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13/03/2023 Protocolo em grande porte. AULA 3 – RETICULOPERITONITE E PERICARDITE TRAUMÁTICA Características • Ingestão de corpos estranhos • Farpas de madeira, pedaços de arame • Importância econômica • Queda da produção • Alta mortalidade • Ocorre mais em gado de leite • Raro em animais a pasto Etiologia • Bovinos: - Rápida ingestão de alimentos - Pequena habilidade dos lábios para selecionar o alimento - Ou diferenciar alimentos muito fibrosos de objetos metálicos - Grande capacidade de contração do retículo • Animais estabulados • Estado de manutenção e conservação dos equipamentos • Após o material ser deglutido e alojar-se no retículo, é impulsionado pelas contrações contra a parede do órgão e o objeto consegue penetrar na parede do retículo, atingir o peritônio ou o diafragma e alcançar o saco pericárdico • A maioria das penetrações ocorrem na parte baixa da parede cranial do retículo, mas algumas ocorrem lentamente na região do baço e medialmente em direção ao fígado • Se a parede do retículo for agredida sem perfuração, o corpo estranho poderá permanecer fixado no local por longos períodos, sendo gradualmente corroído • Os sinais são variáveis e influenciados pela região anatômica da perfuração, sua profundidade, lesão visceral abdominal ou torácica e características do objeto RETICULOPERITONITE Patogenia • A ingestão e subsequente perfuração do retículo leva a uma reação inflamatória localizada e aguda (peritonite) Achados clínicos: •Peritonite local aguda • Peritonite local crônica • Peritonite difusa Sinais Clínicos Localizada aguda: • Anorexia completa, súbita e drástica interrupção na produção de leite (50% em 12h) • Relutância a se movimentar (dor) principalmente em rampas • Arqueamento da coluna vertebral • Hipotonia (diminuição dos movimentos ruminais), atonia ruminal (dos movimentos ruminais) • Gemidos, dispneia • Hipertermia (39,5-40 C) sendo o normal 37,5 até 39,2 • Grau máximo no primeiro dia • Pode ocorrer recuperação espontânea • Resposta satisfatória ao tratamento conservador Sinais Clínicos Localizada crônica: • Passaram os 3 dias e continua sem apetite e produção não voltam ao normal • Dor não evidente • Locomoção lenta • Gemidos dependendo da movimentação • Cansaço • Perda de peso • Disfunção ruminal • Fezes firmes e secas Sinais Clínicos Peritonite aguda difusa: • Profunda toxemia 2 a 3 dias após o aparecimento da peritonite local • Atonia da motilidade • Depressão • Leve hipertermia • Frequência cardíaca aumentada, de 100, 120bpm • Dor a palpação abdominal ventral Diagnóstico • Histórico - anamnese • Quadro clínico • Paracentese para obter líquido peritoneal • RX – Fica radiopaco (esbranquiçado) • Detector de metais Tratamento • Clínico - Ima adm oral- imobiliza o corpo estranho - Antibioticoterapia de amplo espectro (Clavamox) • Fluidoterapia, se necessário • Anti inflamatório: Diclofenaco • Eficaz nos estágios iniciais • Vacas no terço final da gestação • 3 dias • Cirúrgico - Por laparotomia\ Ruminotomia exploratória - Satisfatório- diagnóstico - Fator econômico Necropsia • Peritonite aguda difusa- inflamação supurativa ou fibrinosa • Odor característico • Presença de muito líquido • Inflamação entorno do corpo estranho Complicações • Abscessos reticulares • Fístulas reticulares • Pericardites – complicação mais comum • Indigestão vagal – inflamação do nervo vago • Hérnia diafragmática RETICULOPERICARDITE Patogenia • A penetração do corpo estranho perfurante no provoca primeiramente uma reticuloperitonite traumática focal e em seguida difusa • Quando atinge a perfuração completa, o corpo estranho se encaminha na direção crânio ventral impactando o diafragma e pericárdio ou a cavidade torácica, ocasionando a reticupericardite, pneumonia e pleurite • A infecção local com o desenvolvimento de um abscesso, origina pressão sobre o saco pericárdico, resultando em disfunção e insuficiência cardíaca progressiva • No coração o acúmulo de liquido no saco pericárdico provem da redução da capacidade de distensão cardíaca, provocando aumento da pressão diastólica e dificultando o preenchimento ventricular, aumentando a pressão atrial • Esse aumento interfere diretamente no débito cardíaco (Quantidade e qualidade de batimentos) devido a depressão na contratilidade ventricular, consequentemente provocando um colapso circulatório. Sinais Clínicos Pleurite e pericardite: • No geral, apresentam-se depressivos, com taquicardia e febre • Pleurite manifesta-se rapidamente por respiração superficial, sons pulmonares abafados • Pericardite: abafamentos dos sons cardíacos, estase positiva da veia jugular • Pode morrer subitamente pela perfuração do miocárdio produzindo hemorragia intensa no saco pericárdico • Bovinos afetados podem sobreviver por semanas ou meses, até que ocorra a morte por insuficiência cardíaca congestiva e septicemia Prognóstico geral • Prognóstico em relação a sobrevivência e produção é boa dependendo da extensão e localização das lesões • Geralmente em pericardite o prognostico
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