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Pediatria Medicina - unisc 5º Semestre Daryane Raupp - ATM 2026.2 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Febre De�nição de febre : Febre é de�nida como a temperatura retal (melhor correlação com a temperatura central) igual ou superior a 38ºC. Entretanto, no Brasil e em outros países, a temperatura axilar máxima é de 37,8ºC - de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Não confundir com hipertermia , que re�ete a di�culdade do corpo em perder calor de forma e�ciente. Nesse caso não há alteração no ponto de termorregulação (pode ser causada por exposição solar excessiva, muitas roupas, excesso de atividade física, etc) - não tem mecanismo de compensação. Fisiopatologia da febre: A temperatura corporal é controlada pelo hipotálamo (onde se encontra o centro termorregulador) na área pré-óptica hipotalâmica, de onde se controlam o balanço entre a produção de calor nos músculos e no fígado e a perda de calor pela pele e pulmões. No local do processo in�amatório e/ou infeccioso, macrófagos, linfócitos e células endoteliais produzem pirógenos endogenos, que induzem as celulas fagociticas a produzirem substancias de natureza protéica: as interleucinas 1, 6 e o fator de necrose tumoral, que irão estimular a produção de prostaglandinas E2 (PGE2) e outros metabolitos da cascada do acido araquidonico que atuam no termostato hipotalâmico, determinado alterações no setpoint da temperatura corpórea e culminando com sua elevação (febre) A produção de PGE2 é controlada por enzimas conhecidas como ciclo-oxigenase (Cox) - Cox1: produção de prostaglandinas, resulta em diversos efeitos �siológicos, como proteção gástrica, agregação plaquetária, homeostase vascular e manutenção do �uxo sanguíneo renal - Cox2: presente nos locais de in�amação, por isso denominada enzima indutiva. Pirógeno Exógeno estimula os macrofagos que irão produzir os pirógenos endógenos , IL 1, IL6 e TNF alpha. Que irá acionar o hipotálamo, que irá aumentar a temperatura por meio da aceleração do metabolismo para combater algo “de fora” com o intuito de conservar o calor (arrepio, frio, vasoconstrição periférica e aumento da temperatura central) e isso irá acarretar na FEBRE (taquicardia, irritabilidade, vasoconstrição periférica). O aumento da atividade metabólica (provocada pelas prostaglandinas e leucotrienos) induz a migração de leucócitos que aumenta atividade bactericida dos macrófagos e da produção de anticorpos pelos linfócitos. 1 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Quando se está com febre há a alteração do metabolismo do ferro (menos absorção de ferro pelo intestino) para aumentar a defesa. Isso, gera uma “FALSA ANEMIA” - pois é transitória pelo desvio do metabolismo do ferro. Qual seria a temperatura corporal normal? Não existe uma temperatura corporal normal, pois ela varia conforme a idade, o ritmo circadiano (de manhã a temperatura é menor que a noite) e o local de aferição. Níveis de interesse pediátrico: 36,5ºC - 37,2ºC - Faixa de variação circadiana 38,2ºC - Limite mínimo para uso de antitérmico recomendado pelo OMS (Pode dar medicação de acordo com sensações) 38,5ºC - Febre moderada 39,5ºC - Febre alta 39,7ºC - Risco de bacteremia 42ºC - Risco de dano neurológico Termômetros: Termômetro digital é o ideal para todas as idades (em casos especí�cos usar o retal). O termômetro auricular, antes de 4 meses não vai ser �dedigno. Causas de febre: ➔ Vírus e bactérias; ➔ Vacinas (tríplice bacteriana) - antitérmico só se criança �car muito desconfortável; ➔ Tratamentos com interferon; ➔ Trauma; ➔ Neoplasia - febre de origem desconhecida e prolongadas; ➔ Uso de drogas ilícitas (aumento do metabolismo e modi�cação do SNC). Causas de febre na criança: ➔ CAUSAS MAIS FREQUENTES: Amigdalite, otite, bronco pneumonias (virais) e infecção urinária. Atenção : Criança abatida com manchas de pele!!!! 2 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Anamnese de uma criança com febre: ➔ Idade da criança ➔ Mudança de comportamento, tremores, alterações na pele ou apetite ➔ Sintomas associados que sugiram algum diagnóstico: respiratórios, gastrointestinais, dores localizadas ➔ Duração de episódio febril ➔ Intensidade de febre ➔ Contato com pessoas com infecção ou viagens recentes Exame físico: Estado geral - prostrada, brincando, ativa… Respiratório - Sinais de sofrimento respiratório? avaliar FR, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal ou de fúrcula. P ele e mucosas - é natural vasoconstrição periférica, avaliar região central e períneo. Circulação e hidratação Avaliar também, se é possível, após ceder a temperatura - antitérmico resolve? Criança apresenta melhora após passar febre?. MENINGOCOCCEMIA Sinais e sintomas que acompanham a febre: Rash cutâneo (exantema viral, normal) x petéquias ou púrpuras (Atenção) Mau estado geral Tempo de enchimento capilar maior ou igual a 3 segundos Rigidez de nuca (Brudzinski) Petéquias não se desfazem com pressão: CONVULSÃO FEBRIL: De 9 meses a 5 anos Predisposição genética Incidência aproximada de 3 a 4% Aumento rápido de temperatura (descarga neuronal muito rápida - não tem haver com temperatura altíssima) Tônico-clônico generalizada - cianótica EEG normal Não causa dano cerebral Descartar a possibilidade de meningite 3 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 COR DA PELE, LÁBIOS E LÍNGUA: Palidez reportada por parente ou cuidador Pálido, moteado, cinza ou azul ATIVIDADE: Não responde normalmente aos cuidadores Não sorri Baixa atividade 4 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 RESPIRAÇÃO Batimento de asa de nariz Taquipneia RR > 50 rpm, 6-12 meses RR > 40 rpm, + 12 meses Saturação <96% Ruídos no peito Grunhido Taquipneia RR >60 rpm Moderada ou severa tiragem costal CIRCULAÇÃO E HIDRATAÇÃO: Taquicardia > 160 bpm, < 1 ano > 150 bpm , 1-2 anos > 140 bpm, 2-5 anos Enchimento capilar >/= 3 segundos Mucosas secas Não mama bem Redução de urina Redução de turgência na pele OUTROS: 3 - 6 meses: temperatura maior ou igual a 39ºC Febre por 5 dias ou mais Rigidez Inchaço de membro ou articulações Sem sustentar o próprio peso, não usa as extremidades Menor de 3 meses com temperatura maior ou igual a 38ºC Erupções cutâneas não esbranquiçada Abaulamento de fontanelas Rigidez de pescoço Estado epileptico Sinais neurológicos focais Convulsões ABORDANDO A FEBRE NA CRIANÇA: Exames laboratoriais: ➔ Hemograma ➔ Hemossedimentação ➔ Proteína C reativa (bacteriana) ➔ Exame de urina (EQU e Urocultura) ➔ Liquor ➔ Hemocultura (suspeita de bacteremia) ➔ Rx de tórax Tratamento sintomático: ➔ Meios físicos: Banho na temperatura ambiente e esponjamento. ➔ Drogas: ● Acetaminophen (paracetamol, tylenol) ● Ibuprofeno (antiin�amatório - para lactente pode ter efeitos gastrointestinais) ● Dipirona (risco remoto de aplasia de medula) - Bloqueio de prostaglandina, que dá início à febre. ★ 1mL=20 gotas - revisar se está sendo utilizado da forma preconizada pelo fabricante; ★ Usar somente se a criança estiver com sintomas, não para reduzir a temperatura; ★ Reduzir a temperatura não previne convulsão; ★ Escolha a droga e procure usar uma só (evitar efeitos colaterais e risco de toxicidade). 5 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Convulsão CONVULSÃO: É uma alteração cerebral caracterizadapor uma descarga excessiva e síncrona de um grupo de neurônios. A manifestação clínica é variável e quando a sintomatologia é motora, ela é denominada “convulsiva”. Crise convulsiva em vigência de febre: Ex: Criança com febre e meningite - a infecção do SNC pode por si só, causar convulsão. ★ Sempre na chegada colocar crise convulsiva em vigência de febre - fazer investigação com exame físico, e procurar diagnóstico. Se não tiver rigidez de nuca ou demais características é provável que tenha uma convulsão febril. NA INFÂNCIA - CÉREBRO IMATURO •Mais propenso a desenvolver crises •Córtex cerebral em desenvolvimento •Descargas se propagam rápida e bilateralmente CONVULSÃO FEBRIL Crise convulsiva acompanhada por febre (temperatura maior ou igual a 38ºC por qualquer método de medida) que ocorre em crianças de 6 meses a 60 meses de idade sem evidência de infecção ou in�amação do sistema nervoso central, alteração metabólica e sem história prévia de crise convulsiva. Crise convulsiva Febril: 2-5% das crianças Pico aos 18 meses Sem causar danos neurológicos Exclui casos de convulsão afebril prévia Deve ser distinguida da epilepsia, que se caracteriza por convulsões não febris recorrentes ● Etiologia do processo infeccioso não parece ser determinante para a crise febril ● Presença de febre é essencial, embora não se conheça seu mecanismo ● Os vírus são normalmente mais envolvidos com convulsões febris, por serem os mais prevalentes na comunidade, O tipo de doença desencadeante de febre mais frequente é a doença respiratória. ● É comum a associação com o exantema súbito (roséola infantum) e menos frequente com o sarampo 6 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 ➔ Maior risco no dia é no dia da vacina da DPT e 14 dias após MMR (tríplice viral) ➔ Genética: história familiar em pais e irmão ➔ Tônico-clônica generalizada (TCG) de curta duração, seguida de letargia ou sonolência pós ictal ➔ Olhar parado, desvio conjugado do olhar para cima, hipertonia, hipotonia, abalos clônicos QUAL É MOMENTO DA CRISE EM RELAÇÃO AO QUADRO FEBRIL? A qualquer momento !! 21% na 1ª hora de febre 57% entre 1-24 horas 22% após 24 horas TIPO DE CRISE: - Simples: Generalizada de curta duração (< 15 minutos), sem recorrência em 24h, na vigência de doença aguda febril, não resultante de infecção no SNC (80%) Tem prognóstico benigno em quase todos os casos e não necessitam de uma extensa investigação diagnóstica - Complexa: Convulsão focal ou generalizada (>15 minutos), recorrência em menos de 24 horas, podendo associar-se a anormalidades neurológicas pós-ictais (Paralisia de Todd) variado seguida de letargia ou sonolência pós-ictal Necessitam de uma avaliação clínica mais detalhada e exames complementares podem ser indicados devido ao maior risco de causas subjacentes detectáveis e um discreto maior risco para o desenvolvimento posterior de epilepsia. ETIOPATOGENIA: - Associada a qualquer infecção - Mais comum de VAS - Amigdalite e OMA - 86% quadros virais - Exantema súbito (Roséola infantum – herpes 6) - Maior risco no dia da DPT e 14 dias após MMR GENÉTICA: - história familiar em pais e irmãos Fatores associados à recorrência da crise convulsiva febril: - idade precoce da primeira crise (considerada menor que 18 meses), - sexo masculino, - antecedente familiar de CF ou epilepsia, - anormalidade do desenvolvimento neuropsicomotor. 7 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 ★ O diagnóstico das crises febris é clínico, através de anamnese e exame físico cuidadosos, devendo sempre classi�car a crise em simples ou complexa e identi�car o possível foco da febre. • Detalhes a crise, • Pesquisar de imediato a presença de sinais meníngeos, • Realizar o exame da fontanela, visando a descartar acometimento do sistema nervoso central. Considerar fortemente a punção lombar: ➔ Criança abaixo de 12 meses após a primeira CF, nas quais as manifestações do SNC podem não estar presentes (fontanela abaulada) ➔ Crianças entre 12 a 18 meses, nas quais estas manifestações podem ser incertas ➔ Pacientes acima de 18 meses com primeiro episódio de CF a punção lombar não deve ser realizada rotineiramente, mas sim mediante a observação clínica de sinais e sintomas sugestivos de infecção central INVESTIGAÇÃO ➔ Punção lombar: PRESENÇA DE SINAIS MENÍNGEOS, PACIENTES COM ATB, ➔ < 18 MESES DE IDADE ➔ Exames laboratoriais de rotina devem ser feitos apenas como parte da avaliação do quadro infeccioso e não por causa da CF. ➔ TC e RM não devem ser indicados de rotina. (TAMANHO ANORMAL DA CABEÇA,CRISES COMPLEXAS,ALTERAÇÃO FOCAL (paresia, parestesia) OU SINAIS DE Hipertensão craniana - fundoscopia, edema de papila) ➔ EEG (eletroencefalograma) posterior a resolução do quadro que originou a febre(discordância x epilepsia). Crises Complexas: ➔ Recomendação de TC ou RM ➔ EEG (alto valor no diagnóstico de encefalites virais) ➔ A Punção lombar deve ser considerada suspeita de infecção no SNC. - Tratamento de crise febril engloba fase aguda, pro�laxia e orientação aos familiares - A maior parte das crises termina antes dos paciente chegarem ao PA e o médico na maioria das vezes avalia a criança já no período pós ictal Conduta: Recentemente foi sugerida a duração de 5 minutos do episódio convulsivo como o limite para uma intervenção terapêutica ativa. Esta observação foi feita porque crises que duram mais de 5 min, muitas vezes não cessam espontaneamente e possuem um maior potencial para induzir permanentemente lesão neuronal e ou resistência a drogas 8 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Tratamento fase aguda crise febril: ➔ Cuidados de vias aéreas: aspirar VAS = MANTER permeável ➔ Monitorização sinais vitais (FR,FC,T axilar, Sat O2) ➔ Oxigenioterapia ➔ Acesso venoso ➔ Se duração maior que 5 minutos: Diazepam 0,2-0,3 mg/kg EV ; 0,5 mg/kg VR - pegar sonda nasogástrica, colocar no anus e instilar acrescida de soro e depois um �ush de soro, ou Midazolam 0,2-0,7 mg/kg EV, IM , VR ➔ Antitérmico ( DIPIRONA EV) PROFILAXIA - Discutível: não é recomendado uso contínuo de drogas anticonvulsivantes nas crises febris simples - Tratar apenas as crianças com fator risco para recorrência - tendência de nunca tratar 1ª crise (simples) - Pro�laxia contínua com fenobarbital (gardenal) e valproato (depakene): NÃO MAIS RECOMENDADA - ou intermitente com benzodiazepínicos. ★ Caso o primeiro (dipirona) antitérmico não responda o intervalo de 4h e a temperatura da criança começa a subir, como não se quer que a criança convulsione novamente, pode tentar outro medicamento (paracetamol) para que veja a sensibilidade e diminuir a febre. CRISE FEBRIL- PROFILAXIA Fenobarbital: - E�cácia questionável por alguns trabalhos - Efeitos colaterais em até 60%: hiperatividade, irritabilidade e distúrbio do sono. - Risco de decréscimo do quociente de inteligência - Reversíveis Valproato (maior medo no uso): - Apresenta risco de hepatite fulminante, - Pode causar intolerância gástrica, ganho de peso e queda de cabelo. (reversível) Benzodiazepínicos Suspender quando em 24h não fez mais febre (sem antitérmico) - Literatura: opção mais aceita ultimamente, é a mais prudente para a pro�laxia da CF. - Diazepam via oral ou via retal na dose de0,5 a 1 mg/kg/dia, dividindo-se a dose em 2 a 3 tomadas.(0,33 mg/kg 8/8 hs) - A pro�laxia iniciada a qualquer sinal de adoecimento da criança a mantida por 24 horas após término da febre De modo geral, a maioria das crianças com CF apresenta um único episódio durante a vida 9 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 O risco de recorrência da crise febril varia em torno de 30%, sendo mais comum entre seis meses e três anos de idade Fatores de risco de recorrência associado às características do evento convulsivo são: -Crises focais -duração prolongada -recorrência de crise epiléptica no mesmo episódio de doença desencadeante PROGNÓSTICO: ➔ Idade precoce de início da CF = maior recorrência. ➔ Sequelas neurológicas = CF complexas = morte,estado epiléptico, dé�cits de coordenação motora, retardo mental, di�culdade de aprendizado e de comportamento. ➔ Risco maior de desenvolver epilepsia (porém a recorrência não é pré-requisito para desenvolver epilepsia) ➔ Cuidado com o alto potencial de efeitos colaterais com o uso de determinados anticonvulsivantes 10 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Meningite na pediatria A meningite é uma doença in�amatória aguda que compromete as meninges, re�etindo em in�amação da aracnóide e líquor cefalorraquidiano (LCR). A suspeita de meningite bacteriana é uma emergência médica e requer diagnóstico e tratamento correto e imediato. No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de epidemias ocasionais. - Neisseria meningitidis é uma bactéria do tipo coco gram-negativo que se agrupam aos pares, formando os diplococos . PATOGÊNESE: Depende da virulência dos microrganismos e do grau de resposta imune do hospedeiro ➔ Colonização e invasão mucosa nasofaríngea (IgA protease, estase ciliar, fímbrias adesivas) ➔ Sobrevivência intravascular ➔ Bacteremia ➔ Cruzam a barreira hematoencefálica ➔ Sobrevivência no LCR (replicação bacteriana, ausência defesa humoral no LCR, fagocitose ine�caz) ➔ Resposta in�amatória à replicação bacteriana (edema vasogênico, citotóxico e intersticial, permeabilidade BHE, vasculite, �uxo cerebral com perda autorregulação, hipóxia cortical) ➔ Lesão cerebral Pode ocorrer edema cerebral com o aumento da pressão intracraniana e herniação cerebral súbita com evolução fatal da meningite bacteriana nas primeiras 24h de doença - coincide com o aumento da resposta in�amatória gerada pelos antibióticos e pela manipulação terapêutica que o paciente recebeu na admissão. ( o tempo de espera para haver um diagnóstico e tratamento influencia no desenvolvimento de edema) FISIOPATOLOGIA: ➔ Aumento da pressão intracraniana (PIC) e alterações no �uxo sanguíneo cerebral. PIC – volume do cérebro, volume do LCR e �uxo sanguíneo cerebral. 11 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 VASOGÊNICO: aumento da permeabilidade capilar da BHE; passagem de proteínas; acúmulo de líquido na substância branca; tumor, abscesso, trauma, hemorragia; resposta ao corticóide. CITOTÓXICO : edema dos neurônios, glia e céls endoteliais; acúmulo líquor na substância branca e cinzenta;PIC aumenta; síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SSIHAD); hipóxia, isquemia, infecção; responde agente osmótico - MANITOL. INTERSTICIAL: movimento trans ependimário de líquido do sistema ventricular para o parênquima; bloqueia/diminui a absorção de líquor e aumenta os ventrículos; osmóticos e corticóide são pouco efetivos; DVP - hidrocefalia congênita, meningite que deixa como sequela a hidrocefalia. DISSEMINAÇÃO: Depende do agente etiológico, as bactérias terão três tipos de mecanismos: Hematogênica (corrente sanguínea), contiguidade(otite media aguda) e continuidade (trauma aberto, neurocirurgias) AGENTES: ➔Bacterianos: Gram + e Gram – Micobactérias, Espiroquetas (Leptospira, Treponema). ➔Virais: enterovírus, arbovírus, mixovírus, EB,herpes, varicela zoster, citomegalovírus ➔Fúngicos: Criptococo, Candida ➔Parasitas: Cisticerco, ameba, toxoplasma Período de incubação e transmissibilidade: O Período de transmissibilidade é variável, dependendo do agente infeccioso e da instituição do diagnóstico e tratamento precoce. Algumas meningites bacterianas têm maior importância epidemiológica por sua maior contagiosidade. A transmissão dos agentes bacterianos é de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato íntimo (residentes da mesma casa, dormitório coletivo ou alojamento) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente. Nestes casos, o período de incubação, em geral, é de 2 a 10 dias, em média de 3 a 4 dias. No caso de doenças meningocócicas , a transmissibilidade persiste até que o meningococo desapareça da nasofaringe. Em geral, isso ocorre após 24 horas de antibioticoterapia. Aproximadamente 10% da população pode 12 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 apresentar-se como portadores assintomáticos do meningococo, isto é, não apresentam sintomas, mas podem transmitir a doença. A transmissão da meningite viral é fecal-oral, também de grande importância, especialmente nas infecções por enterovírus. Neste grupo estão incluídos os três tipos de poliovírus, 28 tipos antigênicos do vírus echo, 23 tipos do vírus coxsackie A, seis do vírus coxsackie B e cinco outros enterovírus. O período de incubação para os enterovírus, situa-se comumente entre 7 e 14 dias, podendo variar de 2 a 35 dias. Em meningite fúngica destacam-se os fungos do gênero Cryptococcus, sendo as espécies mais importantes a Cryptococcus neoformans e a Cryptococcus gattii. Não é transmitido de pessoa a pessoa. Geralmente os fungos são adquiridos por meio da inalação dos esporos que entram nos pulmões e podem chegar até as meninges. O período de incubação é entre 3 semanas e 3 meses antes da admissão, mas individualmente pode variar de 2 dias a 18 meses ou mais. Nas meningites por parasitas as pessoas são infectadas pela ingestão de produtos ou alimentos contaminados que tenham a forma ou a fase infecciosa do parasita. - A neurocisticercose começa com cefaleia, e na sequência pode ter uma crise convulsiva mas sem febre, terá um diagnóstico tardio. Agentes mais frequentes na meningite bacteriana: A Neisseria Meningitidis é a principal bactéria causadora de meningite com alto potencial de epidemias, em segundo lugar encontramos o Streptococcus Pneumoniae. Com a introdução da vacina Hib houve redução drástica na incidência de meningite por H. in�uenzae tipo B. 13 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 TCE e pós-cirurgia: Staphylococcus aureus e epidermidis, bacilos gram negativos, inclusive Pseudomonas aeruginosa. Fratura base de crânio: Streptococcus pneumoniae, Haemophilus in�uenzae, Streptococcus grupo A. Derivação ventrículo-peritoneal: Staphilococcus epidermidis s aureus, bacilos gram negativos. Lactentes: Instabilidade térmica (febre x hipotermia) Recusa alimentar Gemência, irritabilidade, choro excessivo Letargia, hipotonia, convulsões Vômito, diarréia, icterícia Fontanelaanterior abaulada Sinais meníngeos (geralmente ausentes antes dos 12-18 meses) Crianças: Febre, vômitos, náuseas, cefaleias, fotofobia Exantema petequial ou purpúrica - meningococo, enterovírus Rigidez de nuca, Sinal de Kernig e Brudzinski Convulsões, sinais neurológicos focais Paresia de pares cranianos Confusão mental, alteração do nível de consciência, coma, ataxia (marcha cambaleante) Letargia, irritabilidade CEFALÉIA: holocraniana, persistente, progressiva, piora com movimentação, tendência a �car em decúbito lateral e cabeça semi-�etida para trás. VÔMITOS: não precedidos por náuseas, desencadeados por movimentação súbita da cabeça, em jatos. Medicação anti-eméticas não tem tanto efeito na criança. A tríade de Cushing (hipertensão arterial sistêmica (sistólica) + bradicardia + depressão respiratória) constitui um sinal tardio de hipertensão intracraniana. 14 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 DIAGNÓSTICO: É feito pelo exame e cultura do líquor (proteína, glicose, leucócitos, Gram e cultura) que deve ser realizado na suspeita de meningite e em crianças com bacteremia ou febre persistente. A punção lombar deve ser sempre realizada preferencialmente antes do início da antibioticoterapia, porém nos casos mais graves esse procedimento não deve atrasar o início da terapia empírica. - meningococo não se atrasa a antibioticoterapia - (meningococo tem uma endotoxina e entra no vaso sanguíneo, quando disseminação hematogênica, e causa uma vasculite que culminará em choque ). Contra-indicações de punção lombar: Sinais de HIC (papiledema, alterações respiratórias, sinais neurológicos focais), alterações cardiovasculares, sinais de infecção cutânea sobre o local da punção lombar. - Na hipotensão: não se faz pois a posição da retirada do líquor pode piorar ainda mais a hipotensão do paciente Indicações de Tomogra�a computadorizada de crânio previamente à PL: sinal neurológico focal, coma, papiledema e edema cerebral. Além do líquor é necessário coletar glicemia sérica: ● Líquor normal em paciente com > 1 mês de vida = CRIANÇAS: Cor Incolor Aspecto límpido Eritrócitos 0 Leucócitos 5 ou menos/mm3 Proteínas 15 – 45 mg/dl Glicose 60 – 90 mg/dl ou 2/3 glicemia 15 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 TRATAMENTO: Na maioria das vezes a antibioticoterapia é iniciada de forma empírica , pois a meningite bacteriana é considerada uma emergência. A terapia hídrica deve ser cuidadosa. Para pacientes estáveis, deve-se manter com leve a moderada restrição hídrica, em torno de 1.200 a 1.500 mL/m2. Iniciar nutrição entérica logo que possível. A dexametasona reduz a perda auditiva nos casos de meningite por Haemophilus in�uenzae tipo B e Streptococcus pneumoniae. Apesar do seu uso ser alvo de controvérsia, é recomendado na dose de 0,6mg/kg/dia a cada 6 horas por 2 a 4 dias. Efeito máximo se administrada 1 a 2 horas antes da 1a dose de antibiótico, mas também e�caz se administrada simultaneamente. Não deve ser usada em menores de 6 semanas de vida, meningites parcialmente tratadas, meningites não bacteriana ou por Gram negativos. ➔ Antibioticoterapia inicial empírica de acordo com a idade: Infecção no SNC Patógenos mais comuns Comuns tratamento Empírico Duração do tratamento RN (<30 dias) S. agalactiae E. coli Listeria sp. Ampicilina 300mg/kg/dia EV 6/6h + Gentamicina 5 - 7,5 mg/kg/dia EV 8/8h ou Cefotaxime 200mg/kg/dia EV 6/6h 2-3 semanas * Enterobactérias >3 semanas 1 – 3 meses S. agalactiae E. coli Listeria sp. S. pneumoniae N. meningitidis H. in�uenzae B Ampicilina 300mg/kg/dia EV 6/6h + Ceftriaxone 100mg/kg/dia EV 12/12h ou Cefotaxime 200mg/kg/dia EV 6/6h 7 – 10 dias Crianças >3 meses S. pneumoniae N. meningitidis H. in�uenzae B Ceftriaxone 100mg/kg/dia EV 12/12h ou Cefotaxime 200mg/kg/dia EV 6/6h Em caso de S. pneumoniae resistente associar Vancomicina 60mg/kg/dia 6/6h EV 7 – 10 dias ● A meningite viral não possui tratamento com antiviral - a única tratada com aciclovir é se houver suspeita de meningite herpética. 16 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 A mortalidade é menor que 10%, sendo mais elevada no período neonatal e na meningite pneumocócica. A mortalidade por Neisseria meningitidis e Hib é menor que 5%. As sequelas graves no desenvolvimento neuropsicomotor �cam em torno de 10-20% e a morbidade neurocomportamental é de 50%. Fatores de mau prognóstico: ➔ Atraso no diagnóstico e início do tratamento; ➔ Recém-nascido e lactentes menores que 6 meses; ➔ Tipo e virulência do microrganismo:Gram negativo ou Streptococcus pneumoniae; ➔ Microrganismo multirresistente aos antimicrobianos; ➔ Glicorraquia < 20 mg/dL na admissão; ➔ Concentrações altas de bactérias no LCR; ➔ Gravidade da doença à apresentação: sinais neurológicos focais e/ou coma ➔ Convulsões tardias (> 72h após início da antibioticoterapia); ➔ Más condições sócio-econômicas. DICAS E OBSERVAÇÕES: ➔ QUIMIOPROFILAXIA: N. meningitidis: Rifampicina 20mg/kg/dia de 12/12 horas por 2 dias Haemophilus: Rifampicina 20mg/kg/dia 1x ao dia por 4 dias - Contato da criança com meningite (irmão, colegas de creche) e gestante ➔ CRITÉRIOS DE UTI: Alterações nos sinais vitais, exame físico ou outros exames laboratoriais que sugiram um processo séptico generalizado ou choque, como trombocitopenia, petéquias, hiponatremia, neutropenia, acidose grave ou Glasgow menor ou igual a 9. ➔ INDICAÇÕES DE LIQUOR DE CONTROLE: I. falta de resposta em 48-72 horas II. lactente < 3 meses III. meningite por gram negativo IV. pneumococo resistente à B-lactâmicos MENINGOENCEFALITE HERPÉTICA: Quadro grave com início súbito, febre alta, sinais meníngeos, desorientação, espasticidade, coma e óbito. Em 70% dos pacientes não tratados a doença é rapidamente progressiva podendo levar a morte ou sequelas neurológicas incapacitantes. 17 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 DIAGNÓSTICO: Tendência a envolvimento da região temporal e região orbital do lobo frontal, mas pode localizar-se em qualquer área do cérebro. - LCR : viral e até normal - PCR: sensibilidade de 75% e especi�cidade de 100% - TC: hipodensidades temporais - RM: hipersinal em T2 - EEG: PLEDS = descargas epileptiformes periódicas lateralizadas TRATAMENTO: ACICLOVIR - Dose: 1500 mg/m²/dia ou 30 mg/kg/dia, divididos a cada 8 horas, por 14 a 21 dias. CASOS CLÍNICOS: 1) Paciente de 26 dias de vida, com recusa alimentar há 24 hs, afebril segundo a mãe, sonolenta. Fontanela abaulada, desidratada, períodos de irritação, T axilar 34,5º C. Suspeita diagnóstica e exames a serem solicitados? MENINGITE - VIRAL OU BACTERIANA HMG COMPLETO, HMC COM ANTIBIOGRAMA, PCR QUANTITATIVO, GLICEMIA, LIQUOR COMPLETO. 2) Paciente de 5 anos com febre elevada(39,1C), vômitos e cefaléia intensa há 24hs. Regular estado geral e hipoativa, com dor a manipulação do pescoço e rigidez de nuca. Suspeita diagnóstica e exames a serem solicitados? MENINGITE - VIRAL OU BACTERIANA HMG COMPLETO, HMC COM ANTIBIOGRAMA, PCR QUANTITATIVO, GLICEMIA, LIQUOR COMPLETO. 18 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 3) Paciente de 1 a 4 meses, com febre e cefaléia há dois dias, ontem passou a apresentar vômitos, recebendo metoclopramida gotas sem resposta. À noite , iniciou lesões cutâneas petéquias em face, braços e pernas,com áreas de con�uência para tórax , 38,7ºC, sonolento,hipocorado, hidratado, hipotenso , taquicárdico , taquipneico, presença de rigidez de nuca. Suspeita diagnóstica e exames a serem solicitados? MENINGITE MENINGOCÓCICA= UTI! HMG COMPLETO,HMC COM ANTIBIOGRAMA,PCR QUANTITATIVO , TP , KTTP, GLICEMIA,LIQUOR COMPLETO…= ATB! SÓDIO, POTÁSSIO, CÁLCIO, TP, ATTP, GASOMETRIA ARTERIAL. 19 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS: VIAS AÉREAS SUPERIORES E PNEUMONIAS VIRAIS Obstrução de via aérea - Podem ser de origem congênita ou adquirida ➔ Causas congênitas: laringomalácia, estenose subglótica, Síndrome de Pierre-Robin (perceptiva na face do paciente, ir atrás de diagnóstico), malformações vasculares, hemangiomas, atresias de coanas (passar a sonda, se a sonda não passar, ter atresia) e fístulas (traqueoesofagica) ➔ Causas adquiridas : quadros infecciosos (viral ou bacteriana) como laringite, epiglotite, traqueíte bacteriana e abscesso retrofaríngeo; corpos estranhos, iatrogenias (causada pelo médico), traumas e processos alérgicos. Laringomalácia - bebe que nasce ou apresenta nos primeiros dois anos de vida que denota uma obstrução de VAS ● Mais comum em menores de 2 anos ● Imaturidade neurológica ou de cartilagens ● Piora com: choro, agitação, infecções de vias aéreas ● Resolução espontânea ou supraglotoplastia (cirurgia) Paralisia Cordas Vocais ● Idiopáticas (grande parte delas) ● Tocotraumatismo - traumatismo ocorrido no período de parto (lesão nervo recorrente,unilateral em RNs) ● Síndrome de Arnold-Chiari (bilateral) ● Tratamento: doença de base, aritenoidectomia ou até traqueostomia. ESTENOSE - edema, pode ocorrer por intubação prolongada GRANULOMA: - Pode ser causado por uma papilomatose laríngea. 20 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 PAPILOMATOSE LARÍNGEA (HPV) - 2ª CAUSA DE DISFONIA em crianças entre 2 e 5 anos de idade. Infecção materna por HPV, não é diagnosticado logo no nascimento da criança, vai ser posterior com a criança vindo para consulta com disfonia ou outras características. COMPRESSÕES VASCULARES - Hemangioma supraglótico ● Estridor bifásico (expiração e inspiração) ● Tratamento: conservador (corticóide) ou traqueostomia Síndrome Pierre-Robin ● Anomalia craniofacial congênita Hipoplasia mandibular ● A sequência de Robin (SR) é descrita na literatura como uma tríade de anomalias caracterizada por micrognatia, glossoptose e �ssura de palato. ● A acuidade auditiva deve ser feita. Sinais clínicos de obstrução de vias aéreas superiores: Estridor Secundário: a um �uxo turbulento e ruidoso ➔ Obstrução glótica e supraglótica: Estridor inspiratório ➔ Obstrução entre glote e traquéia: Estridor bifásico ➔ Obstrução em traquéia distal ou brônquio: Estridor expiratório Dor: Rica inervação sensitiva. A dor pode ser referida à deglutição (odinofagia). 21 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Voz: Rouquidão Posição Preferencial: Protrusão da região mentoniana, hiperextensão cervical e abertura da cavidade oral, com o objetivo de aumentar o calibre da via aérea. Retrações: Esforço inspiratório maior retrações supraesternais, supraclaviculares e intercostais. Retração esternal é um sinal de hipoventilação grave e falência respiratória iminente (muito grave - sedar e entubar) Na maioria dos casos de obstrução respiratória alta somente a história e o exame físico fornecem subsídios su�cientes para o diagnóstico correto. Pacientes podem apresentar sinais sistêmicos como sudorese, agitação, taquicardia, seguidos de prostração. Nenhum exame subsidiário deve retardar o início da terapêutica! Os exames que podem auxiliar no diagnóstico são: Hemograma completo Hemocultura c/ teste VSG Proteína C reativa Swab de Orofaringe Gasometria Arterial Radiogra�a de Tórax e Região Cervical Arteriogra�a Endoscopia Ecogra�a Tomogra�a Computadorizada Ressonância Magnética 1. CRUPE O termo “síndrome do crupe” caracteriza um grupo de doenças que variam em envolvimento anatômico e etiológico, e se manifestam clinicamente com os seguintes sintomas: rouquidão, tosse ladrante (latido de cão), estridor predominantemente inspiratório e graus variados de desconforto respiratório. Quando a etiologia desta síndrome é viral, denomina-se crupe viral. Outras etiologias para síndrome do crupe incluem traqueíte bacteriana e difteria. 22 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Manejo - Crupe ● Adrenalina inalatória, na nebulização: ➔ Constrição arteríolas pré-capilares pelos receptores alfa-adrenérgicos ➔ Diminuição do edema da mucosa laríngea Depois analisar se houve taquicardia pela adrenalina, se diminuiu a rouquidão, ir avaliando nas próximas horas ● Corticóide oral: dexametasona (EV, quando interar) ou Prednisolona ➔ Diminuir edema ➔ Diminuir número de hospitalização ➔ Menor duração hospitalização ➔ Menor necessidade de intervenções - entubação Necessidade de internação quando: Estridor progressivo e acentuado em repouso Insu�ciência respiratória Hipóxia e cianose Alteração nível de consciência Social 2. LARINGITE VIRAL ETIOLOGIA: Vírus parain�uenzae 1, 2, 3 Vírus in�uenzae A e B Vírus sincicial respiratório Adenovírus Mycoplasma pneumoniae (> 5 anos). Características clínicas: Sinais e sintomas de resfriado comum: coriza, congestão nasal, dor de garganta e tosse com febre variável. A tosse torna-se proeminente, com qualidade metálica (foca) e a voz torna-se rouca. Sinais de angústia respiratória: com início de taquipnéia, estridor (quando agitados ou chorando), batimento das asas do nariz e retrações supra-esternais e intercostais. O diagnóstico é realizado em bases clínicas. Se for efetuada uma radiogra�a ântero posterior, pode-se observar o denominado Sinal de Campanário (Ponta do Lápis) em consequência do edema subglótico. A contagem hematológica é inferior a 10.000 células por milímetro cúbico, com predomínio dos linfócitos. 23 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Tratamento: ➔ A inquietação da criança representa um dos principais e mais importantes tratamentos - deixar a criança no colo da mãe até a criança acalmar, e no colo da mãe mesmo iniciar a nebulização ➔ Pode ser administrado a cada 20 - 30 minutos o tratamento inalatório com Adrenalina ➔ O uso de corticóides na laringotraqueíte aguda aceito como padrão de cuidados Dexametasona oral ou parenteral Prednisolona oral - Não ultrapassa 5 dias de uso ➔ Se a intubação for necessária, a sonda nasotraqueal freqüentemente deve permanecer durante 3 a 4 dias = extravasamento de ar em torno do tubo= re�etindo a resolução da in�amação - tubo menor do que normal. Indicação para hospitalização incluem: presença de estridor, ansiedade, agitação, cianose retrações em repouso. 3. ASPIRAÇÃO CORPO ESTRANHO Faixa etária pediátrica? Entre 6 meses e 3 anos de idade. ATENTAR: Qualquer criança com queixas pulmonares sem explicação - nunca teve história de problema respiratório. início súbito de tosse durante a alimentação ou brincadeira com pequenos objetos CONDUTA: O grau de urgência depende da localização do corpo estranho e do grau de angústia respiratória Se a criança não apresentar movimentação de ar, são realizadas a Manobra de Heimlich (para crianças com mais de 1 ano de idade) ou são aplicadosgolpes nas costas (para crianças com menos de 1 ano de idade). A broncoscopia é o tratamento preferido para a remoção do corpo estranho. 24 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 4. EPIGLOTITE Epiglotite - Supraglotite: a mudança de nomenclatura poderá ocorrer devido ao envolvimento de outras estruturas (pregas ariepiglóticas, vestibulares...) além da epiglote. A epiglotite é causada quase sempre pelo Bactéria: Haemo�lus in�uenzae do tipo B . Comum nos meses de inverno e primavera. Aparência tóxica do paciente e a rápida evolução da obstrução respiratória alta - febre, prostrado, piora rápida. Se considerado possível Rx lateral das vias aéreas superiores “Sinal do polegar” Não deve ser realizada a tentativa de visualização direta da epiglote, já que ela pode desencadear um laringoespasmo re�exo com obstrução total da via aérea. O tratamento passa por intubação nasotraqueal (IMEDIATAMENTE) e Antibioterapia endovenosa (cefuroxime, ceftriaxona) para H. in�uenzae . Com tratamento e�caz, a recuperação clínica é rápida e a maioria dos pacientes é extubada dentro de 48-72 horas. TRATAMENTO ANTIBIÓTICO - 10 a 14 dias Cefuroxima (150 mg/Kg/dia) Cefotaxima (150 mg/Kg/dia) Ceftriaxona (100 mg/Kg/dia) *Ampi-Sulbactam,Cloranfenicol Pode-se isolar o H. in�uenzae da superfície da epiglote ou através de hemocultura. Quanto ao hemograma, este pode revelar uma leucocitose com neutro�lia e uma PCR muito positiva laringite viral). A pro�laxia com RIFAMPICINA (20 mg/Kg/dia e máximo 600mg/dia por 4 dias) para eliminação do estado de portador, é indicada em todas as crianças com Epiglotite. Os contatos domiciliares devem receber pro�laxia se houver um contato com menos de 4 anos de idade, e os contatos escolares quando tiverem menos de 2 anos de idade. 25 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Infecções de Vias Aéreas Superiores - Consultas frequentes e absenteísmo! OTITE MÉDIA AGUDA Na criança, a tuba auditiva é mais horizontalizada e possui menor extensão de sua porção ístimica, tornando-a mais propícia ao re�uxo de material nasal. Incidência diminui após 6 anos de idade. Usualmente é purulenta! Agentes mais comuns: • S. pneumoniae • H. in�uenzae Sintomas Gerais: febre, cefaléia, vômitos Especí�cos: otalgia, otorréia dé�cit de audição ou do equilíbrio Tratamento Amoxicilina (1ª escolha) Se voltar, usar amoxicilina + Ac. Clavulânico FARINGOAMIGDALITE Etiologia: Viral ou Bacteriana Sinais e sintomas: Febre >38ºC Dor de garganta Linfadenomegalia cervical Dor abdominal (adenite mesentérica) Hiperemia c/ ou sem exsudato na orofaringe Erupção escarlatiniforme (sugestivo de Streptococcus hemolítico A!) Tratamento: Se vírus, tratamento com os sintomáticos. Em bactérias - Amoxicilina 1º escolha (Amoxicilina + Ac. Clavulânico) 26 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 SINUSITES AGUDAS: Causa mais comum: Oclusão do óstio Agentes causais: • Haemophilus in�uenzae • Streptococcus pneumoniae • Moraxella catharralis Sintomas: • Dor, febre, rinorréia purulenta, até epistaxe Diagnóstico • Exame físico (presença de gota pós nasal) • Rx de seios da face (incidências de face: Fronto Naso e Mento Naso). Não esquecer de perguntar ao paciente se - Sintomas: - Nariz entupido - Secreção no nariz, geralmente amarela ou verde - Secreção que escorre na garganta - Mau cheiro no nariz ou boca - Dor na face - Redução da capacidade de sentir cheiro Gotejamento pós-nasal: sinal da “Chama de Vela” Tratamento: Sintomático: analgésicos e antitérmicos Descongestionante (uso questionável - não são prescritos academicamente) - NUNCA NAFAZOLINA - Higienização adequada! Antibiótico: Amoxicilina 1ª escolha (ou Amoxicilina + Ac. Clavulânico) 27 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 PNEUMONIAS VIRAIS Etiologia: ● Vírus ➔ Sincicial respiratório ➔ In�uenza ➔ Parain�uenza ➔ Adenovírus ➔ Rinovírus ● Pneumococo ● Mycoplasma pneumoniae ● Chlamydia pneumoniae ● Outros Vírus é mais frequente em lactentes (14 -35%). Os vírus são responsáveis pela maioria das PAC, em torno de 90% até um ano de idade e 50% em escolares. Destaca-se o Vírus Sincicial Respiratório, como o de maior incidência Transmissão: Propagação entre pessoas Aspiração Hematogênica Contiguidade Pelo contato íntimo Características clínicas - variam de acordo com: A idade da criança O microrganismo envolvido E a presença ou ausência de doença subjacente. Quadro clínico: Espirros e rinorréia com secreção clara (IVAS) Febre Diminuição do apetite Irritabilidade Tosse Dispnéia Apnéia Prolongamento da expiração 28 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Sinais de alerta OMS: < 2 meses idade: Com taquipnéia ou tiragem > 2 meses idade: Com taquipnéia e tiragem / recusa alimentar / alteração do sensório Taquipnéia Considerado o sinal clínico primário em Pediatria A apnéia é um sinal proeminente entre os lactentes com menos de 2 meses de idade, porém achados do exame físico são menos de�nitivos Ausculta: Entrada de ar bilateral, presença de sibilos, roncos ou ruídos respiratórios, crepitações. Valores de referência para FR conforme faixa etária: < 2 meses: FR ≥ 60 incursões respiratórias por minuto; 2 a 11 meses: FR ≥ 50 incursões respiratórias por minuto; 1 a 4 anos: FR ≥ 40 incursões respiratórias por minuto. Cardiopatia congênita e a displasia broncopulmonar (estão associadas a pneumonia viral de maior gravidade(causada pelo RSV). ● Os achados físicos mais con�áveis de pneumonia são os de angústia respiratória – taquipnéia, taquicardia, batimento de asas do nariz e retrações costais. ● Crises de apnéia ou tosse acompanhadas de cianose - todavia, podem ser observadas em repouso se houver desequilíbrio signi�cativo da ventilação perfusão. ● Febre Como reconhecer? História clínica Exame físico Raio X de tórax AP + P Quando persistirem dúvidas, podem ser realizados exames laboratoriais para auxiliar no diagnóstico diferencial. 29 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 RX TÓRAX ÂNTERO-POSTERIOR RX TÓRAX LATERAL ou PERFIL RAIO X - pedir sempre ântero posterior e per�l. CASOS CLÍNICOS: TODOS TEM PNEUMONIA A) B) C) 30 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Pneumonia Viral Avaliação radiológica: Hiperinsu�ação torácica difusa com aumento do volume pulmonar Hipertransparência Reti�cação do diafragma Coxim de ar retroesternal Atelectasias Padrão intersticial: Espessamento peribrônquico In�ltrado intersticial difuso Hiperinsu�ação Investigação laboratorial, se necessária. Hemograma completo: Hemocultura com teste PCR Pesquisa de Vírus respiratório: In�uenza, Parain�uenza, VSR Adenovírus,Rinovírus Gasometria arterial Cultura de secreções (se disponível) 31 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Investigação Microbiológica: Aspirado nasofaríngeo para a pesquisa de vírus deve ser coletado em todas as crianças com idade até os 18 meses. Estudos de Identi�cação Viral - Isolamento do vírus em células Imuno�uorescência da secreção das vias aéreas (sensibilidade 70% e especi�cidade 90%) Biologia molecular - PCR- reação em cadeia de polimerase TRATAMENTO: Primariamente expectante e de suporte. a) Hidratação - restaurar a hidratação normal - Importante estabelecer o estado de hidratação das crianças de pouca idade, visto que o aumento das perdas insensíveis em decorrência da febre e da hiperventilação,associado à anorexia, pode resultar em dé�cits signi�cativos b) Oxigenação - Única medida terapêutica comprovadamente e�caz Melhora a hipoxemia, diminui o esforço e o gasto energético associado A saturação deve �car entre 93 e 95% Tenda, cateter ou máscara c) Mobilização das secreções VAI Fisioterapia: Desobstrução e higiene brônquica (remoção do muco) Prevenção de atelectasias e recrutamento alveolar Promove melhor ventilação-perfusão e diminui o trabalho respiratório MEDICAMENTOS: Sintomáticos: febre e desconforto: paracetamol, dipirona ou ibuprofeno. NUNCA USAR ácido acetilsalicílico EM PEDIATRIA - Síndrome de Reye Antibiótico: Apesar de contra-indicado sua utilização é frequente. Pode ser administrada terapia antimicrobiana se evidências radiológicas concomitantes de pneumonia bacteriana. Indicadores de gravidade e admissão hospitalar. Saturação de O2 <92% Cianose FR >70 /min Di�culdade respiratória Apnéia intermitente Prognóstico: As crianças com pneumonia devem ser reavaliadas clinicamente em 2 a 3 semanas após o diagnóstico. 32 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 O aspecto importante a ser reconhecido é que cerca de 20% dos pacientes com casos não complicados de pneumonia apresentam anormalidades radiográ�cas persistentes em 3 a 4 semanas após o diagnóstico. Pro�laxia: Palivizumab (Synagis) é um anticorpo monoclonal dirigido contra RSV, que foi aprovado para imunopro�laxia em crianças com menos de 24 meses de idade e que apresenta história clínica de doença pulmonar crônica ou história de parto prematuro. Aprovado para crianças com cardiopatia congênita hemodinamicamente signi�cativa. Na bronquiolite viral aguda: FÁRMACO Ribavirina: ➔ Alto custo ➔ Reduz tempo de internação I ➔ Imunodeprimidos, cardiopatas, �brocísticos, pacientes com insu�ciência ventilatória Prevenção - Lavagem de mãos! 33 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 INFECÇÃO URINÁRIA Uma das infecções bacterianas mais frequentes em Pediatria Com um diagnóstico precoce - Evita-se insu�ciência renal crônica (nefropatia do re�uxo) Evento sentinela - anomalias congênitas do rim e trato urinário (CAKUT) Nas demais idades a prevalência é maior em meninas. Neonatal maior prevalencia no sexo masculino. Fisiopatologia - Fímbrias aderi na mucosa - Proteus: Relacionado ao menino RN com bactérias no prepúcio. Fímbrias aderem à mucosa na região da parede renal. Assim estimula a produção de citocinas que estimulam o recrutamento dos neutrófilos que aumenta a permeabilidade vascular (reação inflamatória). Essa reação com o tempo,depois do processo agudo pode formar uma cicatriz. No espaço da cicatriz não terá mais néfrons funcionando (Tecido conjuntivo). Sinais e sintomas: Febre Irritabilidade Icterícia Distensão abdominal Baixo ganho ponderal Ecogra�a antenatal - alteração suspeita do rim é necessário fazer uma triagem. 34 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Diagnóstico: ➔ Punção suprapúbica é o padrão ouro. 2 cm acima do púbis, insere a agulha perpendicular. ➔ Sondagem vesical > 1000 unidades formadoras de colônia por mL ➔ Saco coletor > 100.000 ufc/mL - É o mais considerado de triagem; Orientar a mãe a realizar uma boa higiene com água; Evitar sabão antisséptico; Só considera ITU > 100.000 ufc/ml. Se �car na dúvida realiza padrão-ouro; ➔ Jato médio > 100.000 ufc/mL Crianças com controle es�ncteriano; Primeiro jato fora, para fazer limpeza; e depois coletar; ➔ Clean catch - contaminação de 25% com amostra de urina clara excretada, quando comparada com amostras de PSP. Estimula com gaze geladinha para ela urinar, circular suprapúbico; estar com bexiga cheia; EQU: Leucócitos - se a criança tem alguma irritação no períneo já não é tão sensível. Exames complementares: Urocultura, antibiograma. 35 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 No resultado: nitrito positivo e gram negativo - Fazer tratamento empírico de imediato e esperar os exames para con�rmar ATB Esperar 48h-72h; Se em 48h deu negativo = negativo; Se deu positivo, precisa de um antibiograma; Dependendo do quadro vamos aguardar o antibiograma; Quando a criança é muito sintomática -> precisa iniciar imediatamente o atb (tto empírico); quando vier o antibiograma (cerca de 48h) troca o atb pelo o mais sensível. UTICALC - Probabilidade de infecção PIELONEFRITE (maior preocupação) CISTITE Fluxograma de manejo inicial da ITU febril em menores de 2 anos: 36 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Tratamento Empírico - Escherichia coli - Proteus mirabilis Antibióticos mais usados na via oral: Amoxicilina-clavulanato Sulfametoxazol-Trimetropim Cefalexina Axetil-Cefuroxime Cefprozil Antibióticos mais usados parenteral: Menor de três meses e comprometimento do estado geral: Ceftriaxona Cefotaxime Ceftazidima Gentamicina - Doenças crônicas, uso de pro�laxia - ototoxicidade e nefrotoxicidade Tobramicina Amicacina Piperaciclina Tempo de tratamento. 7 a 10 dias; 7 a 14 dias; Avalia a criança, sintomatologia, repete exames… depende; 37 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 Além do antibiótico. Estado nutricional é essencial (Vit A); de�ciência de vit A tem mais chance de ter ITU; Alimentação equilibrada -> Vit A, Vit E; Além disso, alguns estudos indicaram corticosteróides -> mas não tem nenhum embasamento; Na prática não utiliza; Depois do tratamento: Urocultura de controle; Pro�laxia; Exames; Urocultura de controle: Melhora clínica + Con�rmação da sensibilidade na urocultura; É recomendado fazer; Apesar da maioria dos consensos recomendar urocultura de controle -> outros autores dizem que não há necessidade diante falta de riscos e melhora clínica; na prática se realiza Quimiopro�laxia: O uso de doses baixas de antimicrobianos a longo prazo; Evitar recorrência de ITU; Risco de recorrência; Risco de cicatriz renal; Já está no segundo episódio, tem risco de cicatriz renal (ser mais crítico em relação a quimiopro�laxia); Isso deve ser mais individualizada; A pro�laxia deverá �car reservada para pacientes portadores de re�uxos maiores ou igual ao de terceiro grau e para aquelas crianças que já apresentam cicatriz renal. O que são “cicatrizes renais”? Alguns segmentos dos néfrons irão �car inoperantes. Grau IV e V -> quimiopro�laxia e investigação 38 Pediatria - Daryane Raupp ATM 2026.2 ➔ Indicações para quimiopro�laxia Alterações na ultrassonogra�a (antenatal ou atual); Infecção febril com PCR positivo -> quadro mais sistêmico; Re�exo vesico-ureteral IV ou V; Uropatias obstrutivas; Infecções recorrentes; Investigação: ➔ Ecografía abdominal e pélvica - má formação grosseira ➔ Uretrocistogra�a miccional - Re�uxo vesicoureteral Contraste na bexiga (por meio de sonda) da criança e depois de algumas horas faz RX. Já urinado. Se tem re�uxo, o contraste vai �car e mostrar outras partes que não deveriam mostrar. ➔ Cintilogra�a renal com DMSA - ver se tem cicatriz renal. Injeta-se um radioisótopo que tem a�nidade para determinado tecido. Se injeta na circulação e aguarda um período (3-4h) e vai para o aparelho de cintilogra�a. Vai ver a captação. Mais fácil de ver na parte posterior. Tem que haver uma boa regularidade. Mostra também o percentual de captação. O algoritmo da investigação por imagem da ITU -> muda de consenso para consenso e pela disponibilidade nos serviços. Questões: 39
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