CPP, valendo destacar que na audiência de instrução e julgamento não pode ocorrer inversão da ordem de inquirição das testemunhas, ou seja, primeiro ouve-se as testemunhas de acusação e depois as testemunhas arroladas pelas defesa, sob pena de nulidade dessa audiência por violação ao devido processo legal, terminando a instrução processual com o interrogatório do acusado.
HC nº 585.942/MT, STJ, TERCEIRA SEÇÃO
HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO. INTERROGATÓRIO DO RÉU, POR CARTA PRECATÓRIA, ANTES DA OITIVA DAS TESTEMUNHAS. INVERSÃO DA ORDEM LEGAL. OFENSA AO ART. 400 DO CPP. IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. NULIDADE. AUSÊNCIA. NOVO INTERROGATÓRIO DO RÉU. POSSIBILIDADE. INSTRUÇÃO CRIMINAL AINDA NÃO SE ENCERROU. NECESSIDADE DE ACATAR O ENTENDIMENTO FIRMADO PELO STF NO JULGAMENTO DO HC N. 127.900/AM, DE QUE O INTERROGATÓRIO DO RÉU, INSTRUMENTO DE AUTODEFESA, DEVE SER O ÚLTIMO ATO DA INSTRUÇÃO. ENTENDIMENTO QUE RESGUARDA A NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. EXCESSO DE PRAZO. NÃO OCORRÊNCIA. FEITO COMPLEXO. 1. Existem precedentes nesta Corte Superior, partindo da interpretação dos arts. 400 e 222 do Código de Processo Penal, que consideram válido o interrogatório do acusado quando pendente de cumprimento carta precatória expedida para oitiva de testemunhas e do ofendido. 2. Essa compreensão, no entanto, não está em harmonia com os princípios do contraditório e da ampla defesa, bem como com a jurisprudência consolidada na Suprema Corte, firme no sentido de que, com o advento da Lei n. 11.719/2008, que deu nova redação ao art. 400 do Código de Processo Penal, o interrogatório do réu deve ser o último ato de instrução. (...) 6. Outrossim, a redação do art. 400 do CPP elenca, claramente, a ordem a ser observada na audiência de instrução e julgamento, de forma que a alusão expressa ao art. 222, em seu texto, apenas indica a possibilidade de inquirição de testemunhas, por carta precatória, fora da ordem estabelecida, não permitindo o interrogatório do acusado antes da inquirição de testemunhas.
Interrogatório e carta precatória para oitiva de testemunha
O STJ reafirmou o entendimento de que o interrogatório deve ser o último ato da instrução processual, pois ainda que haja inquirição de testemunhas por carta precatória, o interrogatório do réu deve ser realizado por último (HABEAS CORPUS nº 629.900/AM). A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça decidiu que o interrogatório sempre será o último ato da instrução, mesmo pendente carta precatória, em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa, ou seja, o § 1º do art. 222 do CPP não autorizou a realização de interrogatório do réu em momento diverso do disposto no art. 400 do CPP, vale dizer, ao final da instrução (HC nº 585.942/MT). De acordo com essa decisão o dispositivo legal ao dispor que a expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal, o § 1º do art. 222 do CPP não autorizou a realização de interrogatório do réu em momento diverso do disposto no art. 400 do CPP, vale dizer, ao final da instrução. Oportuno ressaltar que o art. 222 do CPP está inserido em capítulo do Código de Processo Penal voltado ao procedimento relacionado às testemunhas (Capítulo VI do Código de Processo Penal – Das Testemunhas), e não com o interrogatório do acusado. Porém, a Segunda Turma do STF entendeu que o interrogatório deve ser o último ato processual. Todavia, expedida a carta precatória, a instrução processual não sofre qualquer interrupção e, conforme previsão legal, torna possível a inversão do rito de oitiva das testemunhas, o que também alcança a ordem do interrogatório judicial (CPP, arts. 222 e 400) - HC nº 201.931 AgR. 
No Informativo de Jurisprudência Edição Especial nº 7 (RvCr nº 5.663/DF, Terceira Seção) entendeu o STJ que há jurisprudência nesta Corte que, partindo da interpretação dos arts. 400 e 222 do Código de Processo Penal, considera válido o interrogatório do acusado quando pendente de cumprimento carta precatória expedida para oitiva de testemunhas e do ofendido. No entanto, salienta-se existirem julgados neste STJ, que firmam posição diversa, com base na orientação do Supremo Tribunal Federal, qual seja, a de que a concretização do interrogatório do réu antes da oitiva das testemunhas e da vítima lhe priva do acesso à informação, promovendo nítido enfraquecimento dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, concluindo que a regra do § 1º, do art. 222, do CPP não autorizaria a realização de interrogatório do réu em momento diverso do disposto no art. 400 do CPP, vale dizer, antes do final da instrução. Porém, foi fixado o entendimento que a nulidade decorrente da inversão da ordem do interrogatório, prevista no art. 400 do CPP, está sujeita à preclusão e demanda a demonstração de prejuízo.
É assente na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que a presença do réu na audiência de instrução, conquanto conveniente, não é indispensável para a validade do ato, e, consubstanciando-se em nulidade relativa, necessita para a sua decretação da comprovação de efetivo prejuízo para a defesa, em observância ao princípio pas de nullité sans grief, disposto no art. 563 do CPP (RHC nº 114.107/SP, Quinta Turma). O direito de presença do réu em audiência de instrução e julgamento não é absoluto nem indispensável para a validade do ato, consubstanciando-se em nulidade relativa que exige a demonstração de prejuízo para a defesa (AgRg nos EDcl no AgRg no AREsp nº 1.716.723/RJ, STJ, QUINTA TURMA).
Segundo o entendimento majoritário do STJ não há qualquer vício a ser sanado nas hipóteses em que, apesar de intimado, o Ministério Público deixa de comparecer à audiência e o Magistrado, condutor do processo, formula perguntas às testemunhas sobre os fatos constantes da denúncia, sendo certo que nesses casos não há que se falar em violação do sistema acusatório, sobretudo porque a legislação processual penal, em decorrência dos princípios da busca da verdade real e do impulso oficial, previu hipóteses de atuação pelo Juiz processante, nos termos dos arts. 209 e 212, do CPP (REsp nº 1.348.978/SC, SEXTA TURMA). Com efeito, o STF já decidiu que a ausência do representante do Parquet na audiência de instrução e julgamento, apesar de devidamente intimado, não impede que o Magistrado prossiga com o ato, bem como não obsta o Juiz de promover a inquirição das testemunhas, desde que respeitadas às formalidades previstas no Código de Processo Penal Brasileiro (HC nº 135.371/SC e HC nº 204.775/MG). 
A Lei nº 14.245/21 acrescentou o art. art. 400-A no CPP com a seguinte redação:  Na audiência de instrução e julgamento, e, em especial, nas que apurem crimes contra a dignidade sexual, todas as partes e demais sujeitos processuais presentes no ato deverão zelar pela integridade física e psicológica da vítima, sob pena de responsabilização civil, penal e administrativa, cabendo ao juiz garantir o cumprimento do disposto neste artigo, vedadas: I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aos fatos objeto de apuração nos autos; II - a utilização de linguagem, de informações ou de material que ofendam a dignidade da vítimaou de testemunhas.
Após a audiência de instrução e julgamento, nos termos do art. 400 do CPP, é possível requerimento de diligências nos termos do art. 402 do CPP, desde que exista circunstâncias ou fatos que foram apurados na audiência de instrução e julgamento, valendo destacar que a jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, em regra, salvo situação excepcionalíssima, não se acolhe alegação de nulidade por cerceamento de defesa, em função do indeferimento de diligências requeridas pela defesa, porquanto o magistrado é o destinatário final da prova, logo, compete a ele, de maneira fundamentada e com base no arcabouço probatório produzido, analisar a pertinência, relevância e necessidade da realização da atividade probatória pleiteada (AgRg nos EDcl no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL nº 1.366.958/PE, STJ, QUINTA TURMA). O STJ compreende ser possível ao juízo indeferir diligências desnecessárias ou procrastinatórias (AgRg no AREsp nº 1.749.660/PR, SEXTA TURMA). Não há que se falar em nulidade quando indeferido pedido de realização de diligência não requerida no momento oportuno, conforme art. 402 do CPP (AgRg no AgRg no AREsp nº 1.653.190/GO, STJ, QUINTA TURMA). 
INFORMATIVO nº 980, STF, PRIMEIRA TURMA 
A Turma, inicialmente, afastou a suposta nulidade. Afirmou que a falta de abertura de prazo, após o encerramento da instrução, para manifestação das partes acerca do interesse na feitura de diligências complementares constitui nulidade relativa, cujo reconhecimento pressupõe seja o inconformismo veiculado em momento oportuno, ou seja, quando da apresentação de alegações finais. No caso, a defesa deixou de se insurgir nas alegações finais e nas razões de apelação. Além disso, a impetração sequer apontou quais diligências seriam requeridas. HC 147584/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2.6.2020. (HC-147584)
Não havendo requerimento de diligências ou o juiz indeferindo o pedido, observa-se o art. 403 do CPP, ou seja, passa para a fase das alegações finais orais. Conforme o art. 403, § 3º, do CPP, é possível alegações finais por escrito que tem o nome de memoriais, sendo certo que nas alegações finais, primeiro se manifesta a acusação e depois a defesa, seja alegações finais orais ou por escrito. Entende o STJ que o afastamento da regra de oralidade da apresentação das alegações finais constitui faculdade do juiz, que deve verificar, caso a caso, a adequação da medida (HC nº 340.981/SP, QUINTA TURMA), sendo certo que as nulidades ocorridas no decorrer da instrução criminal devem ser arguidas no momento das alegações finais, sob pena de preclusão (AgRg nos EDcl no AgRg no AREsp nº 1.716.723/RJ, STJ, QUINTA TURMA).
Segundo o STJ eventual pedido de absolvição formulado pelo Ministério Público em alegações finais não impede a interposição de recurso de apelação contra a absolvição. Com efeito, apesar de o Ministério Público ser uno e indivisível, há a autonomia funcional de seus membros, não havendo subordinação intelectual entre eles, permitindo que cada um atue dentro de sua convicção e dos limites impostos pela lei. No presente caso concreto o pedido de absolvição nas alegações finais e o de condenação no recurso de apelação foram formulados pelo mesmo membro do Ministério Público. Embora a situação retratada possa revelar comportamento contraditório, o qual é vedado pelo ordenamento jurídico, tem-se que a independência funcional bem como a atuação como fiscal da ordem jurídica autorizam, ainda que ao mesmo membro, recorrer do pedido de absolvição, desde que justifique, motivadamente, a mudança de entendimento ou o surgimento de novos fatos. – Conforme destacado pelo doutrinador HUGO NIGRO MAZZILLI, “deve-se concluir que o membro do Ministério Público, sem qualquer dúvida, pode opinar, em dado momento, pela absolvição do réu, mas, com isso, não renuncia à sua posição no processo, até porque, no sistema até hoje vigente, não poderia mesmo desistir da pretensão punitiva estatal” (AgRg no AREsp nº 1.664.921/RJ, QUINTA TURMA).
ATENÇÃO: o STF no julgamento do Habeas Corpus nº 166.373 (PLENÁRIO) concedeu, por maioria, a ordem de habeas corpus, para anular a decisão do juízo de primeiro grau, determinando-se o retorno dos autos à fase de alegações finais, a qual deverá seguir a ordem constitucional sucessiva, ou seja, primeiro a acusação, depois o delator e por fim o delatado, em caso de colaboradores premiados.
ATENÇÃO: para o STF, a falta de alegações finais por parte da defesa é causa de nulidade absoluta, conforme decisão no HC nº 95.667, sendo certo que o silêncio, nas alegações finais, acerca de irregularidade ocorrida em audiência, implica preclusão, de acordo com a decisão no RHC nº 185.117, Segunda Turma.
ATENÇÃO: na ação penal de iniciativa privada deve o querelante pedir expressamente a condenação do querelado nas alegações finais, conforme o art. 60, III, do CPP, sob pena de perempção, que é causa extintiva da punibilidade, nos termos do art. 107, IV, do CP.
ATENÇÃO: a jurisprudência do STF é firme no sentido de que a demora na conclusão da instrução criminal, como circunstância apta a ensejar constrangimento ilegal, somente se dá em hipóteses excepcionais, nas quais a mora seja decorrência de: (i) evidente desídia do órgão judicial; (ii) exclusiva atuação da parte acusadora; ou (iii) outra situação incompatível com o princípio da razoável duração do processo, previsto no art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal (HC nº 207.078 AgR, Segunda Turma).
Procedimento Comum Sumário (arts. 531 a 538, CPP)
Esse procedimento é basicamente idêntico ao procedimento comum ordinário, havendo pequenas diferenças a partir da audiência de instrução e julgamento.
A primeira diferença está no prazo para a audiência de instrução e julgamento, pois no procedimento ordinário, o prazo é de 60 dias (art. 400 do CPP), já no procedimento sumário, o prazo é de 30 dias (art. 531 do CPP).
A segunda diferença está no número legal de testemunhas arroladas por cada parte, pois no procedimento ordinário, cada parte pode arrolar até 8 testemunhas (art. 401 do CPP), já no procedimento sumário, cada parte pode arrolar até 5 testemunhas (art. 532 do CPP).
A terceira diferença está na possibilidade de requerimento de diligências após a audiência de instrução e julgamento, uma vez que existe previsão legal no procedimento ordinário (art. 402 do CPP), não existindo previsão legal de diligências no procedimento sumário.
A quarta diferença está nas alegações finais, pois é possível no procedimento ordinário, alegações finais orais ou por escrito (art. 403, caput e § 3º, do CPP), ao passo que, no procedimento sumário, só existe previsão legal de alegações finais orais, conforme se verifica do art. 534 do CPP.
ATENÇÃO: de acordo com o art. 185 da Lei nº 11.101/05 (Lei de Falência e Recuperação Judicial e Extrajudicial) o procedimento para o processo e julgamento dos crimes falimentares será o sumário. 
ATENÇÃO: excesso de prazo para o término da instrução processual. De acordo com o STJ o prazo para a conclusão da instrução criminal não tem as características de fatalidade e de improrrogabilidade, fazendo-se imprescindível raciocinar com o juízo de razoabilidade para definir o excesso de prazo, não se ponderando a mera soma aritmética dos prazos para os atos processuais (RHC nº 62.783/ES, Quinta Turma). Se a demora no trâmite processual não se deve a causas atribuíveis à defesa, já entendeu o STJ que embora a lei processual não estabeleça prazo para o encerramento da instrução processual, a demora injustificada por circunstâncias não atribuíveis à defesa, quando o réu encontra-se preso, configura constrangimento ilegal (AgRg no RHC nº 151.951/RS, QUINTA TURMA).

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