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Centro Universitário Nobre (UniFan)
Brenda De Paula Olivera 
Cecília Boaventura de Sousa Adorno
Julia Araújo Winck
Luci Almeida Silva 
Rafaela Carvalho Araujo 
Feira de Santana-BA
2022
A psicologia clínica tem como foco a promoção do bem-estar do ser humano considerando sua complexibilidade, por meio de abordagens e estratégias que visam diminuir o sofrimento do grupo ou indivíduo. “Entendemos que a psicologia clínica se distingue das demais áreas psicológicas muito mais por uma maneira de pensar e atuar, do que pelos problemas que trata. O comportamento, a personalidade, as normas de ação e seus desvios, as relações interpessoais, os processos grupais, evolutivos e de aprendizagem, são objeto de estudo não só de muitos campos da psicologia como também das ciências humanas em geral” (MACEDO, 1984, p.8). Tendo em vista disso, o que diferencia a psicologia clínica das outras áreas de atuação do psicólogo, é a prática que consiste numa observação individual e singular: a escuta clínica. Este espaço consiste em ser o lugar em que o paciente se apoia para expressar seus conflitos, medos e inquietações a fim de buscar alívio emocional. 
O nosso entrevistado Leandro Ribeiro Azevedo, psicólogo formado na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em 2013, mestre em ciências sociais e doutorando em psicologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e também professor do curso de Psicologia no Centro Universitário Nobre (UNIFAN) atua na área clínica complementou com seu depoimento a importância deste campo de atuação, pois o atuante é responsável por diagnósticos e intervenções psicoterapêuticas - em termos sociais eles também auxiliam na formação de vínculos e promoção de pesquisas sobre essa área - que possam auxiliar no enfrentamento, benefício e/ou adaptação de situações ou psicopatologias, ressaltando que este tem uma particularidade que não pode ser suprida por outras áreas da saúde, tendo como exemplo a depressão que não vai ser tratada apenas com o uso de fármacos, que também é eficiente, mas o paciente precisa de um espaço para ser ouvido e acolhido, por isso o papel da psicoterapia é muito importante nessa e em outras situações que afetam a saúde mental. O terapeuta pode trabalhar de diversas formas, atendendo grupos, casais, familiar, musicoterapia etc. Também pode atuar no meio hospitalar, podendo acompanhar pacientes em estado terminal, ou também gestantes durante a gravidez.
O campo mental é o principal afetado por transtornos psicológicos no ser humano, como a depressão que foi citada anteriormente. Nesses momentos, quando uma pessoa está passando por uma situação de estresse mental de forma intensa, é como se algo “quebrasse” dentro dele, não é capaz de suportar intenso sofrimento, ou “perder o controle”. Essas sensações variam de casos para casos, mas o mal-estar se perpetua para todos aqueles que por ele passam, como a perda de um ente querido, o fim de um relacionamento que se perdurou por anos, etc. Quando isso ocorre, é necessário passar por um processo de superação, para reestabelecer as condições anteriores, mas como isso é possível se o indivíduo está “fora de controle”? Então, é nesse momento que o psicólogo entra em ação, pois o sujeito não tem condições de lidar com isso por conta própria, é necessário o apoio de amigos e familiares para dar suporte, em alguns casos o uso de medicações é indicado e a psicoterapia. Nessas situações o profissional é muito indicado e possui muita eficiência, pois vai facilitar a compreensão e se reorganizar para enfrentar isso, levando em conta as escolhas de vida do paciente, seus sentimentos e relações sociais. Desse modo, o psicoterapeuta avalia os passos do sujeito, buscando alternativas que o ajude no processo de adaptação para com o obstáculo enfrentado, mas também visando instruí-lo a reconhecer suas vontades e desejos, para se conhecer melhor e tomar suas próprias decisões. Ainda que apresentemos os benefícios da psicologia clínica e seus métodos, ela ainda enfrenta algumas barreiras na expansão da sua carreira e valorização dos profissionais que a pertencem por parte da sociedade, principalmente vindo de outros atuantes da área da saúde. 
Ao entrevistar nosso interrogado, psicólogo Leandro Azevedo, perguntamos quais os desafios mais encontrados por um psicólogo clínico e ele nos deu sua resposta informando que o maior é desafio é a ignorância e desconhecimento sobre essa área de atuação, tanto pela sociedade quanto por outros profissionais da saúde. Muitos não veem a necessidade de ir ao psicólogo quando sofrem um desequilíbrio emocional, uma situação que gera muito stress que afeta a saúde mental, igual a necessidade de fazer um check-up no médico, para alguns o segundo tem mais importância. Há uma valorização exacerbada em cima do médico para com o terapeuta, ambos são profissionais extremamente importantes, mas infelizmente a psicologia não é tão valorizada quanto deveria ser. No meio hospitalar o psicólogo “não tem voz”, minimizam seu conhecimento e aprendizado, porque a psicologia não faz parte da medicina, mesmo quando se trata de um caso que o psicológico do paciente está envolvido, logo os métodos de solução indicados pelo profissional não são levados em conta por médicos ou enfermeiros. Alguns destes não enxergam a psicologia como uma vertente da saúde, já que os terapeutas não fazem cirurgias, lidam com doenças virais ou prescrevem receitas de medicamentos, “apenas” ficam sentados numa sala ouvindo uma pessoa falar sobre seus problemas e dá conselhos para ela, e isso é muito fácil, na visão dos formados em medicina. O que não é verdade, a psicologia possui várias ramificações e áreas de atuações, esporte, educacional, organizacional, social e outras, ou seja, para cada área se tem um foco ou objetivo diferente, portanto é necessário que o psicológico saiba “um pouco de tudo” para suas atuações. Por exemplo, na psicologia do esporte o profissional identifica fatores psicológicos que podem estar interferindo no desempenho físico do atleta, é necessário que ele tenha conhecimento sobre o desenvolvimento físico do corpo humano em atividades físicas, e não é diferente na psicologia clínica, ao tratar um paciente com transtorno alimentar e que tem dificuldades em enxergar que ele precisa se alimentar para não desenvolver outros problemas como anorexia ou anemia por desnutrição, o psicólogo precisa estar informado sobre para garantir e promover a saúde e bem estar dele, que é a principal função do psicólogo, presente no Código de Ética da Psicologia. O conceito de ética é intimamente ligado com a ação humana, de modo que o estudo da ação ética consiste na análise do comportamento humano. Desse modo, a ética não poderá ser adstrita apenas à teoria, visto que o agir ético varia conforme as circunstâncias (BASTOS, 2010). Com isso em mente é notável que a psicologia segue os valores éticos e morais estabelecidos pela sociedade. De forma geral, pode-se considerar que um Código de Ética é importante para toda e qualquer profissão, pois ela estabelece normas e preceitos de conduta da sociedade (SÁ, 2010). Em perspectiva a isso o Código de Ética é fundamental para desenvolver plenamente a profissão. A psicologia clínica não é diferente, entretanto, antigamente havia um esforço de caracterização do sujeito, uma espécie de rotulação que era necessário para apontar algum tipo de patologia em um indivíduo. Nesse sentido, não eram levados em consideração aspectos como história de vida, a escuta, a fala e outras técnicas. Dessa maneira, é notável a necessidade de seguir as normas do código de ética para que possam servir de auxílio ao indivíduo em sua dor sem infringir os direitos humanos e para que não tornem o paciente como ratos de laboratórios que só são usados para fins de pesquisa. Fica claro que a formação ética deve fazer parte do processo de formação profissional que constitui a prática clínica, comprometida com atitudes diferenciadas, reconhecimento da singularidade e respeito às diferenças. Para MOREIRA (2007),a psicologia clínica está enraizada no modelo médico, o que significa que cabe aos especialistas observar e compreender para depois intervir, isto é, remediar, tratar e curar, tratando-se, portanto, uma prática higienista. Como tal, os centros de aconselhamento psicológico estiveram afastados dos problemas sociais durante muito tempo. Dutra (2009) afirma que o psicólogo clínico é bastante complexo, importante e crucial. O cuidado com o paciente é proporcional a ética clínica em que o psicólogo deve ter a empatia, cuidado e clareza com a fala e com as emoções da pessoa. A abordagem da psicologia clínica consiste em ouvir e analisar, tendo o objetivo de livrar o paciente de memórias reprimidas e assim aliviar o seu sofrimento mental, sendo assim, o psicólogo deve assumir uma responsabilidade e um comprometimento com o código e com o paciente para assegurar sigilo e a segurança de ambos. Através do código de ética o psicólogo deve seguir as orientações e sempre que houver dúvida deve-se direcionar ao conselho, se ocorrer o fato de ruptura ao código, o profissional poderá ser denunciado ao conselho. Por fim, podemos concluir que o código por meio da ética vem para tornar a sociedade mais ética de fato. Fora isso, também é necessário levar em conta a quantia que é paga para psicólogos que trabalham com planos de saúde.
Além do meio clínico/hospitalar, o psicólogo entrevistado, Leandro Azevedo, também citou sobre a ignorância por parte da sociedade. Algumas pessoas compartilham da mesma linha de pensamento que foi dita anteriormente que alguns médicos e enfermeiros podem ter, o fato de não atuarem com a saúde física não faz o terapeuta ser importante. Outros, por questões religiosos acreditam que transtornos psicológicos, principalmente a depressão, é causado por enfraquecimento da sua fé no divino, mas também existe quem apenas ache que a profissão não tenha eficácia, e que pode ser substituída por desabafar com um amigo, o que não é verdade. O psicólogo se mantém imparcial na situação e induz o paciente a pensar por si próprio sobre ela, na amizade tem sentimentos envolvidos, geralmente amigos vão buscar soluções rápidas, mas de curto efeito, apenas para acalmar a pessoa no momento. Muitos dizem que quem a busca são “loucas” e que vão passar medicamentos de maneira exagerada, toda esse desconhecimento e disseminação de informações falsas comprometem o crescimento e valorização da profissão e dessa ciência que é a psicologia. Dito também pelo PSI Leandro Azevedo, cabe a este profissional buscar a transformação do olhar que é dado para a sua especialidade, por meio de investimentos na área de pesquisas e formação de artigos científicos que possam refutar esse pensamento baseado na ignorância e comprovar que a existência da profissão e da ciência da psicologia é essencial para a saúde do ser humano. Apesar de citarmos os desafios encontrados na validação social da psicologia, nos últimos 2 anos houve um grande reconhecimento dessa área, mas não por um motivo beneficente. No início de 2020, o mundo enfrentou uma pandemia do vírus Covid-19, sendo necessário o uso de máscaras ao sair de casa, evitar aglomerações e cumprimentos com toques físicos. Consequentemente, por isso possa ter se perdurado até 2021, – o vírus ainda está em circulação, mas com o avanço das vacinações os casos diminuíram e o índice de morte também – milhares de pessoas tiveram seu emocional abalado pelo isolamento e falta de interações sociais, resultando no aumento de casos de pessoas com o transtorno depressivo, ansiedade severa e até mesmo levando ao suicídio. Por conta da situação ter se agravado, muitos optaram por fazer a terapia visando seu bem estar, houve lotação em clínicas e era necessário entrar em uma fila de espera para garantir o atendimento. Embora a disseminação do vírus tenha diminuído e não estarmos mais em isolamento, as sequelas da época ficaram e, dito pelo psicólogo Leandro Azevedo durante a entrevista “nunca foi tão necessário o trabalho do psicólogo quanto hoje em dia.”.
Por fim, citado anteriormente, mas ressaltado nas considerações finais ditas por Leandro Azevedo, a luta contra a disseminação de informações incorretas sobre o campo da psicologia ainda é algo a ser enfrentado diversas vezes pelos seus atuantes, e é mais do que necessário que estes se mobilizem contra por meios de pesquisas científicas, projetos, debates entre profissionais que sejam abertas ao público para sanar dúvidas e validar a profissão. Além de carreira, a psicologia também é conhecimento, uma ciência que carrega um vasto conhecimento sobre várias áreas dos saberes humanos e de ideologias filosóficas, como toda área do saber é necessário visar a valorização dela e promovê-la para que a ignorância não seja mais um desafio a ser enfrentado, e por fim possa induzir outras pessoas a reconhecerem a necessidade de buscar ajuda psicológica quando preciso e destruir a visão ignorante que se tem para com os profissionais da psicologia, seja clínica ou de outras áreas, mas também para com os pacientes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BoCK, a. m. et al. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. são Paulo: saraiva, 2001.
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