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ASSISTENCIA AO TRABALHO DE PARTO Pré-termo: < 37 semanas Termo: 37 a 42 semanas Pós-termo: ≥ 42 semanas Estudos do trajeto: • Trajeto mole: constituído pelo segmento inferior do útero, colo do útero, vagina e região vulvoperineal. • Trajeto duro: apresenta o maior significado na prática obstétrica. A pelve é o canal ósseo do parto. Os estreitos constituem as regiões mais angustiadas da pelve e podem impedir ou dificultar a progressão fetal. Estreito superior: • Conjugata anatômica ou vera anatômica: borda superior da sínfise púbica e o promontório, que representa uma distância de 11 cm. • Conjugata obstétrica ou vera obstétrica: borda interna da sínfise púbica ao promontório. Representa o espaço real do trajeto da cabeça fetal, que mede cerca de 10,5 cm. É o menor diâmetro do estreito superior. • Conjugata diagonal: definida pela linha que une o promontório e a borda inferior do osso púbico, que mede 12 cm. Na avaliação pelo toque vaginal, esta é a medida empregada para estimativa do diâmetro da conjugata obstétrica (vera obstétrica) na pelvimetria clínica. Em geral, o diâmetro da conjugata obstétrica é 1,5 cm menor que a diagonal. Estreito médio: • Espinhas isquiáticas: diâmetro de aproximadamente 10 cm. Permite avaliar insinuação, porque marca o plano 0 de DeLee Estreito inferior: • Conjugata exitus: Estática fetal: 1. Atitude: relação das partes fetais entre si. Pode ser flexão ou deflexão (mais cilindroide). Geralmente, o concepto apresenta-se em flexão generalizada, o que constitui o chamado ovoide fetal. Menor diâmetro da cabeça fetal: suboccipitobregmático. 2. Situação: relação do maior eixo fetal com o maior eixo uterino (mãe). Três situações podem ocorrer: longitudinal (feto “de pé” ou de “ponta cabeça”, é a + comum), transversal (feto deitado) e oblíqua. 3. Posição: relação do dorso fetal com o abdome materno. Na situação longitudinal, pode ser direita ou esquerda (dorso pra esquerda da mãe, posição esquerda). Na situação transversal, pode ser anterior ou posterior em relação à coluna materna. Identificado pelas Manobras de Leopold. 4. Apresentação: polo que desce primeiro na pelve - “é o que você toca”. Na situação longitudinal, as apresentações possíveis são a cefálica e a pélvica (você toca o bumbum do nenê). Na situação transversal, a apresentação é denominada córmica - o ombro que está se apresentando. Altura da apresentação - Planos de De Lee: de -3 até +4. Linhas que se traça das espinhas isquiáticas materna - plano 0 de De Lee. Fontanela anterior (moleira) = bregma // Fontanela posterior = lambda (fontanela menor) Flexão e deflexão: • Fletida ou occipital: ponto de ref fetal é a fontanela posterior (lambda) - melhor prognóstico • Defletida de 1o grau ou bregma: ponto de ref fetal é a fontanela anterior (bregma) • Defletida de 2o grau ou fronte: ponto de ref fetal é a glabela (pior prognóstico para parto vaginal) • Defletida de 3o grau ou face: ponto de ref fetal é o mento Variedades de posição: pontos de ref entre apresentação fetal e pelve. Assistência ao trabalho de parto: 1o período: dilatação 2o período: expulsivo 3o período: secundamento ou dequitação 4o período: criado para monitorar a 1a hora após a saída da placenta, no qual o risco de hemorragia puerperal é maior. Chamada “hora de ouro”. ⬤ 1o período: dilatação - fase latente. Contrações irregulares, mas que já são suficientes para promover modificações cervicais. Inicia com o trabalho de parto. • colo uterino entre 3/4 cm com dilatação progressiva • contração entre 2/3 minutos, rítmicas e regulares Termina com a dilatação total!!! #CD: dieta (líquidos claros - água e chá), decúbito (deambulação livre, evitar decúbito dorsal (pelo menor retorno venoso), estimular decúbito lateral esquerdo, tricotomia (não fazer de rotina, se necessário, fazer no momento do parto, enteróclise (não fazer), amniotomia (não fazer de rotina), número de toques - a cada 1 ou 2h (fazer o menos possível), ausculta de BCF (baixo risco 30/30 min // alto risco 15/15 min). ⬤ 2o período: expulsivo. Inicia com dilatação total. Término após expulsão completa do feto. #CD: qual a posição ideal? não existe!!! A água permite analgesia não farmacológica, além de promover relaxamento da gestante. Ausculta BCF (antes, durante e após contração). Baixo risco de 15/15 min e alto risco de 5/5 min. Episiotomia: não é proteção de períneo - avaliar se feto grande, parto fórcipe (não é indicação absoluta). Tipos de episio: • mediana/perineotomia (inicesão reta da vagina, em direção ao ânus). Garante menos dor/sangramento/lesão muscular. Desvantagem: maior risco de lesão de reto e esfíncter anal. • médio-lateral: vantagem é o menor risco de lesão de reto e esfíncter anal. As desvantagens são a maior dor, sangramento, lesão muscular. Requer maior cuidado na sutura. • Proteção de períneo - manobra de Ritgen modificada: consiste na compressão do períneo posterior e controle da deflexão da cabeça fetal com a mão oposta, visando evitar a deflexão rápida da cabeça. O desprendimento do feto deve ser lento e controlado, o que evita ou diminui a chance de traumatismos tanto maternos quanto fetais. ⬤ 3o período: secundamento/dequitação. Inicia com a saída da placenta; pode demorar até 30 minutos!!! Mecanismos: • Schultze: desprendendo-se pela face fetal em forma de guarda-chuva, com o sangramento se exteriorizando após a saída da placenta. • Duncan: a implantação placentária ocorreu nas paredes laterais uterinas. Desprende-se pela borda inferior, o sangramento precedendo a saída da placenta. Condutas ativas: • 10 U ocitocina IM após expulsão fetal. • Tração controlada do cordão. • Manobra de Fabre: avalia se já descolou. Tração intermitente e discreta do cordão umbilical, a qual não será transmitida ao fundo uterino quando a placenta estiver descolada (sinal de Fabre) ou inversamente, a percussão do fundo uterino não é propagada ao cordão umbilical (sinal de Strassmann). ⬤ 4o período: 1h após o secundamento. Demanda observação cautelosa pelo risco de hemorragia. Representa a hemostasia do sítio de inserção placentário. Hemostasia: • miotamponagem: útero contraída - caracteriza-se pela contração da musculatura uterina, que desencadeia uma consequente ligadura dos vasos uteroplacentários (ligaduras vivas de Pinard). • Trombotamponagem: cascata de coagulação - formação de trombos (coágulos) nos grandes vasos uteroplacentários e hematomas intrauterinos que promovem o tamponamento de arteríolas e veias abertas no sítio placentário. Partograma: representação gráfica da evolução do trabalho de parto, cujo uso se tornou obrigatório em toda maternidade a partir de 1994 (OMS). triângulo: dilatação bolinha: altura de apresentação quadradinho todo pintado: contração forte quadradinho com um X: contração fraca quadradinho meio pintado: contração moderada Cada quadradinho representa 1h CONITNUAÇÃO Parto prematuro (< 37 semanas): FR: prematuro anterior, anemia, desnutrição, polidrâmnio, infecção em qualquer sítio, drogas, tabagismo. USG (20 a 24 sem): colo curto se < 20mm Progesterona vaginal: indicado em casos de colo curto ou prematuro anterior #CD se trabalho de parto: • 24-34 sem: corticoide ( 2x betametasona 12mg IM 24/24h) e tocólise (não fazer se sofrimento fetal agudo ou corioamnionte • 34 sem: PARTO, + avaliar profilaxia para GBS • Neuroproteção: sulfato de magnésio nos partos < 32 sem Tocólise: recurso disponível para tentar adiar o parto, onde se torna possível a realização de corticoterapia, prevenindo complicações comuns da prematuridade. O uso de corticoide reduz a mortalidade e a incidência da doença da membrana hialina. Deve ser usado entre 24-34 semanas em toda gestante com risco de parto prematuro, independente da rotura de membranas. O corticoide acelera o desenvolvimento dos pneumócitos, regula as enzimas dos pneumócitos II que estimulam a síntese de fosfolipídeos e consequente liberação de surfactante.Betametasona 12mg IM 1x ao dia por 2 dias OU dexametasona 6mg IM 2x ao dia por 2 dias. Tocólise por 48h: beta-agonista: evitar se cardiopatia, DM história de EAP indometacina: evitar se > 32 sem (risco de fechamento precoce do ducto arterioso) nifedipino: evitar se cardiopatia, reduz PA. Vantagens: disponível VO, facilidade posológica e preço atosiban (antagonista específico da ocitocina): menos EC, não tem contra-indicação específica não fazer sulfato de magnésio como tocolítico, usado como neuroprotetor Neuroproteção: sulfato de magnésio nos partos < 32 sem Profilaxia para GBS: recomendado durante o trabalho de parto prematuro. Penicilina G ou Ampicilina
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