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0 UNIVERSIDADE PAULISTA MARLEI TERESINHA SALINI WRONSKI RA 170488 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO MIGUEL DO OESTE PROJETO INTEGRADOR MULTIDISCIPLINAR IV São Miguel do Oeste 2020 1 UNIVERSIDADE PAULISTA MARLEI TERESINHA SALINI WRONSKI RA 170488 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO MIGUEL DO OESTE PROJETO INTEGRADOR MULTIDISCIPLINAR IV Projeto Integrado Multidisciplinar IV apresentado como parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Pública no Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública apresentado a Universidade Paulista - UNIP. Orientador: Fábio Luiz Mendes São Miguel do Oeste 2020 2 RESUMO A presente pesquisa teve como objetivo cumprir o atendimento ao Projeto Integrado Multidisciplinar VI do Curso de Graduação Tecnológica em Gestão Pública da Universidade Paulista – UNIP, por meio da abordagem das unidades curriculares do presente momento que contemplam os assuntos de Gestão Públicas e Política Públicas do Brasil, Introdução a Teoria do Estado, Dinâmica das Relações Interpessoais. Baseou-se no estudo de um órgão público especificamente na Prefeitura de São Miguel do Oeste nas Secretarias Planejamento e Urbanismo. O procedimento metodológico aplicado por meio de pesquisa bibliográfica, documental e com pesquisa a campo com entrevista ao gestor responsável pelo local. Primeiramente, foram verificados documentos sem restrição de acesso, disponíveis para consulta pública nos órgãos fiscalizadores e leis municipais, a fim de analisar o funcionamento dos setores. Diante do exposto foi possível observar que os setores de Planejamento e Urbanismo constituem o núcleo central do sistema de gestão estratégica, de gestão da informação e de investimento de recursos para a Administração. Ao final da pesquisa foi possível obter resultados positivos para o desenvolvimento intelectual pessoal bem como, conhecer as particularidades dos Setores supracitados como a formas de gestão e trabalho. A pesquisa ainda resultou em sugestões para melhorias como a desburocratização consciente e conforme legislação vigente. Palavras-chaves: Gestão Pública. Estado. Relações Interpessoais. 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4 2 GESTÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL ..................................... 5 2.1 O DESENVOLVIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS ............................................... 5 2.2 O PAPEL SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS ...................................... 6 2.3 ANÁLISE DA GESTÃO PÚBLICA NOS ESTADOS BRASILEIROS ........................... 7 2.4 MECANISMOS IMPORTANTES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................... 7 2.5 PERSPECTIVA DE DESENVOLVIMENTO .................................................................... 8 2.6 GESTÃO PÚBLICA DA ATUAL ADMINISTRAÇÃO MIGUEL-OESTINA ................ 9 2.7 INFLUÊNCIA DA PANDEMIA NA GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL ..................... 14 3 INTRODUÇÃO À TEORIA DO ESTADO ..................................................................... 15 3.1 A EXISTÊNCIA DO ESTADO ........................................................................................ 16 3.2 TRAJETÓRIA DA TEORIA GERAL DO ESTADO....................................................... 16 4 DINÂMICA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS ....................................................... 18 4.1 RELAÇÕES INTERPESSOAIS NAS ORGANIZAÇÕES .............................................. 19 4.2 SITUAÇÃO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS PÚBLICAS ..................................... 20 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 21 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 23 4 1 INTRODUÇÃO A pesquisa será realizada na Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste, Santa Catarina, especificamente na secretaria de planejamento e Urbanismo. A Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste localiza-se a Oeste do Estado de Santa Catarina, sendo a principal cidade brasileira a fazer fronteira com a Argentina. Com uma área de 233,800 km², de acordo com o último censo do IBGE (2010) possuía 36.306 habitantes, com uma população estimada para o ano de 2019 em 40.482 habitantes, predominando italianos e alemães. Com uma economia diversificada, a cidade de São Miguel do Oeste tem o setor metalmecânico que mais se destaca, além do transporte, fabricação e venda de móveis, além da indústria de softwares. Há também os seguimentos da construção civil e o comércio atacadista/varejista como grande fonte de renda, sendo estas as que mais movimentam a cidade (IBGE, 2013). O município se destaca na agricultura com maiores áreas em plantio de milho, pecuária familiar com a criação de gado além de outras atividades de menor proporção. A Secretaria de Planejamento e de Urbanismo da Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste, onde aplicou-se a pesquisa, apresenta uma estrutura organizacional simples, conforme explanado na Lei Complementar 64/2017, seguindo os graus de importância, o secretário da pasta, secretário adjunto, subdividido em departamento de projetos e fiscalização de obras públicas, departamento de gestão e departamento de planejamento. Os profissionais que ocupam os cargos da secretaria são, em sua grande maioria, engenheiros e arquitetos. Em concordância com a lei supracitada compete a estas secretarias o desenvolvimento das atividades relacionadas à administração de contratos, apresentando os resultados obtidos e propondo projetos, planos, estratégias e metodologias específicas, além da fiscalização de obras públicas, coordenar e acompanhar serviços executivos e equipes de trabalho, gerenciar as atividades de engenharia. Há também a função de auxiliar nas atividades relacionadas à execução de melhorias urbanas, gerenciar convênios e emendas. Terá por objetivo atender ao Projeto Integrado Multidisciplinar IV do corrente semestre, onde far-se-á um relação entre as teorias nas disciplinas estudas com a prática adotada pela secretaria de planejamento e urbanismo da Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste. Têm por base de conteúdo as disciplinas Gestão Públicas e Políticas Públicas no Brasil, na sequência será destinado um capítulo à disciplina de Introdução a Teoria do Estado e for fim, um capítulo sobre dinâmica das relações interpessoais. A metodologia a ser aplicada será a pesquisa campo, onde através de visita ao órgão público fora entrevistado o atual gestor https://pt.wikipedia.org/wiki/Argentina 5 municipal Wilson Trevisan, com dados específicos das secretarias de Planejamento e Urbanismo, bem como uma revisão bibliográfica sobre o tema. Espera-se com esta pesquisa, encontrar diferenças entre as teorias estudas com a prática adotada pelo Departamento Público pesquisado e, propor sugestões e melhorias na Gestão aplicada dos mesmos. 2 GESTÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL As políticas públicas podem ser entendidas e conceituadas como princípios norteadores de ações do poder público frente às relações criadas entre a sociedade e o Estado, orientadas por leis, programas e linhas de financiamentos. Podem ser traduzidas em necessidades sociais e institucionais, que para serem legitimadas e obter eficácia devem ser consensuais. Seguindo as ideias de Teixeira (2002, p. 2), Elaborar uma política pública significa definir quem decide o quê, quando, com que conseqüências e para quem. São definições relacionadas com a natureza do regime político em que se vive, com o grau de organização da sociedadecivil e com a cultura política vigente. Nesse sentido, cabe distinguir “Políticas Públicas” de “Políticas Governamentais”. Nem sempre “políticas governamentais” são públicas, embora sejam estatais. Para serem “públicas”, é preciso considerar a quem se destinam os resultados ou benefícios, e se o seu processo de elaboração é submetido ao debate público. Em regras, as políticas públicas respondem e atendem locais e/ou pessoas de maior vulnerabilidade, conforme interpretação dos ocupantes de cargos do poder, entretanto essas demandas para serem atendidas, assim como a grande maioria dos processos administrativos e executivos públicos, passam por programações burocráticas e por vezes necessitam de intervenções e mobilizações populares (TEIXEIRA, 2002). 2.1 O DESENVOLVIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS O que comumente se torna perceptível é que as instituições públicas nem sempre estão aptas para atender às crescentes demandas de uma sociedade tão plural e diversificada como a que se apresenta atualmente e as exigências dos órgãos de controle não são suficientes para garantir a legalidade dos atos administrativos (LOBOS, 1975). Os grandes avanços do pacto federativo inaugurados pela Constituição Federal de 1988 não estão sendo suficientes para permitir o acesso da população a políticas inclusivas, eficazes 6 e de qualidade. Diante desse patamar é imprescindível que as empresas repensem sobre a ideia de um novo modelo de desenvolvimento, e que na medida do possível, ele se apresente sustentável para o Brasil, pois políticas de longo prazo nas áreas de assistência social, educação e saúde, por exemplo, começaram a serem discutidas, inúmeras perguntas surgem sobre a capacidade do Estado brasileiro em executá-las plenamente. (MARRAFON, 2014). De acordo com a Revista Forbes (2019) nos últimos anos, o desempenho social e econômico do Brasil revelou uma nação com grande potencial de crescimento, embora ainda constrangido por obstáculos incompatíveis com o dinamismo que se exige de uma potência emergente. Percebeu-se, também, que o Estado organizado, no último quarto de século, para ser capaz de promover um ajuste fiscal e estruturar os princípios de uma disciplina fiscal duradoura, não é suficiente e nem está preparado para um novo ciclo de retomada do crescimento com inclusão social e econômica. Assim, fez-se necessário repensar a administração pública no Brasil. 2.2 O PAPEL SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS A atual crise econômica nacional e internacional demonstra que o relacionamento com o mercado deve exigir um Estado contemporâneo, capaz de regular e interagir com um mundo globalizado, é no mínimo relevante questionar que tipo de Estado surgirá a partir dos efeitos da crise, quais devem ser suas instituições e seu marco regulatório, pois as perguntas desse nível vêm fazendo as empresas refletirem sobre o seu papel social, para organizar e reconhecer os esforços de melhoria da administração pública, objetivando apontar e propor o que ainda precisa ser feito, alinhando conquistas e desafios a uma estratégia coerente (ALMEIDA, 2001). As constantes e atuais modificações na economia e na sociedade transformam o modelo gerencial da administração pública, requerendo dos gestores, conhecimentos, habilidades e atitudes compatíveis com a realidade. Para Araújo e Pereira (2012) no século atual, com maiores enfoques no desenvolvimento de competências tanto individuais quanto coletivas, demonstra o interesse das administrações públicas em lotar os servidores em áreas afins ao seu conhecimento, para que como consequência haja efetividade nos trabalhos elaborados e desenvolvidos. 7 2.3 ANÁLISE DA GESTÃO PÚBLICA NOS ESTADOS BRASILEIROS No cenário brasileiro pode-se observar desafios constantes. Os Estados apresentam dificuldades gerenciais e operacionais para se fortalecer e concretizar o seu desenvolvimento. Ao analisar de forma mais restrita a administração pública percebe-se que ela apresenta características e princípios que contribuíram com sua evolução numa perspectiva histórica, pois se percebe que as formas de governar e gerir as empresas se sucede no tempo, sendo que os resquícios de uma gestão perpetuam-se até os dias de hoje (TROSA, 2001). A evolução atual do Estado, com a inserção do modo democrático organizativo, ainda em consoante a Trosa (2001), aprimorou os mecanismos de fiscalização pela sociedade, caracterizando como de importância fundamental para que a sociedade tenha participação no controle é fundamental que exista transparência nos atos governamentais. No Brasil, os contextos político, econômico e social demandam transformações sistêmicas globais, que acabam comprometendo o papel do Poder Executivo do Estado. Em conformidade com Silva (2011), É cada vez mais consensual no Brasil assim como em outros países, a preocupação com o princípio da participação na Gestão Pública, assim como a sua eficiência e a legitimidade visto que a Constituição Federal brasileira avançou apenas na enunciação dos princípios da Democracia e do Estado de Direito e estabeleceu uma significativa série de normas voltadas para o respaldo da adoção de institutos participativos na Gestão Pública. Atualmente, além de satisfazer as questões básicas, aos olhos da população, realizar uma política pública de qualidade é implementar medidas estratégicas, que causem efeitos rápidos e duradouros, com planejamento definido. Entretanto a Administração Pública é um conjunto que forma um sistema e para que esse funcione, todos deverão fazer parte do processo para a melhoria contínua e considerável. Objetivos e metas ousadas, porém alcançáveis, estimulam o gestor público a buscar sempre mais recursos a sua organização (LIMA; D'ASCENZI, 2013). 2.4 MECANISMOS IMPORTANTES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA É visível a necessidade de posicionamento da democracia participativa de maneira efetiva, introduzindo novos mecanismos de participação através de uma gestão democrática e com uma nova forma de governar e gerir, porque com a inclusão da participação popular na 8 gestão e nas tomadas das decisões pode-se ter um comprometimento social com o próprio desenvolvimento (MARQUES, 2010). A participação efetiva da população transforma gestões e realidades, além de atender reais necessidades em muitas cidades brasileiras. A criação de uma lei específica de participação tornaria o processo mais facilitado e padronizado, aliás incentivaria ainda mais cooperação dos cidadão (SILVA, 2011). Castro e Gomes (2007) enfatizam que a nova administração pública se originou da importação de várias técnicas de gestão para o setor público, como também do nascimento de novos conjuntos de ideias, importantes na área administrativa de um país, preocupada com uma administração contemporânea e democrática, que deve estar focada nas políticas públicas, na economia do setor público, no processo de descentralização administrativa, nas estratégias de gestão das despesas e resultados e nos gastos públicos. 2.5 PERSPECTIVA DE DESENVOLVIMENTO A gestão pública alcança a perspectiva de desenvolvimento e provoca a evolução econômica quando possui em seu quadro profissional servidores/colaboradores realmente capacitados. Com o intuito de capacitar cada vez mais seus gestores a fim de minimizar perdas, o governo busca produzir experiências de amadurecimento. Atualmente, a nova Gestão Pública desenvolve a ideia de que o processo orçamentário deve abrir a possibilidades de participação popular. Essa participação na administração pública é de grande importância para o planejamento, a definição de prioridades, a cidadania e a democracia, esses fatores resultam na eficiência dos gastos público (SILVA, 2011). À medida que o cidadão participa e entende de que forma os impostos arrecadados permitem aos gestores públicos desenvolverprojetos, serviços e obras, há uma atenção maior sobre a forma como os recursos públicos estão sendo administrados. Dessa forma, o orçamento público pode ser visto como uma lei que formata, aprecia legislativamente e executa ações no setor público ou, pode ser compreendido como um apanhado de procedimentos que têm como referência o ciclo orçamentário que se aloja em dois momentos fundamentais da Administração das políticas (NASCIMENTO, 2018) 9 2.6 GESTÃO PÚBLICA DA ATUAL ADMINISTRAÇÃO MIGUEL-OESTINA (2017 – 2020) Comandada por um gestor de formação, a Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste/SC busca empreender e estar aberto as reivindicações da população. Para compreender melhor a estrutura organizacional público pode-se apresentar os organogramas das duas secretarias, Planejamento e Urbanismo, para compreender melhor o funcionamento e hierarquia, dividindo-os em estratégico, tático e operacional, observado na Figura 1 e Figura 2. Figura 1 - Organograma da Secretaria Municipal de Planejamento Fonte: Lei Complementar 12/2012 e 25/2013 de São Miguel do Oeste/SC (adaptado). SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO DIRETOR DE GESTÃO DIRETOR DE PLANEJAMENTO ARQUITETO (3) ENGENHEIRO (1) TÉCNICO ADMINISTRATIVO (1) DIRETOR DE ENGENHARIA ENGENHEIRO (9) ARQUIETETO (1) SECRETÁRIO ADJUNTO DE PLANEJAMENTO Estratégico Tático Operacional 10 Figura 2 - Organograma da Secretaria Municipal de Urbanismo Fonte: Lei Complementar 12/2012 e 25/2013 de São Miguel do Oeste/SC (adaptado). SECRETÁRIO DE URBANISMO DIRETOR DE GESTÃO ADMINISTRATIVA CHEFE DE DIVISÃO DE LIMPEZA E MANUTENÇÃO FISCAL DE OBRAS E POSTURAS (6) TÉCNICO ADMINISTRATIVO CHEFE DE DIVISÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS (3) DIRETOR DE TRÂNSITO TÉCNICO ADMINISTRATIVO DIRETOR DE URBANISMO E INFRAESTRUTURA COMUNITÁRIA DIRETOR DE MOBILIDADE URBANA OPERADOR DE MÁQUINA (3) MOTORISTA (3) DIRETOR DE CEMITÉRIO SECRETÁRIO ADJUNTO DE URBANISMO Estratégico Tático Operacional 11 Os secretários, do nível estratégico, ou seja, os que definem metas e objetivos, os que mantem a inspiração e motivação da equipe de trabalho, e planejam estratégias de ação de acordo com cenário econômico global e a situação do mercado, considerando fatores internos e externos, fazem parte dos agentes políticos indicados pelo gestor, sendo de livre nomeação. Os diretores e chefes que pertencem ao nível tático, também de livre nomeação e designados como comissionados, realizam a intermediação entre os níveis estratégico e operacional, traduzem e interpretam as decisões do planejamento estratégico. O nível operacional é representado pelos servidores efetivos e contratados por processos seletivos. Nesse nível é realizado planos bem mais focados no curto prazo, são definidos métodos, processos e sistemas para que a organização alcance os objetivos globais da organização. As duas secretarias em questão trabalham com o foco principal de gerar grandes impactos no bem-estar e facilitar a mobilidade, objetivando a qualidade de vida. Para tanto, desenvolveu-se vários programas de aproximação e houve a continuação de outros projetos de administrações anteriores, porém com ajustes. Os programas, voltados a urbanização, que receberam maiores investimentos foram “O povo fala”, “São Miguel de ponta a ponta” e “Viver melhor”. 2.6.1 O povo fala Desenvolvido pela atual administração, o programa “O povo fala” busca uma gestão transparente e uma proximidade maior com a população e suas necessidades. Em cada comunidade e bairros são elencadas as prioridades para ser desenvolvidas durante o mandato, e a cada ano, prestar contas das solicitações atendidas e o que falta ser realizado, além de uma visão geral dos trabalhos que a administração está executando para elevar o nível de vida da população. Com isso buscamos dar agilidade nos serviços solicitados e na transparência dos gastos públicos. Conforme Trevisan (2019), o dinheiro público tem que ser aplicado de forma correta e as demandas do Município cumpridas. Trevisan ressalta que “para fazer uma boa gestão é preciso ter coragem e saber dizer não”1. Na Figura 3 demonstra a logomarca desenvolvida para o projeto e uma das reuniões ministradas pelo atual gestor. 1 Informação verbal. 12 Figura 3 - Reunião do programa o "O povo fala" Fonte: Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste, 2019. 2.6.2 São Miguel de ponta a ponta Programa lançado dia 28 de agosto de 2019 possui como objetivo dar ainda mais mobilidade urbana para o município. Ao todo serão asfaltados 15 quilômetros do perímetro urbano. Até 20 de fevereiro de 2020 havia sido concluído a execução de 30 ruas e 11 estavam em execução. Em sua totalidade, 17,2 milhões de reais estão sendo investidos nesse projeto. “Como o próprio nome do programa sugere, teremos obras ‘de ponta a ponta’ da área urbana de São Miguel do Oeste, integrando um grande projeto de mobilidade urbana, com ligações asfálticas interbairros que consolidaram novas rotas em nossa cidade, melhorando a trafegabilidade e distribuindo as condições de desenvolvimento entre todos os bairros”, explica o prefeito2. “É um marco na história do município. Agradecemos a colaboração de toda a equipe que tem trabalhado nos projetos e trâmites para a liberação destes recursos. E parabenizamos a nossa população, que será a maior beneficiada por mais este programa”, ressalta Trevisan3. Na Figura 4 são exemplificadas algumas ruas contempladas com o programa. 2 Informação verbal em entrevista à Rede Peperi, 2019. 3 Informação verbal em entrevista à Rede Peperi, 2019. 13 Figura 4 - Obras de pavimentação concluídas Fonte: Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste, 2020. 2.6.3 Viver melhor Lançado em governo anterior, entretanto com altos investimentos na atual gestão o programa “Viver melhor” é uma parceria entre os habitantes e a municipalidade, com foco em ruas sem infraestrutura. A administração pública arca com valores da estrutura básica, como serviços de máquinas, drenagem e base para o calçamento, e o dono do lote com a contratação de mão de obra com fornecimento de material (pedra irregular), para a conclusão do serviço. Esse projeto visa a valorização do imóvel, urbanização padrão, facilidade de deslocamento e melhoria na qualidade de vida da população. Desde o início do mandato do atual gestor, até 20 de fevereiro de 2020 houve um investimento de R$ 3,3 milhões, o que condiz a 120 quadras em 74 ruas. Na Figura 5 podem ser visualizados algumas ruas que receberam o projeto. Figura 5 - Ruas contempladas com o programa " Viver melhor" Fonte: Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste, 2020. 14 2.7 INFLUÊNCIA DA PANDEMIA NA GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL De acordo com Firmiano e Atatiba (2020) e dados apresentados por toda a imprensa mundial, a pandemia está causando perda de milhões de postos de trabalho, subtração de centenas de milhares de vidas humanas, além da retração da atividade econômica. A atual situação traz lições consideráveis, por vezes incontroláveis, resta aos governantes administrar com sabedoria todas essas mudanças significativas nas diversas esferas do poder. A Gestão Pública utilizada de modo estratégico, coordenada em cooperação social pode minimizar as sequelas do Covid-19. Conforme o Prefeito Wilson, as circunstâncias do momento são preocupantes, pois o planejamento anual teve que ser redesenhado e adaptado, principalmente no que diz respeito às práticas no local de trabalho e no investimento de recursos. O trabalho a distância (home office) é realidade presente no mundo laboral, apoiado pelo desenvolvimento tecnológico e instrumental da informáticae das telecomunicações no processo produtivo. No setor da educação houve grande interferência, alternando o calendário escolar, tanto na educação básica quanto no ensino superior, bem como a perspectiva de duração das medidas de suspensão das atividades escolares presenciais. Tal medida foi fundamental para minimizar a disseminação do vírus e do pânico, porém há grande possibilidade que tal extensão inviabilize a reposição das aulas, de acordo com o planejamento do calendário letivo de 2020. É evidente que todos os setores foram influenciados pela pandemia, uma vez que tanto o setor privado como o público tiveram que se adequar as novas medidas de proteção. Conforme Trevisan, o município teve corte de gastos em diversos setores, sendo que todas as secretarias receberam orientação para revisar os contratos e dar prioridade aos serviços mais necessários no momento. Com toda a situação, o prefeito também optou por corte de gastos no setor de pessoal, exonerando servidores comissionados. Em harmonia com o Governo Federal, Estadual e orientações de profissionais da saúde, a administração municipal seguiu todas as recomendações. Em conformidade, efetuou-se a compra de produtos destinados a proteção da pandemia, tais como máscaras e álcool em gel. Ainda, ocorreu a criação por meio do Decreto Municipal 9.260/2020, do Comitê de Crise, que dispõe sobre medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública, formado por servidores e membros técnicos, e efetuou-se a abertura do Centro de triagem para atendimento à população. O município também adquiriu, inicialmente, 1 mil testes rápidos. Diariamente, por meio do setor de imprensa, informa os números suspeitos de pacientes, bem como, os casos de 15 isolamento, ainda, disponibilizam informações de prevenção e demais dicas para que a população siga atenta a situação. Na Comarca de São Miguel do Oeste, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) destinou cerca de R$ 185 mil, provenientes de transações penais e suspensões condicionais de processos firmadas em ações criminais ajuizadas, para a compra de materiais destinados ao Hospital Regional Terezinha Gaio Basso (HRTGB). Com o total, foram adquiridas 5.049 máscaras PFF2, 25 testes rápidos, e ainda, um respirador pulmonar seminovo que será instalado na nova UTI, de uso exclusivo para pacientes com a Covid-19. O hospital atende à comunidade da região Extremo-Oeste de Santa Catarina. Segundo o diretor geral do HRTGB, Jeferson Gomes,4 “Seremos uma unidade de referência no Estado para o tratamento de doenças respiratórias como o Covid-19, mas não deixaremos de atender os serviços essenciais que surgem na região, como obstetrícia, oncologia, cirurgias, exames e atendimentos emergenciais”. Também houve repasse por parte do Governo Federal, destinando ao município um montante de R$ 423.053,36 com a finalidade de combater a propagação de casos. O Instituto Millenium (2020) afirma que as políticas públicas necessitam criar ações alicerçadas em ciência e embasadas em evidências, necessitam de um sistema robusto e integrado de planejamento em saúde pública, além de estratégias de retaguarda (plano B) que garantam segurança no atendimento de qualidade ao cidadão. 3 INTRODUÇÃO À TEORIA DO ESTADO O Estado nada mais é que uma organização politicamente organizada e constituída por pessoas que convivem mutuamente com o intuito de atender um grande número de interesses. Ainda pode-se definir o Estado nas visões de sentido laico, sendo este uma nação politicamente organizada e no sentido jurídico, que subtende a pessoa de direito público interno, sendo esta responsável pelos atos dos seus agentes e a pessoa de direito público internacional no que se refere ao relacionamento com outros países (PASSAES et al., 2013). O Estado é composto por entidades estatais podendo estar estruturadas a partir da política, da estrutura físico-geográfica, área administrativa e a jurídica. Como corroborou Maluf (2013) afirmando que a política constitui a principal disciplina encarregada do estudo de Estado, é mister que a ela se apliquem leis baseadas no bem comum e de acordo a melhoria da qualidade de vida do cidadão. 4 Informação retirada do site https://www.hrtgb.org/, divulgação 01/04/2020. https://www.hrtgb.org/ 16 Segundo Marx (2002) o estado é um instrumento de dominação para atender aos interesses da classe dirigente, sendo que não deveria haver preocupação com a forma de governo, mas sim com quem exerce o poder, admitindo que as ideias de cada período fossem mutáveis, diferentes e relacionadas com as instituições vigentes na ocasião. Sendo assim, ao longo do tempo transcorrido há a premissa de que essa estrutura ainda é predominante, dado o aumento de conhecimentos e o grande número de inovações para a humanidade. 3.1 A EXISTÊNCIA DO ESTADO Segundo Dallari (1998) o Estado sempre existiu, desde primórdios da vida sobre a terra. O ser humano sempre se achou integrado num tipo de organização social, pois os que partilham desta posição consideram o Estado como princípio organizador social dos seres humanos, considerando-o onipresente na sociedade humana. O Estado foi criado para atender às necessidades dos grupos humanos, que viveram por um longo período sem um Estado, sendo que os Estados surgiram em diferentes lugares por diferentes motivos, sempre para atender as conveniências humanas. Atualmente, novos modelos de gestão têm demonstrado que suas dinâmicas em funcionamento são estruturas que objetivam estar próximo ao cidadão, respeitando-o e qualificando a oferta de serviços, através de políticas públicas (CARMO et al., 2018). Nesse contexto, foi analisada a prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste, tendo um vínculo com os cidadãos, fomentando a participação regional nas parcerias com o governo central. Esse modelo tem correspondido a uma grande expectativa da população, pois possibilita o acesso às informações com transparência, ampliando e facilitando a comunicação entre os envolvidos, direta o indiretamente. Um dos principais projetos de participação é o programa “O povo fala”, já anteriormente citado. Para que todos os planos se tornam possíveis, o órgão público possui sua maior arrecadação municipal do IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana e o ISS – Imposto Sobre Serviços. Há ainda convênios estatuais e federais com projetos pré- definidos. Possui também arrecadações com multas por diversas infrações. 3.2 TRAJETÓRIA DA TEORIA GERAL DO ESTADO Historicamente, o estudo do Estado segue duas linhas estratégicas. A primeira fragmentada em disciplinas como o Direito Constitucional, Administrativo, Penal, entre outros. 17 A segunda é a palavra “Estado” como sinônimo de Poder, como Poder Público, Poder Administrativo. Inicialmente houve resistência do Direito em estudar o Estado uma vez que o deveria expressar a sociedade completa neutralidade, entretanto, era apoiado em um complexo mundo de acordos e interesses (REALE, 2000). O surgimento da Teoria Geral do Estado (TGE) ocorreu na Alemanha, no final do século XIX. A influência do Positivismo Científico em sua fundamentação torna-se evidente com e elaboração de leis gerais/ científicas e objetos de estudo. Posteriormente, houve repartição, surgindo o Positivismo Jurídico também conhecido como Justapositivismo. Em linhas gerais, a TGE expõe um organismo neutro e legislação geral, porém apresenta uma natureza autoritária (DALLARI, 1998). A TGE influenciou diversos países, alguns de forma mais intensa e outros de forma mais sútil. No Brasil apresentou grandes impactos, que podem ser divididos em quatro períodos significativos, conforme pode ser observado na Figura 6. Figura 6 - Trajetória da Teoria Geral do Estado no Brasil Fonte: Canaan, 2014 (Adaptado). Duranteo mesmo, sabe-se das estruturas agrária e, sobretudo, escravocrata vigentes. São obstáculos para a instituição de um Direito Privado no Brasil. O poder moderador, instituído na Constituição outorgada por D. Pedro I, em 1824, também limitava o Direito, mas em seu sentido Público. 1º PERÍODO Desde 1822 (data da independência do país) até 1889, ano marcado pelo fim do império e pela proclamação da república. É marcado pelas fortes oligarquias, pelos conflitos eleitorais e políticas de arrendamento de votos, etc. Durante o mesmo, houve a tentativa de se elevar o STF à condição de Suprema Corte, assim como nos EUA. 2º PERÍODO Vai da proclamação da república até o fim da república velha (1930) É marcado pelas fortes oligarquias, pelos conflitos eleitorais e políticas de arrendamento de votos, etc. Durante o mesmo, houve a tentativa de se elevar o STF à condição de Suprema Corte, assim como nos EUA. 3º PERÍODO No governo Varguista, vigente por 15 anos após 1930, que envolveu, desde um período democrático, uma ditadura (Estado Novo) e a 2ºGM A TGE é extinta no ensino do Direito, no país. Passa a ser Teoria do Estado, este, estudado interdisciplinarmente, como em sua abordagem pela Ciência Política. 4º PERÍODO A partir de 1973, já em ditadura militar (quando há a quebra da ordem liberal) 18 4 DINÂMICA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS Está na essência do homem conviver e relacionar-se. De acordo com Rocha (2010), “relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, é abrir-se para o novo, é aceitar e fazer-se aceito, buscar ser entendido e entender o outro. A aceitação começa pela capacidade de escutar o outro, colocar-se no lugar dele e estar preparado para aceitar o outro em seu meio”. Seguindo as ideias de Gomes (2010) que “as relações interpessoais fortalecem não apenas o desempenho do profissional, mas também traz à tona boas expectativas para que as equipes atinjam objetivos e superem metas que agreguem valor ao negócio”, e todo êxito é alcançado com a união de pessoas e com a visualização e aceitação dos limites de cada um. As relações interpessoais são para o homem e a mulher tão inerentes quanto a sua própria existência. Desde o seu nascimento, o homem apresenta uma natureza ou uma tendência de relacionar-se com outros, ou seja, somos seres gregários e somos moldados para conviver (BOWDITH e BUONO, 1999 apud ARTEN, 2012, p. 13). A entrada em uma organização já é por si uma grande relação, onde no interior desta, serão formadas outras tantas relações que irão de alguma forma se relacionar entre si, podendo ser entre pessoas que terão conhecimento estritamente profissional ou então que terão algum interesse, afinidades e preferências. Sendo que Bowlby (2001 apud ARTEN, 2012, p. 13) considera que, Toda pessoa nasce propensa a estabelecer fortes vínculos afetivos, mas essa capacidade pode ser diminuída em razão de fatores externos que acabam por impedir o ser humano de desempenhar todo esse potencial com as pessoas que o cercam. A capacidade é inata, mas precisa ser estimulada adequadamente para que se concretize. O pleno desempenho de uma organização é dependente de um perfeito funcionamento da comunicação, ou seja, todos devem falar a mesma linguagem e ter a mesma linha de pensamento. É fundamental que a equipe gestora faça-se entender por completo, promova a integração entre as equipes de trabalho dentro da organização e deixe claro os objetivos a serem alcançados a curto, médio e longo prazo. A sinergia da equipe facilita a obtenção de resultados favoráveis (TAKAMORI, 2011). Observando a organização de uma forma sistêmica, ou seja, de uma forma completa, Crozatti (1998) entende que a integração do líder com seus liderados propiciará relacionamentos saudáveis. Outro aspecto relevante é o da motivação, pois sem ela o 19 colaborador perde o desejo de trabalhar, porém com ela, as chances de sucesso da organização aumentam consideravelmente, pois os resultados são otimizados. 4.1 RELAÇÕES INTERPESSOAIS NAS ORGANIZAÇÕES O estudo das relações interpessoais em uma organização necessita identificar como as pessoas se relacionam entre si e com a organização. Para Ferreira, Reis e Pereira (1997), a estrutura, a tecnologia e o comportamento são aspectos que configuram qualquer atividade organizacional. A estrutura é definida pela hierarquia administrativa. A tecnologia condiz aos métodos de trabalho e a todos os equipamentos envolvidos nas tarefas. O comportamento é verificado nas formas de como ocorrem as relações interpessoais na empresa. Qualquer pressão que gere interferência no mercado e que consequentemente altere algum dos três aspectos pode criar um impacto considerável na organização. O ambiente de trabalho é o principal cenário para o estudo das relações organizacionais. O indivíduo, “personagem” principal, apresenta segundo Chiavenato (2009) quatro domínios conhecidos como cognitivo, afetivo, racional e biológico. Estes necessitam ser trabalhados forma específica e individualizada, uma vez que a educação, o ambiente e as pessoas com quem nos relacionamos são fatores potencializadores do desenvolvimento. Os indivíduos, os objetivos e metas, a gestão e o meio ambiente são as principais variáveis determinantes de acordo com Arten (2012) para que ocorram e de que modo se mantém as relações interpessoais nas organizações, conforme exemplificado na Figura 7. Figura 7 - Principais variáveis das relações interpessoais em uma organização Fonte: Arten, 2012 (Adaptado) ORGANIZAÇÃO INDIVÍDUOS OBJETIVOS E METAS GESTÃO DE PESSOAS MEIO AMBIENTE 20 Os indivíduos são formados por suas experiências que advêm de relações. O processo de relacionar-se busca a satisfação da necessidade pessoal, a busca da felicidade e do próprio bem-estar. Nesse ponto, o ser detém em si uma seleção natural de amizades, pois o simples fato de tê-las ou senti-las próximas ocasiona um contentamento emocional (FREUD, 1920 apud BERGAMINI, 1996). O “algo” em comum é o que aproxima as pessoas e faz com que elas se relacionem. Os grupos aos quais nos relacionamos desde o início da nossa existência até o final dela, mudam conforme os objetivos e metas traçados. E o foco principal nessas relações sociais são as trocas. As trocas são baseadas em compartilhamento de experiências, conhecimentos e/ou afetividade. Não havendo mais trocas, ocorre a crise ou até o colapso de relacionamento, justamente por não se atingir mais as metas e objetivos com aquela relação (ARTEN, 2012) A gestão de pessoas pode ser entendida, nesse caso, como a influência que o líder provoca nas relações dentro da organização. Com o papel de facilitador e motivador, o líder é o responsável fundamental no alcance de metas grupais e de que forma estas são alcançadas, priorizando pelo mínimo desgaste possível dos domínios individuais e coletivos (AHRENS, 2017). Para Arten (2012), o meio ambiente, seja ele interno (dentro da própria organização) ou externo (no mercado) interfere diretamente na dinâmica das relações interpessoais. O desenvolvimento da organização é dependente das relações que se criam, pois são estas que cumprirão metas organizacionais e individuais. Primeiramente, é essencial que cada integrante sinta-se parte da organização, e para que isso ocorra é importante compreender a cultura a qual está inserido. A cultura organizacional, para Newstrom (2008), é definida pelo conjunto de leis e normas únicas de cada organização uma vez que estas se definem de forma compartilhada pelo conjunto de aspectos morais, éticos de seus colaboradores. 4.2 SITUAÇÃO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS PÚBLICAS A atual gestão, conforme já exposto, promove uma administração a base de pedidos e solicitações da população, tentando se aproximar ao máximo das necessidades reais. Aliandoorçamento, legislação/legalidade e necessidade, busca inovar e investir para o bem do município. Perante a relação organização e indivíduo, os servidores compreendem facilmente e claramente a missão, visão e valores da instituição. Entendem os níveis hierárquicos, apresentando no geral, um ótimo ambiente de trabalho, com harmonia focam os mesmos ideais. 21 Com reuniões frequentes, os líderes atuam de forma democrática, dando voz e vez a todos os colegas, sabendo identificar ideias potenciais além de conseguir delegar funções. Os feedbacks são dados por uma avaliação semestral aos funcionários efetivos não estáveis, ou seja, em estágio probatório. Esta avaliação é realização por seu chefe imediato, colegas de trabalho e por auto avaliação. A administração de conflitos é realizada internamente, entre os envolvidos. Em casos mais graves e de apuração de fatos, são instaurados processos administrativos (PAD) e sindicâncias, sendo as penas o pagamento de danos causados (ressarcimento ao ente público), afastamentos e em casos extremos a demissão do colaborador. Como sugestão de melhoria dos relacionamentos interpessoais tem-se a avaliação contínua de todos os servidores pertencentes ao órgão, realocando-os caso necessário, objetivando sempre o melhor funcionamento de toda a equipe de trabalho. É importante, o nível estratégico escutar os níveis “inferiores”, possuir flexibilidade e iniciativa de motivação. A inserção de terapias alternativas ao ente seria uma opção de motivar o funcionário, uma vez que no órgão público possui níveis bem definidos e salários engessados, dificultando mudanças salariais. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao concluir a pesquisa foi possível compreender o modelo de gestão aplicado atualmente pela da Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste, Santa Catarina, através dos conteúdos de Gestão Pública e Políticas Públicas do Brasil, Introdução a Teoria do Estado, Dinâmica das Relações Interpessoais elencadas a linhas de posicionamento na área de gestão, empreendedorismo organizacional e empresarial abordadas no Projeto Integrador Multidisciplinar. Em síntese, a Secretaria de Planejamento e de Urbanismo é parte fundamental no que diz respeito ao executivo de obras públicas. É responsável pela administração de contratos, apresentando os resultados obtidos e propondo projetos, planos, estratégias e metodologias específicas, além da fiscalização de obras públicas, coordenar e acompanhar serviços executivos e equipes de trabalho, gerenciar as atividades de engenharia. Há também a função de auxiliar nas atividades relacionadas á execução de melhorias urbanas, gerenciar convênios e emendas. O estudo da Gestão Pública e Políticas Públicas do Brasil analisou informações históricas e pode-se observar que as formar de governar se adaptam com o passar do tempo, 22 porém apresentam características antigas, que se arrastam por anos. A principal função implantada nos últimos tempos foi a transparência que faz com que todo e qualquer habitante acompanhe quaisquer investimentos públicos. A inserção de um modelo democrático, organizado e amplamente participativo, envolve mais a população e dá maior amplitude e efetividade ao trabalho dos governantes. Já a análise da Introdução a Teoria do Estado fez compreender que com o passar da história, sua existência será duradoura e que terá como objetivo principal o “interesse do povo” aliado a subjetividade do poder. E por fim a Dinâmica das Relações Interpessoais observou que tudo envolve o ser humano e que a organização é completamente dependente e responsável em moldar o seu integrante. Força de vontade, valorização e empatia devem manter vivos em cada ser para que o sistema flua tranquilamente. Ao final da pesquisa foi possível obter resultados positivos para o desenvolvimento intelectual pessoal bem como, conhecer as particularidades da atual gestão administrativa, projetos implantados, modos de gestão e a dinâmica das relações interpessoais aplicadas a um órgão público. Como sugestões para melhorias, buscando sempre seguir a legislação vigente, é a desburocratização consciente, e claro, possível, para cada vez mais tornar o processo de compra e execução de serviços mais rápida e de qualidade. Buscar transparência e informar os munícipes qual o papel de cada um, o que compete ao órgão público e o que compete ao habitante, para que ambos busquem e colaborem em função do mesmo objetivo que é sempre, fazer a cidade de São Miguel do Oeste crescer de forma planejada e com segurança. 23 REFERÊNCIAS ABRUCIO, Fernando L. Trajetória recente da gestão pública brasileira: um balanço crítico e a renovação da agenda de reformas, 2007. AHRENS, Rudy de Barros. A gestão estratégica na administração. Vol. 2. Ponta Grossa (PR): Atena Editora, 2017. ALMEIDA, Paulo Roberto de. A economia internacional no século XX: um ensaio de síntese. Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI). Vol. 44 nº 1. Brasília: 2001. ARAÚJO, Priscila Gomes de; PEREIRA, José Roberto. 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Lei Complementar 12/2012. Dispõe sobre o plano de carreira e remuneração do pessoal do magistério público municipal e dá outras providências. Disponível em: http://leismunicipa.is/munlv. Acesso 28 mar 2020. ______________________. Lei Complementar 25/2013. Dispõe sobre o quadro de pessoal e o plano de carreira dos servidores públicos municipais de São Miguel do Oeste e dá outras providências. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a2/plano-de-cargos-e-carreiras- sao-miguel-do-oeste-sc. Acesso 28 mar 2020. ______________________. Lei Complementar 64/2017. Altera a lei complementar municipal 024/2013, que dispõe sobre a estrutura organizacional administrativa direta do poder executivo de São Miguel do Oeste. Disponível em: http://leismunicipa.is/vjtel. Acesso 28 mar 2020. ______________________. Decreto Municipal 9.260/2020. 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