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AULA 4 CRM ANALÍTICO Profª Leticia Pimentel 2 INTRODUÇÃO O volume de informações disponíveis atualmente abre caminhos para uma mudança de perspectiva. Antes, o marketing era centrado apenas no desenvolvimento de produto, mas agora está focado na satisfação, lealdade e experiência do consumidor. Isto é, trata-se de extrair, das diversas fontes de dados, as informações necessárias para o desenvolvimento de estratégias que continuamente engajem consumidores por meio de experiências satisfatórias (Guo, 2021). Nesse contexto, a habilidade de gerenciar e utilizar dados para a tomada de decisão em marketing é de fundamental importância, uma vez que garante que os esforços estratégicos estarão alinhados com as necessidades atuais do consumidor. Portanto, estarão direcionadas para a melhoria contínua das experiências na jornada de compra. Essa cultura de fundamentar os direcionamentos estratégicos em informações advindas da análise de dados é chamada de data driven, ou seja, decisões “puxadas” por dados (Tripathi et al., 2021). Com base no pressuposto de que o relacionamento com o consumidor depende dessa nova capacidade de gerar experiências satisfatórias, é importante entender como o CRM pode contribuir com o processo. Assim, nesta aula, vamos discutir conceitos como growth hacking, aquisição e lealdade do consumidor, costumer experience, omnichannel e uso do funil de vendas na geração de ações focadas em experiência. Vamos começar! TEMA 1 – GROWTH HACKING E AUTOMAÇÃO DE RELACIONAMENTO Growth hacking é um termo amplamente conhecido no mercado, bastante popular no contexto das startups. Diz respeito à geração de táticas e ações, normalmente bastante arrojadas, com foco em crescimento acelerado. É uma metodologia baseada em tentativas e erros, que busca descobrir oportunidades de desenvolvimento. Isto é, em linhas gerais, o growth hacking pode ser definido como um processo de experimentação que visa identificar meios de melhorar a performance da empresa de forma rápida e duradoura (Ellis; Brown, 2017; Orzheshkovskaya, 2019; Troisi et al., 2020). rtave Realce rtave Realce rtave Realce rtave Realce rtave Realce rtave Realce 3 Uma vez que o growth hacking tem como foco o crescimento acelerado a partir da aquisição, retenção e rentabilização do cliente, há um grupo de estudiosos que aponta a existência de uma sobreposição com algumas funções de marketing. Porém, em uma análise detalhada, podemos entender que o growth hacking é, na verdade, um ponto de encontro entre o marketing e a tecnologia. Isso porque um serve de input para o outro (Bohnsack; Liesner, 2019; Conway; Hemphill, 2019). Veja, o primeiro passo para o growth hacking é justamente entender a jornada do consumidor, os pontos de contato entre o consumidor e a empresa (ou seja, relacionamento consumidor-marca), além de promover uma análise dos 4P do marketing (produto, preço, praça e promoção). Em segundo lugar, será necessário coletar e analisar dados, provenientes de diversas fontes, o que só é possível por meio da tecnologia. Finalmente, podemos realizar codificações e automações para a elaboração de estratégias que gerem vantagem competitiva sustentável (Bohnsack; Liesner, 2019). Um dos fundamentos do growth hacking é o uso de pesquisas (como experimentos) para testar hipóteses e descobrir os caminhos mais assertivos para esse crescimento acelerado. De maneira resumida, experimentos são pesquisas científicas de natureza quantitativa, que se propõem a atestar uma relação de causa e efeito por meio da manipulação de cenários, em ambientes controlados para tal. Isto é, há situações diferentes para os grupos pesquisados, cuja finalidade é compreender se existe um efeito de uma variável em outra (Da Costa Hernandez; Basso; Brandão, 2014). No mundo corporativo (sobretudo no marketing digital), são utilizados alguns princípios de pesquisa experimental para a comparação de cenários. A ideia é que se possa escolher quais estratégias geram os melhores resultados no quesito performance. Popularmente, essa utilização é conhecida como Teste AB. Por exemplo, ao criar um anúncio no Facebook para comunicar um novo produto de uma marca, é melhor utilizar uma linguagem mais emocional ou mais informativa? Para responder essa pergunta, uma marca pode criar os dois tipos de anúncio e programar que sejam postados aleatoriamente para diferentes grupos de amostras de seu público-alvo. Assim, ela pode analisar qual das duas postagens gerou mais engajamento (curtidas, comentários e compartilhamentos), mais cliques para o link de compra, e assim por diante. rtave Realce rtave Realce rtave Realce rtave Realce 4 Note que a base do growth hacking está na implementação de ações focadas em crescimento acelerado, a partir de observações de mercado. Assim, o growth hacker cria e testa hipóteses com pesquisas que têm fundamentos científicos. Essas observações de mercado podem ser originadas da análise e interpretação de grandes bases de dados, coletados a partir dos rastros dos consumidores on-line com esse fim específico. Considera-se também dados de transações entre consumidor e marca, já existentes e armazenados em bases de CRM. Independentemente da fonte de dados e das análises que serão definidas, utilizar-se da interpretação de dados para a tomada de decisões estratégicas da empresa, de maneira dinâmica e em “tempo real”, é uma perspectiva que pode ser caracterizada como data driven (Troisi et al., 2020). 1.1 Marketing data driven Já sabemos (o tema foi abordado em aulas anteriores) que a capacidade de uma empresa de gerenciar conhecimento é um fator determinante para a sua manutenção e crescimento. Mais recentemente, tem-se discutido a criação de vantagem competitiva com base na orientação estratégica baseada na inteligência de dados, ou seja, à medida que os gestores de marketing têm à disposição dados de consumo provenientes de diversos pontos de contato, o ambiente tecnológico forja nas empresas a necessidade de basear decisões estratégicas em informações de qualidade (Akter et al., 2021). Na era tecnológica em que vivemos atualmente, profissionais de diversas áreas buscam analisar, ativamente, a quantidade massiva de informações que os consumidores deixam como rastro nos diversos pontos de contato entre eles e as suas marcas favoritas (Li; Dai; Sun, 2020). Conforme já mencionamos, o marketing data driven usa dados “para executar as decisões de marketing, desde a ativos criativos até campanhas. Ele coloca os dados do consumidor na frente e no centro para garantir que todos os esforços de marketing são relevantes para os interesses e comportamentos do consumidor” (Tripathi et al., 2021). O marketing data driven não somente estuda as tendências de mercado, como também pode servir de base para decisões acerca de melhorias de produtos, a partir do feedback do consumidor, por exemplo. De maneira resumida, o marketing data driven contribui para a mensuração do engajamento e do comportamento do consumidor nas campanhas realizadas, melhorando o targeting, bem como os modelos de previsão de compra. Observe que o marketing rtave Realce rtave Realce 5 data driven abre portas para uma infinidade de desdobramentos estratégicos antes inexistentes. Por exemplo, a implementação de estratégias focadas em experiência omnichannel (gestão unificada de canais, como veremos mais à frente nesta aula) só é possível a partir do marketing data driven. Isso porque as estratégias omnichannel dependem de um entendimento mais profundo dos resultados dos canais de relacionamento e do comportamento do consumidor (Akter et al., 2021; Tripathi et al., 2021). É exatamente nesse sentido que podemos dizer que o marketing data driven contribui significativamente para a geração de vantagem competitiva sustentável. Veja que autilização de big data ou de dados de CRM em busca de novas oportunidades de mercado faz com que a empresa capte e gerencie valor de forma mais assertiva, diminuindo riscos e evitando erros. Portanto, é uma solução que melhora a performance da empresa de maneira embasada e contínua (Akter et al., 2021). TEMA 2 – OS BENEFÍCIOS DE CAPTAR E MANTER O CLIENTE Um questionamento sempre presente para gestores de marketing é o quanto investir em captação e retenção de clientes. Ambas as funções dispendem esforços de marketing e alocação de recursos. Portanto, é tarefa constante para os gestores buscar estratégias que otimizem o equilíbrio saudável entre aquisição e retenção para melhores resultados e performance financeira. A busca dessa equação perfeita, do que mais se adequa para cada empresa, levou ao desenvolvimento de uma série de estudos (tanto acadêmicos como de mercado) e modelos estatísticos, que objetivam prever a maximização da performance financeira (Verhoef, 2003; Reinartz; Thomas; Kumar, 2005). Assim, com base em dados coletados do mercado, bem como de dados advindos das bases de CRM, é possível desenvolver estudos internos, utilizando de modelos preditivos pré-existentes para determinar a proporção de investimentos que devem ser realizados em aquisição e retenção de clientes. Fatores como gastos de aquisição e/ou retenção, tipo de indústria, tamanho da empresa, frequência de compra, duração do relacionamento, satisfação do consumidor e expectativa de compras futuras são algumas das variáveis que devem ser consideradas na construção desses modelos (Reinartz; Thomas; Kumar, 2005; Harman; Porter, 2021). 6 É indiscutível que um dos benefícios mais tangíveis dos processos de aquisição e retenção está na melhora da performance financeira. No entanto, também podemos observar outros resultados importantes no marketing de relacionamento, como avaliação positiva da marca e brand equity. Assim, para entender melhor esses benefícios, vamos discutir aspectos da aquisição e retenção de clientes. 2.1 Aquisição de clientes Qual empresa não quer aumentar sua base de clientes? Algumas das nossas discussões nesta aula perpassam temas relacionados com aquisição de clientes. Por exemplo, observar estratégias específicas para as etapas do funil de vendas é uma forma de captação. Ou, ainda, ter uma cultura organizacional focada em data driven para melhorar a capacidade de oferta de novos produtos e serviços, alinhados com o mercado, bem como direcionar esforços de comunicação para tal. Essencialmente, adquirir novos clientes é sempre um objetivo dos departamentos de marketing e vendas. Claro, sempre observando os pontos de equilíbrio entre custos de aquisição e rentabilidade da base de clientes pensados como alvo/potenciais. Nesse processo de aquisição, um aspecto ainda pouco evidenciado é o engajamento do consumidor com a marca. O engajamento do consumidor tende a ser mais explorado em outras fases do relacionamento, quando o indivíduo já faz parte da base de clientes. No entanto, observar o desenvolvimento do engajamento em consumidores potenciais também traz em efeitos positivos, tanto na aquisição quanto na retenção do cliente. Isso porque incentivar o engajamento no processo de aquisição tem o potencial de aumentar o Customer Lifetime Value (CLV, ou valor de tempo de vida do cliente). O CLV é uma medida que avalia a rentabilidade do cliente, tanto no momento presente quanto em momentos futuros (Harman; Porter, 2021). Outro ponto de destaque no gerenciamento da aquisição de clientes é a variedade de pontos de contato entre o consumidor e a marca. Com a quantidade de informações disponíveis no mundo on-line, o consumidor tem mais autonomia no relacionamento com a marca, além de maior capacidade para fazer comparações e inferências acerca de produtos e serviços (preço, qualidade, confiabilidade da marca, características do produto etc.). Isso porque é possível que ele tenha mais pontos de referência quanto aos produtos e/ou serviços, por rtave Realce rtave Realce rtave Realce rtave Realce rtave Realce rtave Realce 7 meio de reviews e avaliações de seus pares, antes mesmo de consumi-los. A característica da conectividade tem uma influência significativa no processo de decisão de compra. Ou seja, é um fator determinante para a aquisição de novos clientes (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2016; Guo, 2021). 2.2 Retenção de clientes A lealdade do consumidor é um tema particularmente importante na gestão de relacionamentos. Relembrando o que vimos em aulas anteriores, a lealdade é um termo utilizado para caracterizar o comprometimento do consumidor com determinada marca, no sentido de realizar novas compras consistentemente e também de manter avaliações positivas. Ou seja, a lealdade do consumidor compreende aspectos relativos à atitude (como avaliação positiva, afeto e amor à marca) e também ao comportamento efetivo – recompra e boca a boca positivo, tanto on-line como off-line (Kunkel; Lock; Doyle, 2021). Para que o consumidor seja leal à marca, ele precisa primeiro ter um alto nível de satisfação com o produto ou serviço. Também são fatores determinantes para a lealdade do consumidor: nível de identificação que o consumidor tem com a marca; engajamento; confiança; experiência ao longo da jornada de compra; qualidade de integração dos canais de relacionamento; e qualidade percebida do relacionamento entre consumidor e marca. Inclusive, a lealdade pode ser entendida como o nível mais elevado de relacionamento entre o consumidor e a marca. Isto é, a lealdade é, ao mesmo tempo, uma etapa e um resultado do processo de relacionamento (Yim; Tse; Chan, 2008; Gao et al., 2021b). Dentro dessa lógica, há uma infinidade de estratégias que podem ser desenvolvidas para conquistar a lealdade do consumidor, como programas de fidelidade, ainda muito utilizados pelas marcas. De forma complementar, surgiram novos direcionamentos para garantir a lealdade do consumidor. As empresas estão apostando no uso da tecnologia para criar experiências cada vez mais integradas e customizadas. Por meio de táticas que utilizam gamificação, realidade virtual, internet das coisas e demais recursos tecnológicos, as marcas têm transformado a jornada de compra e as formas de se relacionar com os consumidores. Consequentemente, abrem novos caminhos para buscar o engajamento e a lealdade (Klink; Zhang; Athaide, 2020; Kunkel; Lock; Doyle, 2021). 8 TEMA 3 – RELACIONAMENTO COM FOCO EM CUSTOMER EXPERIENCE Não temos como falar de gestão do relacionamento com o consumidor sem considerar um detalhe importante: o número de pontos de contato que o consumidor tem com uma marca ou empresa, ou seja, é preciso levar em conta a bilateralidade no processo de relacionamento com uma marca. Há pouco tempo, a comunicação entre consumidor marca era unilateral. A marca se comunicava por meio de propagandas, e o consumidor apenas recebia essas informações, sem ter muita ação sobre a empresa, no sentido de conseguir se comunicar com ela. Hoje, existe a possibilidade de o consumidor conversar com a marca de “igual para igual”, o que torna as relações entre consumidor e marca muito mais horizontais. Isso acontece pela amplitude dos pontos de contato entre o consumidor e a marca (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2016; Confos; Davis, 2016). Podemos considerar que, em um mundo digitalizado, não existem mais barreiras geográficas. Nesse contexto, as possibilidades de se relacionar com um consumidor tornam-se infinitas, ao passo que a competitividade também aumenta. Veja, uma vez que as relações são mais horizontais, também há maior facilidade para que as empresas concorram de igual para igual, independentemente de onde estejam e do tamanho que têm (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2016). Considerando que o consumidor tem o mundo napalma das mãos, o que determina a escolha de uma marca em detrimento da outra? Será que pontos como a rapidez de resposta do site da loja, a facilidade de finalizar a compra, ou de entrar em contato com a empresa, são determinantes na escolha de uma marca? É claro que essa reflexão não é simples, pois envolve diversas áreas, desde a criação de produto, passando pela afinidade com a marca, o preço, a qualidade, entre muitos outros fatores. Porém, mesmo com uma discussão tão complexa como esta, podemos destacar um ponto chave nessas questões: a experiência do consumidor (em inglês, customer experience, ou simplesmente CX). Ao longo desta disciplina, nos propomos a estudar mais detalhadamente a gestão de relacionamento com o consumidor, certo? O relacionamento com o consumidor é um tema que pode ser endereçado com diversas estratégias. Nesse sentido, consideramos a “experiência do consumidor” como uma estratégia de relacionamento. A experiência do consumidor e o CRM não estão em direções opostas. Muito pelo contrário: ambos dizem respeito ao relacionamento com o consumidor, rtave Realce 9 de modo que caminham juntos. Inclusive, podemos considerar que são estratégias complementares (Klink; Zhang; Athaide, 2020). Antes de analisar definições mais formais sobre a experiência do consumidor, vamos ver um exemplo aplicado. A Amaro é uma loja brasileira de lifestyle (roupas, produtos de cuidados pessoais, sapatos etc.). Ela atende em alguns pontos presenciais, com Guide Shops, mas todas as compras são realizadas por meio do site. É uma das primeiras lojas brasileiras a trabalhar o conceito de integração de canais (Amaro, 2021). A Amaro apresenta alguns canais de atendimento com o consumidor, entre os quais o contato via WhatsApp. Veja a imagem a seguir, que apresenta uma situação de cancelamento de pedido. Notamos que a linguagem é mais pessoal, com utilização de emojis. A proximidade que a Amaro tenta gerar com o cliente em um serviço de atendimento pós-venda faz parte de uma estratégia de gestão de relacionamento. Tal comunicação que considera aspectos de segmentação de mercado e propósito da marca, buscando aumentar a experiência do consumidor no relacionamento com a marca em um ponto específico de contato. Figura 1 – Funil de vendas Fonte: Pimentel, 2021. Vamos discutir nos temas a seguir o conceito de experiência do consumidor e as vantagens do desdobramento dessa estratégia na gestão de relacionamento com o consumidor. rtave Realce 10 3.1 Experiência do consumidor A experiência do consumidor é uma questão ampla, que envolve diferentes áreas, uma vez que se aplica a todos os pontos de contato com o cliente. Além de tocar em uma dimensão emocional, a percepção do consumidor ao longo da jornada de compra determina a experiência. Todos esses pontos de contato do consumidor com a marca são pontos de experiência. Ou seja, o conceito de experiência do consumidor pode ser considerado como holístico e multidimensional (Klink; Zhang; Athaide, 2020). A experiência do consumidor é um tema estudado há muito tempo pelos teóricos de marketing. Desde a década de 50, já existia um corpo teórico que direcionava os estudos para os efeitos de experiências satisfatórias na avaliação de produtos e marcas, abrindo o caminho da experiência durante o consumo de um serviço. Inclusive, é possível afirmar que o consumo de serviços é, inerentemente, uma sequência de experiências intangíveis (Lemon; Verhoef, 2016; Bellos; Kavadias, 2021). Formalmente, a experiência do consumidor pode ser definida como “respostas do consumidor às interações com uma organização antes, durante e/ou depois de uma compra ou consumo, através de múltiplos canais ou tempo” (Holmlund et al., 2020, p. 356). Dessa forma, dada a sua natureza, a experiência do consumidor diz respeito a aspectos cognitivos, emocionais, sensoriais e sociais das interações entre consumidores e marcas. Por exemplo, a qualidade do relacionamento pós compra, os elementos e as formas da propaganda, as características do produto, a embalagem e a facilidade de uso são exemplos de aspectos que compõem a experiência do consumidor (Lemon; Verhoef, 2016). Observe que a experiência de consumo não se resume a elemento em específico, sendo justamente a soma das partes. Por isso, é considerada uma questão holística e multidimensional, que tangencia aspectos pessoais e subjetivos do consumidor ao longo de sua jornada de compra, seja antes, durante ou após a compra e/ou consumo. Ela gera respostas e percepções que levam à avaliação de produtos e serviços e ao relacionamento com as marcas. Isto posto, a experiência do consumidor pode ser considerada uma fonte de vantagem competitiva; portanto, deve ser observada com base em uma perspectiva estratégica dentro da gestão de relacionamento (Klink; Zhang; Athaide, 2020). 11 3.2 Experiência do consumidor como estratégia de relacionamento Um recente corpo de pesquisa tem demostrado que experiências únicas de consumo têm um efeito direto sobre a satisfação e a lealdade do consumidor, ou seja, experiências satisfatórias de consumo levam a uma avaliação superior de produto, serviço ou marca. Consequentemente, aumentam as chances de recompra, boca a boca positivo, além de confiança e afeto positivo com a marca. Além disso, boas experiências diminuem consequências negativas, como risco percebido pelo consumidor (Lemon; Verhoef, 2016; Gao et al., 2021a). Conforme discutimos anteriormente, as experiências acontecem ao longo da jornada de compra do consumidor, quando há interação entre ele e a marca, antes, durante ou depois da compra. Considerando os infinitos pontos de contato que existem na atualidade, é relevante que a empresa como um todo esteja alinhada com uma cultura de experiência. Isto é, para começar a implementar estratégias de relacionamento com foco em experiência, primeiro é necessário coordenar um movimento interno, em que a cultura organizacional esteja centrada no consumidor. Veja, portanto, que as estratégias de relacionamento não envolvem somente o marketing – é um movimento holístico que envolve a empresa toda (Klink; Zhang; Athaide, 2020; Holmlund et al., 2020). Assim, a gestão da experiência do consumidor depende das capacidades gerenciais internas, de entender profundamente a jornada do consumidor para, assim, planejar caminhos que melhorem proativamente a jornada. Destacamos que, além do alinhamento da gestão interna, a capacidade de lidar com big data, transformando um grande volume de dados em informações relevantes para customizar canais e a jornada do consumidor, é um fator determinante na implementação e gestão das estratégias de relacionamento (Cachero-Martínez; Vázquez-Casielles, 2021; Gao et al., 2021b). Outro fator chave na gestão da experiência é a integração de canais por meio dos quais ocorre a interação entre o consumidor e a marca. A integração de canais pode ser definida como o esforço de uma empresa para garantir um nível de coordenação interessante em seus canais de comunicação, vendas e relacionamento. Essa estratégia pode ser executada com base em diversas dimensões, como promoções cruzadas ou complementares entre canais, informações consistentes de preço, além de descrição de produto e acesso integrado de serviços ao cliente (Gao et al., 2021a). rtave Realce rtave Realce 12 Para ilustrar esse cenário da gestão integrada multicanal, podemos considerar o exemplo de grandes lojas de departamento que incentivam, por meio de descontos, a compra em um determinado canal (por exemplo: pelo website), finalizando-a em outro canal (por exemplo: aplicativo da loja), sem que haja mudança na condição de pagamento ou prazo de entrega. Existem, ainda, lojas que permitem que a compra seja feita pelo site com retirada em loja física (por exemplo: Casas Bahia,Ponto Frio e Lojas Renner). Um passo além da gestão multicanal é o omnichannel. Essa perspectiva considera que a jornada do consumidor, por meio dos múltiplos canais da empresa, deve ser uma jornada “sem costuras”, ou seja, o consumidor não deve perceber que está saindo de um canal e indo para o outro. Consequentemente, o omnichannel é uma perspectiva que impacta diretamente a experiência e o relacionamento com o consumidor (Lee et al., 2019; Gao et al., 2021b). Na sequência, discutiremos em detalhes este conceito e a sua aplicação. TEMA 4 – OMNICHANNEL O omnichannel é uma resposta às diversas mudanças recentes, especialmente tecnológicas, no contexto do varejo. É uma estratégia que considera o consumidor como centro, colocando o relacionamento em primeiro lugar. No conceito de omnichannel, não devem existir separações claras entre canais, ou seja, os canais devem ser tão bem coordenados que o consumidor não chega a perceber que está migrando de um canal para o outro (Lee et al., 2019). Isso porque essa estratégia considera que o cliente é um só. Portanto, deve-se trabalhar com dados integrados, de modo que a experiência seja a mais agradável possível. Em outras palavras, o omnichannel é inerentemente uma estratégia “sem costuras” (em inglês, seameless), o que permite que o consumidor perceba a sua jornada de compra como uma sequência, e não em fases desconexas (Brynjolfsson; Hu; Rahman, 2013; Gao et al., 2021a; Gao et al., 2021b). Para facilitar o entendimento do conceito de omnichannel, vamos trabalhar com um exemplo. A Amazon é uma empresa norte-americana fundada em 1994. É mundialmente conhecida por comercializar produtos em seu website. Na plataforma de comércio eletrônico, é possível encontrar livros, produtos eletrônicos e artigos de escritório, além de produtos de limpeza e cuidados rtave Realce rtave Realce 13 pessoais. Mais recentemente (no ano de 2018), a Amazon anunciou a inauguração de uma loja física, a Amazon Go. Na Amazon Go, a experiência começa ao entrar no supermercado. A “liberação” do consumidor para dentro da loja é feita por meio de um QR Code no aplicativo de smartphone do consumidor. O consumidor, então, seleciona os produtos, coloca-os dentro da sacola e vai embora, sem a necessidade de passar por um caixa. A cobrança é feita de forma automática no aplicativo. A Amazon deixa claro que o consumidor pode colocar e tirar produtos do carrinho quantas vezes ele quiser. Veja que nesse conceito de loja a Amazon utiliza a tecnologia para maximizar a coordenação entre os canais de comunicação (físicos e on-line), simplificando a jornada de compra e oferecendo uma experiência “sem amarras” e “sem costuras” para o consumidor (Amazon, 2021). 4.1 Omnichannel: primeiros passos para implementação Habitualmente, as empresas passam por três fases antes de chegar à estratégia de omnichannel. Começam pelo single channel, quando a empresa disponibiliza apenas um canal para relacionamento com o consumidor. A segunda etapa é o multi channel, quando a empresa combina vários canais de relacionamento (como e-commerce, aplicativo e loja física). Cada canal apresenta estratégias diferentes para engajar o cliente. Na sequência, há o cross channel, em que os canais se complementam – por exemplo, o cliente pode comprar on- line e buscar o produto em uma loja física. Por fim, existe o omnichannel, que é uma estratégia de relacionamento centrada na geração de valor ao consumidor, por meio da oferta de serviços integrados. Mais especificamente, está pautada no uso de tecnologia para melhorar a jornada de compra e a experiência ao longo da jornada. Assim, essa estratégia torna-se uma fonte de vantagem competitiva, à medida que a empresa tem capacidade de explorar seus recursos humanos e tecnológicos (Hauser; Flath; Thiesse, 2021). Se o omnichannel diz respeito à junção do mundo off-line e on-line através da integração dos diversos canais disponíveis, então um fator determinante no desenvolvimento dessa estratégia é justamente a qualidade da integração entre os canais. Esse ponto envolve tanto fatores físicos (como operações de produtos, logística e serviços de atendimento) como fatores tecnológicos, como interfaces virtuais (aplicativos, website, redes sociais) e sistemas de armazenamento e rtave Realce 14 análise de dados (big data, sistemas de business intelligence, CRM, sistemas de gestão integrada). A coordenação e a habilidade da empresa de utilizar esses recursos determina o grau de integração. O grau mais alto é a “jornada sem costuras” (Tueanrat; Papagiannidis; Alamanos, 2021; Gao et al., 2021a; Gao et al., 2021b). Destacamos, novamente, que existem níveis de integração, sendo mais provável que uma empresa comece pela gestão multicanal (em inglês, multi channel) e gradualmente alcance uma gestão omnichannel. Um primeiro passo para que isso aconteça é tornar-se uma empresa data driven. Tecnologicamente falando, é possível mapear todos os passos de um consumidor à medida que ele navega na internet. Isso porque tudo o que uma pessoa faz na internet deixa um rastro que pode ser utilizado para melhorar a sua própria experiência de consumo (Tueanrat; Papagiannidis; Alamanos, 2021). Veja que voltamos ao ponto do tópico anterior: obter vantagem competitiva a partir de experiências de consumo satisfatórias. Assim, há a formação de um ciclo de melhoria contínua: captar e gerenciar dados do consumidor (por meio de CRM, por exemplo) para oferecer experiências superiores, e assim gerar maiores níveis de satisfação, confiança e lealdade com a marca. Por sua vez, essas experiências de consumo também podem ser utilizadas para gerar o input de informações gerenciais, com novas segmentações de mercado, melhorias na usabilidade dos canais etc. Dessa forma, a gestão da informação é um ponto chave na gestão omnichannel. Uma vez que as informações dos consumidores estão cada vez mais distribuídas em diferentes canais, acaba sendo necessário o desenvolvimento de sistemas de gestão de relacionamento (CRM) cada vez mais complexos (Holmlund et al., 2020). TEMA 5 – DEFININDO O FUNIL DE VENDAS Conforme já definimos, o conceito de jornada do consumidor descreve as etapas do processo de compra. Também já discutimos que uma marca deve ser capaz de aproveitar os pontos de contato ao longo da jornada, de modo a melhorar a experiência do consumidor. Inclusive, nos temas anteriores discorremos sobre estratégias, como o omnichannel, capazes de integrar canais e proporcionar uma jornada “sem costuras” do começo ao fim. Uma outra maneira de enxergar a jornada de compra do consumidor é por meio do funil de vendas. Essa técnica pode ser entendida como ferramenta que 15 expressa, de forma ilustrativa, a classificação das etapas de tomada de decisão do consumidor. Ainda que o termo funil de vendas pareça novo, os conceitos ligados a ele são amplamente conhecidos no marketing. Assim, os profissionais da área já o utilizam há algum tempo. No entanto, com a crescente onda do marketing digital, o conceito de funil de vendas tomou uma proporção viral, de modo que seu uso é bastante difundido pelos profissionais de marketing do mundo digital na atualidade (Meyer, 2019). Para entender o conceito do funil de vendas, é importante traçar um paralelo com o modelo AIDA, já bastante explorado na comunicação integrada de marketing. Ambos os modelos têm como base a premissa de que o consumidor potencial passa por um caminho com diversos estágios, desde o conhecimento da marca até a decisão de compra. Mais especificamente, considera-se que o consumidor potencial primeiramente se engaja de forma cognitiva (conhecimento da marca e/ou produto), depois de forma afetiva, e finalmente apresenta um comportamento efetivo de compra (Song; Ruan; Jeon, 2021). Nesse sentido, o ponto de maior destaque douso desse modelo é a necessidade de atentar-se às diferentes fases do público-alvo no processo de decisão de compra, de modo a direcionar as estratégias de comunicação de acordo com as fases. Assim, é possível obter maior conversão de vendas. No modelo, há, ainda, quatro estágios: atenção, interesse, desejo e ação. Já no funil de vendas, são definidos pelo menos três estágios: topo de funil, que enfatiza o conhecimento de marca; meio de funil, com foco no reconhecimento de necessidade e desejo; e fundo de funil, focado em decisão de compra (Moreira, 2018; Fortenberry; Mcgoldrick, 2020). Observe na imagem abaixo, as etapas do funil de vendas: Figura 2 – Funil de vendas Fonte: Regueira, 2021. rtave Realce 16 De maneira geral, o topo de funil representa o público potencial que desconhece a marca e/ou o produto. As estratégias de comunicação de topo de funil são mais focadas em aprendizado. Isto é, a ideia é educar o consumidor sobre o conceito da marca, as funcionalidades, características e usabilidade do produto, e assim por diante. O meio de funil representa a parcela do público-alvo que já teve algum contato com marca, mas ainda não reconhece a necessidade de consumo. Ou seja, são clientes potenciais que tem algum conhecimento do conceito da marca e/ou produto, podendo até já ter desenvolvido uma avaliação/atitude positiva da marca, mas ainda não há intenção de compra. Nessa etapa da jornada, as estratégias de comunicação e relacionamento estão focadas na persuasão para despertar o desejo de compra. Finalmente, o fundo de funil abarca os clientes potenciais qualificados. Em outras palavras, são aqueles que já conhecem a marca e/ou produto, apresentando atitude positiva em relação a ela. Assim, reconhecem a necessidade e tem o desejo de compra. Para esse público, as estratégias são focadas na efetivação da compra, seja por meio de contato direto por parte dos vendedores ou de comunicação/promoções direcionadas (Moreira, 2018). 5.1 Operacionalização do funil Para colocar o funil de vendas em prática, não existe segredo. Assim, é interessante observar as características da indústria para delinear da melhor forma as estratégias específicas para cada caso. Veja, ao longo desta aula, discutimos o embasamento por meio da inteligência de dados para a criação de estratégias assertivas. Agora, chegou o momento de utilizar os resultados provenientes dessa inteligência de dados para delinear ações que maximizem a experiência do consumidor em cada etapa do funil de vendas. Assim, conseguimos aumentar a taxa de conversão de pessoas do topo do funil para o fundo do funil (Akter et al., 2021). Conforme mencionamos anteriormente, o público que está no topo do funil precisa de ações direcionadas para o aprendizado com relação a uma marca, produto ou serviço. É o momento de atrair novos clientes potenciais. Assim, as ações de topo de funil são mais massificadas e informativas, ou seja, ainda que se considere uma segmentação mínima de público-alvo, são ações que buscam abranger um grande número de pessoas. Criação de conteúdo em redes sociais, distribuição de e-books gratuitos para coletar mailing, grupos de WhatsApp e 17 Telegram, bem como seminários e webinars são exemplos de ações para o topo de funil bastante difundidas no marketing digital. As ações de meio de funil deverão engajar aqueles que já apresentam conhecimento prévio da marca, mas ainda não apresentam um relacionamento de lealdade com ela. É o momento de usar a comunicação persuasiva para despertar o interesse e o desejo de compra. Em outras palavras, a promoção deve estar pautada nos valores e diferenciais da marca, bem como nas características do produto ou serviço que o destaquem de seus concorrentes. Apelos de propaganda que misturam aspectos informativos e emocionais configuram-se como uma das táticas dessa etapa. Além disso, destaca-se a utilização de mídia mais direcionada, como por newsletters específicas para cada tipo de persona, ou ainda anúncios com segmentação nas mídias sociais. Inclusive, nessa etapa do funil, pode ser produtivo empregar pesquisas experimentais (ou teste AB) para medir a efetividade das propagandas, por meio de taxas de conversão e engajamento. Finalmente, o fundo de funil é a etapa de chamada para a ação (call to action, ou CTA). Nessa fase, o objetivo é converter o usuário em consumidor efetivo. As promoções utilizadas normalmente apresentam elementos que chamam o cliente para finalizar a compra. Ligações de vendedores, e-mails ou mensagens direcionadas, promoções de preço e disponibilização de links para carrinho de compra são ações frequentemente utilizadas. Destacamos que, para essa etapa do funil em contextos omnichannel, o processo de compra deve acontecer de forma intercambiável entre os diversos canais de relacionamento. Isto é, o consumidor deve ser capaz de encontrar as mesmas informações nos diversos canais da marca, ou ainda começar a compra em um canal e terminar em outro. rtave Realce rtave Realce rtave Realce 18 REFERÊNCIAS AKTER, S. et al. Big data-driven strategic orientation in international marketing. International Marketing Review, 2021. AMARO. Sobre nós. Disponível em: <https://amaro.com/br/pt/sobre-nos>. Acesso em: 30 set. 2021. AMAZON. 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