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SEÇÃO 5 DIREITO CONSTITUCIONAL RECURSO ESPECIAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNANBUCO
Proc. nº.  XXX.XXX.XXXX.XX
ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DE BENEFICIÁRIOS DE PLANOS DE SAÚDE DE PERNAMBUCO – ADBPP, devidamente qualificada nos autos em epígrafe de Ação Civil Pública proposta em face de Plano de Saúde Acém Helth e Plano de Saúde SemHelp, vem, respeitosamente e tempestivamente, por seu advogado que esta subscreve, interpor o presente
RECURSO ESPECIAL
com fundamento no artigo 105, inciso III, alínea 'a' da Constituição da República e nos artigos 1.029 e seguintes do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015), contra o acórdão proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, que negou provimento ao recurso de apelação interposto pelos Recorridos, porém, deixou de condená-los ao pagamento das verbas sucumbenciais, consubstanciado nos motivos de fato e de direito apresentados nas razões de recurso anexas.
O presente recurso é próprio, cabível, tempestivo, independe de preparo e de pagamento de custas, inclusive porte de remessa e retorno (por se tratar de ação civil pública, por força do art. 18 da Lei nº 7.347/85). Ademais, as partes são legítimas e estão devidamente representadas. Deste modo, preenche este recurso todos os pressupostos de admissibilidade, conforme razões juntadas.
Requer, pois, seja recebido e processado o presente recurso, declarando-se seus regulares efeitos e, após, seja intimada as partes recorridas para, se quiser, oferecer contrarrazões no prazo legal. 
Por fim, requer sejam os autos remetidos ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça para que, ao final, seja reformado o acórdão combatido.
Termos em que,
Pede deferimento.
Pernambuco/PE, DATA.
JOSÉ
OAB/PE nº 54321
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL
RECORRENTE: ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DE BENEFICIÁRIOS DE PLANOS DE SAÚDE DE PERNAMBUCO – ADBPP
RECORRIDOS: PLANO DE SAÚDE ACÉM HELTH E PLANO DE SAÚDE SEMHELP
PROCESSO Nº XXXXXXXX
Egrégio Superior Tribunal de Justiça
Colenda Turma,
Nobres Julgadores
O acórdão ora combatido merece reforma, pela relevância dos motivos jurídicos a seguir aduzidos.
1. DOS PRESSUPOSTOS GERAIS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL
1.1. Do preparo e do porte e remessa e retorno
A parte recorrente é autora da Ação Civil Pública e, conforme preconiza o art. 18, da Lei 7.347/85, “nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais”.
Como se vê, a recorrente é isenta de taxas e custas. Por tal motivo, não se faz presente a necessidade do pagamento de preparo recursal.
Desta feita, deixa de juntar as guias referentes a estas despesas.
1.1.2. Da tempestividade
O recurso ora interposto preenche o requisito da tempestividade, conforme se passa a demonstrar.
O prazo para recurso especial é de 15 dias úteis, conforme determina o art. 219 c.c. art. 1.003, § 5º do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015).
O acórdão recorrido foi disponibilizado em XX/XX/20XX, considerando-se publicado em XX/XX/20XX, de modo o início do prazo (“dies a quo”) ocorreu em XX/XX/20XX.
Em XX/XX/20XX foram opostos embargos de declaração, havendo a interrupção do prazo para recurso especial, conforme prevê o art. 1.026 do Código de Processo Civil de 2015.
Desta forma, o “dies ad quem” para interposição do presente recurso especial é dia XX/XX/20XX, tendo em vista que os prazos processuais civis computam-se excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento, somente em dias úteis.
Portanto, a interposição desde recurso especial está sendo realizada em estrita obediência ao prazo de 15 (quinze) dias iniciado no primeiro dia útil subsequente ao da publicação do acórdão perseguido, tendo em vista as interrupções de prazo.
1.1.3. Do cabimento
O presente recurso é cabível porquanto a decisão recorrida nega vigência à lei federal, nos termos do artigo 105, inciso III, alínea 'a' da Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988:
“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
(...)
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;”
A decisão recorrida nega vigência aos artigos 85 do CPC e 18 da lei 7347/85, ao deixar de aplicá-los no caso concreto, ignorando-os por completo a sua disposição legal.
Ensina o ilustre doutrinador e jurista Barbosa Moreira quanto ao cabimento do recurso especial que: 
“A rigor, só com o julgamento do recurso especial é que se verifica se a decisão recorrida contrariou ou não tratado ou lei federal: isso respeita ao mérito do recurso, não à sua admissibilidade. Do ponto de vista do cabimento, o recurso especial é admissível desde que o recorrente alegue a contrariedade. Tal alegação bastará para que se conheça do recurso; em etapa posterior, conforme seja ela procedente ou não, o resultado será o provimento ou o desprovimento.”
1.2 - DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE ESPECÍFICOS DO RECURSO ESPECIAL
1.2.1. Do esgotamento de recursos
A decisão recorrida foi proferida em segunda instância por um Tribunal, sendo esgotados todos os recursos ordinários possíveis (quais sejam: recurso de apelação e embargos de declaração).
Assim, a decisão recorrida já não comporta mais nenhum recurso no âmbito dos tribunais inferiores, de modo que a presente causa já foi decidida em última instância pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
1.2.2. Do efeito devolutivo limitado à matéria de direito
A análise da matéria deste recurso não implica o revolvimento de matéria fático-probatória, de modo que a decisão alvejada se amolda perfeitamente na alínea 'a', do inciso III, do art. 105, da Constituição da República.
1.2.3. Do prequestionamento
Como já se afirmou anteriormente, o presente recurso traduz irresignação em face do acórdão que contrariou lei federal, bem como lhe negou vigência, deixando de aplicá-la. 
A lei federal contrariada e negada em sua vigência foi o Código Civil e a Lei 7347/85.
In casu, o acórdão recorrido violou os artigos 85 do CPC e 18 da lei 7347/85, quando negou provimento aos embargos de declaração, registrando o seguinte: 
Os embargos foram julgados improvidos, sob a alegação do relator de que:
“a Lei Federal, tanto o CDC quanto a Lei da Ação Civil Pública, não prevê o pagamento de honorários em Ação Civil Pública, salvo comprovada má-fé do autor, o que não houve no caso concreto. Em razão disso, julgo improvidos os embargos e mantenho íntegra a decisão combatida”. (grifo nosso)
Exige-se, para acolhimento de Recurso Especial, que a matéria tenha sido prequestionada. Este requisito foi cumprido, já que, no julgamento dos embargos de declaração, o competente Tribunal a quo manifestou-se sobre a matéria. 
De qualquer forma, está assim disposto o artigo 1025 do CPC:
“Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.”
2 – BREVE SÍNTESE DA DEMANDA
A Associação recorrente foi procurada por diversas pessoas em janeiro de 2022 e, todas elas, de forma idêntica, reclamaram que seus planos de saúde passaram por uma grande mudança, sendo a carteira de pessoas mais idosas (todas acima de 55 anos) integralmente assumida por outra empresa e sob a condição de que obrigatoriamente se submetessem a novas cláusulas contratuais para que permanecessem sendo atendidas, sob pena de imediata cessação de todos os benefícios.
Todas essas pessoas eram beneficiárias de planos da empresa “Acém Health” e passaram a compor de forma automática o novo plano “SemHelp”, que pertence ao mesmo grupo econômico, mas queconta com uma rede de atendimento muito inferior àquela inicialmente contratada. O novo plano não possui hospitais importantes que constavam da rede anterior. Além disso, ele tem um número menor de médicos, que se encontram exclusivamente nos hospitais próprios do plano, localizados na apenas na capital do estado, mesmo tendo o plano a promessa de um amplo atendimento nacional.
Os beneficiários ainda foram obrigados a aderir a um novo contrato em que há cláusula de permanência máxima de 15 dias de internação em UTI e carência para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência por 90 dias a contar da migração para o “SemHelp”.
Essas pessoas são associadas da Associação de Defesa de Beneficiários de Planos de Saúde de Pernambuco (ADBPP), e pediram para que fosse tomada uma medida judicial urgente a fim de que todos fossem protegidos contra essas atitudes da empresa.
Em razão disso, o advogado da ADBPP, Dar. José, ajuizou uma Ação Civil Pública em face das duas empresas de saúde, visando a permanência delas com as exatas condições anteriores e anulando as cláusulas abusivas que a elas foram impostas.
Apesar de o magistrado ter negado a concessão de liminar contra as empresas por entender não ter sido comprovado o “periculum in mora”, consegui reverter essa situação interpondo o agravo de instrumento, o qual foi julgado provido pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Após isso, o processo teve andamento, com a oitiva de testemunhas, provas periciais e, por fim, foi julgado integralmente procedente pelo magistrado de primeiro grau, com a anulação da substituição da prestação dos serviços de planos da empresa da “Acém Health” pelo novo plano “SemHelp”.
Assim, o magistrado de primeiro grau tornou sem efeito a substituição das empresas sem a prévia ciência e participação dos consumidores beneficiários, entendendo ser ilícita em razão da abusividade das medidas.
As empresas rés apelaram da decisão e o Tribunal de Justiça de Pernambuco negou provimento ao recurso, em favor da Associação. 
Contudo, houve omissão quanto à condenação das empresas de saúde em honorários sucumbenciais em favor da Associação, o que fez com que fosse opostos embargos de declaração.
Os embargos foram julgados improvidos, sob a alegação do relator de que: “a Lei Federal, tanto o CDC quanto a Lei da Ação Civil Pública, não prevê o pagamento de honorários em Ação Civil Pública, salvo comprovada má-fé do autor, o que não houve no caso concreto. Em razão disso, julgo improvidos os embargos e mantenho íntegra a decisão combatida”.
Desta forma, faz-se necessário a reforma do acórdão prolatado conforme será, a seguir, demonstrado.
3 - DO DIREITO
RAZÕES JURÍDICAS PARA A REFORMA DA DECISÃO RECORRIDA
O acórdão recorrido merece ser revisto, eis que prolatado com negativa de vigência às leis federais, nos termos do art. 105, III, a, da CRFB/88.
A decisão recorrida negou vigência ao art. 85 do CPC e art. 18 da lei 7347/85, ao deixar de aplicá-los no caso concreto, ignorando-os por completo a sua disposição legal.
Desta forma, por respeito às normas processuais, de rigor o conhecimento e provimento do presente recurso especial, por ser medida de Adequação à Lei e à Justiça.
3.1. NEGATIVA DE VIGÊNCIA À LEGISLAÇÃO FEDERAL
Segundo Rodolfo Camargo Mancuso, “contrariamos a lei quando nos distanciamos da mens legislatoris, ou da finalidade que lhe inspirou o advento; e bem assim quando a interpretamos mal e lhe desvirtuamos o conteúdo”. 
Por outro lado, ainda conforme o autor, negamos-lhe vigência “quando declinamos de aplicá-la, ou aplicamos outra, aberrante da fattispecie”, ou quando “o aplicador da norma atua em modo delirante, ignorando a real existência do texto de regência”.
Para Daniel Amorim Assumpção Neves, “contrariar” significa distanciar-se da mens legislatoris ou da finalidade da norma, incluindo uma má interpretação que importe o desvirtuamento de seu conteúdo, enquanto “negar vigência” significa deixar de aplicar a norma correta no caso concreto.
Na espécie, o acórdão recorrido negou vigência ao artigo 85 do CPC e artigo 18 da lei 7347/85, quando negou provimento aos embargos de declaração, registrando o seguinte: 
Os embargos foram julgados improvidos, sob a alegação do relator de que:
“a Lei Federal, tanto o CDC quanto a Lei da Ação Civil Pública, não prevê o pagamento de honorários em Ação Civil Pública, salvo comprovada má-fé do autor, o que não houve no caso concreto. Em razão disso, julgo improvidos os embargos e mantenho íntegra a decisão combatida”. (grifo nosso)
3.1.2. Negativa de vigência ao art. 85 do CPC e art. 18 da LEI 7347/85
As leis federais contrariadas e negadas em sua vigência foi o artigo 85 do Código de Processo Civil e o artigo 18 da Lei 7347/85 que diz que:
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
LEI 7347/85
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais. 
O acórdão recorrido decidiu que “ (...) a Lei Federal, tanto o CDC quanto a Lei da Ação Civil Pública, não prevê o pagamento de honorários em Ação Civil Pública (...)”, violando claramente o previsto no art. 85 do CPC e no art. 18 da Lei nº 7347/85.
Como se vê, Nobres Ministros, é nítido que o acórdão recorrido negou vigência ao artigo 85 do Código de Processo Civil e ao artigo 18 da Lei nº 7347/85, devendo ser reformado o aresto ora impugnado.
4 – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, a parte Recorrente requer aos Eminentes Ministros que seja dado conhecimento e PROVIMENTO ao presente Recurso Especial, pois estão presentes todos os pressupostos de sua admissibilidade, para o fim de reformar “in totum” o acórdão recorrido, proferido pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO, para condenar a parte contrária ao pagamento dos honorários advocatícios, nos termos do art. 82, § 2º do Código de Processo Civil de 2015.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data.
NOME DO ADVOGADO
OAB/XX nº XXX

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