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APG 2 - Cabeça cheia

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APG
Tema 2: Cabeça Cheia.
OBJETIVOS:
1. Compreender o que é líquido cefalorraquidiano e como se dá a sua formação.
2. Descrever o que são meninges e ventrículos e suas respectivas funções e qual a sua relação com o líquor. 
3. Esquematizar o percurso anatômico do líquido cefalorraquidiano. 
OBJETIVO 1:	
O sistema nervoso central é composto por encéfalo e medula espinal. Sabe-se que o tecido nervoso do sistema nervoso central é muito delicado e não responde bem a uma lesão ou dano, por essa razão, precisa de uma proteção. Logo a primeira camada protetora do Sistema Nervoso Central é formada pelo:
· Crânio que protege o encéfalo
· Coluna vertebral que protege a medula espinal
E a segunda camada protetora é composta por:
· Meninges
· 3 membranas que situam entre o arcabouço ósseo
· Tecido nervoso do encéfalo e da medula espinal
Líquido cefalorraquidiano: é um fluido aquoso e incolor, localizado no espaço subaracnóideo e nas cavidades ventriculares em volta da medula espinal e do encéfalo.
Função do líquor: proteção mecânica do Sistema Nervoso Central, formando um verdadeiro coxim líquido entre este e o estojo ósseo. 
· Qualquer pressão ou choque que se exerça em um ponto deste coxim líquido, essa pressão irá se distribuir de forma igual a todos os pontos. Logo, esse liquor constitui como um amortecedor dos choques que normalmente pode vir a atingir o sistema nervoso central. 
Formação do líquor: Maior parte da sua produção ocorre nos plexos corióides nas cavidades ventriculares e também pelas células ependimarias, que são responsáveis pelo transporte desse líquido. 
Composição do liquor: composto por pequenas concentrações de proteína, glicose, lactato, enzimas, potássio, Mg e concentrações elevadas de Cl.
*** Os níveis de glicose no liquido cerebroespinal são utilizados para diferenciar meningite bacteriana de viral
FUNÇÕES DO LÍQUIDO CEREBROESPINAL (LCS)
· Proteção mecânica: ele age como um amortecedor que protege os tecidos do encéfalo e da medula espinal contra possíveis impactos. O líquido cerebrospinal também permite que o encéfalo “flutue” na cavidade craniana.
· Função homeostática: O pH do LCS influencia a ventilação pulmonar e o fluxo sanguíneo encefálico, o que é importante para a manutenção do controle homeostático para o tecido encefálico. O LCS também funciona como um sistema de transporte para hormônios polipeptídicos secretados pelos neurônios hipotalâmicos que agem em locais remotos do encéfalo.
· Circulação: é um meio para trocas secundárias de nutrientes e excretas entre o sangue e o tecido encefálico adjacente.
FORMAÇÃO DO LIQUOR NOS VENTRÍCULOS
A maior parte do LCS é produzida pelos plexos corióideos, redes de capilares localizadas nas paredes dos ventrículos. Células ependimárias, ligadas entre si por junções oclusivas, recobrem os capilares dos plexos corióideos. Substâncias selecionadas (principalmente água) do plasma sanguíneo, filtradas dos capilares, são secretadas pelas células ependimárias para produzir o líquido cerebrospinal. Esta capacidade secretória é bidirecional e responsável pela produção contínua de LCS e pelo transporte de metabólitos do tecido encefálico de volta para o sangue.
Devido às junções oclusivas entre as células ependimárias, as substâncias que entram no LCS pelos capilares corióideos não passam entre estas células; em vez disso, elas devem passar pelas células ependimárias. Esta barreira hematoliquórica permite a entrada de algumas substâncias no LCS, mas exclui outras, protegendo o encéfalo e a medula espinal de substâncias sanguíneas potencialmente nocivas. Ao contrário da barreira hematencefálica, formada principalmente por junções oclusivas das células endoteliais dos capilares encefálicos, a barreira hematoliquórica é composta pelas junções oclusivas das células ependimárias.
CARACTERISTICAS CITOLÓGICAS E FÍSICO-QUÍMICAS DO LIQUOR
Com o estudo desse liquor é possível identificar fisiopatologias do sistema nervoso central e seus envoltórios, permitindo diagnóstico de muitas afecções que acometem o SNC como hemorragias ou infecções. Com o estudo do liquor é possível até mesmo identificar a presença de meningites.
OBJETIVO 2:
Meninges: são três membranas conjuntivas que envolvem o sistema nervoso central, sendo elas a dura-máter, aracnoide e pia-máter e tem como função a proteção dos centros nervosos.
O sistema nervoso central é envolvido por membranas conjuntivas que são denominadas meninges, e que são três: dura-máter, aracnoide e pia-máter.
· Dura-máter
É a meninge mais superficial, ela é espessa e resistente, formada por tecido conjuntivo, muito rico em fibras colágenas, contendo vasos e nervos. A dura-máter do encéfalo se difere da espinal por ser formada por dois folhetos sendo um externo e um interno
· Ricamente inervada e vascularizada.
· Em casos de pressão cerebral, a dor que se sente na cabeça é pela compressão da dura-máter.
· Possui dois folhetos um interno (colado no aracnoide) e externo (colado no crânio)
· Aracnoide 
É a membrana intermediária, justaposta à dura-máter, da qual se separam por meio de um espaço subdural contendo um líquido importante para a lubrificação das superfícies de contato das duas membranas. E se separa da pia-máter pelo espaço subaracnóideo que contém liquor, havendo uma ampla comunicação entre o espaço subaracnóideo do encéfalo e da medula.
- Delgada e avascular é formada por células e fibras finas e dispersas de material elástico e de colágeno.
- É chamada de aracnoide devido a disposição de suas fibras em forma de teia de aranha.
· Pia-máter 
É a membrana mais interna das meninges, aderida intimamente a superfície do encéfalo e da medula, cujos relevos e depressões acompanha, descendo até o fundo dos sulcos cerebrais. 
É formada por uma fina camada de tecido conjuntivo transparente que adere a superfície da medula espinal e do encéfalo. Também possui finas células pavimentosas e cúbicas entrelaçadas com feixes de fibras de colágeno e algumas fibras elásticas delgadas.
É nela que encontramos muitos vasos sanguíneos que fornecem oxigênio e nutrientes para a medula espinal.
A pia-máter dar resistência aos órgãos nervosos, umas vez que o tecido nervoso é de consistência muito mole.
Entre as meninges existem espaços de suma importância clínica.
	ESPAÇO
	Epidural ou extradural
	Subdural
	Subaracnóideo
	FICA ENTRE
	O osso e a dura-máter
	A dura-máter e aracnoide 
	Aracnoide e pia-máter
· O liquor circula no espaço subaracnóideo. 
EMBRIOLOGIA DAS MENINGES
· Se desenvolvem a partir das células da crista neural e do mesênquima entre o 20° e o 35° dia. As células migram para circundar o tubo neural e formam as meninges primordias.
· A camada externa dessas membranas se espessa para formar a dura-máter, formada pelo mesênquima que envolve o tubo neural.
· A camada interna é composta pela pia-máter e aracnoide-máter (leptomeninges, que tem origem das células da crista neural).
· Os espaços preenchidos por líquido aparecem nas leptomeninges que em breve coalescem para formar o espaço subaracnóide.
· A origem da pia-máter e aracnóide a partir de uma camada única é indicada no adulto pelas trabéculas aracnóideas, que são finas e ligam as duas estruturas.
OBJETIVO 3: 
CIRCULAÇÃO DO LÍQUOR: O líquido cefalicoraquidiano é produzido no 1° e 2° ventrículo, passando pelos ventrículos interventriculares até o 3° ventrículo. Do 3° ventrículo vai passar pelo aqueduto cerebral que vai em direção ao 4° ventrículo e esse líquor irá sair pelas aberturas medianas e laterais e quando ele sai vai para o espaço subaracnóideo até chegar nas granulações aracnóideas. 
CIRCULAÇÃO DO LÍQUIDO CEREBROESPINAL OU LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO 
O LCS formado nos plexos corióideos de cada ventrículo lateral passa para o terceiro ventrículo por meio de duas aberturas estreitas e ovais, os forames interventriculares. Mais LCS é introduzido pelo plexo corióideo do teto do terceiro ventrículo. O líquido cerebrospinal então flui pelo aqueduto do mesencéfalo (aqueduto de Silvio), em direção ao quarto ventrículo. O plexo corióideo do quarto ventrículocontribui com mais líquido cerebrospinal, que entra no espaço subaracnóideo por meio de três aberturas no teto do quarto ventrículo: uma única abertura mediana e duas aberturas laterais, uma em cada lado. Na sequência, o LCS circula no canal central da medula espinal e no espaço subaracnóideo que circunda a superfície do encéfalo e da medula espinal.
O LCS é gradualmente reabsorvido para o sangue por meio das vilosidades aracnóideas, extensões digitiformes da aracnoide-máter que se projetam para os seios venosos durais, principalmente para o seio sagital superior. (Um agrupamento de vilosidades aracnóideas é chamado de granulação aracnóidea.) Normalmente, o LCS é reabsorvido tão rapidamente quanto é produzido pelos plexos corióideos, a uma taxa de 20 mℓ/h (480 mℓ/dia). Como as taxas de produção e de reabsorção se equivalem, a pressão liquórica geralmente é constante. Pela mesma razão, o volume do LCS permanece constante. A Figura 14.4D resume a produção e o fluxo do LCS.
A VIA DO LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO:
O liquor passa dos ventrículos laterais ao terceiro ventrículo através do forame interventricular (de Monro).
Do terceiro ventrículo, o liquor flui pelo aqueduto cerebral (de Sylvius) para o quarto ventrículo.
Do quarto ventrículo, parte do liquor flui por uma passagem estreita chamada óbex e entra no canal central da medula espinal. No entanto, a maior parte do liquor passa pelas aberturas do quarto ventrículo; a abertura mediana (de Magendie) e duas aberturas laterais (de Luschka). Por meio dessas aberturas, entra na cisterna magna e nas cisternas cerebelopontinas, respectivamente.
A partir daí, o liquor flui através do espaço subaracnóideo do cérebro e da medula espinal.
É finalmente reabsorvido nos seios venosos durais por meio de granulações aracnóideas.
 
PERCURSO ANATÔMICO DO LIQUOR

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