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Febre em Pediatria

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Francieli Markoski ATM 2025/1
Pediatria
Aula 1 – Marília Bastos
Avaliações
Pediatria – 64% (pós testes 20% + provas escritas 60% + prática 20%)
Diagnóstico por Imagem – 12,85%
Saúde Mental – 12,85%
FEBRE
Referências: 
Pediatria baseada em evidências – páginas 655 a 666
NICE guideline: feverish illness in children – assessment and initial management in children younger than 5 years. Davis T. Arch Dis
Complementares: 
Variabilidade circadiana da temperature oral, timpânica e axilar em adultos hospitalizados. 
Practices and health care seeking behavior of parentes regarding fever in children. Medicina 2019.
Doenças que causam elevações da temperatura do corpo – em crianças, mais comumente infecções virais, constituem o motivo de 20 a 40% das consultas pediátricas.
Fisiopatologia da febre
Estímulo exógeno agente = pirógeno exógeno (vírus, bactéria, reação imune) estimula as células de imunidade, principalmente neutrófilos sinalizam a produção de citocinas agem como pirógeno endógeno (citocinas, substâncias que as células de imunidade produzem para sinalizar que algo está errado) sinalizam para o hipotálamo, local onde há o termostato termostato regula a produção de calor através das prostaglandinas e leucotrienos (responsáveis pelo aumento da temperatura). O corpo tenta aumentar sua temperatura central, adaptando-a ao novo ponto de ajuste, por meio da vasoconstrição cutânea, diminuição da sudorese e tremores da musculatura estriada.
Aumento da temperatura acontece para DEFESA. Serve para sinalizar doenças. 
Imunodeprimidos as vezes perdem o estímulo da febre. Pode ocorrer infecção grave sem a presença da febre difícil identificar. Nos RN isso também pode acontecer (são imunodeprimidos).
Conservação de calor = mecanismos de conservação aumenta a FC, diminui a perfusão periférica (por isso a febre muitas vezes da frio), diminui a oxigenação tecidual. 
· FEBRE X HIPERTERMIA = na base conceitual sabe-se que hipertermia é elevação de calor geral acima do ponto de ajuste do hipotálamo, aumento de temperatura corporal pelo ambiente estar mais quente, maratonistas, problemas neurológicos podem alterar o termostato e apresentarem hipertermia traz sensação de calor, vasodilatação periférica e sudorese. Febre geralmente apresenta calafrios, menor perfusão periférica.
Hipertermia: usar medidas físicas colocar compressas geladas, por ex.
O manejo apropriado da febre começa por discutir com a família o que é e o que não é febre, que a medida da temperatura em si não deve ser o foco de atenção – até porque não existe um consenso sobre pontos de corte. A febre não apenas não costuma causar danos como pode ser benéfica.
Qual a temperatura corporal normal?
No final do dia há uma elevação natural da temperatura. Se a criança já estava com 37,9, a febre vai aparecer no final do dia. As formas de medir também alteram. Temperatura axilar, oral e timpânica. A temperatura varia também com a idade quanto menor a idade a temperatura basal é maior.
Depende da:
· Idade
· Ritmo circadiano
· Local da aferição 
Níveis de interesse pediátrico
· Faixa de variação circadiana: oscila entre 36,5 e 37,2 graus.
· 38,2 graus – limite mínimo para uso de antitérmico recomendado pela OMS
· Febre moderada = 38,5 graus
· Febre alta = 39,5 graus
· Risco de bacteremia = >39,7 graus
· FEBRE ALTA não quer dizer bactéria. Há casos de infecções virais com febre muito alta.
· Risco de dano neurológico = 42 graus. Convulsão febril não causa danos neurológicos.
Abordagem diagnóstica – Termômetros
Maiores de 4 semanas a 5 anos: digital, de mercúrio, régua na testa que dá a T aproximada, termômetro timpânico.
Menores de 4 semanas: digital (maior precisão) – o timpânico é mais fácil de lesionar o timpânico em menores.
CAUSAS DA FEBRE
· Infecção: vírus, bactéria. Maior parte das vezes esta é a causa.
· Vacinas: porque estimulam as células de defesa que produzem pirógenos endógenos e produzem febre. Principalmente as de vírus vivo, que simulam a infecção. Esta febre pode durar até 72h.
· Tratamentos relacionados a imunidade: quimioterapia, tratamento para hepatite C interferem no sistema imune. Ex.: interferon. 
· Trauma, inclusive pós-operatório: padrão costuma ser mais benigno, melhora, não aparecem outros sinais.
· Neoplasias: febres de origem obscura. Quando esgota a possibilidade de infecção, se deve investigar neoplasia.
· Uso de determinadas drogas: criança tratando infecção que associa antibióticos – podem causar febres. Retirar medicação. 
· Outras: quando nasce o dente (experiência popular, provavelmente por estímulo de mucosa, só se for uma febre MUITO leve, logo melhora). Síndrome de Munchausen, familiar induz algum sintoma por meio da medicação.
Causas mais frequentes de febre nas crianças
· Infecções de vias aéreas superiores: amigdalite (nem sempre é bacteriana, nos lactentes a maioria é viral IATROGENIA IMPORTANTE, erro comum), otite média aguda (maioria viral, porém utiliza-se antibiótico empírico – neste caso não está errado – otite média bacteriana não tratada pode evoluir para mastoidite e meningite).
· Alterações pulmonares como broncopneumonia
· Infecção urinária – quanto menor a criança for menos sinais ela vai apresentar (bebê = febre e irritado).
Febre em crianças Dra., ele está com febre e manchinhas no corpo!! DIFERENCIAR doenças autolimitadas e doenças graves (imagem).
Criança com exantema pequeno x Criança com petéquias e sufusões hemorrágicas
O que valorizar na anamnese?
· Idade da criança
· Mudanças de comportamento, tremores, alterações na pele ou apetite
· Sintomas associados que sugiram algum diagnóstico (respiratórios, gastrointestinais, dores localizadas)
· Duração do episódio febril (se a criança tem febre de 38,5 há uma semana mesmo em bom estado geral pode ser algo mais grave)
· Intensidade da febre 
· Contato com pessoas com infecção ou viagens recentes
O que valorizar no exame físico?
· Atividade da criança (ativa, irritada, sonolenta)
· Frequência respiratória e padrão da respiração (a própria febre pode causar taquipneia)
· Pele e mucosas (lesões, hidratada, bom turgor cutâneo)
· Circulação (enchimento capilar – lento = >3seg é sinal de alerta)
· Avaliar também, se possível após ceder a temperatura.
MENINGOCOCCEMIA
Sinais e sintomas que acompanham a febre:
· Rash cutâneo x petéquias x púrpura (exantema se desfaz a digito pressão – petéquia e a púrpura não, é um ponto hemorrágico mesmo)
· Mau estado geral
· Tempo de enchimento capilar > ou = ou igual 3 segundos
· Rigidez de nuca (pode ou não apresentar)
OBS.: Exantema é sinal provavelmente viral – antitérmico não diminui exantema. Petéquia indica infecção bacteriana que já está alterando a circulação. EXANTEMA SAI COM DIGITOPRESSÃO. PETÉQUIA NÃO.
Meningites virais ou bacterianas
· Sempre fazer teste do sinal meníngeo para verificar a rigidez de nuca segurança aos pais. Crianças menores avaliar fontanelas se apresentarem abaulamento, cuidado.
CONVULSÃO FEBRIL (intensa e rápida, maioria das vezes não se utiliza droga nenhuma apenas OXIGENAR depois fazer acesso venoso pode usar Diazepam)
· Convulsão: Atividade elétrica generalizada/exagerada do sistema nervoso central – descompasse. 
· Faixa etária que mais ocorrem as convulsões é de 9 meses a 5 anos
· Há fator de predisposição genética (histórico familiar, irmãos, pais)
· Incidência aproximada de 3 a 4%
· Causada não tanto pelo valor da temperatura em si, mas pela rapidez com que ela acontece = aumento rápido de temperatura
· Característica da convulsão febril = tônico-clônica generalizada (é benigna, mas é a mais “feia”)
· EEG normal
· Não causa dano cerebral
· DESCARTAR POSSIBILIDADE DE MENINGITE – clínica, se dúvidas solicitar líquor.
· Cor da pele, lábios e língua: 
Vermelho Palidez + pele tipo mármore, acinzentada ou cianótica NUNCA mandar criança com cianose para casa colocar O2 e cateter nasal
· Atividade
Vermelho criança nãoresponde ao estímulo, torporosa, pode passar muito rápido; irritabilidade extrema.
· Respiração
Amarelo taquipneia (RR>50), ausculta pulmonar com crepitantes, batimento de asa de nariz, saturação < 95% OBSERVAR
Vermelho gemência, taquipneia, retração intercostal
· Circulação e hidratação
Amarelo FC > 160 em < 1 ano/ >150 de 1 a 2 anos/ >140 de 2 a 5 anos; 
CASO CLÍNICO
Febre alta acima de 39, bebê de 4 a 6 meses examina observa em 3 dias não apresenta nenhum outro sinal hemograma: linfocitose, EQU normal continua dando antitérmico quarto/quinto dia surge exantema exantema súbito (febre muito alta e lesões na pele) = BENIGNO. Único risco é convulsão febril pela temperatura alta da febre.
PASSOS PARA ABORDAR A FEBRE EM CRIANÇAS 
· Observar sinais de alerta = sinais meníngeos, idade da criança, tempo da febre
· Levar em consideração o semáforo = taquicardia, por exemplo
· Preocupar-se com o foco da infecção 
Investigação laboratorial baseada na idade, anamnese, exame físico e tempo da febre
Exames básicos: 
· Hemograma
· Hemossedimentação (não é muito específico): quando aumentado sinaliza quadro crônico 
· Proteína C reativa: ajuda mais que a hemossedimentação em auxiliar na identificação se é viral ou bacteriana. Proteína C de 10 indica algum tratamento.
· Exame de urina (EQU e urocultura) pensar sempre em infecção urinária pois as vezes a febre é o único sinal.
· Líquor sonolência excessiva, sinais meníngeos, bebê < 1 mês
· Hemocultura
· Rx de tórax
TRATAMENTO SINTOMÁTICO
Meios físicos: álcool, banho gelado, cebola não vale a pena submeter a criança a este tipo de stress. Diminui a temperatura, mas não trata a causa. Sabe-se que o esponjamento ajuda em espalhar a temperatura banho em temperatura NORMAL esfregando a pele da criança diminui a temperatura sem usar antitérmico. Compressa gelada e de álcool (pode intoxicar a criança). Não é necessário retirar toda a roupa da criança, apenas deixá-la confortável. 
Líquidos de qualquer natureza devem ser oferecidos com frequência e insistência gentil, de acordo com o gosto e tolerância da criança.
DROGAS
*Antitérmico trata a febre, não a causa.
Acetaminofen (Paracetamol)
Ibuprofeno (efeitos colaterais maiores desconforto gástrico ou lesão gástrica inclusive)
Dipirona bastante controverso. Risco de neoplasia de medula. Em termos de risco o ibuprofeno também tem risco grande. (Vale para adultos também).
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS PARA FEBRE
· Use somente se a criança estiver com sintomas e não apenas para reduzir a temperatura.
· Reduzir a temperatura não previne convulsão
· Escolha a droga e procure usar UMA SÓ.
· Drogas antipiréticas não devem ser utilizadas com o objetivo de reduzir a temperatura em si em crianças que pareçam estar se sentindo bem. Devem ser reservadas para crianças com desconforto físico ou dor. Tais drogas não previnem convulsões febris e não devem ser usadas com esse objetivo.
A FEBRE PODE SER BENÉFICA POR
Ativação da resposta imunitária + Auxilia no diagnóstico + Identificação do nível de gravidade
A FEBRE PODE SER PREJUDICIAL POR
Aumenta o consumo de oxigênio + Pode causar convulsão + Dano neurológico > de 42 graus (RARO) + Causa sintomas associados (frio, dor no corpo).

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