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Compreender a fisiologia do parto; Analisar as aplicações, tipos, origem e questões éticas das células tronco; Entender a fisiologia da lactação; Analisar a anatomia e histologia das mamas. Aumento da excitabilidade uterina próximo ao termo. Ao final da gravidez, o útero fica progressivamente mais excitável, até que, por fim, desenvolve contrações rítmicas tão fortes que o bebê é expelido. Eventos que levam as contrações uterinas: 1) Mudanças hormonais que aumentam a excitação da musculatura uterina. 2) Mudanças mecânicas progressivas. → Os fatores hormonais que aumentam a contração uterina: A progesterona inibe a contração uterina durante a gravidez, ajudando a evitar a expulsão do feto. Já o estrogênio, tem tendência definida para aumentar o grau de contração uterina. Tanto a progesterona, quanto o estrogênio são secretados em quantidades maiores durante grande parte da gravidez, mas, a partir do 7º mês, a secreção do estrogênio continua a aumentar, enquanto a progesterona permanece constante ou até mesmo diminui um pouco. A ocitocina causa contração do útero por 4 razões: 1) A musculatura uterina aumenta seus receptores de ocitocina, e, portanto, aumenta sua sensibilidade a uma determinada dose de ocitocina nos últimos meses de gravidez. 2) A secreção de ocitocina pela neuro-hipófise é, consideravelmente, maior no momento do parto. 3) Muito embora animais hipofisectomizados ainda consigam ter seus filhotes a termo, o trabalho de parto é prolongado. 4) Experimentos em animais indicam que a irritação ou a dilatação do colo uterino, como ocorre durante o trabalho de parto, pode causar reflexo neurogênico, através dos núcleos paraventricular e supraóptico, que faz com que a hipófise posterior aumente sua secreção de ocitocina. A hipófise do feto secreta grande quantidade de ocitocina, que ajuda na excitação uterina. Além disso, as glândulas adrenais do feto secretam cortisol, outro possível estimulante uterino. E, mais, as membranas fetais liberam prostaglandinas em concentrações elevadas, no momento do trabalho de parto, que também pode aumentar a intensidade das contrações uterinas. → Os fatores mecânicos que aumentam a contração uterina - Distensão da musculatura uterina: Aumenta a contração uterina A distensão intermitente, como ocorre repetidamente no útero, por causa dos movimentos fetais, pode provocar a contração dos músculos lisos. - Distensão ou irritabilidade do colo uterino. O inicio do trabalho de parto – um mecanismo de feedback positivo para o seu desencadeamento. Durante grande parte da gravidez o útero sofre episódios periódicos de contrações rítmicas fracas e lentas, denominadas contrações de Braxton Hicks – essas contrações ficam mais fortes ao final da gestação, então, mudam subitamente em questão de horas e ficam excepcionalmente fortes, começando a distender o colo uterino e, posteriormente, forçando o bebê através do canal de parto, levando ao parto. Esse processo é denominado trabalho de parto, e as contrações fortes, que resultam na parturição final, são denominadas contrações de trabalho de parto. Não se sabe o que muda subitamente a ritmicidade lenta e fraca do útero para as contrações fortes do trabalho de parto. Porém, se propõe a teoria de feedback positivo que sugere que a distensão do colo uterino pela cabeça do feto, torna-se tão grande que provoca forte reflexo no aumento da contração do corpo uterino. Isso empurra o bebê para frente, o que distende mais o colo e desencadeia mais feedback positivo ao corpo uterino. Assim, o processo se repete até o bebê ser expelido. Resumindo, múltiplos fatores aumentam a contratilidade do útero ao final da gestação. Por fim, uma contração uterina torna-se forte o bastante para irritar o útero, especialmente no colo, o que aumenta a contração uterina ainda mais devido ao feedback positivo, resultando em segunda contração uterina mais forte que a primeira, uma terceira mais forte que a segunda, e assim por diante. Quando essas contrações se tornam fortes o bastante para causar esse tipo de feedback, com cada contração sucessiva mais forte que a precedente, o processo chega ao fim. Fora as contrações do parto, tem também as contrações musculares abdominais que auxiliam na expulsão do bebê. Mecanismos do parto As contrações durante o trabalho de parto começam do topo do fundo do útero e se espalham para baixo, por todo o corpo uterino. Cada contração tende a forçar o bebê para baixo, na direção do colo uterino. No início as contrações ocorrem apenas a cada 30 minutos. À medida que o trabalho de parto progride as contrações surgem com mais frequência. O primeiro estágio do trabalho de parto é o período de dilatação cervical progressiva, que dura até a abertura do cervical estar tão grande quanto a cabeça do feto – esse estágio geralmente tem duração de 8 a 24 horas na primeira gestação, mas muitas vezes apenas alguns minutos após várias gestações. O segundo estágio é quando o colo está totalmente dilatado, as membranas fetais geralmente se rompem, e o líquido amniótico vaza subitamente pela vagina. Em seguida, a cabeça do feto se move rapidamente para o canal de parto e força até a expulsão final – pode durar tão pouco quanto 1 minuto, depois de várias gestações, até 30 minutos ou mais, na primeira gestação. Durante 10 a 45 minutos depois do nascimento do bebê, o útero continua a se contrair, diminuindo cada vez mais seu tamanho, causando efeito de cisalhamento entre as paredes uterinas e placentárias, separando assim, a placenta do seu local de implantação. Portanto, a contração do útero, depois da expulsão do bebê, contrai os vasos que antes proviam sangue a placenta. A cada contração a mãe sente uma dor considerável. A cólica no inicio que se dá pela hipoxia do músculo uterino, decorrente da compressão dos vasos sanguíneos do útero. Entretanto, no 2º estágio do trabalho do parto, quando o feto está sendo expelido, uma dor muito mais forte é causada devido a distensão perineal, cervical e ruptura das estruturas do próprio canal vaginal. Essa dor é conduzida à medula espinal e ao cérebro da mãe por nervos somáticos. As células-tronco ganharam um uso muito importante no contexto da saúde pública ligada aos transplantes, já que a doação de órgão não consegue suprir toda a demanda de órgãos no país. Além disso, os transplantes são extremamente caros e dependem muito da estrutura de transporte disponível pelo sistema saúde. As células-tronco poderiam, então, ser multiplicadas no laboratório e induzidas para gerar um tipo celular específico com a capacidade de regenerar o órgão em questão (REVOLTELLA, 2007). Vale ressaltar que a maioria das células-tronco adultas reside na medula óssea, estando, entre elas, as células-tronco hematopoiéticas (HSC) multipotentes, com capacidade de regenerar todo o sistema hematopoiético (BRYDER, 2006). Por conseguinte, o transplante terapêutico de medula óssea é utilizado há mais de 30 anos e mais de um milhão de pacientes que sofrem de diferentes doenças já foram tratados com transplante de medula óssea (M.O.) ou as células derivadas de M.O. mobilizadas. Ainda, há as células-tronco mesenquimais, que são definidas como as células estromais mesenquimais (MSC), que podem se diferenciar em células ósseas, cronócitos e adiposas (BIANCO, 2014). Diversos estudos têm sugerido a capacidade dessas células em regenerarem o miocárdio pós-infarto (ORLIC, 2001). O mecanismo exato ainda não é conhecido. As células adultas têm sido amplamente testadas em doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico (LES) e no diabetes do tipo I. No caso do diabetes, o objetivo é regenerar as células beta- pancreáticas produtoras de insulina, perdidas com a destruição crônica desde o início da doença (SEGERS, 2008). As células-tronco embrionárias possuem reconhecida capacidade de diferenciação e proliferação,porém, é nesse ponto o seu primeiro empecilho. Se essa diferenciação e multiplicação não for controlada, ela poderá dar origem a tumores formados por vários tecidos diferentes. O segundo problema terapêutico das células-tronco embrionárias se baseia na compatibilidade biológica das células com todos os tipos de pacientes. Há uma chance de rejeição entre doador e receptor, o que não ocorre com células-tronco adultas, onde receptor e doador são a mesma pessoa (PEREIRA, 2008). Apesar disso, as células-tronco embrionárias podem ser usadas para regenerar células da medula óssea, pancreáticas, alguns tipos específicos de cartilagem e músculos. Alguns experimentos destacam seu uso também na doença de Parkinson e Huntington (PEREIRA, 2008). Uso terapêutico de células tronco em cirrose hepática O transplante de células de células tronco mesenquimais pode ser visto com uma nova opção terapêutica para o tratamento de cirrose hepática, substituindo o transplante hepático ortotópico, que é o tratamento mais utilizado para as fases finais da doença, embora sua realização possua restrições (ZHANG, 2018). Células-tronco hepáticas foram identificadas em fígado fetal e maduro. Durante o desenvolvimento embrionário, as células dentro do broto do fígado são reconhecidas como hepatoblastos que são bipotentes, dando origem tanto aos hepatócitos quanto às células epiteliais dos ductos biliares (Zhang, Yongting et al 2018 nossa tradução) As BM-MSCs (Células-tronco mesenquimais da medula óssea) são capazes de se diferenciar em células hepáticas e recuperar a função hepática, indicadas pelo apoptose de células estreladas hepáticas, expressão gênica reduzida do fator de crescimento transformador (TGF) -β1 e alfa-actina do músculo liso (α-SMA). AD-MSCs (Célula-tronco mesenquimal do tecido adiposo), que são mais imunocompatíveis e mais fáceis de isolar do que as BM-MSCs, têm um papel protetor contra a fibrose hepática. As UC-MSCs (Células- tronco mesenquimais do cordão umbilical) apresentam um perfil imunogico mais benéfico e um potencial imunossupressor global mais forte do que as BM-MSCs (ZHANG, YONGTING, et al 2018 nossa tradução). A utilização de células tronco mesenquimais para o tratamento de cirrose hepática possui resultados eficazes, porém uso desta técnica ainda entra em conflito com aspectos éticos e o os efeitos colaterais a esse transplante ainda não podem ser mesurados (ZHANG, 2018). Tratamento de Diabetes Mellitus utilizando células tronco Cientistas da Universidade de Miller School of Medicine de Miami, apontam que células tronco presentes no pâncreas possuem a capacidade de recuperar as células pancreáticas produtoras de insulina (QADIR, 2018). O estudo consiste em regenerar as células betas que sofreram destruição autoimunes, utilizando-se de células tronco que farão o papel da regeneração. Essa descoberta beneficiará tanto portadores de diabetes tipo I, como também portadores de diabetes tipos II (QADIR, 2018). Os estudos realizados visam aumentar a produção dessas células tronco pancreáticas através de células tronco embrionárias, pluripotentes, adultas etc. (10). Com a possibilidade de regeneração de células beta através de células tronco, portadores de diabetes tipo I / tipo II terão a opção de optar por um tratamento que não seja a utilização de insulina. Uso de células tronco na ataxia cerebelar Ataxias cerebelares é um conjunto de diferentes distúrbios neurológicos, que afetam com maior relevância o cerebelo causando a perda avançada da coordenação motora. É possível que seja hereditárias ou adquiridas e tenha mais de 60 subtipos genéticos como a Ataxia de Friendreick, Ataxia telanglectasia e Ataxia espinocerebelares de poliglutamina autossômica dominante que são as mais analisadas (WONG, 2018). Os distúrbios são incuráveis e causados pela perda de função progressiva e destruição das células de Purkenje. Porém, há estudos realizados em pacientes com ataxias, utilizando das células tronco pluripotentes para a superação do quadro (WONG, 2018). Os estudos permitiram a reprogramação de células somáticas humanas em células tronco pluripotentes induzidas (IPSCS), já que as de pacientes com ataxias podem ser diferenciadas ao subgrupo neural e outras células afetadas. Também poderá ser utilizado para o estudo de alto rendimento de drogas in vitro. As células de Purkinje, no entanto são frágeis na ataxia cerebelar, porém são difíceis de realizar o seu cultivo in vitro por ser tão complexa (WONG, 2018). As células tronco pluripotentes induzidas têm o propósito de similar o fenômeno in vitro da formação da embriogenese humana e neurônios cerebelares. Como o estudo ainda é muito limitado, as células cultivadas são utilizadas para estudos sobre o surgimento e desenvolvimento da doença e a degeneração cerebelar em ataxias (WONG, 2018). Uso de células tronco no tratamento do Mal de Parkinson As células tronco podem ser aproveitadas para reparação de doenças degenerativas, como por exemplo mal de Parkinson, que é uma doença crônica neurológica provocada pela falta de transmissão de neurônios dopaminérgicos. A origem da causa da doença é desconhecida, porém desconfia que a mesma pode advir de fatores genéticos e ambientais (SOUZA, 2018). Os pesquisadores geraram as células iPS a partir de células da pele e do sangue, tanto de pacientes saudáveis quanto de pacientes com Doença Parkinson. Em seguida, mantiveram essas células vivas em laboratório e as induziram a se transformarem em células progenitoras dopaminérgicas, ou seja, em células neurais com capacidade de produzir dopamina. O próximo passo foi então transplantar tais células em um modelo de Doença de Parkinson em macacos. Como resultado, foi observada melhora nos movimentos espontâneos dos animais após o transplante destas células-tronco, além de não serem encontrados tumores até 2 anos após o procedimento (RIBEIRO, 2017). Porém, nos estudos pré-clínicos, os efeitos positivos demonstrados com relação à possível reposição dos neurônios dopaminérgicos, a preservação do circuito neural e a amenização dos sintomas, apresentam questionamentos que precisam ser pesquisados antes que se estabeleça a terapia celular como alternativa para tratamento em pacientes com essa doença (PEREIRA et al., 2007 apud PEREIRA, Liana Costa 2012). Para se candidatar ao tratamento com células tronco induzidas, é essencial que o paciente já tenha realizado todos os tipos de tratamentos convencionais, visto que os efeitos colaterais do tratamento são desconhecidos, e o paciente assumas os riscos que o tratamento poderá lhe causar (RIBEIRO, 2017) Uso de células tronco no tecido epitelial A pele contém seu próprio suprimento de células tronco especializadas, o que permite que a epiderme seja constantemente renovada ao longo de nossas vidas, com células se transformando aproximadamente a cada mês. Isso também permite que os cientistas cultivem enxertos em cultura, simplesmente pegando uma pequena amostra. (Devlin, 2017) A realização de enxertos pode se aplicar em diversas doenças que atinge o tecido epitelial, podendo reverter quadros como epidermólise bolhosa juncional (JEB), uma séria doença causada por mutações de genes que é na maioria das vezes letal ou desenvolve graves feridas que leva ao câncer de pele. As células geneticamente modificadas no enxerto incluem células-tronco da pele especializadas que significam que uma vez que o transplante foi integrado, ele foi capaz de renovar e sustentar a pele saudável. (Devlin, 2017) No futuro, se o tratamento se mostrar seguro a longo prazo, os cientistas acreditam que a abordagem poderia ser usada para tratar doenças de pele menos severas. (Devlin, 2017) → O que são? Células-tronco são células indiferenciadas. As principais características das células-tronco, tornando-as extremamente interessantes, são: sua capacidade de autorrenovação, ou seja, são capazes de se multiplicar, mantendo seu estado indiferenciado, proporcionando uma reposiçãoativa de sua população de maneira constante nos tecidos; e, mais interessante ainda, sua capacidade de se diferenciar em diversos tipos celulares (LEMISCHKA, 2005). Controlando o ambiente circundante às células-tronco e ativando vias de sinalização, ocorre o acesso de diferentes tipos de células a partir de possíveis células-tronco (SCADDEN, 2006). Dada a especificidade como requisito das muitas estratégias utilizadas no desenvolvimento de medicamentos. As células-tronco podem ser classificadas, segundo sua potencialidade, em totipotentes, pluripotentes ou multipotentes. As células capazes de gerar todos os tipos celulares embrionários e extraembrionários são chamadas de totipotentes, como o zigoto e o blastômero; as pluripotentes podem originar todas as células que formam um embrião (propriamente dito) e são provenientes da massa interna do blastocisto; as células-tronco multipotentes são um pouco mais diferenciadas, presentes no indivíduo adulto, com capacidade de originar apenas um limitado número de tipos teciduais. Estas células são designadas de acordo com o órgão de que derivam e podem originar apenas células daquele órgão, possibilitando a regeneração tecidual (GAGE, 2000). As células que originam apenas um subgrupo de linhagens celulares são classificadas como mesenquimais, por exemplo, as células-tronco mesenquimais e neurais. Existem ainda células oligopotentes, capazes de gerar células mais restritas a uma linhagem do que as multipotentes, e as unipotentes, que originam apenas um único tipo celular maduro (WAGERS, 2004). As células-tronco embrionárias dão origem a aproximadamente 220 tipos de células no ser humano adulto. Células-tronco embrionárias são mais versáteis em relação às células- tronco adultas multipotentes. A alta versatilidade e a capacidade ilimitada de autorrenovação colocaram um foco significativo em células-tronco embrionárias para o tratamento de doenças degenerativas, lesão e perda de tecido (ILIC, 2015). No entanto, como células-tronco embrionárias são derivadas da massa celular interna de embriões em estágio, a remoção dessas células-tronco resulta em inviabilidade do blastocisto, existindo preocupações éticas relacionadas ao isolamento (TREVOR, 2017). O zigoto sofre mitoses dando origem a uma “bola de células”, que se diferenciam originando os folhetos germinativos, que em seguida se diferenciam em tecidos e órgãos do organismo. Essas células originadas das mitoses do zigoto são as células-tronco, que também são chamadas de células-mãe ou células estaminais. Os debates em torno das questões envolvendo o uso das células-tronco têm se tornado mais intensos nos últimos anos à medida que aumentam as pesquisas e, consequentemente, as descobertas de possibilidades terapêuticas das células-tronco, notadamente em países desenvolvidos (BARBOSA, 2013). No Brasil, a pesquisa com células- tronco embrionárias foi disciplinada pela Lei n.º 11.105, de 24 de março de 2005, do artigo 225 da Constituição Federal, conhecida como Lei de Biossegurança. O artigo 5º da lei permite, com restrições, a manipulação de embriões humanos, produzidos por fertilização in vitro, para coleta de células-tronco. Posteriormente, foi regulamentada pelo Decreto n.º 5.591, de 22 de novembro de 2005, que definiu como “embriões inviáveis” aqueles com alterações genéticas comprovadas que impedem o desenvolvimento por ausência de clivagem. Isso significa que a lei brasileira autorizou a pesquisa, preferencialmente, em embriões que não serão utilizados para fins reprodutivos após os procedimentos diagnósticos (DINIZ, 2009). Desde então, várias iniciativas, em diferentes cenários, têm surgido com o intuito de apoiar, impedir ou controlar as pesquisas com células-tronco embrionárias e adultas. Isso tem acontecido paralelamente, confirmando ou refutando hipóteses levantadas por grupos de pesquisadores, que, além dos aspectos científicos, defendem valores e crenças que potencializam o grau de divergências e/ou consensos, não apenas no âmbito acadêmico, mas na sociedade como um todo, levando o questionamento sobre quais seriam as principais implicações bioéticas na pesquisa com células-tronco embrionárias. (BARBOSA, 2013). A prolactina promove a lactação Embora a progesterona e o estrogênio sejam essenciais ao desenvolvimento físico das mamas, durante a gravidez, eles inibem a secreção de leite. Por outro lado, a prolactina tem o efeito contrário na secreção de leite, ele a promove. A prolactina é secretada pela hipófise anterior materna, e sua concentração no sangue da mãe aumenta a partir da 5ª semana de gestação até o nascimento do bebê (nessa época – final da gestação – o aumento é de 10 a 20 vezes a mais que uma mulher não grávida). Além disso, a placenta secreta grandes quantidades de somatomamotropina coriônica humana, que a princípio tem propriedades lactogênicas, apoiando então a prolactina durante a gravidez. Devido ao efeito inibidor do estrogênio e da progesterona são secretados poucos mililitros de leite por dia antes do nascimento do bebê. O líquido secretado nos últimos dias antes e nos primeiros após o parto é chamado de COLOSTRO (contém as mesmas concentrações de proteínas e lactose do leite, mas quase nada de gordura.) Após o nascimento do bebê, a progesterona e o estrogênio abaixam seus níveis, permitindo assim que o efeito lactogênico da prolactina assume seu papel natural de promotor da lactação, e no período de 1 a 7 dias as mamas começam a secretar grandes quantidades de leite, em vez de colostro. Essa secreção de leite requer uma secreção de suporte adequada da maioria dos outros hormônios maternos também – os mais importantes são: LH, cortisol, paratormônio e insulina. Esses hormônios são necessários para fornecer aminoácidos, ácidos graxos, glicose e cálcio, fundamentais para a formação de leite. Depois do nascimento do bebê, o nível basal da secreção de prolactina volta para os níveis não grávidos durante algumas semanas. Entretanto, cada vez que a mãe amamenta, sinais neurais dos mamilos para o hipotálamo causam um pico de 10 a 20 vezes da secreção de prolactina, que dura aproximadamente 1 hora. Processo de ejeção na secreção do leite O leite precisa ser ejetado dos alvéolos para os ductos antes do bebê poder obtê-lo, essa ejeção é causada por um reflexo neurogênico e hormonal combinado que envolve a ocitocina. Quando o bebê suga, ele não recebe quase nada de leite em primeiro momento. Primeiro é necessário que impulsos sensoriais sejam transmitidos através dos nervos somáticos dos mamilos para a medula espinal da mãe e então para o hipotálamo, onde promovem a secreção de ocitocina, ao mesmo tempo que causa secreção de prolactina. A ocitocina vai pelo sangue até as mamas, onde faz com que as células mioepiteliais se contraiam, assim transportando o leite dos alvéolos para os ductos, fazendo com que assim o leite comece a fluir. As mamas são as estruturas superficiais mais proeminentes na parede anterior do tórax, sobretudo nas mulheres. As mamas são formadas por tecido glandular e tecido fibroso de sustentação integrados a uma matriz adiposa, junto com vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Homens e mulheres têm mamas; normalmente, elas só são bem desenvolvidas em mulheres. As glândulas mamárias estão localizadas na tela subcutânea, sobre os músculos peitorais maior e menor. Na parte mais proeminente da mama está a papila mamária, circundada por uma área cutânea pigmentada circular, a aréola. As glândulas mamárias presentes nas mamas estão relacionadas com a reprodução nas mulheres. Nos homens, são rudimentares e não funcionais, formadas apenas por alguns pequenos ductos ou cordões epiteliais. A gordura ao redor do tecido glandular determina o tamanho das mamas não lactantes. O corpo aproximadamente circular da mama feminina fica apoiado sobre um leito que se estendetransversalmente da margem lateral do esterno até a linha axilar média e verticalmente da costela II a VI. Dois terços do leito são formados pela fáscia peitoral sobre o músculo peitoral maior; o outro terço, pela fáscia que cobre o músculo serrátil anterior. Entre a mama e a fáscia peitoral há um plano de tecido conectivo frouxo ou espaço potencial — o espaço retromamário. Esse plano, que contém pouca gordura, permite que a mama tenha algum grau de movimento sobre a fáscia peitoral. Uma pequena parte da glândula mamária pode estender-se ao longo da margem inferolateral do músculo peitoral maior em direção à fossa axilar, formando um processo axilar ou cauda de Spence. A glândula mamária está firmemente fixada à derme da pele sobrejacente, sobretudo por ligamentos cutâneos significativos, os ligamentos suspensores da mama (de Cooper). Essas condensações de tecido conectivo fibroso, mais desenvolvidas na parte superior da glândula, ajudam a sustentar os lobos e lóbulos da glândula mamária. Os ductos lactíferos dão origem a brotos que formam 15 a 20 lóbulos da glândula mamária, que constituem o parênquimada glândula mamária. Assim, cada lóbulo é drenado por um ducto lactífero, esses ductos convergem e têm aberturas independentes. Cada ducto tem uma parte dilatada, situada profundamente à aréola, o seio lactífero. As aréolas da mama contêm muitas glândulas sebáceas. As papilas mamárias são proeminências cônicas ou cilíndricas situadas nos centros das aréolas. As papilas mamárias não têm gordura, pelos nem glândulas sudoríparas. As extremidades das papilas são fissuradas e os ductos lactíferos abrem-se nelas. As papilas são formadas principalmente por fibras musculares lisas circulares que comprimem os ductos lactíferos durante a lactação. As glândulas mamárias são glândulas sudoríferas modificadas; portanto, não têm cápsula nem bainha. O contorno arredondado e a maior parte do volume das mamas são produzidos por gordura subcutânea, exceto durante a gravidez, quando as glândulas mamárias aumentam e há formação de novo tecido glandular. Os alvéolos que secretam leite são organizados de modo semelhante a cachos de uvas. Cada glândula mamária consiste em 15 a 25 lóbulos de glândulas tubuloalveolares compostas, cuja função é secretar leite para nutrir os recém-nascidos. Cada lóbulo, separado dos vizinhos por tecido conjuntivo denso e muito tecido adiposo, é, na realidade, uma glândula individualizada com seu próprio ducto excretor, chamado de ducto galactóforo Esses ductos, que medem 2 a 4,5 cm de comprimento, emergem independentemente no mamilo, que tem 15 a 25 aberturas, cada uma com aproximadamente 0,5 mm de diâmetro. A estrutura histológica das glândulas mamárias varia de acordo com o sexo, a idade e o estado fisiológico Estrutura das glândulas mamárias durante a puberdade e na mulher adulta Antes da puberdade, as glândulas mamárias são compostas de porções dilatadas, os seios galactóforos, e várias ramificações desses seios, os ductos galactóforos. Seu desenvolvimento em meninas durante a puberdade faz parte do processo de aquisição das características sexuais secundárias. Durante esse período, as mamas aumentam de tamanho e desenvolvem um mamilo proeminente. Em meninos, as mamas normalmente permanecem planas. O aumento das mamas durante a puberdade resulta do acúmulo de tecido adiposo e conjuntivo, além de certo crescimento e ramificação dos ductos galactóforos. A proliferação desses ductos e o acúmulo de gordura se devem ao aumento da quantidade de estrógenos circulantes durante a puberdade. Na mulher adulta, a estrutura característica da glândula – o lóbulo – desenvolve-se a partir das extremidades dos menores ductos. Um lóbulo consiste em vários ductos intralobulares que se unem em um ducto interlobular terminal (Figura). Cada lóbulo é imerso em tecido conjuntivo intralobular frouxo e muito celularizado, sendo que o tecido conjuntivo interlobular que separa os lóbulos é mais denso e menos celularizado. Próximo à abertura do mamilo, os ductos galactóforos se dilatam para formar os seios galactóforos. As aberturas externas dos ductos são revestidas por epitélio estratificado pavimentoso, o qual bruscamente se transforma em estratificado colunar ou cuboide nos ductos galactóforos. O revestimento dos ductos galactóforos e ductos interlobulares terminais é formado por epitélio simples cuboide, envolvido por células mioepiteliais. O tecido conjuntivo que cerca os alvéolos contêm muitos linfócitos e plasmócitos. A população de plasmócitos aumenta significativamente no fim da gravidez; eles são responsáveis pela secreção de imunoglobulinas (IgA secretora), que conferem imunidade passiva ao recém-nascido. A estrutura histológica dessas glândulas sofre pequenas alterações durante o ciclo menstrual, como, por exemplo, proliferação de células dos ductos em torno da época de ovulação. Essas mudanças coincidem com o período no qual o estrógeno circulante está no seu pico. A maior hidratação do tecido conjuntivo na fase pré-menstrual pode provocar aumento do volume da mama O mamilo tem forma cônica e pode ser rosa, marrom-claro ou marrom-escuro. Externamente, é coberto por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado contínuo com o da pele adjacente. A pele ao redor do mamilo constitui a aréola. Sua cor escurece durante a gravidez, como resultado de acúmulo local de melanina, e após o parto pode ficar mais claro, mas raramente retorna à sua tonalidade original. O epitélio do mamilo repousa sobre uma camada de tecido conjuntivo rico em fibras musculares lisas, as quais estão dispostas circularmente ao redor dos ductos galactóforos mais profundos e paralelamente a eles quando entram no mamilo. O mamilo é provido de abundantes terminações nervosas sensoriais, importantes para produzir o reflexo da ejeção do leite pela secreção de ocitocina. Glândulas mamárias durante a gravidez e a lactação As glândulas mamárias sofrem intenso crescimento durante a gravidez por ação sinérgica de vários hormônios, principalmente estrógenos, progesterona, prolactina e lactogênio placentário humano. Uma das ações desses hormônios é o desenvolvimento de alvéolos nas extremidades dos ductos interlobulares terminais. Os alvéolos são conjuntos esféricos ou arredondados de células epiteliais, que são as estruturas ativamente secretoras de leite na lactação. Quatro a seis células mioepiteliais de forma estrelada envolvem cada alvéolo e se localizam entre as células epiteliais alveolares e a lâmina basal do epitélio. Durante a lactação, a quantidade de tecido conjuntivo e adiposo diminui consideravelmente em relação ao parênquima. Na lactação, as células secretoras se tornam cuboides pequenas e baixas, e o seu citoplasma apresenta gotículas esféricas de vários tamanhos que contêm triglicerídios, principalmente neutros. Quando cessa a amamentação (desmame), a maioria dos alvéolos desenvolvidos durante a gravidez sofre degeneração por apoptose. Assim, células inteiras são liberadas no lúmen dos alvéolos, e seus restos são retirados por macrófagos.