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Passo a passo para elaboração do projeto elétrico residencial Para iniciar o projeto elétrico residencial, é importante ter acesso as plantas baixas, cortes e demais peças gráficas relevantes para a confecção do projeto. Também é válido ter acesso às plantas contendo o mobiliário e equipamentos eletrônicos previstos, para que a determinação dos pontos de elétrica estejam alinhados não somente com o projeto arquitetônico, como também o projeto de interiores. 1. Calcular área e perímetro de cada cômodo Inicialmente, se obtém a área e perímetro de cada cômodo da edificação, para que seja feita a previsão das potências de iluminação e tomadas, de acordo com as orientações da NBR 5410. Vamos utilizar a residência abaixo como exemplo: Planta enviada 2. Encontrar a potência geral da residência O cálculo da potência geral é feito, inicialmente, à partir da identificação das potências de iluminação e de tomadas, de acordo com a NBR 5410. Para o cálculo da potência de iluminação são seguidas as seguintes premissas: Cômodo com área igual ou inferior a 6m²: 1 ponto de iluminação com 100VA Cômodo com área superior a 6m²: 1 ponto de iluminação de 100VA para os primeiros 6m²; Acrescentar 1 ponto de 60VA para cada aumento de 4m², sendo desconsiderados valores inferiores. Para a residência de nosso exemplo, identificadas as áreas de seus cômodos, chegamos aos valores presentes na tabela: Para o cálculo da potência de tomadas de uso geral, são utilizados os seguintes critérios: Cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m²: No mínimo 1 tomada de 100VA. Cômodos ou dependências com mais de 6m²: 1 tomada de 100VA para cada 5m ou fração de perímetro, espaçadas tão uniformemente quanto possível. Banheiros: No mínimo 1 tomada de 600VA junto ao lavatório, com distância mínima de 60cm do boxe. Copa, cozinha e área de serviço: 1 tomada a cada 3,5m ou fração de perímetro, de 600VA, sendo o máximo de 3 tomadas; Atribuir 100VA para as tomadas excedentes. Com base nas premissas citadas, encontramos a área e o perímetro dos cômodos para chegar aos resultados exibidos na tabela: Para o cálculo da potência das tomadas de uso específico: Atribuir a potência nominal do equipamento a ser utilizado. Dessa forma, chegamos a tabela abaixo, exibindo as potências de iluminação e das tomadas de uso geral e específico: Para encontrar a potência total da residência, utilizamos o somatório geral das potências encontradas, e multiplicamos por seu fator de potência. 3. Distribuir os circuitos Seguindo as determinações da NBR 5410, os circuitos devem ser divididos em tantos quanto forem necessários, para a distribuição de iluminação, tomadas de uso geral e tomadas de uso específico. Devem ser gerados circuitos independentes, destinados apenas à iluminação e às tomadas de uso geral. Além disso, tomadas com corrente nominal superior a 10A recebem circuitos separados apenas para si. Essa divisão será realizada no quadro de distribuição, responsável por distribuir a instalação elétrica. Vemos no quadro abaixo a distribuição dos circuitos da residência: 4. Representar o projeto elétrico À partir das informações obtidas, é transmitida para planta baixa a distribuição dos circuitos definidos para o projeto. Também são especificados os condutores que fazem parte destes circuitos e lançados os pontos de tomadas e iluminação. Para tal, é utilizada a simbologia definida na NBR 5444 ou a determinada pelo projetista, desde que explicada no projeto. Para a representação do projeto elétrico é feito o diagrama unifilar, representado acima. Nele, podemos ver os eletrodutos, responsáveis por conduzir os circuitos elétricos até os pontos de utilização (tomadas e iluminação). Em cada eletroduto vemos os condutores que atende. A numeração acima desses condutores corresponde ao circuito ao qual pertencem. Nos pontos de luz temos sua potência e o circuito que fazem parte como numerais, e as letras correspondem ao seu interruptor. Nas tomadas também temos representados seu circuito respectivo. Também são utilizadas demais peças gráficas, como cortes, elevações e perspectivas, para a representação do projeto elétrico. 5. Cálculo da corrente O valor das correntes são encontrados através da fórmula Corrente = Potência x Tensão, aplicado para cada circuito. Para a corrente do quadro de distribuição, se obtém inicialmente o somatório das correntes de iluminação e tomadas de uso geral, multiplicadas pelo fator de demanda. O fator de demanda é uma previsão do quanto as potências serão utilizadas simultaneamente no momento de maior exigência da instalação. Dessa forma, se evita o aquecimento excessivo do sistema. Somatório das potências de iluminação e tomadas de uso geral Somatório das potências de iluminação e tomadas de uso geral multiplicado ao fator de potência Do mesmo modo, mutiplica-se a soma das tomadas de uso específico pelo fator de demanda correspondente, que nesse caso é encontrado de acordo com o número de circuitos. Valor de corrente para as tomadas de uso específico Continuando, é feito o somatório dos valores obtidos, que são divididos pelo fator de potência médio. Cálculo da Corrente do Circuito de Distribuição 6. Dimensionamento dos condutores e dos disjuntores do circuito É determinada a seção (bitola) dos condutores dos circuitos, para garantir que a corrente prevista circule pela fiação, sem que haja superaquecimento. O dimensionamento do disjuntor visa obter sua corrente nominal. Dessa forma, previne-se que os condutores não sofram com sobrecorrente ou curto circuito, devido ao superaquecimento. A seção dos condutores é obtida de acordo com o número de agrupamentos de circuitos e a corrente nominal passante. Tabela 1: identificação da seção dos condutores de acordo com o número de circuitos e da corrente Os valores obtidos pela tabela 1 são confrontados com o previsto pela NBR 5410, que diferencia a bitola dos eletrodutos de acordo com o tipo de utilização. Para iluminação, são empregados seção mínima de 1,5mm; para força, seção mínima de 2,5mm. Seção dos condutores, com o previsto pela NBR 5410 Para o disjuntor do quadro medidor, é preciso saber a potência total instalada que determinou o tipo de fornecimento, e o tipo de sistema de distribuição da companhia de eletricidade local. Para os dispositivos DR são aplicados os seguintes critérios: Com a identificação desses valores, é possível gerar a lista de materiais necessários à execução da obra. 7. Quem é o responsável técnico de um projeto elétrico? Para o projeto elétrico residencial, que é considerado pelos órgãos regulamentadores de baixa tensão, a responsabilidade técnica pelo projeto pode ser exercida por arquitetos ou engenheiros. Por exemplo, em casos de fiscalização do projeto em fase de construção, arquitetos ou engenheiros devidamente registrados em seus Conselhos (CAU ou CREA), estão aptos a responder pelo acompanhamento da obra. Já a confecção do projeto residencial elétrico pode ser feita por arquitetos, engenheiros civis e elétricos e técnicos em eletrotécnica, lembrando que isso é valido para os projetos de baixa tensão.
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