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Pediatria - febre, convulsão, Meningite, DOENÇAS RESPIRATÓRIAS VIAS AÉREAS SUPERIORES E PNEUMONIAS VIRAIS, PNEUMONIAS VIRAIS e INFECÇÃO URINÁRIA

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Pediatria 
 Medicina - unisc 
 5º Semestre 
 Daryane Raupp - ATM 2026.2 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 Febre 
 De�nição de febre : Febre é de�nida como a temperatura retal (melhor 
 correlação com a temperatura central) igual ou superior a 38ºC. Entretanto, no 
 Brasil e em outros países, a temperatura axilar máxima é de 37,8ºC - de acordo 
 com a Sociedade Brasileira de Pediatria. 
 Não confundir com hipertermia , que re�ete a di�culdade do corpo em 
 perder calor de forma e�ciente. Nesse caso não há alteração no ponto de 
 termorregulação (pode ser causada por exposição solar excessiva, muitas 
 roupas, excesso de atividade física, etc) - não tem mecanismo de compensação. 
 Fisiopatologia da febre: A temperatura corporal é controlada pelo 
 hipotálamo (onde se encontra o centro termorregulador) na área pré-óptica 
 hipotalâmica, de onde se controlam o balanço entre a produção de calor nos 
 músculos e no fígado e a perda de calor pela pele e pulmões. 
 No local do processo in�amatório e/ou infeccioso, macrófagos, linfócitos 
 e células endoteliais produzem pirógenos endogenos, que induzem as celulas 
 fagociticas a produzirem substancias de natureza protéica: as interleucinas 1, 6 e 
 o fator de necrose tumoral, que irão estimular a produção de prostaglandinas E2 
 (PGE2) e outros metabolitos da cascada do acido araquidonico que atuam no 
 termostato hipotalâmico, determinado alterações no setpoint da temperatura 
 corpórea e culminando com sua elevação (febre) 
 A produção de PGE2 é controlada por enzimas conhecidas como 
 ciclo-oxigenase (Cox) 
 - Cox1: produção de prostaglandinas, resulta em diversos efeitos 
 �siológicos, como proteção gástrica, agregação plaquetária, homeostase 
 vascular e manutenção do �uxo sanguíneo renal 
 - Cox2: presente nos locais de in�amação, por isso denominada enzima 
 indutiva. 
 Pirógeno Exógeno estimula os macrofagos que irão produzir os pirógenos 
 endógenos , IL 1, IL6 e TNF alpha. Que irá acionar o hipotálamo, que irá aumentar 
 a temperatura por meio da aceleração do metabolismo para combater algo “de 
 fora” com o intuito de conservar o calor (arrepio, frio, vasoconstrição periférica 
 e aumento da temperatura central) e isso irá acarretar na FEBRE (taquicardia, 
 irritabilidade, vasoconstrição periférica). 
 O aumento da atividade metabólica (provocada pelas prostaglandinas e 
 leucotrienos) induz a migração de leucócitos que aumenta atividade bactericida 
 dos macrófagos e da produção de anticorpos pelos linfócitos. 
 1 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 Quando se está com febre há a alteração do metabolismo do ferro (menos 
 absorção de ferro pelo intestino) para aumentar a defesa. Isso, gera uma “FALSA 
 ANEMIA” - pois é transitória pelo desvio do metabolismo do ferro. 
 Qual seria a temperatura corporal normal? Não 
 existe uma temperatura corporal normal, pois ela 
 varia conforme a idade, o ritmo circadiano (de 
 manhã a temperatura é menor que a noite) e o local 
 de aferição. 
 Níveis de interesse pediátrico: 
 36,5ºC - 37,2ºC - Faixa de variação circadiana 
 38,2ºC - Limite mínimo para uso de antitérmico recomendado pelo OMS (Pode 
 dar medicação de acordo com sensações) 
 38,5ºC - Febre moderada 
 39,5ºC - Febre alta 
 39,7ºC - Risco de bacteremia 
 42ºC - Risco de dano neurológico 
 Termômetros: 
 Termômetro digital é o ideal para todas as idades (em casos especí�cos usar o 
 retal). O termômetro auricular, antes de 4 meses não vai ser �dedigno. 
 Causas de febre: 
 ➔ Vírus e bactérias; 
 ➔ Vacinas (tríplice bacteriana) - antitérmico só se criança �car muito 
 desconfortável; 
 ➔ Tratamentos com interferon; 
 ➔ Trauma; 
 ➔ Neoplasia - febre de origem desconhecida e prolongadas; 
 ➔ Uso de drogas ilícitas (aumento do metabolismo e modi�cação do SNC). 
 Causas de febre na criança: 
 ➔ CAUSAS MAIS FREQUENTES: Amigdalite, otite, bronco pneumonias 
 (virais) e infecção urinária. 
 Atenção : Criança abatida com manchas de pele!!!! 
 2 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 Anamnese de uma criança com febre: 
 ➔ Idade da criança 
 ➔ Mudança de comportamento, tremores, alterações na pele ou apetite 
 ➔ Sintomas associados que sugiram algum diagnóstico: respiratórios, 
 gastrointestinais, dores localizadas 
 ➔ Duração de episódio febril 
 ➔ Intensidade de febre 
 ➔ Contato com pessoas com infecção ou viagens recentes 
 Exame físico: 
 Estado geral - prostrada, brincando, ativa… 
 Respiratório - Sinais de sofrimento respiratório? avaliar FR, batimento de asa de 
 nariz, tiragem intercostal ou de fúrcula. 
 P ele e mucosas - é natural vasoconstrição periférica, avaliar região central e 
 períneo. 
 Circulação e hidratação 
 Avaliar também, se é possível, após ceder a temperatura - antitérmico resolve? 
 Criança apresenta melhora após passar febre?. 
 MENINGOCOCCEMIA 
 Sinais e sintomas que acompanham a febre: 
 Rash cutâneo (exantema viral, normal) x petéquias ou púrpuras (Atenção) 
 Mau estado geral 
 Tempo de enchimento capilar maior ou igual a 3 segundos 
 Rigidez de nuca (Brudzinski) 
 Petéquias não se desfazem com pressão: 
 CONVULSÃO FEBRIL: 
 De 9 meses a 5 anos 
 Predisposição genética 
 Incidência aproximada de 3 a 4% 
 Aumento rápido de temperatura (descarga neuronal muito rápida - não tem 
 haver com temperatura altíssima) 
 Tônico-clônico generalizada - cianótica 
 EEG normal 
 Não causa dano cerebral 
 Descartar a possibilidade de meningite 
 3 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 COR DA PELE, LÁBIOS E LÍNGUA: 
 Palidez reportada por parente ou cuidador 
 Pálido, moteado, cinza ou azul 
 ATIVIDADE: 
 Não responde normalmente aos cuidadores 
 Não sorri 
 Baixa atividade 
 4 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 RESPIRAÇÃO 
 Batimento de asa de nariz 
 Taquipneia 
 RR > 50 rpm, 6-12 meses 
 RR > 40 rpm, + 12 meses 
 Saturação <96% 
 Ruídos no peito 
 Grunhido 
 Taquipneia 
 RR >60 rpm 
 Moderada ou severa tiragem costal 
 CIRCULAÇÃO E HIDRATAÇÃO: 
 Taquicardia 
 > 160 bpm, < 1 ano 
 > 150 bpm , 1-2 anos 
 > 140 bpm, 2-5 anos 
 Enchimento capilar >/= 3 segundos 
 Mucosas secas 
 Não mama bem 
 Redução de urina 
 Redução de turgência na pele 
 OUTROS: 
 3 - 6 meses: temperatura maior ou 
 igual a 39ºC 
 Febre por 5 dias ou mais 
 Rigidez 
 Inchaço de membro ou articulações 
 Sem sustentar o próprio peso, não 
 usa as extremidades 
 Menor de 3 meses com temperatura 
 maior ou igual a 38ºC 
 Erupções cutâneas não 
 esbranquiçada 
 Abaulamento de fontanelas 
 Rigidez de pescoço 
 Estado epileptico 
 Sinais neurológicos focais 
 Convulsões 
 ABORDANDO A FEBRE NA CRIANÇA: 
 Exames laboratoriais: 
 ➔ Hemograma 
 ➔ Hemossedimentação 
 ➔ Proteína C reativa (bacteriana) 
 ➔ Exame de urina (EQU e Urocultura) 
 ➔ Liquor 
 ➔ Hemocultura (suspeita de bacteremia) 
 ➔ Rx de tórax 
 Tratamento sintomático: 
 ➔ Meios físicos: Banho na temperatura ambiente e esponjamento. 
 ➔ Drogas: 
 ● Acetaminophen (paracetamol, tylenol) 
 ● Ibuprofeno (antiin�amatório - para lactente pode ter efeitos 
 gastrointestinais) 
 ● Dipirona (risco remoto de aplasia de medula) 
 - Bloqueio de prostaglandina, que dá início à febre. 
 ★ 1mL=20 gotas - revisar se está sendo utilizado da forma preconizada pelo fabricante; 
 ★ Usar somente se a criança estiver com sintomas, não para reduzir a temperatura; 
 ★ Reduzir a temperatura não previne convulsão; 
 ★ Escolha a droga e procure usar uma só (evitar efeitos colaterais e risco de toxicidade). 
 5 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 Convulsão 
 CONVULSÃO: É uma alteração cerebral caracterizadapor uma descarga 
 excessiva e síncrona de um grupo de neurônios. A manifestação clínica é 
 variável e quando a sintomatologia é motora, ela é denominada “convulsiva”. 
 Crise convulsiva em vigência de febre: Ex: Criança com febre e meningite - a 
 infecção do SNC pode por si só, causar convulsão. 
 ★ Sempre na chegada colocar crise convulsiva em vigência de febre - fazer investigação 
 com exame físico, e procurar diagnóstico. Se não tiver rigidez de nuca ou demais 
 características é provável que tenha uma convulsão febril. 
 NA INFÂNCIA - CÉREBRO IMATURO 
 •Mais propenso a desenvolver crises 
 •Córtex cerebral em desenvolvimento 
 •Descargas se propagam rápida e bilateralmente 
 CONVULSÃO FEBRIL 
 Crise convulsiva acompanhada por febre (temperatura maior ou igual a 38ºC 
 por qualquer método de medida) que ocorre em crianças de 6 meses a 60 meses 
 de idade sem evidência de infecção ou in�amação do sistema nervoso central, 
 alteração metabólica e sem história prévia de crise convulsiva. 
 Crise convulsiva Febril: 
 2-5% das crianças 
 Pico aos 18 meses 
 Sem causar danos neurológicos 
 Exclui casos de convulsão afebril prévia 
 Deve ser distinguida da epilepsia, que se caracteriza por convulsões não febris 
 recorrentes 
 ● Etiologia do processo infeccioso não parece ser determinante para a crise 
 febril 
 ● Presença de febre é essencial, embora não se conheça seu mecanismo 
 ● Os vírus são normalmente mais envolvidos com convulsões febris, por serem 
 os mais prevalentes na comunidade, O tipo de doença desencadeante de febre 
 mais frequente é a doença respiratória. 
 ● É comum a associação com o exantema súbito (roséola infantum) e menos 
 frequente com o sarampo 
 6 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 ➔ Maior risco no dia é no dia da vacina da DPT e 14 dias após MMR (tríplice 
 viral) 
 ➔ Genética: história familiar em pais e irmão 
 ➔ Tônico-clônica generalizada (TCG) de curta duração, seguida de letargia ou 
 sonolência pós ictal 
 ➔ Olhar parado, desvio conjugado do olhar para cima, hipertonia, hipotonia, 
 abalos clônicos 
 QUAL É MOMENTO DA CRISE EM RELAÇÃO AO QUADRO FEBRIL? 
 A qualquer momento !! 
 21% na 1ª hora de febre 
 57% entre 1-24 horas 
 22% após 24 horas 
 TIPO DE CRISE: 
 - Simples: Generalizada de curta duração (< 15 minutos), sem recorrência em 24h, 
 na vigência de doença aguda febril, não resultante de infecção no SNC (80%) 
 Tem prognóstico benigno em quase todos os casos e não necessitam de uma 
 extensa investigação diagnóstica 
 - Complexa: Convulsão focal ou generalizada (>15 minutos), recorrência em 
 menos de 24 horas, podendo associar-se a anormalidades neurológicas 
 pós-ictais (Paralisia de Todd) 
 variado seguida de letargia ou sonolência pós-ictal 
 Necessitam de uma avaliação clínica mais detalhada e exames complementares 
 podem ser indicados devido ao maior risco de causas subjacentes detectáveis e 
 um discreto maior risco para o desenvolvimento posterior de epilepsia. 
 ETIOPATOGENIA: 
 - Associada a qualquer infecção 
 - Mais comum de VAS 
 - Amigdalite e OMA 
 - 86% quadros virais 
 - Exantema súbito (Roséola infantum – herpes 6) 
 - Maior risco no dia da DPT e 14 dias após MMR 
 GENÉTICA: 
 - história familiar em pais e irmãos 
 Fatores associados à recorrência da crise convulsiva febril: 
 - idade precoce da primeira crise (considerada menor que 18 meses), 
 - sexo masculino, 
 - antecedente familiar de CF ou epilepsia, 
 - anormalidade do desenvolvimento neuropsicomotor. 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 ★ O diagnóstico das crises febris é clínico, através de anamnese e exame físico 
 cuidadosos, devendo sempre classi�car a crise em simples ou complexa e identi�car o 
 possível foco da febre. 
 • Detalhes a crise, 
 • Pesquisar de imediato a presença de sinais meníngeos, 
 • Realizar o exame da fontanela, visando a descartar acometimento do sistema 
 nervoso central. 
 Considerar fortemente a punção lombar: 
 ➔ Criança abaixo de 12 meses após a primeira CF, nas quais as manifestações 
 do SNC podem não estar presentes (fontanela abaulada) 
 ➔ Crianças entre 12 a 18 meses, nas quais estas manifestações podem ser 
 incertas 
 ➔ Pacientes acima de 18 meses com primeiro episódio de CF a punção lombar 
 não deve ser realizada rotineiramente, mas sim mediante a observação 
 clínica de sinais e sintomas sugestivos de infecção central 
 INVESTIGAÇÃO 
 ➔ Punção lombar: PRESENÇA DE SINAIS MENÍNGEOS, PACIENTES COM ATB, 
 ➔ < 18 MESES DE IDADE 
 ➔ Exames laboratoriais de rotina devem ser feitos apenas como parte da 
 avaliação do quadro infeccioso e não por causa da CF. 
 ➔ TC e RM não devem ser indicados de rotina. (TAMANHO ANORMAL DA 
 CABEÇA,CRISES COMPLEXAS,ALTERAÇÃO FOCAL (paresia, parestesia) OU 
 SINAIS DE Hipertensão craniana - fundoscopia, edema de papila) 
 ➔ EEG (eletroencefalograma) posterior a resolução do quadro que originou a 
 febre(discordância x epilepsia). 
 Crises Complexas: 
 ➔ Recomendação de TC ou RM 
 ➔ EEG (alto valor no diagnóstico de encefalites virais) 
 ➔ A Punção lombar deve ser considerada suspeita de infecção no SNC. 
 - Tratamento de crise febril engloba fase aguda, pro�laxia e orientação aos 
 familiares 
 - A maior parte das crises termina antes dos paciente chegarem ao PA e o 
 médico na maioria das vezes avalia a criança já no período pós ictal 
 Conduta: 
 Recentemente foi sugerida a duração de 5 minutos do episódio convulsivo como 
 o limite para uma intervenção terapêutica ativa. 
 Esta observação foi feita porque crises que duram mais de 5 min, muitas vezes 
 não cessam espontaneamente e possuem um maior potencial para induzir 
 permanentemente lesão neuronal e ou resistência a drogas 
 8 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 Tratamento fase aguda crise febril: 
 ➔ Cuidados de vias aéreas: aspirar VAS = MANTER permeável 
 ➔ Monitorização sinais vitais (FR,FC,T axilar, Sat O2) 
 ➔ Oxigenioterapia 
 ➔ Acesso venoso 
 ➔ Se duração maior que 5 minutos: Diazepam 0,2-0,3 mg/kg EV ; 0,5 mg/kg VR 
 - pegar sonda nasogástrica, colocar no anus e instilar acrescida de soro e 
 depois um �ush de soro, ou Midazolam 0,2-0,7 mg/kg EV, IM , VR 
 ➔ Antitérmico ( DIPIRONA EV) 
 PROFILAXIA 
 - Discutível: não é recomendado uso contínuo de drogas anticonvulsivantes nas 
 crises febris simples 
 - Tratar apenas as crianças com fator risco para recorrência 
 - tendência de nunca tratar 1ª crise (simples) 
 - Pro�laxia contínua com fenobarbital (gardenal) e valproato (depakene): NÃO 
 MAIS RECOMENDADA 
 - ou intermitente com benzodiazepínicos. 
 ★ Caso o primeiro (dipirona) antitérmico não responda o intervalo de 4h e a temperatura 
 da criança começa a subir, como não se quer que a criança convulsione novamente, 
 pode tentar outro medicamento (paracetamol) para que veja a sensibilidade e diminuir 
 a febre. 
 CRISE FEBRIL- PROFILAXIA 
 Fenobarbital: 
 - E�cácia questionável por alguns trabalhos 
 - Efeitos colaterais em até 60%: hiperatividade, irritabilidade e distúrbio do sono. 
 - Risco de decréscimo do quociente de inteligência 
 - Reversíveis 
 Valproato (maior medo no uso): 
 - Apresenta risco de hepatite fulminante, 
 - Pode causar intolerância gástrica, ganho de peso e queda de cabelo. 
 (reversível) 
 Benzodiazepínicos 
 Suspender quando em 24h não fez mais febre (sem antitérmico) 
 - Literatura: opção mais aceita ultimamente, é a mais prudente para a pro�laxia 
 da CF. 
 - Diazepam via oral ou via retal na dose de0,5 a 1 mg/kg/dia, dividindo-se a 
 dose em 2 a 3 tomadas.(0,33 mg/kg 8/8 hs) 
 - A pro�laxia iniciada a qualquer sinal de adoecimento da criança a mantida por 
 24 horas após término da febre 
 De modo geral, a maioria das crianças com CF apresenta um único episódio 
 durante a vida 
 9 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 O risco de recorrência da crise febril varia em torno de 30%, sendo mais comum 
 entre seis meses e três anos de idade 
 Fatores de risco de recorrência associado às características do evento convulsivo 
 são: 
 -Crises focais 
 -duração prolongada 
 -recorrência de crise epiléptica no mesmo episódio de doença desencadeante 
 PROGNÓSTICO: 
 ➔ Idade precoce de início da CF = maior recorrência. 
 ➔ Sequelas neurológicas = CF complexas = morte,estado epiléptico, dé�cits de 
 coordenação motora, retardo mental, di�culdade de aprendizado e de 
 comportamento. 
 ➔ Risco maior de desenvolver epilepsia (porém a recorrência não é pré-requisito 
 para desenvolver epilepsia) 
 ➔ Cuidado com o alto potencial de efeitos colaterais com o uso de determinados 
 anticonvulsivantes 
 10 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 Meningite na pediatria 
 A meningite é uma doença in�amatória aguda que compromete as 
 meninges, re�etindo em in�amação da aracnóide e líquor cefalorraquidiano 
 (LCR). 
 A suspeita de meningite bacteriana é uma emergência médica e requer 
 diagnóstico e tratamento correto e imediato. 
 No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Casos da 
 doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de epidemias 
 ocasionais. 
 - Neisseria meningitidis é uma bactéria do tipo coco gram-negativo que se 
 agrupam aos pares, formando os diplococos . 
 PATOGÊNESE: Depende da virulência dos microrganismos e do grau de 
 resposta imune do hospedeiro 
 ➔ Colonização e invasão mucosa nasofaríngea (IgA protease, estase ciliar, 
 fímbrias adesivas) 
 ➔ Sobrevivência intravascular 
 ➔ Bacteremia 
 ➔ Cruzam a barreira hematoencefálica 
 ➔ Sobrevivência no LCR (replicação bacteriana, ausência defesa humoral no 
 LCR, fagocitose ine�caz) 
 ➔ Resposta in�amatória à replicação bacteriana (edema vasogênico, citotóxico e 
 intersticial, permeabilidade BHE, vasculite, �uxo cerebral com perda 
 autorregulação, hipóxia cortical) 
 ➔ Lesão cerebral 
 Pode ocorrer edema cerebral com o aumento da pressão intracraniana e herniação 
 cerebral súbita com evolução fatal da meningite bacteriana nas primeiras 24h de doença - 
 coincide com o aumento da resposta in�amatória gerada pelos antibióticos e pela 
 manipulação terapêutica que o paciente recebeu na admissão. ( o tempo de espera para 
 haver um diagnóstico e tratamento influencia no desenvolvimento de edema) 
 FISIOPATOLOGIA: 
 ➔ Aumento da pressão intracraniana (PIC) e alterações no �uxo sanguíneo 
 cerebral. 
 PIC – volume do cérebro, volume 
 do LCR e �uxo sanguíneo cerebral. 
 11 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 VASOGÊNICO: aumento da permeabilidade capilar da BHE; passagem de 
 proteínas; acúmulo de líquido na substância branca; tumor, abscesso, trauma, 
 hemorragia; resposta ao corticóide. 
 CITOTÓXICO : edema dos neurônios, glia e céls endoteliais; acúmulo líquor na 
 substância branca e cinzenta;PIC aumenta; síndrome da secreção inapropriada 
 do hormônio antidiurético (SSIHAD); hipóxia, isquemia, infecção; responde 
 agente osmótico - MANITOL. 
 INTERSTICIAL: movimento trans ependimário de líquido do sistema ventricular 
 para o parênquima; bloqueia/diminui a absorção de líquor e aumenta os 
 ventrículos; osmóticos e corticóide são pouco efetivos; DVP - hidrocefalia 
 congênita, meningite que deixa como sequela a hidrocefalia. 
 DISSEMINAÇÃO: 
 Depende do agente etiológico, as bactérias terão três tipos de mecanismos: 
 Hematogênica (corrente sanguínea), contiguidade(otite media aguda) e 
 continuidade (trauma aberto, neurocirurgias) 
 AGENTES: 
 ➔Bacterianos: Gram + e Gram – Micobactérias, Espiroquetas (Leptospira, 
 Treponema). 
 ➔Virais: enterovírus, arbovírus, mixovírus, EB,herpes, varicela zoster, 
 citomegalovírus 
 ➔Fúngicos: Criptococo, Candida 
 ➔Parasitas: Cisticerco, ameba, toxoplasma 
 Período de incubação e transmissibilidade: O Período de transmissibilidade é 
 variável, dependendo do agente infeccioso e da instituição do diagnóstico e 
 tratamento precoce. 
 Algumas meningites bacterianas têm maior importância epidemiológica 
 por sua maior contagiosidade. 
 A transmissão dos agentes bacterianos é de pessoa a pessoa, através das 
 vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe, havendo 
 necessidade de contato íntimo (residentes da mesma casa, dormitório coletivo 
 ou alojamento) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente. 
 Nestes casos, o período de incubação, em geral, é de 2 a 10 dias, em média de 3 a 
 4 dias. 
 No caso de doenças meningocócicas , a transmissibilidade persiste até 
 que o meningococo desapareça da nasofaringe. Em geral, isso ocorre após 24 
 horas de antibioticoterapia. Aproximadamente 10% da população pode 
 12 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 apresentar-se como portadores assintomáticos do meningococo, isto é, não 
 apresentam sintomas, mas podem transmitir a doença. 
 A transmissão da meningite viral é fecal-oral, também de grande 
 importância, especialmente nas infecções por enterovírus. Neste grupo estão 
 incluídos os três tipos de poliovírus, 28 tipos antigênicos do vírus echo, 23 tipos 
 do vírus coxsackie A, seis do vírus coxsackie B e cinco outros enterovírus. O 
 período de incubação para os enterovírus, situa-se comumente entre 7 e 14 dias, 
 podendo variar de 2 a 35 dias. 
 Em meningite fúngica destacam-se os fungos do gênero Cryptococcus, 
 sendo as espécies mais importantes a Cryptococcus neoformans e a 
 Cryptococcus gattii. Não é transmitido de pessoa a pessoa. Geralmente os 
 fungos são adquiridos por meio da inalação dos esporos que entram nos 
 pulmões e podem chegar até as meninges. O período de incubação é entre 3 
 semanas e 3 meses antes da admissão, mas individualmente pode variar de 2 dias 
 a 18 meses ou mais. 
 Nas meningites por parasitas as pessoas são infectadas pela ingestão de 
 produtos ou alimentos contaminados que tenham a forma ou a fase infecciosa 
 do parasita. - A neurocisticercose começa com cefaleia, e na sequência pode ter 
 uma crise convulsiva mas sem febre, terá um diagnóstico tardio. 
 Agentes mais frequentes na meningite bacteriana: 
 A Neisseria Meningitidis é a principal bactéria causadora de meningite 
 com alto potencial de epidemias, em segundo lugar encontramos o 
 Streptococcus Pneumoniae. 
 Com a introdução da vacina Hib houve redução drástica na incidência de 
 meningite por H. in�uenzae tipo B. 
 13 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 TCE e pós-cirurgia: Staphylococcus 
 aureus e epidermidis, bacilos gram 
 negativos, inclusive Pseudomonas 
 aeruginosa. 
 Fratura base de crânio: Streptococcus 
 pneumoniae, Haemophilus in�uenzae, 
 Streptococcus grupo A. 
 Derivação ventrículo-peritoneal: 
 Staphilococcus epidermidis s aureus, 
 bacilos gram negativos. 
 Lactentes: 
 Instabilidade térmica (febre x hipotermia) 
 Recusa alimentar 
 Gemência, irritabilidade, choro excessivo 
 Letargia, hipotonia, convulsões 
 Vômito, diarréia, icterícia 
 Fontanelaanterior abaulada 
 Sinais meníngeos (geralmente ausentes antes dos 12-18 meses) 
 Crianças: 
 Febre, vômitos, náuseas, cefaleias, fotofobia 
 Exantema petequial ou purpúrica - meningococo, enterovírus 
 Rigidez de nuca, Sinal de Kernig e Brudzinski 
 Convulsões, sinais neurológicos focais 
 Paresia de pares cranianos 
 Confusão mental, alteração do nível de consciência, coma, ataxia (marcha 
 cambaleante) 
 Letargia, irritabilidade 
 CEFALÉIA: holocraniana, persistente, progressiva, piora com movimentação, 
 tendência a �car em decúbito lateral e cabeça semi-�etida para trás. 
 VÔMITOS: não precedidos por náuseas, desencadeados por movimentação 
 súbita da cabeça, em jatos. Medicação anti-eméticas não tem tanto efeito na 
 criança. 
 A tríade de Cushing (hipertensão arterial sistêmica (sistólica) + bradicardia + 
 depressão respiratória) constitui um sinal tardio de hipertensão intracraniana. 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 DIAGNÓSTICO: É feito pelo exame e cultura do líquor (proteína, glicose, 
 leucócitos, Gram e cultura) que deve ser realizado na suspeita de meningite e em 
 crianças com bacteremia ou febre persistente. 
 A punção lombar deve ser sempre realizada preferencialmente antes do início da 
 antibioticoterapia, porém nos casos mais graves esse procedimento não deve 
 atrasar o início da terapia empírica. - meningococo não se atrasa a 
 antibioticoterapia - (meningococo tem uma endotoxina e entra no vaso 
 sanguíneo, quando disseminação hematogênica, e causa uma vasculite que 
 culminará em choque ). 
 Contra-indicações de punção lombar: Sinais de HIC (papiledema, alterações 
 respiratórias, sinais neurológicos focais), alterações cardiovasculares, sinais de 
 infecção cutânea sobre o local da punção lombar. - Na hipotensão: não se faz 
 pois a posição da retirada do líquor pode piorar ainda mais a hipotensão do 
 paciente 
 Indicações de Tomogra�a computadorizada de crânio previamente à PL: sinal 
 neurológico focal, coma, papiledema e edema cerebral. 
 Além do líquor é necessário coletar glicemia sérica: 
 ● Líquor normal em paciente com > 1 mês de vida = CRIANÇAS: 
 Cor Incolor 
 Aspecto límpido 
 Eritrócitos 0 
 Leucócitos 5 ou menos/mm3 
 Proteínas 15 – 45 mg/dl 
 Glicose 60 – 90 mg/dl ou 
 2/3 glicemia 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 TRATAMENTO: 
 Na maioria das vezes a antibioticoterapia é iniciada de forma empírica , pois a 
 meningite bacteriana é considerada uma emergência. 
 A terapia hídrica deve ser cuidadosa. Para pacientes estáveis, deve-se manter 
 com leve a moderada restrição hídrica, em torno de 1.200 a 1.500 mL/m2. 
 Iniciar nutrição entérica logo que possível. 
 A dexametasona reduz a perda auditiva nos casos de meningite por 
 Haemophilus in�uenzae tipo B e Streptococcus pneumoniae. Apesar do seu uso 
 ser alvo de controvérsia, é recomendado na dose de 0,6mg/kg/dia a cada 6 horas 
 por 2 a 4 dias. Efeito máximo se administrada 1 a 2 horas antes da 1a dose de 
 antibiótico, mas também e�caz se administrada simultaneamente. Não deve ser 
 usada em menores de 6 semanas de vida, meningites parcialmente tratadas, 
 meningites não bacteriana ou por Gram negativos. 
 ➔ Antibioticoterapia inicial empírica de acordo com a idade: 
 Infecção no SNC Patógenos mais comuns Comuns tratamento Empírico Duração do tratamento 
 RN (<30 dias) S. agalactiae 
 E. coli 
 Listeria sp. 
 Ampicilina 300mg/kg/dia EV 
 6/6h + Gentamicina 5 - 
 7,5 mg/kg/dia EV 8/8h 
 ou 
 Cefotaxime 200mg/kg/dia EV 
 6/6h 
 2-3 semanas 
 * Enterobactérias >3 
 semanas 
 1 – 3 meses S. agalactiae 
 E. coli 
 Listeria sp. 
 S. pneumoniae 
 N. meningitidis 
 H. in�uenzae B 
 Ampicilina 300mg/kg/dia EV 
 6/6h + Ceftriaxone 
 100mg/kg/dia EV 12/12h 
 ou 
 Cefotaxime 200mg/kg/dia EV 
 6/6h 
 7 – 10 dias 
 Crianças >3 
 meses 
 S. pneumoniae 
 N. meningitidis 
 H. in�uenzae B 
 Ceftriaxone 100mg/kg/dia EV 
 12/12h 
 ou 
 Cefotaxime 200mg/kg/dia EV 
 6/6h 
 Em caso de S. pneumoniae 
 resistente associar 
 Vancomicina 60mg/kg/dia 6/6h 
 EV 
 7 – 10 dias 
 ● A meningite viral não possui tratamento com antiviral - a única tratada 
 com aciclovir é se houver suspeita de meningite herpética. 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 A mortalidade é menor que 10%, sendo mais elevada no período neonatal e na 
 meningite pneumocócica. 
 A mortalidade por Neisseria meningitidis e Hib é menor que 5%. 
 As sequelas graves no desenvolvimento neuropsicomotor �cam em torno de 
 10-20% e a morbidade neurocomportamental é de 50%. 
 Fatores de mau prognóstico: 
 ➔ Atraso no diagnóstico e início do tratamento; 
 ➔ Recém-nascido e lactentes menores que 6 meses; 
 ➔ Tipo e virulência do microrganismo:Gram negativo ou Streptococcus 
 pneumoniae; 
 ➔ Microrganismo multirresistente aos antimicrobianos; 
 ➔ Glicorraquia < 20 mg/dL na admissão; 
 ➔ Concentrações altas de bactérias no LCR; 
 ➔ Gravidade da doença à apresentação: sinais neurológicos focais e/ou coma 
 ➔ Convulsões tardias (> 72h após início da antibioticoterapia); 
 ➔ Más condições sócio-econômicas. 
 DICAS E OBSERVAÇÕES: 
 ➔ QUIMIOPROFILAXIA: 
 N. meningitidis: Rifampicina 20mg/kg/dia de 12/12 horas por 2 dias 
 Haemophilus: Rifampicina 20mg/kg/dia 1x ao dia por 4 dias 
 - Contato da criança com meningite (irmão, colegas de creche) e gestante 
 ➔ CRITÉRIOS DE UTI: 
 Alterações nos sinais vitais, exame físico ou outros exames laboratoriais que 
 sugiram um processo séptico generalizado ou choque, como trombocitopenia, 
 petéquias, hiponatremia, neutropenia, acidose grave ou Glasgow menor ou igual 
 a 9. 
 ➔ INDICAÇÕES DE LIQUOR DE CONTROLE: 
 I. falta de resposta em 48-72 horas 
 II. lactente < 3 meses 
 III. meningite por gram negativo 
 IV. pneumococo resistente à B-lactâmicos 
 MENINGOENCEFALITE HERPÉTICA: 
 Quadro grave com início súbito, febre alta, sinais meníngeos, desorientação, 
 espasticidade, coma e óbito. 
 Em 70% dos pacientes não tratados a doença é rapidamente progressiva 
 podendo levar a morte ou sequelas neurológicas incapacitantes. 
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 DIAGNÓSTICO: Tendência a envolvimento da região temporal e região orbital do 
 lobo frontal, mas pode localizar-se em qualquer área do cérebro. 
 - LCR : viral e até normal 
 - PCR: sensibilidade de 75% e especi�cidade de 100% 
 - TC: hipodensidades temporais 
 - RM: hipersinal em T2 
 - EEG: PLEDS = descargas 
 epileptiformes periódicas 
 lateralizadas 
 TRATAMENTO: 
 ACICLOVIR - 
 Dose: 1500 mg/m²/dia 
 ou 
 30 mg/kg/dia, 
 divididos a cada 8 horas, 
 por 14 a 21 dias. 
 CASOS CLÍNICOS: 
 1) Paciente de 26 dias de vida, com recusa alimentar há 24 hs, afebril segundo a 
 mãe, sonolenta. 
 Fontanela abaulada, desidratada, períodos de irritação, T axilar 34,5º C. 
 Suspeita diagnóstica e exames a serem solicitados? 
 MENINGITE - VIRAL OU BACTERIANA 
 HMG COMPLETO, HMC COM ANTIBIOGRAMA, PCR QUANTITATIVO, GLICEMIA, 
 LIQUOR COMPLETO. 
 2) Paciente de 5 anos com febre elevada(39,1C), vômitos e cefaléia intensa há 
 24hs. 
 Regular estado geral e hipoativa, com dor a manipulação do pescoço e rigidez 
 de nuca. 
 Suspeita diagnóstica e exames a serem solicitados? 
 MENINGITE - VIRAL OU BACTERIANA 
 HMG COMPLETO, HMC COM ANTIBIOGRAMA, PCR QUANTITATIVO, GLICEMIA, 
 LIQUOR COMPLETO. 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 3) Paciente de 1 a 4 meses, com febre e cefaléia há dois 
 dias, ontem passou a apresentar vômitos, 
 recebendo metoclopramida gotas sem resposta. 
 À noite , iniciou lesões cutâneas petéquias em face, 
 braços e pernas,com áreas de con�uência para 
 tórax , 38,7ºC, sonolento,hipocorado, hidratado, 
 hipotenso , taquicárdico , taquipneico, presença de 
 rigidez de nuca. 
 Suspeita diagnóstica e exames a serem solicitados? 
 MENINGITE MENINGOCÓCICA= UTI! 
 HMG COMPLETO,HMC COM ANTIBIOGRAMA,PCR 
 QUANTITATIVO , TP , KTTP, GLICEMIA,LIQUOR COMPLETO…= ATB! 
 SÓDIO, POTÁSSIO, CÁLCIO, TP, 
 ATTP, GASOMETRIA ARTERIAL. 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS: VIAS AÉREAS SUPERIORES E 
 PNEUMONIAS VIRAIS 
 Obstrução de via aérea - Podem ser de origem congênita ou adquirida 
 ➔ Causas congênitas: laringomalácia, estenose subglótica, Síndrome de 
 Pierre-Robin (perceptiva na face do paciente, ir atrás de diagnóstico), 
 malformações vasculares, hemangiomas, atresias de coanas (passar a sonda, 
 se a sonda não passar, ter atresia) e fístulas (traqueoesofagica) 
 ➔ Causas adquiridas : quadros infecciosos (viral ou bacteriana) como laringite, 
 epiglotite, traqueíte bacteriana e abscesso retrofaríngeo; corpos estranhos, 
 iatrogenias (causada pelo médico), traumas e processos alérgicos. 
 Laringomalácia - bebe que nasce ou apresenta nos primeiros dois 
 anos de vida que denota uma obstrução de VAS 
 ● Mais comum em menores de 2 anos 
 ● Imaturidade neurológica ou de cartilagens 
 ● Piora com: choro, agitação, infecções de vias aéreas 
 ● Resolução espontânea ou supraglotoplastia (cirurgia) 
 Paralisia Cordas Vocais 
 ● Idiopáticas (grande parte delas) 
 ● Tocotraumatismo - traumatismo ocorrido no período de parto 
 (lesão nervo recorrente,unilateral em RNs) 
 ● Síndrome de Arnold-Chiari (bilateral) 
 ● Tratamento: doença de base, aritenoidectomia ou até 
 traqueostomia. 
 ESTENOSE - edema, pode ocorrer por intubação prolongada 
 GRANULOMA: - Pode ser causado por uma 
 papilomatose laríngea. 
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 PAPILOMATOSE LARÍNGEA (HPV) - 2ª 
 CAUSA DE DISFONIA em crianças entre 2 e 5 
 anos de idade. Infecção materna por HPV, não 
 é diagnosticado logo no nascimento da 
 criança, vai ser posterior com a criança vindo 
 para consulta com disfonia ou outras 
 características. 
 COMPRESSÕES VASCULARES - Hemangioma supraglótico 
 ● Estridor bifásico (expiração e inspiração) 
 ● Tratamento: conservador (corticóide) ou traqueostomia 
 Síndrome Pierre-Robin 
 ● Anomalia craniofacial congênita Hipoplasia mandibular 
 ● A sequência de Robin (SR) é descrita na literatura como uma 
 tríade de anomalias caracterizada por micrognatia, 
 glossoptose e �ssura de palato. 
 ● A acuidade auditiva deve ser feita. 
 Sinais clínicos de obstrução de vias aéreas superiores: 
 Estridor Secundário: a um �uxo turbulento e ruidoso 
 ➔ Obstrução glótica e supraglótica: Estridor inspiratório 
 ➔ Obstrução entre glote e traquéia: Estridor bifásico 
 ➔ Obstrução em traquéia distal ou brônquio: Estridor expiratório 
 Dor: 
 Rica inervação sensitiva. 
 A dor pode ser referida à deglutição (odinofagia). 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 Voz: 
 Rouquidão 
 Posição Preferencial: 
 Protrusão da região mentoniana, 
 hiperextensão cervical e abertura da cavidade oral, com o objetivo de 
 aumentar o calibre da via aérea. 
 Retrações: 
 Esforço inspiratório maior retrações supraesternais, 
 supraclaviculares e intercostais. Retração esternal é um sinal de 
 hipoventilação grave e falência respiratória iminente (muito grave - 
 sedar e entubar) 
 Na maioria dos casos de obstrução respiratória alta somente a história e o exame 
 físico fornecem subsídios su�cientes para o diagnóstico correto. 
 Pacientes podem apresentar sinais sistêmicos como sudorese, 
 agitação, taquicardia, seguidos de prostração. 
 Nenhum exame subsidiário deve retardar o início da terapêutica! 
 Os exames que podem auxiliar no diagnóstico são: 
 Hemograma completo 
 Hemocultura c/ teste 
 VSG 
 Proteína C reativa 
 Swab de Orofaringe 
 Gasometria Arterial 
 Radiogra�a de Tórax e Região Cervical 
 Arteriogra�a 
 Endoscopia 
 Ecogra�a 
 Tomogra�a 
 Computadorizada 
 Ressonância Magnética 
 1. CRUPE 
 O termo “síndrome do crupe” caracteriza um grupo de doenças que variam em 
 envolvimento anatômico e etiológico, e se manifestam clinicamente com os 
 seguintes sintomas: rouquidão, tosse ladrante (latido de cão), estridor 
 predominantemente inspiratório e graus variados de desconforto respiratório. 
 Quando a etiologia desta síndrome é viral, denomina-se crupe viral. Outras 
 etiologias para síndrome do crupe incluem traqueíte bacteriana e difteria. 
 22 
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 Manejo - Crupe 
 ● Adrenalina inalatória, na nebulização: 
 ➔ Constrição arteríolas pré-capilares pelos receptores alfa-adrenérgicos 
 ➔ Diminuição do edema da mucosa laríngea 
 Depois analisar se houve taquicardia pela adrenalina, se diminuiu a rouquidão, ir 
 avaliando nas próximas horas 
 ● Corticóide oral: dexametasona (EV, quando interar) ou Prednisolona 
 ➔ Diminuir edema 
 ➔ Diminuir número de hospitalização 
 ➔ Menor duração hospitalização 
 ➔ Menor necessidade de intervenções - entubação 
 Necessidade de internação quando: 
 Estridor progressivo e acentuado em repouso 
 Insu�ciência respiratória 
 Hipóxia e cianose 
 Alteração nível de consciência 
 Social 
 2. LARINGITE VIRAL 
 ETIOLOGIA: 
 Vírus parain�uenzae 1, 2, 3 
 Vírus in�uenzae A e B 
 Vírus sincicial respiratório 
 Adenovírus 
 Mycoplasma pneumoniae (> 5 anos). 
 Características clínicas: 
 Sinais e sintomas de resfriado comum: coriza, congestão nasal, dor de garganta e 
 tosse com febre variável. A tosse torna-se proeminente, com qualidade metálica 
 (foca) e a voz torna-se rouca. 
 Sinais de angústia respiratória: com início de taquipnéia, estridor (quando 
 agitados ou chorando), batimento das asas do nariz e retrações supra-esternais e 
 intercostais. 
 O diagnóstico é realizado em bases clínicas. 
 Se for efetuada uma radiogra�a ântero posterior, pode-se 
 observar o denominado Sinal de Campanário (Ponta do Lápis) 
 em consequência do edema subglótico. 
 A contagem hematológica é inferior a 10.000 células por 
 milímetro cúbico, com predomínio dos linfócitos. 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 Tratamento: 
 ➔ A inquietação da criança representa um dos principais e mais importantes 
 tratamentos - deixar a criança no colo da mãe até a criança acalmar, e no 
 colo da mãe mesmo iniciar a nebulização 
 ➔ Pode ser administrado a cada 20 - 30 minutos o tratamento inalatório com 
 Adrenalina 
 ➔ O uso de corticóides na laringotraqueíte aguda aceito como padrão de 
 cuidados Dexametasona oral ou parenteral Prednisolona oral - Não 
 ultrapassa 5 dias de uso 
 ➔ Se a intubação for necessária, a sonda nasotraqueal freqüentemente deve 
 permanecer durante 3 a 4 dias = extravasamento de ar em torno do tubo= 
 re�etindo a resolução da in�amação - tubo menor do que normal. 
 Indicação para hospitalização incluem: 
 presença de estridor, ansiedade, agitação, cianose retrações em repouso. 
 3. ASPIRAÇÃO CORPO ESTRANHO 
 Faixa etária pediátrica? 
 Entre 6 meses e 3 anos de 
 idade. 
 ATENTAR: 
 Qualquer criança com 
 queixas pulmonares sem 
 explicação - nunca teve 
 história de problema 
 respiratório. 
 início súbito de tosse 
 durante a alimentação ou 
 brincadeira com 
 pequenos objetos 
 CONDUTA: 
 O grau de urgência depende da localização do corpo estranho e do grau de 
 angústia respiratória 
 Se a criança não apresentar movimentação de ar, são realizadas a Manobra de 
 Heimlich (para crianças com mais de 1 ano de idade) ou são aplicadosgolpes nas 
 costas (para crianças com menos de 1 ano de idade). 
 A broncoscopia é o tratamento preferido para a remoção do corpo estranho. 
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 4. EPIGLOTITE 
 Epiglotite - Supraglotite: a mudança de nomenclatura 
 poderá ocorrer devido ao envolvimento de outras 
 estruturas (pregas ariepiglóticas, vestibulares...) além da 
 epiglote. 
 A epiglotite é causada quase sempre pelo Bactéria: 
 Haemo�lus in�uenzae do tipo B . 
 Comum nos meses de inverno e primavera. 
 Aparência tóxica do paciente e a rápida evolução da 
 obstrução respiratória alta - febre, prostrado, piora rápida. 
 Se considerado possível Rx lateral das vias aéreas 
 superiores “Sinal do polegar” 
 Não deve ser realizada a tentativa de visualização direta da 
 epiglote, já que ela pode desencadear um laringoespasmo 
 re�exo com obstrução total da via aérea. 
 O tratamento passa por intubação nasotraqueal 
 (IMEDIATAMENTE) e Antibioterapia endovenosa 
 (cefuroxime, ceftriaxona) para H. in�uenzae . 
 Com tratamento e�caz, a recuperação clínica é rápida e a maioria dos pacientes 
 é extubada dentro de 48-72 horas. 
 TRATAMENTO ANTIBIÓTICO - 10 a 14 dias 
 Cefuroxima (150 mg/Kg/dia) 
 Cefotaxima (150 mg/Kg/dia) 
 Ceftriaxona (100 mg/Kg/dia) 
 *Ampi-Sulbactam,Cloranfenicol 
 Pode-se isolar o H. in�uenzae da superfície da 
 epiglote ou através de hemocultura. 
 Quanto ao hemograma, este pode revelar uma 
 leucocitose com neutro�lia e uma PCR muito 
 positiva laringite viral). 
 A pro�laxia com RIFAMPICINA (20 mg/Kg/dia e máximo 600mg/dia por 4 dias) 
 para eliminação do estado de portador, é indicada em todas as crianças com 
 Epiglotite. 
 Os contatos domiciliares devem receber pro�laxia se houver um contato com 
 menos de 4 anos de idade, e os contatos escolares quando tiverem menos de 2 
 anos de idade. 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 Infecções de Vias Aéreas Superiores - Consultas frequentes e 
 absenteísmo! 
 OTITE MÉDIA AGUDA 
 Na criança, a tuba auditiva é mais horizontalizada e possui menor extensão de 
 sua porção ístimica, tornando-a mais propícia ao re�uxo de material nasal. 
 Incidência diminui após 6 
 anos de idade. 
 Usualmente é purulenta! 
 Agentes mais comuns: 
 • S. pneumoniae 
 • H. in�uenzae 
 Sintomas 
 Gerais: febre, cefaléia, vômitos 
 Especí�cos: otalgia, otorréia dé�cit de audição ou do equilíbrio 
 Tratamento 
 Amoxicilina (1ª escolha) 
 Se voltar, usar amoxicilina + Ac. Clavulânico 
 FARINGOAMIGDALITE 
 Etiologia: Viral ou Bacteriana 
 Sinais e sintomas: 
 Febre >38ºC 
 Dor de garganta 
 Linfadenomegalia cervical 
 Dor abdominal (adenite mesentérica) 
 Hiperemia c/ ou sem exsudato na orofaringe 
 Erupção escarlatiniforme (sugestivo de 
 Streptococcus hemolítico A!) 
 Tratamento: 
 Se vírus, tratamento com os sintomáticos. 
 Em bactérias - Amoxicilina 1º escolha (Amoxicilina + Ac. Clavulânico) 
 26 
 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 SINUSITES AGUDAS: 
 Causa mais comum: Oclusão do óstio 
 Agentes causais: 
 • Haemophilus in�uenzae 
 • Streptococcus pneumoniae 
 • Moraxella catharralis 
 Sintomas: • Dor, febre, rinorréia purulenta, até epistaxe 
 Diagnóstico 
 • Exame físico (presença de gota pós nasal) 
 • Rx de seios da face (incidências de face: Fronto Naso e Mento Naso). 
 Não esquecer de perguntar ao paciente se - Sintomas: 
 - Nariz entupido 
 - Secreção no nariz, geralmente amarela ou verde 
 - Secreção que escorre na garganta 
 - Mau cheiro no nariz ou boca 
 - Dor na face 
 - Redução da capacidade de sentir cheiro 
 Gotejamento pós-nasal: sinal da “Chama de Vela” 
 Tratamento: 
 Sintomático: analgésicos e antitérmicos 
 Descongestionante (uso questionável - não são prescritos academicamente) 
 - NUNCA NAFAZOLINA - 
 Higienização adequada! 
 Antibiótico: Amoxicilina 1ª escolha (ou Amoxicilina + Ac. Clavulânico) 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 PNEUMONIAS VIRAIS 
 Etiologia: 
 ● Vírus 
 ➔ Sincicial respiratório 
 ➔ In�uenza 
 ➔ Parain�uenza 
 ➔ Adenovírus 
 ➔ Rinovírus 
 ● Pneumococo 
 ● Mycoplasma pneumoniae 
 ● Chlamydia pneumoniae 
 ● Outros 
 Vírus é mais frequente em lactentes (14 -35%). 
 Os vírus são responsáveis pela maioria das PAC, em torno de 90% até um ano de 
 idade e 50% em escolares. 
 Destaca-se o Vírus Sincicial Respiratório, como o de maior incidência 
 Transmissão: 
 Propagação entre pessoas 
 Aspiração 
 Hematogênica 
 Contiguidade 
 Pelo contato íntimo 
 Características clínicas - variam de acordo com: 
 A idade da criança 
 O microrganismo envolvido 
 E a presença ou ausência de doença subjacente. 
 Quadro clínico: 
 Espirros e rinorréia com secreção clara (IVAS) 
 Febre 
 Diminuição do apetite 
 Irritabilidade 
 Tosse 
 Dispnéia 
 Apnéia 
 Prolongamento da expiração 
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 Sinais de alerta OMS: 
 < 2 meses idade: Com taquipnéia ou tiragem 
 > 2 meses idade: Com taquipnéia e tiragem / recusa alimentar / alteração do 
 sensório 
 Taquipnéia 
 Considerado o sinal clínico primário em Pediatria 
 A apnéia é um sinal proeminente entre os lactentes com menos de 2 meses de 
 idade, porém achados do exame físico são menos de�nitivos 
 Ausculta: Entrada de ar bilateral, presença de sibilos, roncos ou ruídos 
 respiratórios, crepitações. 
 Valores de referência para FR conforme faixa etária: 
 < 2 meses: FR ≥ 60 incursões respiratórias por minuto; 
 2 a 11 meses: FR ≥ 50 incursões respiratórias por minuto; 
 1 a 4 anos: FR ≥ 40 incursões respiratórias por minuto. 
 Cardiopatia congênita e a displasia broncopulmonar (estão associadas a 
 pneumonia viral de maior gravidade(causada pelo RSV). 
 ● Os achados físicos mais con�áveis de pneumonia são os de angústia 
 respiratória – taquipnéia, taquicardia, batimento de asas do nariz e 
 retrações costais. 
 ● Crises de apnéia ou tosse acompanhadas de cianose - todavia, podem ser 
 observadas em repouso se houver desequilíbrio signi�cativo da 
 ventilação perfusão. 
 ● Febre 
 Como reconhecer? 
 História clínica 
 Exame físico 
 Raio X de tórax AP + P 
 Quando persistirem dúvidas, podem ser realizados exames laboratoriais para 
 auxiliar no diagnóstico diferencial. 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 RX TÓRAX ÂNTERO-POSTERIOR RX TÓRAX LATERAL ou 
 PERFIL 
 RAIO X - pedir sempre ântero posterior e per�l. 
 CASOS CLÍNICOS: TODOS TEM PNEUMONIA 
 A) B) C) 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 Pneumonia Viral 
 Avaliação radiológica: 
 Hiperinsu�ação torácica difusa com aumento do 
 volume pulmonar 
 Hipertransparência 
 Reti�cação do diafragma 
 Coxim de ar retroesternal 
 Atelectasias 
 Padrão intersticial: 
 Espessamento peribrônquico 
 In�ltrado intersticial difuso 
 Hiperinsu�ação 
 Investigação laboratorial, se necessária. 
 Hemograma completo: 
 Hemocultura com teste 
 PCR 
 Pesquisa de Vírus respiratório: 
 In�uenza, Parain�uenza, VSR 
 Adenovírus,Rinovírus 
 Gasometria arterial 
 Cultura de secreções (se disponível) 
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 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 
 Investigação Microbiológica: 
 Aspirado nasofaríngeo para a pesquisa de vírus deve ser coletado em todas as 
 crianças com idade até os 18 meses. 
 Estudos de Identi�cação Viral - Isolamento do vírus em células 
 Imuno�uorescência da secreção das vias aéreas (sensibilidade 70% e 
 especi�cidade 90%) 
 Biologia molecular - PCR- reação em cadeia de polimerase 
 TRATAMENTO: 
 Primariamente expectante e de suporte. 
 a) Hidratação - restaurar a hidratação normal - Importante estabelecer o estado 
 de hidratação das crianças de pouca idade, visto que o aumento das perdas 
 insensíveis em decorrência da febre e da hiperventilação,associado à anorexia, 
 pode resultar em dé�cits signi�cativos 
 b) Oxigenação - Única medida terapêutica comprovadamente e�caz 
 Melhora a hipoxemia, diminui o esforço e o gasto energético associado 
 A saturação deve �car entre 93 e 95% 
 Tenda, cateter ou máscara 
 c) Mobilização das secreções VAI 
 Fisioterapia: 
 Desobstrução e higiene brônquica (remoção do muco) 
 Prevenção de atelectasias e recrutamento alveolar 
 Promove melhor ventilação-perfusão e diminui o trabalho respiratório 
 MEDICAMENTOS: 
 Sintomáticos: febre e desconforto: paracetamol, dipirona ou ibuprofeno. 
 NUNCA USAR ácido acetilsalicílico EM PEDIATRIA - Síndrome de Reye 
 Antibiótico: Apesar de contra-indicado sua utilização é frequente. 
 Pode ser administrada terapia antimicrobiana se evidências radiológicas 
 concomitantes de pneumonia bacteriana. 
 Indicadores de gravidade e admissão hospitalar. 
 Saturação de O2 <92% 
 Cianose 
 FR >70 /min 
 Di�culdade respiratória 
 Apnéia intermitente 
 Prognóstico: 
 As crianças com pneumonia devem ser reavaliadas clinicamente em 2 a 3 
 semanas após o diagnóstico. 
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 O aspecto importante a ser reconhecido é que cerca de 20% dos pacientes com 
 casos não complicados de pneumonia apresentam anormalidades radiográ�cas 
 persistentes em 3 a 4 semanas após o diagnóstico. 
 Pro�laxia: 
 Palivizumab (Synagis) é um anticorpo monoclonal dirigido contra RSV, que foi 
 aprovado para imunopro�laxia em crianças com menos de 24 meses de idade e 
 que apresenta história clínica de doença pulmonar crônica ou história de parto 
 prematuro. 
 Aprovado para crianças com cardiopatia congênita hemodinamicamente 
 signi�cativa. 
 Na bronquiolite viral aguda: 
 FÁRMACO 
 Ribavirina: 
 ➔ Alto custo 
 ➔ Reduz tempo de internação I 
 ➔ Imunodeprimidos, cardiopatas, �brocísticos, pacientes com insu�ciência 
 ventilatória 
 Prevenção - Lavagem de mãos! 
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 INFECÇÃO URINÁRIA 
 Uma das infecções bacterianas mais frequentes em Pediatria 
 Com um diagnóstico precoce - Evita-se insu�ciência renal crônica (nefropatia 
 do re�uxo) 
 Evento sentinela - anomalias congênitas do rim e trato urinário (CAKUT) 
 Nas demais idades a prevalência é maior em meninas. 
 Neonatal maior prevalencia no sexo masculino. 
 Fisiopatologia - Fímbrias aderi na mucosa 
 - Proteus: 
 Relacionado ao menino RN 
 com bactérias no prepúcio. 
 Fímbrias aderem à mucosa na região da parede renal. Assim estimula a produção de 
 citocinas que estimulam o recrutamento dos neutrófilos que aumenta a permeabilidade 
 vascular (reação inflamatória). Essa reação com o tempo,depois do processo agudo pode 
 formar uma cicatriz. No espaço da cicatriz não terá mais néfrons funcionando (Tecido 
 conjuntivo). 
 Sinais e sintomas: 
 Febre 
 Irritabilidade 
 Icterícia 
 Distensão abdominal 
 Baixo ganho ponderal 
 Ecogra�a antenatal - alteração suspeita do rim é necessário fazer uma triagem. 
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 Diagnóstico: 
 ➔ Punção suprapúbica é o padrão ouro. 
 2 cm acima do púbis, insere a agulha perpendicular. 
 ➔ Sondagem vesical > 1000 unidades formadoras de 
 colônia por mL 
 ➔ Saco coletor > 100.000 ufc/mL - É o mais considerado 
 de triagem; 
 Orientar a mãe a realizar uma boa higiene com água; 
 Evitar sabão antisséptico; 
 Só considera ITU > 100.000 ufc/ml. Se �car na dúvida realiza padrão-ouro; 
 ➔ Jato médio > 100.000 ufc/mL 
 Crianças com controle es�ncteriano; 
 Primeiro jato fora, para fazer limpeza; e depois coletar; 
 ➔ Clean catch - contaminação de 25% com amostra de urina clara excretada, 
 quando comparada com amostras de PSP. 
 Estimula com gaze geladinha para ela urinar, circular suprapúbico; estar com 
 bexiga cheia; 
 EQU: 
 Leucócitos - se a criança tem alguma irritação no períneo já não é tão sensível. 
 Exames complementares: 
 Urocultura, antibiograma. 
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 No resultado: nitrito positivo e gram negativo - Fazer tratamento empírico de 
 imediato e esperar os exames para con�rmar ATB 
 Esperar 48h-72h; 
 Se em 48h deu negativo = negativo; 
 Se deu positivo, precisa de um antibiograma; 
 Dependendo do quadro vamos aguardar o antibiograma; 
 Quando a criança é muito sintomática -> precisa iniciar imediatamente o atb (tto 
 empírico); quando vier o antibiograma (cerca de 48h) troca o atb pelo o mais 
 sensível. 
 UTICALC - Probabilidade de infecção 
 PIELONEFRITE (maior preocupação) CISTITE 
 Fluxograma de manejo inicial da ITU febril em menores de 2 anos: 
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 Tratamento 
 Empírico 
 - Escherichia coli 
 - Proteus mirabilis 
 Antibióticos mais usados na via oral: 
 Amoxicilina-clavulanato 
 Sulfametoxazol-Trimetropim 
 Cefalexina 
 Axetil-Cefuroxime 
 Cefprozil 
 Antibióticos mais usados parenteral: 
 Menor de três meses e comprometimento do estado geral: 
 Ceftriaxona 
 Cefotaxime 
 Ceftazidima 
 Gentamicina - Doenças crônicas, uso de pro�laxia - ototoxicidade e nefrotoxicidade 
 Tobramicina 
 Amicacina 
 Piperaciclina 
 Tempo de tratamento. 
 7 a 10 dias; 
 7 a 14 dias; 
 Avalia a criança, sintomatologia, repete exames… depende; 
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 Além do antibiótico. 
 Estado nutricional é essencial (Vit A); de�ciência de vit A tem mais chance de ter 
 ITU; 
 Alimentação equilibrada -> Vit A, Vit E; 
 Além disso, alguns estudos indicaram corticosteróides -> mas não tem nenhum 
 embasamento; Na prática não utiliza; 
 Depois do tratamento: 
 Urocultura de controle; 
 Pro�laxia; 
 Exames; 
 Urocultura de controle: 
 Melhora clínica + Con�rmação da sensibilidade na urocultura; 
 É recomendado fazer; 
 Apesar da maioria dos consensos recomendar urocultura de controle -> outros 
 autores dizem que não há necessidade diante falta de riscos e melhora clínica; 
 na prática se realiza 
 Quimiopro�laxia: 
 O uso de doses baixas de antimicrobianos a longo prazo; 
 Evitar recorrência de ITU; 
 Risco de recorrência; 
 Risco de cicatriz renal; 
 Já está no segundo episódio, tem risco de cicatriz renal (ser mais crítico em 
 relação a quimiopro�laxia); 
 Isso deve ser mais individualizada; 
 A pro�laxia deverá �car reservada para pacientes portadores de re�uxos maiores 
 ou igual ao de terceiro grau e para aquelas crianças que já apresentam cicatriz 
 renal. 
 O que são “cicatrizes renais”? Alguns segmentos 
 dos néfrons irão �car inoperantes. 
 Grau IV e V -> quimiopro�laxia e investigação 
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 ➔ Indicações para quimiopro�laxia 
 Alterações na ultrassonogra�a (antenatal ou atual); 
 Infecção febril com PCR positivo -> quadro mais sistêmico; 
 Re�exo vesico-ureteral IV ou V; 
 Uropatias obstrutivas; 
 Infecções recorrentes; 
 Investigação: 
 ➔ Ecografía abdominal e pélvica - má formação 
 grosseira 
 ➔ Uretrocistogra�a miccional - Re�uxo vesicoureteral 
 Contraste na bexiga (por meio de sonda) da criança e 
 depois de algumas horas faz RX. Já urinado. Se tem 
 re�uxo, o contraste vai �car e mostrar outras partes que 
 não deveriam mostrar. 
 ➔ Cintilogra�a renal com DMSA - ver se tem cicatriz renal. 
 Injeta-se um radioisótopo que tem a�nidade para 
 determinado tecido. Se injeta na circulação e 
 aguarda um período (3-4h) e vai para o 
 aparelho de cintilogra�a. Vai ver a captação. 
 Mais fácil de ver na parte posterior. Tem que 
 haver uma boa regularidade. Mostra também o 
 percentual de captação. 
 O algoritmo da investigação por imagem da ITU -> muda de consenso para consenso e 
 pela disponibilidade nos serviços. 
 Questões: 
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