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Pediatria Daryane Raupp - UNISC - ATM 2026.2 PRÁTICAS PEDIATRIA - Marília Aula 01 - Casos clínicos. Caso 01- Matheus, 6 anos. Motivo da consulta: febre há 2 dias e dor abdominal. Durante a anamnese, a mãe de Mateus relatou que há duas semanas teve catapora com algumas lesões muito “in�amadas”. Apresenta um pouco de tosse, mas acha que está muito abatido e pálido. No exame físico você identi�cou palidez nas mucosas e taquipneia. As lesões de pele estavam em crostas no tronco e membros. A ausculta pulmonar apresentava diminuição do murmúrio vesicular na base pulmonar esquerda. - Quais outros questionamentos devem ser feitos? Se foram feitas as vacinas, histórico de doença respiratória na família, febre foi aferida e de quanto era - importante saber se responde ao antitérmico - , na parte da dor abdominal saber onde dói e como é essa dor (palpar). Na parte respiratória se há secreção na tosse e se piora quando está em decúbito dorsal - Qual o diagnóstico mais provável? Diagnóstico mais provável é a pneumonia - Quais exames você deve solicitar? RX de tórax, hemograma (Hematocrito 32% (37%) - leve anemia, hemoglobina 10 (13,5) , leucócitos 25.600 (500-1300) - infecção, bastões 5.120 (200) - infecção bacteriana aguda). ➔ Neste caso, as lesões de pele que estavam em crostas são indicativos de uma varicela que está em estado de cicatrização. Com a queda da imunidade, e a porta de entrada (feridas da catapora) as bactérias da pele (Staphylococcus aureus) podem ser causadoras de pneumonia (como é o caso), meningite, artrite séptica e celulite. ➔ No derrame pleural, muitas vezes será indicada a punção e antibioticoterapia Em casos com secreções muito purulentas, também é indicada a drenagem. Pediatria Daryane Raupp - UNISC - ATM 2026.2 Caso 02 - João, 06 meses. Motivo da consulta: febre e tosse. Descreva na folha os dados mais relevantes da anamnese que não podem faltar nesse caso realizar exame físico no manequim descrevendo na folha os achados normais e o que pode estar alterado nesse caso - Questionar das vacinas, perguntar o que mudou na rotina (atualmente o João entrou para a creche), histórico de quadros respiratórios, qual é o tempo de febre e se passa com a medicação, como é a tosse e se apresenta secreções, - Começar o exame físico de crânio-caudal, deixando o exame de orofaringe por último. Também, fazer ausculta pulmonar e cardíaca com a criança no colo da mãe. - João apresentou: Taquipneia, batimento de asa de nariz, na ausculta apresentava sibilos, febre de 38,5ºC, saturação em 95, na palpação de abdome fígado rebaixado, FR 62 rpm. - João está com bronquiolite - hiperinsu�ação e in�ltrado difuso. - Tratamento é fornecer O2, antitérmico, hidratação - broncodilatador conforme histórico de doença respiratória - asma só será diagnosticada após os 2 anos. Caso 03 - Magda, 08 meses. Motivo da consulta: Febre há 4 dias Descreva na folha os dados mais relevantes da anamnese que não podem faltar nesse caso realizar exame físico no manequim descrevendo (oralmente) os achados normais e o que pode estar alterado nesse caso - Febre de 39,5ºC, cedia e voltava. - Sem sintomas e sem modi�cações nos exames. Ninguém doente em casa, não vai para a escolinha. - É uma infecção urinária - Fazer urocultura por saquinho coletor ou sondagem ➔ Nos lactentes, é a infecção bacteriana mais comum, principalmente nos primeiros meses de vida. Em lactentes e em especial nos neonatos, é particularmente grave, pelo risco de formação de cicatriz pielonefrítica. Dentro do primeiro ano de vida, a ITU febril (38,5ºC) pode corresponder a pielonefrite aguda em 90% dos casos. ➔ A Escherichia coli é a bactéria responsável por 80% a 90% dos casos de ITU. Klebsiella sp são frequentes em neonatos ➔ Diagnóstico e tratamento precoces da ITU reduzem o risco de formação de cicatrizes renais. ➔ Lactentes e crianças gravemente doentes ou apresentando vômitos requerem antibiótico intravenoso até a febre desaparecer, quando o tratamento oral pode substituir o intravenoso. (Hospital infantil sabará) Pediatria Daryane Raupp - UNISC - ATM 2026.2 Caso 04- Guilherme, 11 meses de idade , é trazido à consulta pediátrica pela mãe, Fernanda, a qual refere que o lactente está com febre alta (sempre em torno de 39,6ºC ) há cinco dias. Quando questionada sobre mais queixas, a mãe a�rma que seu �lho está com lábios avermelhados e �ssuras na boca. Fernanda relata que Guilherme está inquieto e irritado nos últimos dias e que, após três dias do início da febre, os olhos da criança começam a apresentar vermelhidão, mas sem saída de pus. O lactente encontra-se em regular estado geral, hidratado e eupneico. Ao exame físico é observado que a língua do lactente está vermelha, com aspecto de morango ou framboesa e que o dorso, a palma da mão esquerda e as plantas dos pés estão avermelhados, além de apresentar descamação ao redor das unhas. Na palpação do pescoço, é possível perceber linfadenopatia cervical bilateral, ambas com cerca de 2,5 cm de diâmetro. Seu tórax é simétrico, sem deformidades ou retrações. AC: ritmo regular, 2 tempos, bulhas normofonéticas (BNF) e ausência de sopros. Perfusão periférica normal, pulsos palpáveis e FC=110 BPM. AP: murmúrio vesicular uniforme distribuído, sem ruídos adventícios. Seu abdome é globoso e com ruídos hidroaéreos presentes, indolor à palpação, sem visceromegalia e/ou massas palpáveis. Exame neurológico: sem sinais de irritação meníngea ou dé�cits focais. Fernanda nega que Guilherme tenha tido doenças prévias, alergias ou internações. O lactente não apresenta qualquer dé�cit no desenvolvimento/crescimento e não faz uso contínuo de medicação. - Quais os possíveis diagnósticos para o caso de Guilherme? Escarlatina (hipótese diferencial) ou síndrome de Kawasaki - Quais exames você pediria para con�rmar a sua hipótese diagnóstica e quais alterações você perceberia nele? Cultura + ecocardio (dilatação coronariana) ➔ Sinais indiretos: aumento da proteína C reativa (PCR), elevação da velocidade de hemossedimentação (VHS), além de anemia, plaquetose, leucocitose, hipoalbuminemia, alteração de função hepática e piúria estéril. A alteração ao ecocardiograma, com a presença de dilatação das artérias coronárias associada à febre, também auxilia no diagnóstico. (Gonçalves RCB, Silva SD. Doença de Kawasaki: a importância do seu reconhecimento precoce. Resid Pediatr. 2019;9(3):222-227 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-05) - Qual o tratamento que você indicaria para Guilherme e qual prognóstico? Tratamento com imunoglobulina Pediatria Daryane Raupp - UNISC - ATM 2026.2 ➔ O tratamento não é curativo, mas, realizado na fase aguda da doença, tenta reduzir a in�amação e o dano arterial além do risco de trombose, principalmente quando existe anormalidade na artéria coronária. Todos os estudos já apontam para a importânciado uso de imunoglobulina e AAS, sendo o primeiro idealmente até o décimo dia do início da febre. Contudo, mesmo com o tratamento ideal, 20% das crianças irão desenvolver algum grau de dilatação transitória da artéria coronária. (Gonçalves RCB, Silva SD. Doença de Kawasaki: a importância do seu reconhecimento precoce. Resid Pediatr. 2019;9(3):222-227 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-05) Escarlatina (diagnóstico diferencial): A escarlatina é uma doença infecciosa e contagiosa que costuma ocorrer em crianças em idade escolar, durante a primavera. É transmitida pela mesma bactéria que causa amigdalite, artrite, pneumonia, endocardite, impetigo e erisipela. Sintomas: – Início repentino com calafrios e febre alta nos primeiros dias, que vai baixando aos poucos nos dias seguintes até desaparecer; – Dor de garganta intensa; – Pequenas manchas na pele de cor vermelho-escarlate, ásperas, que aparecem inicialmente no tronco, depois tomam a face, o pescoço, os membros, axilas e virilha, mas poupam as palmas das mãos, as plantas dos pés e ao redor da boca. Nas dobras de pele, como cotovelos, punhos, axilas e joelhos, as manchas podem ser mais escuras e descamam com o decorrer da doença; – Na língua surgem caroços avermelhados recobertos com uma película parecida com um plástico branco amarelado. Essa película posteriormente se desfaz e a pele adquire o aspecto de framboesa, porque as papilas incham e �cam arroxeadas; – Mal-estar; – Falta de apetite; – Aumento dos gânglios do pescoço; – Dor no corpo, de barriga e de cabeça; – Náuseas e vômitos. Tratamento: Antibióticos e medicamentos para dor e febre (aliviar os sintomas).
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