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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3 2 CONCEITOS BÁSICOS .......................................................................... 4 2.1 Diferença entre o marketing tradicional e marketing digital .............. 7 2.2 A análise de cenários no marketing digital ..................................... 10 2.3 Pressupostos centrais de marketing .............................................. 15 3 ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING .................................................... 20 3.1 Objetivos da Administração de Marketing ...................................... 21 3.2 Filosofias da Área de Marketing ..................................................... 22 3.3 As Atividades do Administrador de Marketing ................................ 25 3.4 As Etapas da Administração de Marketing ..................................... 29 4 COMPOSTOS DE MARKETING DE RELACIONAMENTO .................. 33 4.1 O Marketing de Relacionamento .................................................... 37 4.2 Mix do Marketing ............................................................................ 40 4.3 Retenção de Clientes ..................................................................... 46 5 PLANO DE NEGÓCIO .......................................................................... 48 5.1 Estrutura do plano de negócio ........................................................ 49 5.2 Conceito de cada tópico da estrutura do plano de negócio. ........... 49 5.3 Plano Financeiro ............................................................................ 51 5.4 Empreendedorismo ........................................................................ 53 6 ANÁLISE DE MERCADO ...................................................................... 56 7 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................... 60 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 CONCEITOS BÁSICOS O marketing digital envolve a integração de plataformas e experiências dos clientes por meio de canais digitais de comunicação. Dessa forma, ele oferece a possibilidade de as empresas melhorarem as interações e a relação tanto com os clientes atuais quanto com clientes em potencial. Esse movimento pode ocorrer, por exemplo, por meio de redes sociais, sistemas de mensagens instantâneas automatizadas e aplicativos. Além disso, assim como sua versão tradicional, o marketing digital envolve a compreensão das necessidades dos consumidores e o desenvolvimento de produtos e serviços que sejam atraentes para eles, incluindo aí atividades como a promoção e a venda de produtos e serviços, pesquisa de mercado e publicidade (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2016). Ao longo dos anos, a forma mais usada pelas empresas para alcançar os clientes foi o marketing feito por meio de mídias físicas. No entanto, a evolução e a popularidade da tecnologia da informação aumentaram substantivamente a importância das atividades digitais. O marketing digital emprega estratégias que dependem principalmente do uso de tecnologias como as redes sociais, enquanto o marketing tradicional depende da capacidade dos clientes de tocar ou interagir com os produtos e serviços para experimentá-los efetivamente (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010). Outra característica do marketing digital é o incentivo que ele promove ao uso de novos canais de comunicação, os quais, por sua vez, podem estabelecer um ciclo virtuoso entre o consumidor e determinada marca. Nessa perspectiva, os comentários e opiniões dos usuários criam uma relação de confiança e transparência entre o consumidor e a empresa. Os comentários dos consumidores têm valor pois oferecem um atestado da qualidade e da confiabilidade da empresa. Portanto, essa interação positiva tem muito potencial para agregar valor (KINGSNORTH, 2019). Existem diferentes tipos de plataformas disponíveis para o marketing digital. Entre as plataformas básicas que a maioria dos profissionais de marketing pode 5 usar está, por exemplo, o Google AdWords. O AdWords é uma ferramenta oferecida para ajudar as empresas a comercializar seus produtos ou serviços no mecanismo de pesquisa do Google e nos seus sites associados. Ao identificar palavras-chave relevantes, o Google consegue mostrar com que frequência os usuários as pesquisam. Em outros termos, essa ferramenta ajuda a identificar palavras úteis que podem ser integradas ao conteúdo de sites e perfis que, por conseguinte, aumentam a visualização de uma organização nas páginas de resultados do mecanismo de pesquisa, afetando a posição em que a empresa aparece nas buscas (KINGSNORTH, 2019). Nesse sentido, o marketing digital oferece a possibilidade de resposta em tempo real às demandas dos clientes e consumidores. A avaliação por meio das plataformas de marketing digital é importante, pois esse processo tende a consumir tempo e recursos que poderiam ser investidos em outras atividades igualmente relevantes. Além disso, a disponibilidade de diferentes tipos de plataformas gera formatos adequados a vários dispositivos e canais, todos com potencial para auxiliar uma empresa a aproveitar as melhores oportunidades. Na contemporaneidade, há uma ampla oferta de soluções para a entrega de anúncios, estando as redes sociais entre as mais populares. Ambientes de sociabilidade como Facebook, Twitter, Instagram e LinkedIn se tornaram os alvos preferenciais para as empresas que desejam ampliar sua abrangência (CHARLESWORTH, 2018). Ainda nessa perspectiva, o marketing digital se refere à comercialização de bens ou serviços por meio de canais digitais, o que na maioria dos casos significa que a comunicação ocorre por meio da internet. Entretanto, o marketing digital pode ir além da internet, incluindo canais como o envio de SMSs, estratégia que entra em crescente desuso em especial em países desenvolvidos. O marketing digital significa ainda a análise do mercado e a determinação do que os consumidores desejam, incluindo a descoberta de que uma organização pode produzir e entregar aquilo que os consumidores procuram, obtendo com isso os lucros necessários para a sua sobrevivência (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2016). Com o advento, na contemporaneidade, do imperativo das preferências dos clientes, passam a predominar as necessidades relativas à interação entre 6 consumidores e empresas. Logo, os desafios para o marketing digital se configuram como esforços mais complexos, multidisciplinares e multidepartamentais. As empresas precisam se envolver com seus clientes de maneira integrada por meio das mídias digitais. Além disso, devem reunir essas interações em torno de uma única visão abrangente e holística sobre a clientela e suas necessidades (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2016) As táticas de marketingdigital podem ser do tipo outbound (de saída). Por exemplo, as empresas podem colocar anúncios, fazer chamadas ou enviar e- -mails com o objetivo de alcançar clientes em potencial. As empresas também podem usar propagandas anexas em suas linhas editoriais para distribuir suas mensagens, isto é, criar uma situação na qual a publicidade é incorporada diretamente ao conteúdo editorial (CHARLESWORTH, 2018). Por outro lado, existem técnicas de marketing digital inbound (de entrada). Nesses casos, as empresas utilizam conteúdos digitais em e-books, webinars ou boletins eletrônicos para incentivar que seus consumidores cliquem em links e aprendam mais sobre elas e seus serviços. Embora o marketing outbound possa potencialmente atingir um público mais amplo, também corre o risco de afastar os consumidores mais desinteressados. O marketing inbound é projetado, por seu turno, para alcançar clientes em potencial por meio da segmentação do público- alvo, mas, por sua natureza, pode atingir um segmento muito mais restrito (CHARLESWORTH, 2018). Além disso, o marketing inbound também pode ser uma ferramenta importante na retenção contínua de clientes já existentes, criando comunicações mais regulares com eles. Isso permite que as empresas se envolvam com esses consumidores e ofereçam conteúdo educacional e informativo, além de promoções de produtos. Dessa forma, por exemplo, as seguradoras podem educar os compradores sobre a experiência de possuir casas e concomitantemente tentar vender várias modalidades de seguros (KINGSNORTH, 2019). 7 2.1 Diferença entre o marketing tradicional e marketing digital O marketing tradicional faz referências às técnicas utilizadas para promover produtos e serviços, tornando os consumidores cientes deles. Nessa modalidade, o público-alvo é atingido por meio de publicidade off-line e métodos promocionais. Os métodos tradicionais de publicidade incluem: jornais e revistas, televisão e rádio, mala direta (catálogos e cartões-postais), telefone (telemarketing, marketing via SMS, etc.) e outdoors, por exemplo (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2016). O marketing digital se refere à utilização das tecnologias digitais, nas quais é possível segmentar os públicos por meio de diferentes ferramentas. Por exemplo: SEO, otimização de mídias sociais, publicidade pay-per-click, blogs, marketing por e-mail, marketing em mídias sociais e marketing em mecanismos de pesquisa (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2016). A principal questão que emerge para as empresas é em que área investir: no marketing tradicional ou no marketing digital? Dado o avanço da tecnologia, o marketing digital pode ajudar uma empresa a gerar retornos mais efetivos sobre seus investimentos. Além disso, o marketing digital, como você vai ver, também oferece riscos razoavelmente menores em comparação ao marketing tradicional. Confira a seguir algumas diferenças práticas entre essas duas modalidades (CHAFFEY; ELLIS-CHADWICK, 2019). • Custo: jornais, televisão e outros anúncios de mídia física tendem a demandar maior investimento. Comparativamente, a publicidade pela internet costuma requerer um investimento menor. • Taxa de conversão: o marketing digital tem potencial para produzir resultados rápidos. Com o marketing on-line, é possível visualizar o número de visitantes de uma página ou campanha, assim como suas taxas de aprovação e rejeição. • Reconhecimento da marca: por oferecer a possibilidade de maior projeção com um investimento menor, o marketing digital permite que determinada marca amplie sua projeção e expanda seu reconhecimento entre seus consumidores. 8 • Maior exposição: as formas tradicionais de marketing, como a publicidade na televisão ou jornais, têm necessariamente uma cobertura geográfica e demográfica limitada. Por outro lado, a publicidade on-line tem potencial para atingir populações e áreas maiores. • Velocidade de promoção: devido à geração de resultados em tempo real, no marketing digital, é possível obter projeções mais rapidamente, assim como saber quais anúncios estão funcionando. • Análise: as análises e mensurações no marketing digital tendem a ser mais precisas e consistentes. Isso ocorre porque é possível observar imediatamente qual estratégia está funcionando ou não por meio de ferramentas de gerenciamento como o Google Analytics. • Adaptabilidade: o marketing digital também permite que micro e pequenas empresas ampliem a presença de sua marca e gerenciem sua publicidade de forma mais efetiva do que na modalidade tradicional. Um questionamento central para as organizações na hora de definir qual modalidade de marketing adotar deve ser: qual é a mais eficaz? Por um lado, o marketing digital oferece grande capacidade de rastreamento de dados, mas isso não quer dizer que o marketing tradicional seja completamente ineficaz, pois ambos têm seu nicho (TODOR, 2016). Entretanto, é preciso lembrar que o impacto da tecnologia nos consumidores na contemporaneidade não está mostrando sinais de desaceleração. Esse elemento externo deve ser considerado em uma análise detalhada de cenários. Além disso, a segmentação de público é também um componente essencial no mundo do marketing. Por conta disso, um dos objetivos do profissional de marketing é alcançar e comunicar uma mensagem a um público-alvo específico. Isso certamente é possível para o marketing tradicional, pois, por um lado, é possível selecionar em quais revistas os anúncios são colocados e decidir onde os outdoors são expostos; por outro lado, o mesmo pode ser dito em relação ao marketing digital. Ou seja, é possível escolher onde colocar banners na Web e medir as estatísticas de postagens nas redes sociais (TODOR, 2016). 9 A efetividade do marketing digital pode ser aferida de acordo com formas mais exatas de mensuração. Por exemplo, considere que você estava em um site procurando sapatos e decidiu comprá-los. Você acaba acessando o Facebook e vê um anúncio dos sapatos que estava pensando em comprar ao lado de sua linha do tempo. Com a introdução desse tipo de campanha, os consumidores são constantemente expostos a anúncios de produtos que já pesquisaram e visualizaram on-line, o que torna a interação com o produto mais provável e, potencialmente, leva à sua aquisição. Os anúncios tradicionais não conseguem rastrear ou medir os hábitos de visualização com a mesma precisão por não contarem com a conexão direta entre empresa, plataforma de exposição, consumidores e ferramentas de mensuração e análise (DAS; LALL, 2016). Ademais, no que diz respeito à mensuração e à análise dos resultados, a precisão e a rapidez do marketing digital permitem que os profissionais dessa área mapeiem com maior exatidão o desempenho de seus esforços e, assim, aprimorem processos de tomada de decisão. Lembre-se de que a chave para o marketing eficaz é saber como analisar dados e implementar alterações com base no que eles informam (DAS; LALL, 2016). No marketing tradicional, por exemplo, é possível dizer com exatidão quantas pessoas viram determinado outdoor? Essa maior subjetividade abre, por conseguinte, maior espaço para equívocos. No marketing digital, a mensuração de dados é diferente porque os dados são apresentados por meio de estatísticas que podem variar de uma impressão simples (visualizações de uma campanha em particular) a algo mais complexo. Por exemplo, os dados podem ser refinados para demonstrar quanto tempo alguém passou em uma página da Web e em que espaços essa pessoa clicou, o que pode revelar, com um pouco mais de estudo, os porquês de cliques específicos. A capacidade de segmentar corretamente um perfil demográfico específico é crucial para o sucesso de uma campanha. Para o marketing digital, a demografia pode variar de um público local a um global, muito mais difícil de se alcançar com as estratégias tradicionaisde marketing (KANNAN; LI, 2017). Isso acontece pois um outdoor fica fixo em um só lugar e uma revista cobre apenas uma área, porém a internet possui uma área global de abrangência. Se 10 houver uma barreira de idioma, a maioria dos navegadores da internet atualmente pode traduzir textos e até mesmo figuras, o que reduz sensivelmente os limites presentes para as mídias digitais contemporâneas. A maior presença nos meios digitais também proporciona às empresas maiores oportunidades de interação responsiva. Por exemplo, os gestores das mídias sociais de uma empresa podem responder a comentários ou perguntas em tempo real, aproveitando a oportunidade de estabelecer uma conexão pessoal com seu público. À medida que se avança para um mundo digital, faz sentido adotar um método de marketing que melhor atinja o público on- -line. Ao adicionar o mapeamento digital à complexa equação que compõe a estratégia de marketing de uma empresa, uma abordagem eficaz também se torna uma maneira econômica de investir (KANNAN; LI, 2017). Ryan (2014) afirma que o marketing digital incentiva o uso de canais de comunicação que motivam uma maior interatividade entre os consumidores e as marcas. Por exemplo, os comentários e as classificações dos usuários criam uma relação de confiança transparente entre eles e a empresa. Por meio dos comentários dos consumidores, estes oferecem um atestado da qualidade e da força de uma marca, algo fundamental na construção de uma boa imagem. A importância do marketing digital para as empresas também está na opção de selecionar um método de acordo com determinado orçamento e, mesmo que ele não seja tão alto, atingir um público mais amplo. 2.2 A análise de cenários no marketing digital Em meio à dinamicidade do mundo globalizado e interconectado, a análise de cenários é uma ferramenta importante no desenvolvimento de novas estratégias, algo que também vale para o marketing digital. Esse tipo de análise explora os vários caminhos que uma organização pode seguir e implementa aquele que melhor corresponde aos objetivos dela. Nesse sentido, a organização é pensada como a soma de suas escolhas ao longo do tempo, tomando como base alternativas previamente identificadas, avaliadas, selecionadas, implementadas, controladas e ajustadas (HAMILL, 2019). Por esse motivo, a análise de cenários é um instrumento crucial na gestão do marketing digital, pois cria previsões e situações futuras, analisando os 11 ambientes interno e externo e preparando a organização para determinados resultados. Os cenários são sequências postuladas de eventos. Nesse sentido, criar cenários ajuda a considerar uma variedade de possíveis resultados e fatores de mudança. Consequentemente, eles são uma ferramenta poderosa para entender possíveis situações e, em seguida, desenvolver estratégias apropriadas para cada uma delas (HAMILL, 2019). Em outras palavras, os cenários ajudam a antecipar resultados. Eles auxiliam os gestores a fazer questionamentos específicos e a se prepararem para resultados inesperados. Além disso, a análise de cenários aumenta a capacidade responsiva de uma organização e de seus gestores a problemas que podem emergir em diferentes situações. Assim, a criação de cenários é útil na medida em que torna o marketing digital mais ágil; mas, para isso, requer informações e tempo. Portanto, é necessário responder às perguntas a seguir (CHAFFEY; ELLIS-CHADWICK, 2019). • Quais informações acerca dos clientes, do mercado e da concorrência podem mudar? E quanto elas podem se alterar? • Que dados são preditivos sobre o comportamento dos consumidores da empresa? • Quais informações são essenciais para o engajamento eficaz com clientes já existentes e com consumidores em potencial? • Quais dados são necessários para oferecer uma experiência positiva ao cliente nos vários canais de comunicação digital que uma organização oferta? Para usar cenários de maneira eficaz e incorporar seus resultados a planejamentos, as empresas precisam cobrir uma gama de possibilidades. Para isso, existem determinados princípios gerais que podem ser seguidos (CHAFFEY; ELLIS-CHADWICK, 2019) • Delimitar eventos que certamente ocorrem ou acontecerão; • Criar cenários que abranjam um amplo conjunto de resultados; • Identificar pelo menos de três a cinco incertezas críticas para a organização; 12 • Desenvolver pelo menos quatro cenários para abordar cada uma dessas incertezas; • Criar uma métrica de mensuração para avaliar a probabilidade e o risco de cada cenário; • Usar o cenário com maior probabilidade de sucesso e maior alinhamento com o perfil da empresa como principal. Antes de criar cenários e analisá-los, é imperativo definir o escopo e o prazo em que eles podem ocorrer. Nesse sentido, a elaboração e a análise devem levar em consideração elementos que seriam de maior relevância para a organização em determinado período. Uma análise centrada no marketing digital deve atentar ao esclarecimento dos problemas essenciais e, em seguida, identificar tendências setoriais, políticas, econômicas, sociais, tecnológicas e jurídicas que podem afetar esses problemas. Depois disso, o próximo passo é identificar as principais incertezas, isto é, eventos cujos resultados são incertos e que afetarão significativamente os problemas delimitados na etapa anterior. Dessa forma, é importante observar as relações entre essas incertezas e manter em mente as tendências do setor no qual a empresa está inserida (KINGSNORTH, 2019). Após, é possível construir os cenários mais prováveis e alinhados com a organização. No desenvolvimento desse processo, um método exequível é organizar os resultados possíveis a partir de uma escala crescente de probabilidades e do grau de preparação que a organização tem para cada um dos cenários. No decorrer dessa etapa, é necessário que o gestor de marketing digital (CHAFFEY; ELLIS-CHADWICK, 2019): • Avalie cada resultado em termos de probabilidade dentro dos prazos previamente estabelecidos; • Remova os resultados inexequíveis, isto é, elimine os cenários que sejam implausíveis, inconsistentes ou irrelevantes; • Identifique os elementos mais relevantes estrategicamente dentro de cada cenário; 13 • Organize os possíveis resultados e tendências em torno desses elementos; • Realize pesquisas para refinar os detalhes e aumentar a compreensão acerca dos cenários restantes; • Avalie cada cenário novamente. Nesse momento, é importante que o gestor de marketing digital evite selecionar um ou dois cenários, ou descartar cenários extremos. Além disso, é preciso ter em mente que ignorar cenários aumenta a exposição ao risco, o que pode resultar também na implementação apenas de melhorias incrementais. É preciso lembrar que, em certas ocasiões, os cenários mais lucrativos podem ser aqueles que a princípio pareciam os mais improváveis (KINGSNORTH, 2019). O próximo passo é a escolha dos cenários cujos resultados parecem mais prováveis. Por conseguinte, deve ser criado um plano com base em cada cenário. Devem ser incluídas aí contingências claras para o caso de outro cenário — ou mesmo um que não foi imaginado — eventualmente emergir. Assim, é necessário que o gestor de marketing digital se certifique de que cada cenário compreenda elementos que podem interagir também sob condições muito específicas (KINGSNORTH, 2019). Os cenários escolhidos devem auxiliar no desenvolvimento de um portfólio de estratégias, estimular a discussão interna e ajudar a detectar sinais de risco. Dessa forma, os cenários ajudam a entender a magnitude de uma tendência e a incerteza dos ambientes internos e externos em que uma organização está inserida. Eles fornecem um veículo para o desenvolvimento de um conjunto de estratégias que otimizam as chances de sucesso sob quase todos os resultados possíveis(CHARLESWORTH, 2018). A dinamicidade e a velocidade das mudanças contemporâneas demandam que as empresas tenham um portfólio de estratégias, ou seja, estratégias diferentes prontas com base em um conjunto de cenários possíveis e realistas. Ao incorporar a construção e a análise de cenários de marketing digital aos seus planejamentos, as empresas podem explorar o impacto combinado de diferentes variáveis. 14 Consequentemente, essa ferramenta permite que a organização altere tais variáveis simultaneamente e identifique padrões entre os vários resultados possíveis. Por fim, os cenários devem ser aplicados quando um gestor entende o problema que está tentando resolver e o resultado que está tentando produzir. Para isso, ele cria cenários depois de identificar as tendências, fortalezas e incertezas e faz isso antes de desenvolver as suas estratégias (CHARLESWORTH, 2018). Dessa forma, a aplicação de cenários ao processo de planejamento melhora a capacidade de a empresa prever mudanças e de se adaptar a elas mais rapidamente (CHARLESWORTH, 2018). Charlesworth (2018) sugere uma abordagem compreensiva para a elaboração de uma análise de cenários de marketing digital. O autor recomenda atentar a sete elementos que podem potencialmente influenciar os resultados de determinada campanha. Nesse sentido, eles não precisam obedecer a uma ordem hierárquica específica, porém é necessário que sejam tratados cuidadosamente, tendo como foco o sucesso dos objetivos estabelecidos. Além disso, esses elementos precisam estar alinhados com os objetivos da organização e com a análise de cenários realizada no início do processo. Veja os elementos a seguir. • Pesquisa: é importante que todas as campanhas sejam fundamentadas em pesquisas aprofundadas sobre a empresa e o seu negócio. Além disso, deve-se levar em consideração a concorrência e o setor no qual a empresa está situada. • Otimização: durante a fase de otimização, é preciso que a campanha seja flexível. A ideia é que possam ser realizadas diferentes alterações, sejam grandes ou pequenas. A capacidade de resposta da campanha deve ser eficiente e eficaz. • Conteúdo: o conteúdo criado para determinada campanha deve ter profundidade e qualidade, permitindo que o público-alvo se conecte a ele e, assim, reaja aos estímulos que tal conteúdo pretende gerar acerca de determinados produtos e serviços. 15 • Palavras-chave: em campanhas focadas nos mecanismos de busca, as palavras- -chave são cruciais, pois elas dão a base do que terá impacto nas buscas dos consumidores. Assim, é imperativo um estudo rigoroso do setor e a implementação de estratégias de segmentação para direcionar o tráfego para o site da empresa. • Mídias e links patrocinados: caso existam recursos para isso, é importante investir na promoção e no patrocínio de conteúdo. Assim, a campanha pode trabalhar com conteúdo alavancado por meio de uma rede de blogueiros e influenciadores digitais, por exemplo. • Testes: é imperativo testar os recursos que vão compor sites e outras estratégias estabelecidas na análise de cenário. Os testes permitem correções prévias, que podem, por sua vez, garantir melhores resultados. 2.3 Pressupostos centrais de marketing Segundo Tavares, 2007 os conceitos centrais de marketing (necessidades, desejos, demandas, produtos, troca, transações e mercados) estão interligados numa relação causal direta. Esta relação tem como princípio a base da construção da própria fundamentação teórica do marketing. A seguir, vamos às definições dos elementos que compõem a sua estrutura conceitual. 16 Fonte: http://www.portaldomarketing.com.br/ NECESSIDADES É o conceito mais básico e essencial ao marketing, pois está relacionado ao entendimento das necessidades humanas. Trata-se de um estado de privação do indivíduo, que inclui as necessidades físicas básicas, sociais e individuais de conhecimento e auto realização. Para ilustrar sua formulação, podemos recorrer ao olhar do psicólogo, da linha humanista, Abraham Maslow, através do modelo da pirâmide das necessidades. http://www.portaldomarketing.com.br/ 17 Pirâmide De Maslow Hierarquia das necessidades. Fonte: Cap. 13, pg 304 a 309, Chiavenato (2000). DESEJOS São as necessidades humanas moldadas pela cultura e pelas características individuais. Os desejos são modificáveis e se modificam conforme as transformações ocorridas na sociedade. Como espaços que jamais são preenchidas, o marketing deve se dirigir para criar novos desejos (produtos) com o objetivo de afirmar a sua própria existência. DEMANDAS As pessoas têm desejos infinitos, mas recursos restritos. Com isso, elas desejam produtos que proporcionam o máximo de satisfação possível em troca de seu dinheiro. Através da capacidade de compra de cada indivíduo, os desejos se tornam ações. 18 PRODUTOS Necessidades, demandas e desejos humanos sugerem que existem produtos disponíveis para atendê-los. Um produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para satisfazer parcialmente uma necessidade ou desejo. O conceito de produto inclui bens duráveis e não-duráveis (tangíveis), serviços (intangíveis), pessoas, lugares, organizações, atividades e ideias. Nesse aspecto deve-se destacar que a abordagem de produto sugere na oferta de algo que tenha valor para alguém. TROCA Marketing ocorre quando as pessoas decidem agradar suas necessidades e desejos por meio de trocas. Troca é o ato de se obter um objeto desejado oferecendo algo como retorno. Troca é o conceito central de marketing, pois sugere na relação de comunhão entre duas partes (produto e comprador) com interesses que, em um dado momento, estão em convergência. TRANSAÇÕES Se troca é o conceito central de marketing, uma transação é a unidade de medida do marketing. Uma transação é composta de uma troca de valores entre duas partes. Podemos incluir nessa modalidade as transações do tipo monetária, de escambo e de cunho ideológico, como o voto, por exemplo. MERCADOS O conceito de transações leva ao conceito de mercado. Um mercado é o grupo de clientes reais e potenciais de um produto. 19 Um mercado pode ser identificado de duas formas estruturais: o físico (marketplace) e o virtual. No mesmo aspecto, podemos destacar também diversos tipos de mercado como o financeiro, o de trabalho, o da filantropia, entre outros. 20 3 ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING A literatura especializada de Marketing traz muitos conceitos sobre Administração de Marketing. Por isso, selecionamos para você algumas definições que possibilitam a compreensão geral desse fenômeno de gestão. Por exemplo, na interpretação de Limeira (apud DIAS et al., 2003, p. 10), a Administração de Marketing, No âmbito gerencial a American Marketing Association (AMA), define a administração de marketing como “o processo de planejar e executar a concepção, a determinação do preço (pricing), a promoção e a distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Segundo Kotler (2000), o “Marketing acima de tudo tem a função de satisfazer as necessidades do cliente dentre a economia extremamente competitiva que vivemos hoje”. “Normalmente, o Marketing é visto como a tarefa de criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes sejam estes pessoas físicas ou jurídicas. Na verdade, os profissionais de marketing envolvem-se no marketing de bens, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e idéia”. (KOTLER, 2000). Nas palavras de Kotler (1998, p. 32), a Administração de Marketing “é o processo de planejamento e execução da concepção, do preço, da promoção e da distribuição de ideias, bens e serviços para criartrocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Para o referido autor, o conceito de Administração de Marketing envolve os seguintes elementos: um processo de análise, planejamento, implementação e controle; bens, serviços e ideias; a noção de troca; a meta de produzir e a satisfação para as partes envolvidas, isto é, os stakeholders. 21 3.1 Objetivos da Administração de Marketing Vamos partir desse conceito de Kotler (1998) para entendermos os principais objetivos da área da Administração de Marketing: • Criar ou identificar valor, produzindo inovações estratégicas em produtos, processos e modelagem de negócios, a partir de um profundo conhecimento do perfil e das demandas dos mais diferentes públicos e mercados. • Desenvolver e entregar valor, obtendo os resultados estratégicos esperados a partir das políticas de Marketing consistentes. • Alinhar as pessoas aos valores criados, liderando e motivando os colaboradores e parceiros para a mudança e incentivando o alto desempenho com base em relacionamentos sustentáveis (BRANSTAD; LUCIER apud RICHERS; LIMA, 1991). Na maior parte das empresas, o Marketing ocupava, há 50 anos, apenas um lugar modesto no organograma: o de um serviço comercial, composto por alguns vendedores e empregados e, muitas vezes, essa área estava subordinada ao diretor de produção ou diretor administrativo. Por outro lado, podemos perceber que as organizações de sucesso são as que ultrapassam décadas de existência e nelas o Marketing ocupa lugar de destaque. Exemplos disso são: Coca-Cola, Pepsi, Phillips, Ford, General Motors, Votorantin, Rede Globo, Tintas Renner, Grupo Gerdau, Alpargatas, Avon, dentre outros. Isso porque aos poucos essa função de gestão organizacional foi se alargando e ocupando o mesmo plano das gestões da produção, da gestão financeira e da gestão de recursos humanos (BRANSTAD; LUCIER apud RICHERS; LIMA, 1991). 22 3.2 Filosofias da Área de Marketing Atualmente, podemos perceber a mesma empresa praticando diferentes filosofias de Marketing ao redor do mundo e usando diferentes filosofias de Marketing em um mesmo mercado. KOTLER (2006) Kotler (2006) apresenta seis orientações ou caminhos que norteiam as atividades de Marketing das organizações, quais sejam: orientação de produção; orientação de produto; orientação de vendas; orientação do cliente; orientação da sociedade e orientação para o Marketing holístico. Essas orientações não são excludentes ou estáticas, pois podem sofrer alterações e adaptações na Administração de Marketing das organizações, sempre respeitando aspectos éticos e socioambientais das organizações. É comum que algumas organizações privilegiem um dos tipos supramencionados em suas orientações estratégicas de marketing. A orientação de Produção: nas palavras de Churchill Jr. e Peter (2000, p. 4) a filosofia de gestão “centra-se nos produtos e em como fabricá-los com eficiência”, isto é, “pressupõe-se que, se os produtos forem melhores, os clientes irão comprá-los. O papel do Marketing orientado para a produção é, essencialmente, entregar produtos em locais onde possam ser comprados” (CHURCHILL JR.; PETER, 2000, p. 4). É relevante destacar que essa filosofia de Marketing não está apenas associada ao início do processo produtivo em massa ou decorrente da Revolução Industrial, mesmo que naquela época houvesse predominancia desse tipo de visão do mercado. Tal ressalva é importante, pois um dos grandes expoentes empresariais da filosofia de gestão voltada para a produção foi a Ford Corporation com a industrialização do Carro Ford Modelo T. A referida filosofia tem como alicerce de gestão a ideia de que os consumidores irão preferir sempre os produtos que forem facilmente encontrados e possuírem um preço baixo. Portanto, o foco é o Marketing de distribuição ou logístico, empregado quando a empresa deseja expandir o mercado. (CHURCHILL JR.; PETER, 2000, p. 4). 23 A orientação de Produto: a filosofia de gestão orientada para produto tem alicerce na diferenciação dos produtos, isto é, essa orientação admite que os consumidores selecionem os produtos, por meio da sua qualidade, e desempenho superior e dos aspectos inovadores que os produtos podem proporcionar. Assim, as organizações que privilegiam esse enfoque de Marketing buscam se manterem em constantes aprimoramentos tecnológicos e de exclusividade nos produtos que oferecem. A crença dessa orientação é a de que, tanto as vendas quanto a satisfação dos clientes são inerentes às características técnicas, funções e desempenho dos produtos. Esse tipo de estratégia requer das empresas constantes investimentos em tecnologias, pesquisa e desenvolvimento para se manterem como diferentes na mente do consumidor. Podemos afirmar que a Ferrari e a Nike têm essa filosofia como um dos alicerces de Marketing. (CHURCHILL JR.; PETER, 2000, p. 4). A orientação de Vendas: essa filosofia de competitividade no mercado tem como ação de Marketing a lógica de que é necessário vender o que sabemos produzir e não o que o consumidor deseja, não há preocupação com os resultados posteriores às vendas dos produtos. Na ótica de Churchill Jr. e Peter (2000, p. 5) essa filosofia pode ter sucesso nos casos em que “a oferta dos produtos e serviços é maior do que a demanda”. Dentro desse raciocínio, Kotler (1998, p. 36) afirma que, nesses casos, a empresa “assume que os consumidores, se deixados sozinhos, normalmente, não comprarão o suficiente dos produtos da organização”. Assim, a organização deve empregar um esforço agressivo de venda e promoção. Essa filosofia é da mesma forma adequada para aqueles produtos em que a demanda não é constante, que são supérfluos ou desconhecidos, como por exemplo, vendas de enciclopédias e pacotes de cruzeiros marítimos. A orientação do Cliente: mediante estudos de mercado, é possível identificar os interesses dos clientes e consumidores e, a partir daí, desenvolver produtos e serviços que atendam esses interesses, possibilitando que os clientes comprem e falem bem da empresa e de seus produtos. O cliente é o ponto de partida para todo e qualquer negócio e essa postura deve ser da empresa em todos 24 os níveis, desde o mais alto executivo até o escalão mais baixo. (LEVITT apud KOTLER, 1998, p. 37). A venda focaliza-se nas necessidades do vendedor; Marketing nas necessidades do comprador. A venda está preocupada 1 com a necessidade do vendedor transformar seu produto em dinheiro; Marketing com a idéia (sic) de satisfazer às necessidades do consumidor por meio do produto e de um conjunto de valores associados com a criação, entrega e, finalmente, seu consumo. (LEVITT apud KOTLER, 1998, p. 37). A orientação do marketing socialmente responsável ou societal: tal orientação [...] assume que a tarefa da organização é determinar as necessidades, desejos e interesses dos mercados-alvos e atender às satisfações desejadas mais eficaz e eficientemente do que os concorrentes, de maneria a preservar ou ampliar o bem-estar dos consumidores e da sociedade. (KOTLER, 1998, p. 44). O eixo interpretativo dessa filosofia de Administração de Marketing é a convicção de que os clientes têm consciência sobre as consequências que seus atos de consumo podem trazer para a sociedade. Por isso, tais clientes são impulsionados a buscar produtos que tenham características de preservação socioambiental. Hoje, vemos muitas organizações preocupadas em destacar selos de preservação que dão aos seus clientes a certeza dessa filosofia de gestão. (KOTLER, 1998, p. 44). A orientação do marketing holístico: Kotler e Keller (2006) destacam uma abordagem em que a empresa deve tentar compreender e administrar toda a complexidade envolvida na gestão de Marketing. É a abordagem que reconhece e tenta harmonizar o escopo e as dificuldades de todas as atividades deMarketing. 25 Orientações de Marketing Fonte: Adaptado de Churchill Jr. e Peter (2000) e Kotler e Keller (2006) 3.3 As Atividades do Administrador de Marketing Vale registrar que a profissão de Administrador no Brasil foi oficializada pela Lei n. 4.769, de 9 de setembro de 1965 (BRASIL, 1965) e retificada no Diário Oficial 26 da União em 16 de setembro do mesmo ano. Sabemos que essa foi uma das principais razões pelas quais, a comemoração do dia do Administrador é dia 9 de setembro. Outros decretos complementaram a referida legislação, no entanto, a supramencionada Lei é, sem dúvidas, o alicerce da oficialização da profissão do Administrador no Brasil. O Administrador de Marketing é, portanto, o responsável pelo planejamento, organização e o controle das atividades estratégicas e táticas de Marketing com o intuito de agregar valor aos clientes e às demais partes interessadas (stakeholders) da empresa. As atividades estratégicas englobam o conjunto de decisões relacionadas à análise e à segmentação de mercado, à decisão de quais produtos e serviços oferecer e o preço mais adequado para praticar, bem como a seleção dos canais de distribuição e dos seus meios de comunicação. (KOTLER E KELLER 2006). Para continuarmos o nosso aprendizado, vamos trabalhar agora os principais tipos de Marketing passíveis de serem abordados pelos profissionais dessa área, destacando que os tipos abordados encontram na literatura especializada vieses interpretativos que a própria academia ainda não conseguiu padronizar e, portanto, optamos pela abordagem de Kotler e Keller (2006). Mesmo assim, vale destacar que nas últimas duas décadas, principalmente, tem emergido na literatura especializada de marketing novos temas, tais como: Marketing político, Marketing religioso, Marketing esportivo, Marketing educacional, Marketing internacional, Marketing eletrônico, dentre tantos outros. No entanto, resolvemos não abordá-los pois iria requerer muitas e muitas páginas de explicações sobre cada um desses tipos de Marketing e seus impactos na sociedade contemporânea. (KOTLER E KELLER 2006). Razões pelas quais, decidimos centrar o nosso foco em tipos consagrados de Marketing relatados por Kotler e Keller (2006, p. 6-7), quais sejam: Marketing de bens; Marketing de Serviços; Marketing de Eventos; Marketing de Experiências; 27 Marketing de Pessoas; Marketing de Lugares; Marketing de Propriedades; Marketing de Organizações; Marketing de Informações; e Marketing de Ideias. Aplicações do Marketing Fonte: Adaptada de Kotler e Keller (2006, p. 6-7) Marketing direcionado para bens, isto é, aquele indicado para produtos tangíveis, sendo esse o tipo de marketing que predomina nas ações estratégicas das empresas industriais e comerciais. Exemplos: carro, televisor ou eletrodoméstico. (KOTLER E KELLER 2006, P. 6-7) Marketing direcionado para serviços, que destaca os benefícios ou vantagens entre as alternativas existentes, na obtenção de algum tipo de facilidade transacional que a empresa disponibiliza. Exemplo: lavagem de veículos, vigilância, hotelaria. (KOTLER E KELLER 2006, P. 6-7) Marketing de eventos, que tem como cerne incentivar os “consumidores” a participarem de determinada atividade recreativa e/ou social, como: shows 28 artísticos, eventos esportivos (copa do mundo 2010) ou feira temática como Fashion Rio. (KOTLER E KELLER 2006, P. 6-7) Marketing que aborda as experiências, o que o diferença do marketing de eventos está na possibilidade do “consumidor” ser o agente ativo de certa sensação ou experiência, como nos casos em que vai a um parque de diversões e vivencia a emoção do “medo”, “alegria”, “descontração” de se aventurar no trem fantasma ou na montanha russa. (KOTLER E KELLER 2006, P. 6-7) Marketing de pessoas, em que o eixo é destacar ícones públicos como fator de diferenciação ou identidade a um produto. Nesse tipo de ação, o marketing pode se dirigir para criar uma identidade no ídolo, como o X da Xuxa que passou a ser uma marca registrada da “Rainha dos Baixinhos” ou para a representação simbólica de determinado produto com um ícone público, como Gustavo Kuerten, Robinho (jogador do Santos F. C.), ou ainda, no marketing político (Barack Obama) ou religioso Papa João Paulo II. (KOTLER E KELLER 2006, P. 6-7) Marketing de lugares, que destaca os benefícios naturais ou arquitetônicos que permitem chamar a atenção de “consumidores”, como nos casos de lugares ou cidades cosmopolitas, como Nova York, Rio de Janeiro ou o Egito com suas diversas pirâmides, a China e sua muralha, o Peru e a cidade “perdida” dos Incas, Machupicchu. (KOTLER E KELLER 2006, P. 6-7) Marketing de propriedades, propriedade concreta ou financeira, que tem como “luneta” destacar o aspecto intangível de posse, por exemplo: vendas de imóveis, investimentos bancários como a poupança, bolsa de valores ou títulos públicos. (KOTLER E KELLER 2006, P. 6-7) Marketing de organizações, que tem como eixo criar ou fortalece a imagem de determinada organização empresarial, pública ou filantrópica, como: Banco do Brasil, UFSC, Hospital Sarah Kubitschek ou Fundação Airton Senna. (KOTLER E KELLER 2006, P. 6-7) Marketing de informações, que, por sua vez, tem como fito esclarecer e oferecer ao consumidor dados ou informações que lhe propiciem comparar 29 determinada atividade organizacional, como: revistas sobre veículos, laboratórios de análise clínicas, consultórios odontológicos, escritórios advocatícios ou contábeis. (KOTLER E KELLER 2006, P. 6-7) Marketing de ideias ou de causas, que associa uma determinada chamada ou slogan para alertar o consumidor sobre determinado benefício ou atenção, como: “se beber não dirija”, do Governo Federal na campanha contra a embriaguês no trânsito; “energia que contagia”, do Guaraná Antártica; “Economia e Vida” e o lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” como slogan da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). (KOTLER E KELLER 2006, P. 6-7) 3.4 As Etapas da Administração de Marketing As etapas da administração de marketing julgamos importante salientar que as organizações, de modo geral, elaboram, formal ou informalmente, o seu planejamento estratégico. Essa ferramenta de gestão empresarial se subdivide em diversos preceitos que precisam ser introspectados pelos gestores e colaboradores. No planejamento estratégico organizacional são definidos ou reorganizados: a missão, os objetivos, as estratégias e o plano de portfólio organizacionais (CHURCHILL JR.; PETER, 2000, p. 87). Principalmente, no que tange às estratégias de marketing por serem cruciais para o sucesso do Planejamento Estratégico. Tal ressalva se faz necessária, pois a administração de marketing obedece ao que foi estabelecido no Planejamento Estratégico Organizacional. (CHURCHILL JR.; PETER, 2000, p. 87). Na ótica de Lacombe (2004, p. 8) a Administração de Marketing ou mercadológica corresponde ao [...] diagnóstico mercadológico; determinação das metas de marketing; planejamento, implementação e controle dos programs destinados a criar, desenvolver e 30 manter trocas com os clientes para atingir os objetivos da empresa. Complementa o autor, asseverando que a administração de marketing “Abrange desde o desenvolvimento de produtos até o fechamento de negócios com os clientes [...]” (LACOMBE, 2004, p. 8). Já Kotler e Keller (2006, p. 4) advogam que a Administração de Marketing é “[...] a arte e a ciência da escolha de mercados-alvo e da captação, manutenção e fidelização de clientes por meio da criação, da entrega e da comunicação de um valor superior para o cliente”. Por sua vez, Dias et al. (2003, p. 10) advertem que a Administração de Marketing [...] é entendida como o processo de planejamento, execução e controle das estratégiase táticas de marketing, visando otimizar os resultados para os clientes e os stakeholders da empresa. Complementam seu raciocínio, destacando que a Administração de Marketing pode ser contemplada “[...] em duas grandes áreas de responsabilidades: a estratégiaca e a operacional” (DIAS et al., 2003, p. 10). A responsabilidade estratégica está associada às decisões tomadas pelo grupo de primeiro escalão ou cúpula administrativa, como: o segmento de mercado, a decisão dos tipos de produtos, preço, canais de distribuição e meios de comunicação em que serão oferecidos esses produtos. Já a responsabilidade operacional aglutina ações táticas e operacionais da empresa, isto é, a execução das vendas, o desenho e produção dos materiais de comunicação, a escolha dos lojistas, atacadistas e distribuidores, bem com as posturas indicadas para os seus vendedores, dentre outras decisões táticas e operacionais (DIAS et al., 2003; KOTLER; KELLER, 2006). 31 É importante salientar que a Administração de Marketing traz implícito o seu planejamento. O planejamento de Marketing “é o meio de realização da responsabilidade estratégica do gerente de marketing” (DIAS et al., 2003, p. 11), tendo várias etapas passíveis de serem adotadas. Não há na literatura especializada uma padronização sobre essa questão e nesta apostila o planejamento de marketing não será aprofundado, pois retornaremos a esse assunto na disciplina de estratégias mercadológicas. Mesmo assim, selecionamos o modelo de Dias et al. (2003, p. 11) Etapas do Planejamento de Marketing Fonte: Adaptada de Dias et al. (2003, p. 11) 32 Já Aaker et al. (2001, p. 29) salientam que o planejamento de Marketing tem as seguintes etapas: • Implementação via o monitoramento do desempenho e aperfeiçoamento das estratégias e do programa de markentig empregado. • Análise da situação, contemplando a compreensão do ambiente e do mercado, da identificação de ameaças e de oportunidades, bem como da avaliação da posição competitiva. • Desenvolvimento da estratégia, a partir da definição do escopo do negócio e segmentos de mercado a serem atingidos, do estabelecimento de vantagens competitivas e da fixação de objetivos de desempenho. • Desenvolvimento do programa de Marketing em que são contempladas as decisões sobre produto e canal, das decisões de comunicação, da fixação de preços e, ainda, das decisões sobre pessoal de vendas. 33 4 COMPOSTOS DE MARKETING DE RELACIONAMENTO O advento de novas tecnologias e as exigências constantes do mercado fizeram emergir uma nova forma de gestão do Marketing tradicional para o Marketing de Relacionamento. A terminologia Marketing de Relacionamento foi utilizada pela primeira vez por Berry (apud DUTRA, 2005), na literatura de Marketing de serviços em 1983. Naquela ocasião, ele definiu esse termo como sendo a atração, a manutenção e o aumento do relacionamento com os clientes (BERRY apud DUTRA, 2005, p. 28). Ele enfatizou que a atração de novos clientes deveria ser vista apenas como um passo intermediário no processo de Marketing. Solidificar relacionamentos, transformar clientes indiferentes em leais e servi-los é o que deveria ser considerado Marketing. Nesse contexto, surge a oportunidade para a prática da estratégia de Marketing de Relacionamento, que consiste na introdução de um novo paradigma para as relações de trocas no mercado. No entender de Gummesson (2005, p. 68), o Marketing de Relacionamento é definido da seguinte maneira: O Marketing de relacionamento não é uma transação e sim novos conceitos e modelo de estratégia. É o gerenciamento do conhecimento em relação aos clientes e parceiros, constituindo-se em estratégia para identificar e personalizar o atendimento ao cliente. A fidelização de clientes integra o processo filosófico do Marketing de relacionamento e, juntamente com o processo de parcerias estratégicas para a satisfação desta clientela, constitui o eixo central da instrumentalização deste desafio de conquistar e manter clientes. Em sua definição de Marketing de Relacionamento, Gordon (2000, p. 31) cita: [...] o Marketing de relacionamento é o processo contínuo de identificação e criação de novos valores com clientes individuais e o compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de parceria. 34 Retornando à descrição de Gummesson (2005, p. 68) para esse tipo de interpretação técnica de Marketing, é relevante destacar que ele reconhece Marketing de Relacionamento como sendo “essencial ao desenvolvimento da liderança no mercado, à rápida aceitação de novos produtos e serviços e à consecução da fidelidade do consumidor”. Dentro dessa mesma linha de pensamento, Stone e Woodcock (apud MOREIRA et al., 2008) defendem que o Marketing de Relacionamento “[...] é o uso de uma ampla gama de técnicas e processos de Marketing, vendas, comunicação e cuidado com o cliente”, que objetiva: • A identificação dos clientes de forma individualizada e nominal. • A criação de relacionamento entre sua empresa e seus clientes, de forma que se prolongue por muitas transações. • Administração desse relacionamento para o benefício dos seus clientes e da sua empresa. É ponto comum, dentre os diversos conceitos citados, a questão do relacionamento a longo prazo como forma de beneficiar os clientes e as organizações. Inclusive, alguns autores na exposição de seu conceito, estendem esse relacionamento a outras partes da empresa indiretamente envolvidas, tais como Stone e Woodcock (apud MOREIRA et al., 2008). Sobre esse aspecto, comenta Kotler (1998, p. 35), “o resultado final do Marketing de relacionamento é a construção de um patrimônio corporativo singular, denominado rede de Marketing”. No entendimento desse mesmo autor estariam envolvidos, clientes, funcionários, fornecedores, distribuidores, revendedores e agências de propaganda, enfim, todos aqueles que poderiam construir relacionamentos profissionais mutuamente compensadores. Podemos supor então que, para que as organizações deem maior autonomia para as etapas do relacionamento e aumentem a agilidade de resposta para com o cliente, são necessárias algumas etapas (MOREIRA et al., 2008): • Reduzir os níveis organizacionais; 35 • Privilegiar os processos que facilitem o fluxo de entrada e das informações; • Diminuir a departamentalização excessiva que trava e impede o fluir rápido do processo de tomada de decisão; e • Oferecer condições e valorizar o comprometimento entre as pessoas envolvidas no processo e departamentos. Afirma Bretzke (apud DUTRA, 2005, p. 56) que: [...] conseguir o comprometimento, automotivação e criatividade dos empregados conduz a mudanças na natureza da própria organização. Convém ressaltar que ambiente físico e condições de trabalho são aspectos importantes para o engajamento dos empregados no atendimento ao cliente. É o cliente quem está ditando as regras em diversos segmentos do mercado, devido ao fato de estar mais bem informado sobre produtos e serviços oferecidos como também pela grande concorrência existente entre as empresas. O reconhecimento do mercado onde atua seu público-alvo, mais do que em qualquer outra época, tem se tornado fator essencial à manutenção de um bom desempenho empresarial. Uma das bases do Marketing de Relacionamento, na interpretação de McKenna (1992, p. 58), é o conceito de “[...] intangibilidade de um produto ou serviço e o trabalho intensivo com a área subjetiva da mente do consumidor lutando para que ele se torne fiel a sua marca”. Como já mencionamos, o composto de Marketing é conhecido no escopo mercadológico como os 4Ps, que correspondem a uma estruturação de mercado a partir da formatação do produto, do preço, da praça e da promoção. A idealização desse composto foi de Jeronme McCarthy, em 1960, e depoispopularizado por diversos expoentes da literatura especializada de Marketing, como Kotler (SHETH; ESHGHI; KRISHNAN, 2002). Por muitas décadas o composto de Marketing foi sinônimo de gestão de Marketing e sucesso empresarial, mas, nas últimas duas décadas, a lógica que 36 norteia esse tipo de Relacionamento entre a empresa e os clientes, apontada como unilateral, vem ganhando um novo formato. Esse novo formato vem recebendo o nome de Marketing de Relacionamento (OLIVEIRA, 2000; BASTA et al., 2006). Como já mencionado, nas últimas décadas, os estudiosos de Marketing passaram a interpretar e questionar os 4Ps, como o professor Richers (2000). Para ele, o Marketing deve ser observado de uma forma ampla e sistêmica na organização, as funções e atividades desempenhadas pelo departamento de Marketing influenciam e sofrem interferência de todos os outros departamentos. Uma forma de ver os elos do Marketing e as unidades empresariais é pelos chamados 4As: Análise, Adaptação, Ativação e Avaliação (RICHERS; LIMA, 1991; RICHERS, 2000). Os referidos autores destacam que as organizações têm que inverter a ótica da definição dos objetivos de Marketing, isto é, originária das necessidades do cliente para a realidade empresarial. A visão sistêmica dos 4As Fonte: Adaptada de Richers (2000, p. 153) Análise: compreensão dos fatores externos à empresa. A análise ambiental e competitiva, a pesquisa de mercado e o sistema de informações de Marketing são exemplos de atividades que fazem parte desse subsistema (RICHERS, 2000). Adaptação: ajustamento da oferta da empresa (produtos e serviços) aos elementos externos verificados na Análise. Inclui atividades relacionadas ao design 37 do produto, à marca, à embalagem, ao preço e à assistência ao cliente (RICHERS, 2000). Ativação: execução de ações que façam com que o produto atinja os mercados predefinidos e sejam adquiridos pelos compradores nas quantidades e frequências desejadas. Envolve as atividades de linha, exercidas por equipes e/ou pessoas como distribuição e logística, comércio eletrônico, vendas, propaganda, promoção, dentre outras (RICHERS, 2000). Avaliação: realização de controles (regulares e episódicos) sobre os processos de comercialização, bem como a interpretação dos resultados visando ajustar os processos futuros de Marketing. A avaliação do ambiente econômico- financeiro, verificação de indicadores de desempenho e auditoria de Marketing são atividades relacionadas a esse subsistema (RICHERS, 2000). 4.1 O Marketing de Relacionamento O Marketing de Relacionamento compreende oito componentes básicos: cultura e valores, liderança, estratégia, estrutura, pessoal, tecnologia, conhecimento e percepção e os processos, dentro da interpretação de Mckenna (1992). O referido autor ultrapassa a visão meramente comparativa dos 4Ps e lança, no final do Século XX, o que ele define de 10Ps do Marketing de Relaciomento. Na realidade foram adicionados 6Ps aos 4Ps existentes; assim, ficam definidos os 10Ps, por: Post-place (pós-vendas); Protection (proteção); Providers (fornecedores); Product (produto); Price (preço); Positioning (posicionamento); Phocus (foco); Place (praça); People (pessoas); e Promotion (promoção) (McKENNA, 1992). • Product: corresponde ao conjunto de atendimentos, isto é, bens e serviços que uma pessoa recebe quando realiza uma compra. • Promotion: diz respeito a todo tipo de material promocional que tem como objetivo dar impulso aos produtos. • Price: visa oferecer melhor relação custo-benefício frente à concorrência ou reflete a soma de serviços que um produto presta. 38 • Place: refere-se à distribuição física do produto, da fábrica à casa do consumidor, garantindo fácil acessibilidade. • People: são os recursos humanos inseridos na empresa, quer na forma de colaboradores quer na forma de equipes produtivas. • Post-place: são providências e atitudes que a empresa toma após o ato da venda, visando atingir a fidelização dos clientes. • Protection: as ações de Marketing não podem prescindir de um consistente embasamento legal. • Providers (Fornecedores): decorre do desmembramento do P People, distinguindo a equipe de fornecedores daqueles que são consumidores finais. • Phocus: deve-se deixar claro a quem se destina o produto que a empresa pretende vender. • Positioning (Posicionamento): corresponde à definição de como a empresa se organizará, e se posicionará para atuar no mercado. Outro estudioso da área de Marketing e das organizações que caminha em direção semelhante é Gordon (2000). Ele assevera que são 11Cs que melhor retratam os cuidados e relações com o cliente: • Cliente: define quais os clientes que serão atendidos, o vínculo e outros objetivos a serem alcançados e as estratégias a serem seguidas com os clientes, visando mútuos benefícios. • Categorias: define o alcance das ofertas de produtos e serviços a serem fornecidos. • Capacidades: oferece aos seus clientes o valor que eles desejam e garante que essas capacidades estejam disponíveis em escala, enfoque e qualidade suficientes. • Custo, Lucratividade e Valor: corresponde à criação de lucratividade para o cliente por meio de novos valores, em parceria com os mesmos. Ex. vendas conjuntas. • Controle do Contato com os Processos Monetários: visa à garantia de recolhimento do dinheiro da transação efetuada, a fim de assegurar que os 39 processos sejam desempenhados efetivamente no interesse mútuo do cliente e da empresa. • Colaboração e Integração: pleno acesso aos tomadores de decisão, que possibilite traçar formas de colaboração estratégica e operacional que levem à integração de alguns aspectos dos negócios do cliente com os fornecedores. • Customização: refere-se à customização dos aspectos do desenvolvimento do produto/serviço, da produção e/ou distribuição, e até mesmo assumindo um papel mais abrangente no interesse do cliente. • Comunicação, Interação e Posicionamento: corresponde à forma de divulgação, exposição do produto/serviço. • Cálculo sobre o Cliente: significa rastrear o desempenho da empresa por meio da verificação dos pensamentos, desejos e necessidades de seu cliente. • Cuidados com o Cliente: deve-se dar atendimento especial a todos os clientes. • Cadeia de Relacionamento: são as ligações formais entre a empresa e seus ambientes, tendo como centro o cliente. Para o autor, as relações de mercado clássicas são aquelas que ocorrem entre “[...] fornecedor-consumidor, o trio fornecedor-consumidor-competidor e a rede de distribuição física, que são tratadas extensamente na Teoria Geral de Marketing” (GUMMESSON, 2005, p. 47). Por outro lado, as relações de mercados especiais, na ótica de Gummesson (2005, p. 47), dizem respeito às inter-relações que “representam certos aspectos dos relacionamentos clássicos, como a interação durante a efetivação de serviço ou o consumidor como membro de um programa de fidelidade”. Os Megarrelacionamentos, por sua vez, são aqueles que endereçam “[...] para os relacionamentos de mercado e se referem à economia e à sociedade em geral”. Acrescenta o referido autor que nesse tipo de relacionamento “[...] estão o megamarketing [...], as mega-alianças [...] e as relações sociais [...]” (GUMMESSON, 2005, p. 47). 40 4.2 Mix do Marketing A primeira formulação do mix de marketing foi feito por Jerome McCarthy, em seu livro Basic Marketing em 1960, tratando-se de um conjunto de interesses para as organizações com o intuito de chegar aos seus objetivos de marketing. “Mix de marketing pode ser definido como um conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresa utiliza para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo. Consiste em tudo que a empresa pode fazer para influenciar a demanda de seu produto”. (KOTLER; ARMSTRONG, 2003) Ainda segundoKotler (2003), o marketing mix é o “conjunto de ferramentas à disposição da gerência para influenciar as vendas”. O mix é dividido em quatro seções chamadas de "4 P's". São elas: Produto, Preço, Praça e Promoção. O Composto de Marketing influencia os canais de comercialização e os consumidores finais, que correspondem aos 4 Cs do cliente: a) Produto - Cliente: Tudo que se trata do produto ou serviço, como: embalagem, qualidade, produção, etc.; b) Preço - Custo: É o meio pelo qual as empresas utilizam a política de preços, descontos e formas e prazos de pagamento; c) Praça - Conveniência: É a maneira de apresentar o produto ou serviço ao consumidor, para que ele possa comprá-lo e consumi-lo; 41 d) Promoção - Comunicação: É a forma de mostrar em comunicação o produto ou serviço, promoção de vendas, publicidade, força de vendas, relações públicas, marketing direto, propaganda, etc. www.portaldomarketing.com.br – Os quatro P’s. Determinadas empresas posicionam seus produtos dando evidência ao preço para adotá-lo como base para outras decisões estratégicas de mix de marketing. Em compensação, outras empresas utilizam deferentes ferramentas para criar posições de valor. De modo geral, não é cobrar o melhor e menor preço que fará a diferença, mas sim, mostrar ao consumidor que a oferta vai valer a pena. Apesar disso, as empresas ao estabelecerem os preços, devem levar em conta todo o mix de marketing, pois se o produto estiver focado só no valor, o preço será fortemente afetado na qualidade, promoção e distribuição. Por outro lado, se o preço for colocado de uma forma decisiva, poderá afetar as tomadas de decisões junto a outros elementos do mix. Dessa maneira, as empresas devem desenvolver um programa de marketing, considerando o preço juntamente com todos os outros elementos. http://www.portaldomarketing.com.br/ 42 PRAÇA Segundo KOTLER E ARMSTRONG, (2003), “Praça envolve as atividades da empresa que tornam o produto disponível aos consumidores-alvos”. Um dos maiores problemas é na distribuição dos produtos, pois passam por diversos canais até chegar ao consumidor, e muitas das vezes acaba encarecendo o produto em duas ou até três vezes o valor real. Churchill Jr. & Peter (2000, apud TEODOROSKI, 2014) certifica que a praça é uma das variáveis de maior influência na comercialização do produto, uma vez que acertar no local apropriado para a distribuição do produto, é essencial para atingir o comprador final. “Muitas fabricantes acham que o seu trabalho está encerrado depois que o produto sai de suas instalações. Eles devem tomar cuidado com a maneira como o produto é levado para outros países e devem observar atentamente o problema de distribuição do produto ao usuário final.” (KOTLER, 2000). A análise e a monitoração do clima econômico, político, social, cultural, tecnológico e legal são essenciais para adaptar-se os fatores que podem limitar ou potencializar a satisfação das necessidades dos consumidores, bem como para identificar oportunidades ou ameaças que apresentam a organização. Apesar de a análise ambiental incluir diversas variáveis, o foco da estratégia de marketing é o cliente. PREÇO Para Kotler & Armstrong (2003), “preço é a quantia de dinheiro que os clientes têm de pagar para obter um produto”. O Preço para o Marketing é uma questão de percepção de valor agregado que justifica a troca. Ou seja, para o Marketing o importante é o VALOR percebido e não o CUSTO monetário, sendo uma das variáveis mais importantes para a microeconomia. A definição de preços deve levar em conta os objetivos de 43 marketing relativos ao produto, e não de dinheiro. Além disso preço é uma das quatro variáveis no Composto Mercadológico. É a única que pode ser ajustada a curto prazo. Talvez por isso as estratégias de preço sejam as mais utilizadas em situação de emergência (TEODOROSKI, 2014). Para entender melhor sobre preço, Urdan e Urdan, (2011), descreve: “O marketing tem uma concepção mais elaborada do preço, associada ao conceito de valor percebido – a soma dos benefícios sobre a soma dos custos, sob a ótica do cliente. Preço é tudo o que o consumidor percebe ter dado ou sacrificado para obter o produto”. Um dos maiores desafios das empresas é em relação aos procedimentos de vendas de seus produtos em comparação de preço, como se houvesse um acordo prévio de preços de transferência que permite definir, previamente à realização de operações vinculadas, um conjunto de critérios adequados, com vista à determinação do preço de transferência aplicável a essas operações durante um determinado período de tempo. Estabelecimento do preço: “Pode haver competição entre segmentos de preço- qualidade [...], ou seja, uma empresa oferece um produto de alta qualidade a um preço elevado, outra oferece um produto de qualidade media a um preço médio e outra ainda oferece um produto de baixa qualidade a um preço igualmente baixo. Todas as três concorrentes podem coexistir desde que o mercado consista em três grupos de compradores: os de dão preferência a qualidade, os que insistem em preços e os que ponderam as duas preocupações.” (KOTLER, 2000). Em relação ao preço de valor, Kotler (2000) afirma: “A determinação de preços de valor não e questão de simplesmente estabelecer preços mais baixos pra os próprios produtos, em comparação com os concorrentes. Requer a reengenharia das operações da empresa para se tornar produtor de baixo custo sem sacrificar a qualidade e uma redução significativa de preço pra atrair um grande número de clientes conscientes de valor”. 44 A despeito de preço de mercado, Kotler (2000) declara que: “Na determinação de preço de mercado, a empresa estabelece os seus preços orientando-se em grande parte pelos preços dos concorrentes. A empresa pode cobrar mais, menos ou a mesma coisa que os principais concorrentes.” (KOTLER, 2000, P.489). Os métodos de determinação de preço estreitam a faixa a partir da qual a empresa deve selecionar seu preço final. Ao selecionar esse preço, a empresa deverá considerar fatores adicionais, incluindo a determinação de preço psicológica, a influência de outros elementos do mix de marketing sobre o preço, políticas de preço da empresa e o impacto do preço sobre terceiros. (KOTER, 2000). As multinacionais enfrentam diversos problemas de determinação de preço quando vendem para o mercado internacional. Elas precisam lidar com as diferenças de preços, preços de transferência, práticas de dumping e mercado paralelo (KOTLER; 2000). PRODUTO Segundo Kotler & Armstrong, (2003), “produto significa a combinação de bens e serviços que a empresa oferece para o mercado-alvo”. Moore & Pareek (2008) definem produto como: “É muito mais do que simplesmente um objeto material. Trata-se de uma série de benefícios físicos, psicológicos e experienciais que satisfazem um ou muitos desejos ou necessidades do consumidor”. A finalidade do produto não é aquela que o engenheiro diz explicitamente que é, mas sim aquela que o consumidor implicitamente exige que será. Assim, o consumidor não consome coisas, mas benefícios esperados; não cosméticos, mas as satisfações dos encantos que eles prometem (MINADEO, 2008). PROMOÇÃO 45 Embora as ferramentas de promoção de vendas – cupons, concursos, prêmios e outras – sejam bastante diferentes, oferecem três benefícios característicos: • Comunicação: chamam a atenção e geralmente oferecem informações que podem levar o consumidor ao produto. • Incentivo: incorporam algum tipo de concessão, estímulo ou contribuição valiosa para o consumidor. • Convite: constituem um convite especial para efetuar a transação imediatamente. (KOTLER, 2000). Independentemente dos objetivos da empresa, a equipe de vendas deve ter a ideia de que não se trata de vender um produto qualquer, mas influirna mente dos clientes o quanto um certo produto pode fazer para satisfazer da melhor forma possível seus desejos e necessidades (BARBOSA, 2006). “As empresas utilizam ferramentas de promoção de vendas para atrair uma resposta mais forte e rápida do comprador. A promoção de vendas pode ser utilizada para obter efeitos de curto prazo, como chamar mais atenção para o lançamento de produtos ou aumentar vendas em declínio” (KOTLER, 2000). Partindo do pressuposto de que a concorrência entre as empresas está cada vez maior, a equipe de vendas deve agir de maneira estratégica para chegar aos clientes de maneira antecipada e melhor do que seus concorrentes. Conforme a estratégia de vendas, a empresa tem condições de montar sua estrutura de vendas, podendo ser esta, por territórios, produto ou por mercado. O próximo passo consiste em determinar o tamanho de sua força de vendas, que vai depender do número de clientes que a empresa espera alcançar (BARBOSA, 2006). Moore e Pareeek (2008), descrevem a promoção como: “Ser bem-sucedido nele não apenas resulta em boa publicidade para a empresa como um todo, mas também aumenta o valor da marca de seus produtos”. 46 4.3 Retenção de Clientes A competitividade tem levado instituições a buscar novas táticas para sua sobrevivência no mercado. O marketing de relacionamento, que baseia-se em relacionamentos de longo prazo, perduráveis e na satisfação das instâncias e expectativas dos consumidores, tem sido a tática cada vez mais utilizada para a fidelização, retenção e lucratividade (ESPÍNDOLA, 2008). As transformações que estão acontecendo na economia globalizada acarretam como resultado um acirramento da concorrência, mais perigos e apropriações para todos, forçando as empresas a estabelecer avanços importantes, não apenas para competir e progredir, mas simplesmente para sobreviver. (ESPÍNDOLA, 2008). Manter uma empresa, produto ou serviço no mercado é tarefa árdua. De nada adianta ter produtos de qualidade e condições de pagamento facilitado e não ter uma técnica de marketing baseada no desenvolvimento de relacionamento de longa duração com os clientes. É de extrema importância construir e consolidar uma estratégia que visa uma relação duradoura com o cliente. A fidelização ou a retenção é uma estratégia realizada por meio de ações integradas, sistemáticas e contínuas de comunicação e promoção, gerando frequência e repetição de compra por parte dos clientes e recompensando-os por isso. (ESPÍNDOLA, 2008). Segundo Kotler (2000), a essência para a retenção de clientes é a satisfação, uma vez que um cliente intensamente satisfeito permanece fiel, compra sempre que a empresa lança novos produtos, elogia a empresa, importa-se menos com a concorrência e com os preços e apresenta ideias a respeito dos produtos e serviços que a organização vem oferecendo. Carvalho e cols. (2012) afirmam que: Fidelização e personalização são ferramentas que estão sendo utilizadas pelas grandes empresas para que cativem os clientes antigos e se fortaleçam frente a um mercado cada vez mais competitivo. As empresas devem buscar entender como os clientes usam seus produtos ou serviços para estarem melhor posicionados além de buscar estratégias para construir fidelidade ao produto ou 47 serviço oferecido. Atualmente, os programas de fidelidade estão se tornando comum, viraram necessidade, uma vez que o cliente deseja se sentir importante para a empresa e não se sentir como mais um nome no banco de dados. A existência de informações, baseadas em tecnologia da informação e comunicação para a empresa, que orientem o desenvolvimento de estratégias de marketing e de fidelização de clientes, é de essencial estima, no que se afere sobretudo quando se possui a compreensão do que seja banco de dados, de acordo com o estabelecido por Kotler (2000): “Um banco de dados de clientes é um conjunto organizado de dados abrangentes sobre os clientes existentes ou potenciais que seja atual, acessível e prático para atividades de marketing como a geração de indicações, a qualificação das indicações, a venda de um produto ou serviço ou a manutenção de relacionamentos com o cliente”. No entanto, ressalta-se a preocupação de Kotler quanto à avaliação dessa satisfação: “Quando os consumidores avaliam seu nível de satisfação como parte do desempenho da empresa, digamos serviço de entrega – a empresa precisa reconhecer que os consumidores divergem quando definem o que representa uma boa entrega. Pode ser entrega antecipada, entrega pontual, pedido completo e assim por diante. Todavia, se a empresa tivesse que explicar cada elemento em detalhes, os consumidores teriam de preencher um enorme questionário. A empresa deve também perceber que dois consumidores podem declarar estar ‘altamente satisfeitos’ por diferentes razões” (KOTLER, 1998). 48 5 PLANO DE NEGÓCIO Para Hisrici e Peters (2004) o plano de negócios é: “seguramente o documento mais importante para o empreendedor do estágio inicial. É provável que potenciais investidores não pensem em investir em um novo empreendimento enquanto o plano de negócios não estiver completado”. O Plano de Negócios pode ser considerado um passo importante para a abertura ou expansão de um empreendimento. O empreendedor, muitas vezes, tem um plano em mente, mas para que esse empreendimento prospere, faz-se necessária a transformação dessas ideias em um documento formal. (CHIAVENATO, 2004). Percebe-se que para que ocorra êxito em um empreendimento, não basta estar munido de boas ideias, há que se preocupar com o planejamento desta ideia para que o empreendedor consiga se nortear de forma a atingir o que fora proposto inicialmente. “Plano de Negócios é um documento que contem a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar uma fatia do mercado e as projeções de despesas, receita e resultados financeiros.” (SALIM, et.al. 2005). O plano de negócios não é destinado unicamente ao empreendedor, entre o público alvo do plano de negócios estão às incubadoras, parceiros, bancos, investidores, fornecedores, a empresa internamente, os clientes e sócios. “uma ferramenta com a finalidade de planejar o negócio e orientar o empreendedor sobre o mesmo, pois muitos deles têm dificuldades de implementar uma ideia nova ou uma mudança [...] um dos motivos que mantém a estagnação é a falta de visão ordenada do que precisa ser feito, e uma orientação que determine passo- a- passo o que é necessário fazer e que antecipe supostas complicações, torna o processo menos arriscado. Tornar mais nítido o caminho que leva ao alcance do objetivo é o principal motivo de se fazer um plano de negócios. (Dornelas, 2016) 49 5.1 Estrutura do plano de negócio Um plano de negócio não possui uma estrutura especifica, pois cada negócio possui suas particularidades, sendo impossível definir um padrão. Dependendo do empreendedor pode demorar mais de 200 horas para se fazer um plano de negócio, e o propósito em que se destina. Para Dornelas (2001), a estrutura do plano de negócios deve abordar os seguintes tópicos: “Capa, Sumário, Sumário Executivo, Descrição da empresa, Produtos e Serviços, Mercado e Competidores, Marketing e Vendas, Análise Estratégica, Plano Financeiro, Anexos.” Os autores Longnecker, Moore e Petty (1997) definem como componentes de um plano de negócios: resumo executivo, descrição geral da empresa, plano de serviços e produtos, plano de marketing, plano gerencial, plano operacional, plano jurídico, plano financeiro e apêndice. Existem vários modelos propostos para escrever um plano de negócios adequado. Filion e Dolabela (2000) apresentam um modelo com quatro partes: 1. Sumário executivo. 2. A empresa 3. Plano de marketing. 4. Plano financeiro. 5.2 Conceito de cada tópico da estrutura do plano de
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