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1) definição e tipos (superficial e profunda) 2) etiologia, epidemiologia 3) patogênese 4) quadro clínico 5) diagnóstico (biópsia de punch e outros tipos, plect) 6) tratamento O termo micoses superficiais inclui as doenças que não provocam uma resposta inflamatória histopatológica significativa no hospedeiro e está representado pelas ceratofitoses. Nelas, os fungos se proliferam na camada córnea da pele ou sobre a haste livre dos pelos. As micoses cutâneas, por sua vez, podem provocar mudanças patológicas no hospedeiro, sendo representadas principalmente pelas dermatofitoses (ou tíneas), quando os fungos (referidos como dermatófitos) são tipicamente queratinofílicos, ou seja, adaptados a consumir queratina para sua nutrição. Eles invadem a camada córnea, os pelos e as unhas, degradando-os e liberando antígenos que desencadeiam uma resposta imunoinflamatória superficial. As ceratofitoses e as dermatofitoses são exclusivas da pele queratinizada, poupando sempre as mucosas. A candidíase superficial é causada por leveduras do gênero Candida e pode afetar tanto a pele quanto as mucosas. CERATOFITOSES PITIRÍASE VERSICOLOR Afecção cutânea causada pela Malassezia furfur, uma levedura lipofílica, do filo dos basidiomicetos (embora sua taxonomia seja duvidosa...), encontrada como saprobiota da pele humana em mais de 90% da população hígida, a qual antes recebia o nome de Pityrosporum ovale ou orbiculare. As leveduras são a forma predominante na vida saprobiota e predominam nas áreas corporais ricas em glândulas sebáceas (couro cabeludo, face, tronco superior), por necessitarem de ácidos graxos para a sua nutrição. Quando provocam a dermatose, as leveduras são encontradas em grande quantidade, neste caso associadas a hifas rudimentares, ou pseudo-hifas. A doença é de ocorrência universal, predominando em locais de clima quente e úmido. Acomete adultos de ambos os sexos, após a puberdade, quando as glândulas sebáceas estão mais desenvolvidas. Acredita-se numa predisposição constitucional do indivíduo à infecção. Quase sempre as lesões são assintomáticas, caracterizadas por manchas ou máculas, múltiplas, confluentes, de cor variável conforme o paciente (daí o nome “versicolor”). Podem ser hipocrômicas (em pacientes de pele pigmentada), eritematosas ou hipercrômicas acastanhadas (pacientes brancos), apresentando uma descamação fina (furfurácea) ao se raspar a pele com a unha (sinal da unha ou de Besnier) ou ao se esticar a pele (sinal de Zileri). Acomete caracteristicamente a face, o pescoço, o tronco superior e a porção proximal dos membros superiores. O couro cabeludo costuma ser afetado, embora a lesão seja geralmente imperceptível... A região palmoplantar e mucosa nunca são atingidas. A hipocromia da pitiríase versicolor é explicada não só pela barreira física aos raios ultravioleta do Sol, mas principalmente pela produção de ácidos dicarboxílicos (ácido azelaico) pelo metabolismo do fungo, que inibe a tirosinase, que é uma das enzimas responsáveis pela formação da melanina. hiper = aumento dos melanossomos. Diagnóstico: suspeitado clinicamente e pelo exame da luz de Wood (fluorescência rósea-dourada característica). Confirma-se pelo exame micológico direto, pelo raspado das lesões (elementos leveduriformes e hifas curtas e largas, observados após preparação com KOH 10%). Tratamento: geralmente é tópico, tratando-se o couro cabeludo (fonte principal do fungo) e as lesões cutâneas. Uma opção utilizada é o sulfeto de selênio a 2,5%, sob a forma de xampu, passando-se no couro cabeludo (enxaguar após 15min) e nas lesões, durante quatro semanas. Antifúngicos imidazólicos tópicos são excelentes opções de terapia, como tioconazol 1% loção, ou isoconazol 1% loção, ou cetoconazol 2% creme, aplicados nas lesões 1x/dia por quatro semanas, associado ao tratamento com xampu de cetoconazol. Nos casos mais extensos ou resistentes, indica-se a terapia sistêmica oral, com cetoconazol 200 mg/dia por dez dias, itraconazol 200 mg/dia por cinco dias ou fluconazol 150 mg/semana por três semanas. É importante solicitar provas de função hepática, antes de iniciar os imidazólicos (cetoconazol, itraconazol, etc.), pois eles têm metabolismo hepático. Cuidado com medicamentos que tenham metabolização hepática. Os antifúngicos apresentam uma lista enorme de interações medicamentosas. Não esquecer também que eles interagem com o anticoncepcional, diminuindo a sua eficácia. TÍNEA NEGRA É causada pelo fungo filamentoso denominado Hortae werneckii, um fungo pigmentado (demáceo). Acomete usualmente o extrato córneo palmar, mas pode atingir a superfície ventral dos dedos e a região plantar. Apresenta-se de forma assintomática como mácula acastanhada ou enegrecida, mais frequente em crianças do sexo feminino. O diagnóstico diferencial é feito com melanoma, nevo juncional e púrpura do atleta. O exame direto confirma o diagnóstico, revelando hifas escuras septadas no preparado com KOH 10%. O tratamento é feito com ceratolíticos (ácido salicílico creme 0,1%) ou antifúngicos tópicos, devendo continuar o tratamento por mais duas semanas após a cura clínica para evitarmos recidiva. PIEDRA NEGRA O agente etiológico é Piedraia hortae. Caracteriza-se por infecção do pelo formando nódulos pretos aderentes à haste dos cabelos no couro cabeludo e eventualmente na barba. Variam no tamanho de microscópicos a milímetros. É encontrada em áreas tropicais como a Amazônia. Tratamento: corte do cabelo associado a imidazólico tópico. PIEDRA BRANCA O principal agente etiológico é o Trichosporum beigelii. A infecção do pelo é caracterizada por nódulos que variam do branco ao castanho claro, de consistência cremosa, que podem ser removidos facilmente mecanicamente. Acomete os pelos genitais, axilares, da barba e eventualmente do couro cabeludo. O diagnóstico diferencial é: pediculose e tricomicose axilar. Tratamento: corte do cabelo associado a imidazólico tópico ou sistêmico devido à alta taxa de recidiva. Trichosporum beigelii também causa onicomicose. DERMATOFITOSES São conhecidas cerca de 42 espécies de dermatófitos, abrangendo três gêneros: Microsporum (16 espécies), Trichophyton (24 espécies) e Epidermophyton (2 espécies). Sua distribuição varia por influência de fatores populacionais, como sexo (mais comum no sexo masculino); idade (tinha do couro cabeludo é mais comum em crianças, e tinha do pé e inguinocrural são mais comuns em adultos); imunidade (maior incidência no imunocomprometido); hábitos (sociais, culturais, religiosos e econômicos); populações fechadas (tripulações de navios e creches têm maior incidência de dermatofitoses). O contágio pode ser feito por contato direto com seres humanos, animais ou solo contaminado, ou indiretamente, por exposição a fômites contaminados ou banhos públicos. A colonização começa na camada córnea da pele, no pelo ou na unha, e a sua progressão depende da interação dos fatores patogênicos do fungo e da imunidade do hospedeiro. A transmissão ocorre pelos esporos assexuados dos fungos (artrósporos, conídios) liberados de suas hifas que, após aderirem aos queratinócitos, começam a germinar, formando um novo micélio. CANDIDÍASE INTERTRIGINOSA Ocorre nas dobras axilares, inguinais, interglútea, submamárias, principalmente em obesos, diabéticos e pessoas de pobre higiene. Apresenta-se como lesões eritematosas, úmidas, exsudativas, podendo formar erosões ou fissuras, que são envoltas por um colarete córneo, e com frequência há lesões satélites, uma importante característica que diferencia a candidíase intertriginosa da Tinea cruris e da Tinea corporis. As lesões podem cursar com prurido e ardência. A lesão interdigital (mão ou pé) é mais comum em indivíduos que mantêm a umidade entre os dedos (“mão da lavadeira”). TRATAMENTO DA CANDIDÍASE: Na maioria dos casos de candidíase, a terapia com antifúngicos tópicos é suficiente. Antifúngicos imidazólicos (cetoconazol, isoconazol, tioconazol, etc.). MICOSES SUBCUTÂNEAS Decorrem da inoculação de determinados fungos patogênicos que normalmente são encontradosno solo e plantas. Esses agentes entram pela via transepidérmica e são depositados na pele ou no tecido subcutâneo. Com o tempo, surge uma lesão papulosa/nodulosa que pode absceder e ulcerar. A infecção pode progredir por contiguidade ou através do sistema de drenagem linfática regional. As principais micoses subcutâneas são: Esporotricose; Cromomicose; Feoifomicoses; Lobomicose; Micetoma. ESPOROTRICOSE ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA: Infecção causada pelo Sporothrix schenckii. É adquirida pela inoculação traumática desse agente que, normalmente, gera quadro localizado na pele e tecido celular subcutâneo, mas que, ocasionalmente, pode invadir o trato respiratório após aspiração do fungo, provocando quadro sistêmico. Pode afetar, além do homem, outros animais como gatos, cachorros, ratos, cavalos e papagaios. Maior incidência de pessoas com esporotricose, adquirida pela mordedura ou arranhadura desses animais. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: As apresentações clínicas podem ser classificadas, segundo a forma de penetração do fungo no organismo, em dois grandes grupos que se subdividem. FORMA CUTÂNEO-LINFÁTICA = É a forma mais comum de apresentação . Ocorre um nódulo no local de inoculação, seguido de disseminação linfática, deixando um “cordão” ascendente de nódulos ao longo dos vasos linfáticos regionais. Pode haver ulceração nos nódulos com eliminação de material purulento. Ocorre mais comumente nas áreas expostas como membros superiores e inferiores (adultos) e face (crianças). FORMA CUTÂNEO-LOCALIZADA = Lesão papulosa ou nodulosa que frequentemente evolui com ulceração e eliminação de exsudato purulento. Ocorre mais amiúde na face, podendo acontecer na mucosa orofaríngea. É caracterizada por NÃO haver linfangite, permanecendo como lesão localizada, de crescimento centrífugo, por continuidade e limitado, denotando, talvez, uma boa resposta imunológica do tipo celular. FORMA CUTÂNEO-DISSEMINADA = Em pacientes imunossuprimidos, após a inoculação transcutânea, ocorre disseminação hematogênica, levando a lesões nodulares e gomosas disseminadas por toda a pele. É rara. Não deve ser confundida com os casos em que ocorrem múltiplos postos de inoculação transepidérmica, que levam à formação de diversas lesões, mas não por disseminação hematogênica. FORMA EXTRACUTÂNEA = O paciente, em geral imunodeprimido, ingere ou inala o fungo e, por disseminação hematogênica, este pode acometer diversos órgãos internos. A forma de maior importância clínica, devido a sua prevalência, é o subtipo osteoarticular, caracterizado por uma mono ou oligoartrite destrutiva, envolvendo as articulações dos cotovelos, tornozelos, joelhos e punhos (estes dois últimos os mais frequentes), além de osteolite e periostite. Outras formas de agressão a um único órgão e/ou vários órgãos são descritas, entre eles: pulmões (lesão cavitária), rins (nefrite), fígado, baço, pâncreas, glândula mamária, tireoide, testículos, epidídimo, músculos e sistema nervoso central (meningite). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL = PLECCT: Paracoccidioidomicose; Leishmaniose; Esporotricose; Cromomicose; Carcinoma espinocelular; Tuberculose. DIAGNÓSTICO: Baseia-se fundamentalmente no isolamento do fungo a partir de um fragmento do tecido ou do exsudato da lesão. Esses materiais são cultivados em ágar Sabouraud e, num intervalo de 5 a 21, dias observamos o crescimento do fungo. O exame direto geralmente é negativo. Intradermorreação com esporotriquina: não é utilizada com finalidades diagnósticas. Sua negatividade apenas indica ausência de resposta imune celular contra o fungo, não descartando a infecção. Exame histopatológico: observa-se a formação de granuloma na derme. Raramente observamos elementos fúngicos como os esporos com formato de charuto ou arredondados. Pode ocorrer depósito de anticorpos ao redor das estruturas fúngicas, gerando o achado histopatológico conhecido como corpúsculo asteroide. Quanto mais antiga for a lesão, mais difícil será encontrar o fungo. TRATAMENTO: As formas cutâneas podem ser tratadas fundamentalmente de duas formas. Pela solução saturada de iodeto de potássio via oral, cinco gotas de 8/8h com as refeições. Aumentar diariamente a dose em uma gota por tomada, conforme a tolerância do paciente, até a dose máxima de 20 gotas de 8/8h (60 gotas/dia); e pelo itraconazol na dose de 100-200 mg/dia. As formas extracutâneas devem ser tratadas preferencialmente com itraconazol na dose de 200-400 mg/dia ou, nos casos mais graves, com anfotericina B lipossomal (infusão venosa lenta de 3-5 mg/kg/dia correndo em duas horas, com dose máxima de 800-2.950 mg). Tanto na forma cutânea quanto na extracutânea, a farmacoterapia deve ser mantida até um mês após a cura clínica da doença e, sempre que necessário, devem ser realizadas culturas das lesões para confirmar sua negativação. Lembrar que as gestantes com esporotricose, como não podem tomar KI nem itraconazol, têm como opção terapêutica a anfotericina B. CROMOMICOSE (CROMOBLASTOMICOSE) ETIOLOGIA: Infecção causada por um grupo particular de fungos que comungam as seguintes características: ● Produzem pigmento que lhes confere coloração acastanhada (fungos demácios); ● No tecido parasitado, se reproduzem por septações de uma mesma célula, que se dão em mais de um plano, simultaneamente, dando origem a estruturas arredondadas características chamadas de corpos ou células fumagoides ou talos muriformes ou corpos de Medlar. São diversos os agentes etiológicos sendo, porém, o Fonsecaea pedrosoi considerado o principal no Brasil, e o Cladosporium carrionii, mais prevalente em regiões tropicais com baixos índices pluviométricos, como ocorre na região semiárida do Nordeste brasileiro. O nosso país é onde se registra o maior número de casos dessa doença no mundo, seguido por Madagascar. CLÍNICA: Para que ocorra a doença, é necessária a inoculação transcutânea direta, geralmente de forma traumática, não havendo transmissão inter-humana. É, por isso, mais comum na zona rural e em profissionais que trabalham com o solo e com plantas. Transcorridos alguns meses após o trauma, surge pápula verrucosa que cresce por continuidade na pele evoluindo continuamente para uma placa verrucosa com pontos enegrecidos (black dots). Esses pontos são ricos em parasitas e é de onde, normalmente, se colhe material para a realização de culturas. Os locais mais comuns são as extremidades, principalmente nos membros inferiores. As lesões são frequentemente oligo/assintomáticas, exceto quando há infecção bacteriana secundária, quando é comum a queixa de prurido local. A disseminação linfática ou hematogênica é excepcional. Outras complicações descritas são: linfedema crônico, elefantíase, carcinoma espinocelular. DIAGNÓSTICO: É feito através do isolamento e identificação do fungo a partir da crosta, fragmento de tecido ou exsudato. Exame direto: após a aplicação de solução de KOH 10% ou lactofenol no material observado, observam-se estruturas arredondadas ou ovoides, acastanhadas, com septos em diversos sentidos (vertical e horizontal), conferindo aspecto semelhante à amora (muriforme) – Raramente também podem ser observadas hifas tortuosas e acastanhadas. Cultura em ágar Sabouraud: após aproximadamente uma semana, observa-se cultura aveludada de coloração enegrecida. Exame histopatológico: hiperplasia pseudoepiteliomatosa na epiderme e corpúsculos acastanhados na derme. Podem ocorrer reação granulomatosa e abscessos. Os pontos enegrecidos da placa verrucosa representam a eliminação transepidérmica do fungo castanho. TTO: Geralmente, a resposta às drogas antifúngicas não é boa. Nas formas localizadas, pode-se utilizar medidas cirúrgicas (crioterapia com nitrogênio líquido, exérese cirúrgica, eletrocirurgia, laser de CO2) associadas com itraconazol na dose de 200-400 mg/dia. Nas lesões mais extensas, a escolha é para o itraconazol 200 mg/dia (18 meses) + fluorocitosina 150 mg/kg/dia ou anfotericina B. PARACOCCIDIOIDOMICOSE (BLASTOMICOSE SUL-AMERICANA, MICOSE DE LUTZ-SPLENDORE-ALMEIDA) 1. Paracoccidioidomicose infecção (assintomática).2. Paracoccidioidomicose doença (sintomática): ● Forma pulmonar primária = respiratório agudo com infiltrado pulmonar e adenopatia hilar, que geralmente é autolimitado. ● Forma aguda ou subaguda (tipo juvenil): ➤ Moderada; ➤ Grave. ● Forma crônica (tipo adulto): ➤ Unifocal (pulmão + 1 órgão): leve, moderada ou grave; ➤ Multifocal (> 1 órgão além do pulmão): leve, moderada ou grave. ● Forma sequelar ou cicatricial. Lesões cutâneo-mucosas: ocorrem mais tipicamente na paracoccidioidomicose crônica (doença de adultos > 40 anos). No acometimento mucoso, predominam as lesões gengivais e de toda a orofaringe. É característico o aspecto de erosão com pontilhado hemorrágico denominada estomatite muriforme de Aguiar Pupo. Com o tempo, estas lesões tornam-se vegetantes, levando a deformações nos lábios, laringe (com disfonia) e raramente traqueal (podendo indicar traqueostomia). Há acometimento de linfonodos regionais. As lesões da pele ocorrem por disseminação hematogênica do fungo, e a face é o local mais acometido. O espectro de lesões cutâneas varia desde lesões papulosas, papuloeritematosas, papulopustulosas, vegetantes e ulceradas, com ponteado hemorrágico muriforme característico. Como há disseminação hematogênica, é de se esperar que as lesões de pele sejam acompanhadas de lesões pulmonares, linfonodomegalia e lesões de outros órgãos, mesmo que subclinicamente. Na orofaringe, as lesões fazem diagnóstico diferencial com CEC, leishmaniose tegumentar, histoplasmose, sífilis e tuberculose. Na pele, o diagnóstico diferencial se faz com esporotricose, leishmaniose cutânea ou tegumentar, hanseníase, tuberculose, sarcoidose, histoplasmose, CEC, cromomicose, criptococose. DIAGNÓSTICO: É feito com o isolamento do fungo dos tecidos. Exame direto: obtido de pus e secreções; são vistas células de formas arredondadas com membrana de duplo contorno, gemulação única ou múltipla. Cultura: revela-se o dimorfismo – cultivo a 25oC demonstra crescimento na forma filamentosa (micélios), e a colocação da mesma cultura a 37oC faz com que a colônia assuma aspecto leveduriforme. Exame histopatológico: nos tecidos ocorrem microabscessos de neutrófilos e reação granulomatosa com parasitos no interior dos microabscessos e de células gigantes. O parasita apresenta caracteristicamente o aspecto de criptoesporulação em roda de leme. Testes imunológicos: IgG e IgM anti-P. brasiliensis detectados pelo teste de imunodifusão são úteis para o diagnóstico e medição da atividade da doença. O teste de fixação de complemento detecta esses anticorpos de maneira mais quantitativa, logo serve para avaliar a resposta ao tratamento, infelizmente faz reação cruzada com anticorpos anti-Histoplasma capsulatum. Também são usados imunofluorescência, contraimunoeletroforese e ELISA. CONTROLE DE CURA ● Cura clínica, com resolução dos sinais e sintomas. ● Cura radiológica: Estabilização do padrão das imagens cicatriciais radiológicas pulmonares em duas telerradiografias registradas com intervalo de três meses. ● Cura imunológica: Negativação ou estabilização dos títulos de imunodifusão dupla em níveis sorológicos baixos (<1:2) observadas em duas amostras de soro coletadas com intervalo de seis meses, após o período de tratamento recomendado para itraconazol ou sulfametoxazol + trimetoprima. TRATAMENTO: Entre os quimioterápicos antifúngicos podemos utilizar: ● Sulfametoxazol + trimetoprima: ataque, dois meses: sulfametoxazol 2.400 mg e trimetoprima 480 mg/dia, e depois manutenção reduzindo a dose para: sulfametoxazol 1.600 mg e trimetoprima 320 mg/dia por 22 meses; ● Itraconazol (droga de escolha na maioria dos casos): na dose de ataque de 200 mg/dia durante 1-2 meses e manutenção com 100 mg/dia; ● Sulfametoxazol + trimetoprima: na dose de ataque de 800/160 mg de 8/8h por quatro semanas seguido de 800/160 mg de 12/12h; ● Anfotericina B: para casos graves, 0,5-2 mg/kg/dia, ou em dias alternados, não ultrapassando a dose diária de 50 mg. Após ser atingida a dose acumulada de 1,5-2 g, deve-se iniciar o tratamento de manutenção com uma das outras drogas. A duração clássica do tratamento é de 6-12 meses, sendo possível utilizar o critério de melhora clínico-sorológica para a interrupção do tratamento. Os pacientes deverão ser acompanhados por pelo menos dois anos, com exames clínicos, radiológicos e sorológicos após o tratamento. BIÓPSIAS Biópsia por shaving O shaving é utilizado para afecções restritas à epiderme e derme superficial. Biópsia por punch A biópsia por punch geralmente fornece amostras adequadas para avaliação. Ele é um instrumento circular cujo diâmetro varia de 1 mm a 1 cm e a técnica consiste em movimentos de rotação e pressão vertical para que o instrumento atinja a profundidade desejada. Biópsia incisional A biópsia incisional remove apenas uma porção do tumor, sendo preferível quando há uma lesão de grande extensão ou em áreas de difícil ressecção. É usado anestésico local e, com um bisturi ou punch, o médico remove uma parte da lesão, que é enviada para exame anatomopatológico. Neste tipo de biópsia, a lesão não é removida na sua totalidade. Biópsia excisional Na biópsia excisional, o médico remove todo o tumor e área circundante, com margens definidas conforme a suspeição diagnóstica. No caso de suspeita do câncer de pele do tipo melanoma, as biópsias excisionais são preferidas, quando possível. Biópsia do linfonodo Se uma biópsia anterior de uma lesão de pele indicar câncer, em alguns casos pode ser preciso fazer também a biópsia dos gânglios linfáticos para verificar se existe disseminação da doença. Geralmente são feitos exames físicos e de imagem antes para verificar se os linfonodos parecem anormais e, em caso positivo, é realizada primeiramente a biópsia do linfonodo sentinela (o linfonodo que recebe a drenagem linfática da região do tumor), que é definido através de exames específicos.
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