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A propaganda no Brasil: das primeiras agências às grandes multinacionais A propaganda começa a evoluir por volta de 1809 na forma de classificados de compra e venda de imóveis e avisos de procura de escravos fugitivos ou vendidos. No final do século XIX os anúncios são publicados em jornais ou em praças e instituições. Utilizam um formato grande, com muitas ilustrações em duas cores e textos produzidos por poetas como Olavo Bilac. 1900 - 1910 Surge a Revista da Semana, cujos anúncios têm uma linguagem mais tênue, e outras revistas menores, como Vida Paulista e Arara, que se mantém com anunciantes locais. Destaque para a propaganda de remédios, cujas peças São cada vez mais numerosas. O período de 1909 a 1918 é marcado pela utilização de políticos como garotos- propaganda. 1910 - 1920 Em 1913 instala-se a Eclética, a primeira agência de propaganda do Brasil. Na sua fundação foram contratados escritores e artistas para preparar os textos e ilustrações dos anúncios. Anunciava nos principais meios de comunicação (revistas, jornais, cartazes e mala-direta), tendo como principais clientes a Ford Motor Co., a Texaco Co., Kolynos, Palmolive, Aveia Quaker, Sabonete Eucalol, Biscoitos Aymoré, entre outros. No final da Primeira Guerra Mundial, São Paulo contava com cinco agências. Os maiores anunciantes eram a Farinha Láctea Nestlé, o Extract Vision de Fleurs da Colgate-Palmolive, a Colgate Baby Talc Powder e a Bayer. 1920 - 1930 Na década de 20 o Brasil ganha um novo meio de comunicação: o rádio, que representa um marco e uma grande revolução na publicidade brasileira. Os maiores anunciantes eram a Casa Colombo, Bromil, Cigarros Veado, Biotônico Fontoura, entre outros Em 1926 os Laboratórios Fontoura contratam Monteiro Lobato para escrever a história de Jeca Tatu, personagem que faria a propaganda dos produtos Fontoura e protagonizaria as campanhas de conscientização do Laboratório. A General Motors (GM) desde 1926 tinha um departamento de propaganda, que se dissolveu em 1929. Isso marca a entrada da primeira agência multinacional ao Brasil, a JWThompsom. 1930 - 1940 O Rádio é a grande sensação desta década: 1933 - 50 mil receptores de rádio no Rio de Janeiro e 3 transmissoras em São Paulo. 1938 - 10 emissoras só na cidade de São Paulo e 24 no interior do estado. Aparecem os spots, os programas associados à marcas e os jingles. Os produtos farmacêuticos ainda são os maiores anunciantes, mas começam a aparecer também as cervejas, loterias, cigarros, automóveis e lubrificantes, pneus, lâmpadas e cremes dentais. Surgem os primeiros outdoors, com anúncios da Ford, Chevrolet, Goodyear, Pirelli, Atlas, Essolube, Texaco, Atlantic, Frigidaire, Cinzano e Gancia. Nos jornais, a concorrência se dava através de competição, réplicas e tréplicas dos anunciantes. 1940 - 1950 Fase um pouco mais expressiva na criatividade. Perído áureo do jingle, merecendo destaque os da Coca-Cola, da Lever e da Sonrisal. São criadas as datas promocionais, como Dia dos Pais, Dias das Mães, para aquecer o perído mais fraco do comércio. Período de grande trabalho, e é quando as agências se sobrecarregam e passam a ter necessidade de trabalhar até tarde da noite. Primeiras tentativas de disciplinar a ética da propaganda, com Conselho Nacional de Imprensa (CNI) e da Associação Brasileira de Propaganda (ABA). Em fevereiro de 1949 acontece um convênio entre as principais agências para a fixação de normas padrão para a regulamentação da propaganda, resultando no surgimento da Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap). 1950 - 1960 A televisão não consegue convencer os anunciantes de sua eficiência, mas após o primeiro comercial veiculado na televisão - na forma de slides ou ao vivo - das Persianas Colúmbia (com Ayrton Rodrigues como garoto propaganda), outras empresas passam a procurar esse meio de comunicação. Alguns anunciantes são Companhia Antarctica Paulista, Laminação Nacional de Metais e Moinho Santista. Em 19 de setembro de 1950 começa a funcionar a televisão brasileira A televisão vai se tornando o meio de comunicação preferido da população. Em 1956, as três emissoras de televisão existentes já ultrapassam a arrecadação publicitária das treze rádios da cidade de São Paulo. Aparecem as estratégias de marketing no sentido de integração de esforços múltiplos - propaganda, promoção e pesquisa de mercado. Nascem a Editora Abril, publicando a revistinha do Pato Donald, e a revista Manchete (do Grupo Bloch), dispondo de ótima qualidade gráfica. A edição da revista Cruzeiro que cobria a morte de Getúlio Vargas atinge uma tiragem próxima de 700 mil exemplares. Com tanta popularidade, a inserção de propaganda na revista passar a ser disputada com até um ano de antecedência. Acontece em São Paulo o primeiro Salão Nacional de Propaganda no Masp, onde surge a idéia de criar um curso de propaganda no país. Em 1951 é criada a Escola de Propaganda do Brasil. Em 1953 a Fundação Getúlio Vargas cria um curso de marketing em sua pós- graduação. Em 1956 nasce a agência Alcântara Machado - atual Almap/BBDO) Em 1957 acontece no Rio de Janeiro o I Congresso Brasileiro de Propaganda, promovido pela Abap, durante o qual é criado o Código de Ética dos Profissionais da Propaganda - além de recomendada a criação do Instituto Verificador de Circulação (IVC). O Ibope começa a medir a audiência da televisão brasileira (o primeiro estudo é Marplan colocado no mercado um ano depois), e é criada no Rio Grande do Sul a MPM, que ostentaria o título de maior agência nacional de 1975 a 1990. Fatos marcantes 1960 - 1970 O foco principal da comunicação sai da informação objetiva e passa para um conceito que une, intrinsecamente, texto e imagem, e associa a marca à psicologia do consumidor. A Alcântara Machado implanta o trabalho e crianção feito em duplas. Em 1965 as agências conseguem a Lei No. 4.680, que garante margens estáveis de criação e fixa a taxa de remuneração sobre os investimentos em mídia em 20%, superando os 17,65% anteriores à Lei. O governo militar da ditadura, ciente do poder de comunicação de massa, passa a ser um dos principais anunciantes. Em 1968 Editora Abril lança a Revista Veja. No mesmo ano é criada a DPZ por 3 profissionais da área de Criação. O que mais marca esse período é o desenvolvimento na área de mídia: em 1961 é criado o IVC (Instituto Verificador de Circulação) para a comprovação dos números de mídia impressa. Em 1967 chega ao Brasil a técnica de GRP (Gross Rating Points) que é utilizada 1970 - 1980 Em 1972 a Ogilvy & Mather compra a Standard O grupo Young & Rubicam chega ao Brasil em 1974 Em 1975 a gaúcha MPM torna-se a maior agência do Brasil Chega a Leo Burnett, comprando a Companhia de Incremento de Negócios (CIN) A BBDO associa-se à CBBA (posteriormente comprada pela J. W. Thompson) Finalmente em 1976 o Grupo Interpublic - ao qual está incorporada a McCann- Erickson - adquire a Proeme. Cresce o interesse das multinacionais de propaganda pelo mercado brasileiro. 1980 - 1990 Criação do Conar - Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária. Na publicidade: os grandes anunciantes integram de vez o outdoor às suas estratégias de comunicação. Washington Olivetto idealiza o Garoto Bombril. Surge a W/GGK (futura W/Brasil), que obtém grande sucesso graças à elevação dos profissionais de criação a postos máximos dentro da agência. O Brasil tem, em 1987,mais de 2 mil agências de publicidade. 1990 - 2000 Consolidação da TV por assinatura e a chegada da MTV, primeira emissora segmentada do país. Lançamento do Código de Defesa do Consumidor. Jornais apostam na técnica de itens colecionáveis para aumentar as vendas, e de fato geram resultados. Em 1994 a Folha de S. Paulo ultrapassa a marca de 1 milhão de exemplares vendidos. Em 1995 a Internet modifica o mercado e passa a ganhar status de nova mídia. Em 1994, a indústria brasileira de comunicação experimenta seu melhor desempenho em muitos anos, elevando seus negócios em 51% e movimentando US$ 4,5 bilhões (em 1998 esse número chega a US$8,4 bilhões). Em 1997, a DDB compra a Dm9. Surgem as agências F/Nazca Saatchi&Saatchi, LoweLoducca, Carillo Pastore Euro RSCG, CaliaAssumpção, entre outras. Destaque para os profissionais de criação no comando das agências de maior êxito. Marcos históricos Alguns anúncios antigos Page 1 Page 2 Page 3 Page 4 Page 5 Page 6 Page 7 Page 8 Page 9 Page 10 Page 11 Page 12 Page 13 Page 14 Page 15 Page 16 Page 17 Page 18 Page 19 Page 20 Page 21 Page 22 Page 23 Page 24 Page 25 Page 26 Page 27 Page 28 Page 29 Page 30 Page 31 Page 32 Page 33 Page 34 Page 35 Page 36 Page 37 Page 38 Page 39 Page 40 Page 41 Page 42 Page 43 Page 44 Page 45 Page 46 Page 47
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