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Resumo - neonato

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1 
 
 
Rafaela Pamplona 
RESUMO – NEONATOLOGIA 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO RN ..................................................................................................................................................... 1 
SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DE MECÔNIO – SAM.............................................................................................................................. 11 
TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN – TTRN ........................................................................................................................................ 13 
SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO – SDR .................................................................................................................. 14 
REANIMAÇÃO NEONATAL ≥ 34 SEMANAS .......................................................................................................................................... 16 
ICTERÍCIA NEONATAL .......................................................................................................................................................................... 23 
INFECÇÕES CONGÊNITAS ................................................................................................................................................................... 29
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO RN 
 
Conceitos básicos 
• Período neonatal: do nascimento ao 28º dia de vida 
• Morte neonatal 
▪ Precoce: ocorre entre os primeiros 7 dias de vida 
▪ Tardia: ocorre entre o 7º e 28º dia 
 
• Classificação do RN 
▪ Idade gestacional de acordo com a OMS 
- Pré-termo < 37s (até 36s e 6d) = 259 dias 
- A termo 37 – 41s e 6d = 259 a 293 dias 
- Pós-termo ≥ 42s = 294 dias 
 
OBS.: Academia Americana de Pediatria (AAP) classifica a 
prematuridade < 37s e 6d 
O MS utiliza a classificação da OMS por considerar que 
a maioria das patologias próprias da prematuridade 
ocorrem com a IG < 37s 
 
▪ Peso de nascimento 
- Classificação 
 Extremo baixo peso < 1,0 kg 
 Muito baixo peso 1,0 – 1,5 kg 
 Baixo peso ou Microssômico 1,5 – 2,5 kg 
 Peso insuficiente 2,5 – 3,0 kg 
 Peso normal 3,0 kg 
 Alto peso ou Macrossômico > 4,0 kg 
- Bebe deve estar sem roupa e em balança digital 
- O peso é fidedigno até as 5 primeiras horas 
 
 
▪ Relação entre IG e o peso de nascimento 
- Classificação quanto ao crescimento intrauterino 
 Pequeno para a IG – PIG: percentil < 10 
 Adequado para a IG – AIG: entre percentis 10 e 90 
 Grande para a IG – GIG: percentil > 90 
- Importante para avaliação da morbimortalidade 
 
 
 
 
Avaliação da idade gestacional 
• É fundamental, pois permite que qualquer vulnerabilidade ou 
malformação sejam identificadas precocemente 
• Método Dubowitz 
▪ Mais antigo, tem como objetivo comparar a avaliação 
neurológica de RN pré-termo com RN a termo e verificar a 
presença de associação entre alterações na avaliação 
neurológica, características e intercorrências clínicas nos 
prematuros 
▪ Avalia 11 características somáticas e 10 características 
neurológicas, o que exigia muita experiencia do examinador 
• Métodos atuais: Capurro ou New Ballard 
▪ Capurro só pode ser utilizado para identificar crianças com 
mais de 29s 
▪ Ballard é utilizado para prematuros com menos de 1.500g 
 
• Método New Ballard 
▪ Mais indicado para classificação de RN prematuro com 
menos de 32s e peso menor que 1,5kg 
2 
 
 
Rafaela Pamplona 
▪ Para maior precisão, o exame físico do bebê deve ser 
realizado de preferência nas primeiras 12h, entre 12 e 20 
horas após o nascimento 
▪ Avalia 6 parâmetros neurológicos e 6 físicos 
▪ Somatório dos pontos correlaciona a IG (semanas e dias) 
 
 
 
 
• Método Capurro 
▪ Aplicável para RN de ≥ 29s 
▪ Não deve ser decorado, é uma tabela que deve ser 
consultada 
▪ Dividido em 
- Método de Capurro somático: 5 características somáticas 
 Utilizado com menos de 12h de vida 
 Forma da orelha, tamanho da glândula mamaria (fita 
métrica), formação do mamilo, textura da pele, pregas 
plantares 
 O somatório desses elementos costuma oferecer uma 
IG relativamente precisa, com margem de erro de 8,4d 
 
𝐼𝐺 𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑚𝑎𝑛𝑎𝑠 =
𝑠𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠 + 204
7
 
 
 
 
 
- Método de Capurro somático neurológico: 4 somáticos e 
2 neurológicos 
 Utilizado com mais de 12h de vida 
 Forma da orelha, tamanho da glândula mamaria, textura 
da pele, pregas plantares 
+ 
 As características neurológicas avaliam principalmente 
o tônus do RN, quanto maior o tônus maior a 
maturidade, maior a IG 
 
𝐼𝐺 𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑚𝑎𝑛𝑎𝑠 =
𝑠𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠 + 200
7
 
 
~ Sinal do cachecol: olhar o cotovelo com relação a linha 
mamaria 
 
 
 
~ Ângulo cérvico-toráxico posição da cabeça ao levantar 
o RN 
 
 
 
Exame físico sumário 
• Deve ser realizado na sala de parto, que deve ser objetivo e 
rápido, no intuito de evitar a perda de calor, buscando 
▪ Identificar: malformação congênita, traumatismo obstétrico 
(hematomas, fratura de clavícula, etc), desconforto 
respiratório, sopro cardíaco, massa abdominal (como 
3 
 
 
Rafaela Pamplona 
hepatoesplenomegalia), fenda palatina, atresia de coanas, 
atresia de esôfago e anomalia anorretal 
▪ Descartar: artéria umbilical única, onfalocele, defeitos de 
fechamento do tubo neural, defeito dos membros, extrofia 
vesica 
• Inspeção 
• Idade gestacional 
• Observações gerais 
▪ Avaliar postura 
▪ Fácies 
▪ Pele: anemia, cianose, icterícia etc 
▪ Padrão respiratório abdominal 
- Qualquer padrão torácico é sinal de sofrimento 
- FR 40 a 60 irpm 
▪ Exame cardíaco 
- FC pode variar entre 80 a 180bpm, dependendo se o bebê 
está dormindo ou chorando 
- Após algumas horas do nascimento ocorre a mudança da 
circulação fetal para neonatal, podendo haver presença de 
sopro, sem cardiopatia 
 Com o clampeamento ocorre 
~ Diminuição da resistência vascular pulmonar 
~ Aumento da resistência vascular sistêmica 
~ Fechamento funcional do forame oval 
▪ Exame neurológico 
- Avaliado pela reatividade 
- RN apresenta uma hipertonia fisiológica de flexão em 
membros 
▪ Exame abdominal 
- Observar a presença de má formações na parede 
abdominal 
▪ Eliminações 
- Deve haver eliminação de diurese e mecônio em 36 a 48h 
- Diurese e mecônio são imprescindíveis para alta 
hospitalar 
 
Exame físico completo 
• Dados antropométrico 
 RN pré-termo RN a termo RN pós-termo 
Peso < 2,5kg ± 3kg > 3kg 
Comprimento < 48cm ± 50cm > 50cm 
Perímetro 
cefálico 
< 34cm 34 – 36cm 34 a 36cm 
Perímetro 
torácico 
<30cm 32 – 34cm 32 a 34cm 
PC - PT Até 4cm Até 2cm Pode ser 0 
 
▪ Perímetro cefálico deve ser medido na maior protuberância 
frontal e occipital 
▪ Perímetro torácico deve ser medido na linha mamilar 
▪ A diferença entre o perímetro cefálico e torácico no RN 
avalia se há micro ou macrocrania 
 
 
 
• Peso 
▪ Balança digital 
▪ Bebe despido 
▪ Peso fidedigno até a 5º hora após o nascimento 
▪ Na 1º semana de vida o RN termo perde até 10% do peso, 
prematuro até 15% 
 
 
 
• Comprimento 
▪ Antropometro 
▪ Exame craniocaudal 
- Estender bem os MMII, pois é fisiológico a hipertonia de 
flexão em MMII 
 
 
 
 
4 
 
 
Rafaela Pamplona 
Boletim de Apgar 
• Reanimação 
Sinal 0 1 2 
Frequência 
cardíaca 
Ausente < 100bpm > 100bpm 
Esforço 
respiratório 
Ausente Choro fraco Choro forte 
Tônus Flácido Semiflexão Flexão boa 
Reflexo 
nasal 
Ausente 
Careta, 
alguns 
movimentos 
Choro, tosse 
ou espirro 
Cor 
Cianótico ou 
pálido 
Cianose de 
extremidades 
Corado 
 
• Avalia a morbimortalidade do RN 
▪ Aplica-se no 1º ° e no 5° minuto de vida e, se necessário, 
repetido a cada 5 minutos 
▪ 1º minuto: avalia as respostas aos cuidados após o 
nascimento 
▪ 5º minuto: avalia a severidade da hipoxemia, tendo valor 
prognóstico 
▪ Quanto menor o somatório, mais severa a hipoxia e maior a 
possibilidadede sequela neurológica 
▪ Apgar ≥ 7 nos primeiros minutos assegura uma adaptação 
neonatal adequada, com estabelecimento e manutenção da 
respiração e estabilização da temperatura 
▪ Apgar < 7 – continuam os cuidados de reanimação, devendo 
ser repetida a avaliação até o somatório ficar ≥ 7 
▪ Em geral, nunca se alcança Apgar 10, pois raramente o RN 
estará completamente corado 
 
Aspecto geral do RN 
• Pele e anexos 
▪ Normal: rosada 
▪ Palidez ou anemia 
- Sugere alguma complicação, como hemorragia 
intracraniana, ruptura visceral 
 
▪ Pletora ou vermelhidão 
- Sugere hiperoxigenação, policitemia (hematócrito e 
hemoglobina acima do normal para a faixa etária) 
 
▪ Cianose 
- Acrocianose ou cianose de extremidades, é uma resposta 
fisiológica, que ocorre devido a estabilidade vasomotora 
ao frio 
- Generalizada, patológica, normalmente associada a 
cardiopatia congênita, desconforto respiratório 
 
 
 
▪ Icterícia 
- 24 a 36h sugere incompatibilidade materno-fetal 
- Distribuição craniocaudal 
 Zonas de Kramer 
 
 
 
 
- Tratamento 
 Depende do peso, da intensidade da icterícia, da IG e do 
tempo de vida 
 Varia da fototerapia a exsanguineotranfusão 
 Não se orienta mais banho de sol 
 
▪ Equimose: relacionado a trauma de parto 
▪ Lanugem: pelos finos, principalmente em prematuros. 
Desaparece em poucos dias 
▪ Mílium sebáceo 
- Pontos amarelo-esbranquiçados, surgem devido a 
obstrução das glândulas sebáceas por ação do estrógeno 
materno. Desaparecem com poucas semanas 
 
 
 
▪ Hemangioma capilar 
- Comum na pálpebra e região occipital 
 
 
5 
 
 
Rafaela Pamplona 
OBS.: Diferente de hemangioma cavernoso, que é 
esteticamente deformante e muitas vezes precisa 
de tratamento 
 
• Mancha mongólica 
▪ Mancha vinhosa, normalmente localizada no dorso e na 
região lombossacral, mas pode aparecer em qualquer lugar 
▪ Mancha mongólica, faz menção aos mongóis, um grupo 
étnico que habitava a região da Ásia Central. Já os bebês 
afrodescendentes, pelo alto nível de melanina na pele, têm 
96% de chances de apresentá-las 
▪ Ocorre devido acúmulo irregular de melanócitos 
▪ Pode ou não desaparecer até 4 anos de idade 
 
 
 
▪ Vérnix caseoso 
- Camada de tonalidade esbranquiçada e aspecto 
gorduroso, responsável por manter a pele do RN hidratada 
e com isolamento térmico 
- Orientar a NÃO retirada, desaparece naturalmente 
 
 
 
▪ Eritema tóxico 
- É uma dermatose transitória, benigna e assintomática 
- Surge no tronco nas primeiras 48h devido a imaturidade 
da pele ocorre migração de eosinófilos 
 
 
▪ Edema 
- Generalizado no RN prematuro é fisiológico 
- RN a termo pode ser secundário a insuficiência cardíaca 
ou renal 
- Endurecido decorrente de quadro séptico 
- Em grandes articulações, sugere sífilis congênita 
- Em mãos e pés sugere síndrome de Turner 
 
• Postura 
▪ A postura do RN traduz a postura intraútero 
- Apresentação cefálica: após um estímulo o RN encosta o 
queixo no manúbrio esternal, fecha os punhos e 
movimenta os quatro membros, mais os superiores que os 
inferiores 
- Apresentação pélvica: após um estimulo o RN 
 
 
 
• Choro 
▪ Observar se há presença de choro neurológico, timbre 
agudo, pois está relacionada a síndrome genética, 
sofrimento respiratório ou a um quadro séptico 
 
• Fácies 
▪ Pode ser típica ou atípica. Típica significa que há alguma 
alteração sindrômica 
Ex.: síndrome de Down e síndrome de Cornélia de Lange 
 
 
 
• Atividade espontânea 
▪ Quando estimulado o bebê deve movimentar os quadro 
membros, mais os superiores que os inferiores 
 
• Tônus muscular 
▪ O RN possui uma hipertonia fisiológica de flexão em MMII 
 
6 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Tipo respiratório 
▪ O padrão respiratório do RN é exclusivamente abdominal, 
qualquer padrão torácico é sinal de sofrimento 
▪ O RN só começa a respirar pela boca a partir do 1º mês, 
caso as coanas sejam fechadas, pode trazer sofrimento 
 
Exame físico do RN especial 
• Cabeça 
▪ Procurar por assimetrias no crânio que, com frequência, são 
transitórias e variam de acordo com a apresentação fetal na 
hora do parto 
▪ Palpar suturas. Cavalgamentos, que são as sobreposições 
das bordas, são comuns, principalmente no parto normal e 
desaparecem em poucos dias 
▪ Palpar as fontanelas 
- As fontanelas são regiões da cabeça do RN que não são 
envolvidas pelos ossos do crânio. Elas se fecham à 
medida que o bebê cresce e se desenvolve 
- O maior crescimento cerebral acontece no primeiro ano de 
vida, logo as fontanelas e as suturas permitem o cérebro 
crescer e se moldar 
 
 
 Grande fontanela ou fontanela Bregmática ou anterior 
~ Entre a sutura sagital e coronariana 
~ Cerca de 2 polpas digitais 
~ Fecha em torno dos 18º mês 
~ Abaulada: aumento da pressão intracraniana 
~ Deprimida: desidratação 
 Pequena fontanela ou fontanela Lambdóidea ou 
posterior 
~ Entre a sutura sagital e lambdoide 
~ Fecha em torno do 2º mês 
 
▪ Traumatismo durante a passagem pelo canal de parto 
- Bossa serossanguínea 
~ Edema do couro cabeludo, com abaulamento do tecido 
subcutâneo, que pode ser acompanhado ou não de 
equimose 
~ Não respeita as suturas e ao apertar forma o sinal de 
Godet (=sinal de cacifo) 
~ Desaparece espontaneamente em até 1 semana 
- Cefalohematoma 
~ Sangramento subperiosteal em um dos ossos do crânio 
~ Respeita as suturas 
~ Surge após as primeiras horas de vida 
~ Complicação: anemia, icterícia e pode calcificar 
~ Tratamento expectante até 30º de vida, se for muito 
grande drena 
 
 
 
 
• Olhos 
▪ Pálpebras normalmente edemaciadas pelo uso do colírio 
nitrato de prata, utilizado para prevenir conjuntivite 
gonocócica 
- O uso exagerado de nitrato de prata pode causar 
conjuntivite química, a limpeza deve ser feita apenas com 
soro 
▪ Avaliar distância entre os olhos, simetria entre as pupilas e 
reatividade pupilar. Importante saber que em RN, 
principalmente pré-termos, estrabismo e nistagmo 
horizontal transitórios podem ser encontrados 
- Qualquer estrabismo fixo deve ser encaminhado para o 
oftalmologista 
▪ Teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho 
 
• Nariz 
▪ Secreção purulenta sugere sífilis congênita 
▪ Espirros são frequentes 
▪ A respiração do RN é nasal, a atresia das coanas pode 
causar sofrimento 
▪ Notar se há batimento de asas nasais ou obstrução nasal 
 
• Ouvido 
▪ Verificar forma, consistência 
▪ Altura de implantação do pavilhão auricular – traça uma 
linha perpendicular à altura dos olhos 
- Baixa implantação: associada a várias síndromes 
genéticas e muitas vezes ao atraso do desenvolvimento 
7 
 
 
Rafaela Pamplona 
▪ Notar se há a presença de condutos auditivos externos 
- Ex.: fístulas retroauriculares e apêndices pré-auriculares 
▪ Teste da orelhinha ou triagem auditiva 
▪ Reflexo cócleo-palpebral 
- A partir de estimulo sonoro emitido a aproximadamente 
30cm da criança ela deve piscar os olhos 
- O estímulo deve ser realizado em ambas as orelhas, 
devendo ser obtido, no máximo, em duas a três tentativas 
 
 
 
 
• Boca 
▪ A inspeção e palpação é facilitada durante o choro ou ao 
tracionar a mandíbula do RN para baixo 
▪ Deve-se observar mucosas, avaliar a forma do palato 
(normal ou em ogiva) e sua integralidade (descartar fenda 
palatina) 
▪ Notar se há a presença de dentes residuais, só devem ser 
extraídos se houver risco de aspiração 
▪ Pérolas de Epstein 
- São cistos brancos ou amarelados, devido a retenção de 
queratina, que se podem formar nas gengivas e palato, 
semelhantes a dentes que estão para nascer 
- Inofensivo, indolor e desaparece espontaneamente 
▪ Aftas de Bednar 
- Lesões são localizadas na palato e são causadas por 
trauma causa pela aspiração 
▪ Teste da linguinha 
 
 
 
 
 
• Pescoço 
▪ Inspecionar e palpar a linha mediana (bócio congênito, 
fístulas ou cistosdo ducto tireoglosso, teratoma) 
▪ Inspecionar e palpar a região lateral do pescoço (fístulas ou 
cistos branquiais) 
▪ Explorar a mobilidade e tônus cervical, pois é importante 
que haja uma mobilidade 
▪ Palpar o esternocleidomastóideo para verificar se há 
torcicolo congênito 
▪ Palpar ambas as clavículas para descartar fratura 
▪ Observar se há presença de higroma cístico, pescoço alado 
(síndrome de Turner), excesso de pele cervical (síndromes 
cromossômicas) 
 
 
• Linfonodos 
▪ É comum a palpação dos linfonodos inguinais 
 
• Tórax 
▪ Forma cilíndrica 
▪ Com PT cerca de 2 cm menor que o PC 
▪ Assimetria é indicativo de patologia 
▪ Os mamilos podem estar hipertrofiados ao nascimento por 
influência do estrógeno materno, as vezes ocorrendo 
galactorréia. Contraindicar a expressão das mamas, que 
pode levar à mastite 
▪ Aparelho respiratório 
- Padrão abdominal 
- Apneia é a parada respiratória de mais de 20 segundos ou 
quando associada a cianose e bradicardia 
- FR 40-60 irpm 
▪ Aparelho cardiorrespiratório 
- Sopros e arritmias podem estar presentes ao nascimento 
e ter caráter transitório, principalmente nas primeiras 48 
horas de vida 
- FC 80 a 180 bpm 
- Teste do coraçãozinho 
- O RN só pode ter alta hospitalar se houver pulso femoral, 
sua ausência sugere coarctação de aorta, hiperplasia de 
VE 
 
8 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Abdômen 
▪ Formato globoso 
▪ Deve-se excluir Onfalocele e Gastrocele 
▪ Avaliar o coto umbilical 
- Apresenta 1 veia e 2 artérias – artéria umbilical única 
deve-se investigar patologia renal 
- Gelatinoso e seca progressivamente, caindo por volta do 
10º dia 
- Presença de secreções, eritema na base ou odor pode 
indicar onfalite 
- A higiene deve ser feita com álcool 70%, uma vez ao dia 
- Após a queda pode surgir hernia umbilical, normalmente 
fecha espontaneamente nos primeiros anos 
▪ Hernia inguinal deve ser encaminhado para intervenção 
cirúrgica 
▪ O fígado pode ser palpável no RN, em média de 1 a 2 cm 
do rebordo costal. Os rins e o baço, normalmente não são 
palpáveis 
▪ A eliminação de mecônio normalmente ocorre nas primeiras 
24-36h após o nascimento. Depois disso, começam a ser 
eliminadas as fezes de transição, que têm caráter 
esverdeado e liquefeito 
 
• Aparelho genitourinário 
▪ Masculina 
- Fimose fisiológica: a glande normalmente não está 
exposta e o orifício do prepúcio é estreito 
- Posição do meato uretral 
 Hipospádia: meato uretral na face períneo-escrotal do 
pênis (ventral) 
 Epispádia: abertura da uretra na parte superior do pênis, 
pode levar a perda do controle urinário e infecções do 
trato urinário 
 
 
 
- Bolsa escrotal: durante a palpação verificar a presença 
dos testículos (se não estiverem presentes isso indica 
criptorquidia), sua sensibilidade (não deve ser 
hipersensível), sua consistência (firme e parenquimatosa) 
e o tamanho testicular (1cm) 
- Passagem do estrógeno materno: aumento testicular 
indica hidrocele 
- Deve-se se atentar para genitália ambígua, torção 
testicular e assimetrias testiculares 
 
▪ Feminina 
- O tamanho dos grandes lábios depende do depósito de 
gordura e da IG e o sulco entre os pequenos e grandes 
lábios é recoberto por vérnix 
- Passagem do estrógeno materno: secreção 
esbranquiçada ou translúcida. No 2° ou 3° dia de vida 
pode ocorrer sangramento vaginal – menarca neonatal 
- Hímen pétreo: hipertrofia do hímen é comum e sem 
significado clínico 
- Observar o orifício da uretra e da vagina 
 
 
 
• Coluna e membros 
▪ Realizar o exame das extremidades com o RN em decúbito 
dorsal 
▪ Verificar tamanho, proporção e simetria (membros em 
flexão, simétricos) 
▪ Examinar as articulações 
▪ A presença de fratura ou lesão nervosa será avaliada pela 
atividade espontânea ou provocada dos membros 
(paralisias braquiais) 
▪ Clavícula 
- Investigar fratura de clavícula: sente-se uma crepitação no 
local e também irá se observar dor no RN. Costuma ter 
evolução benigna com o uso da tipoia 
▪ Mão e pé 
- Analisar as pregas palmares (se única, há indicativo da 
Síndrome de Down) 
- Polidactilia 
- Sindacrilia: dedos colados 
- Aracnodactilia ou acromicria: dedos finos e 
desproporcionalmente longos, pode indicar síndrome de 
Marfan 
- Clinodactilia: deformidade em desvio angular radioulnar 
das falanges, distal à articulação metacarpofalangiana 
- Presença de pé torto congênito 
 
 
9 
 
 
Rafaela Pamplona 
▪ Coluna 
- RN em decúbito ventral 
- Percorrer com os dedos toda a coluna em busca de 
defeitos congênitos, especialmente na área sacrolombar 
 Hipertricose na região lombar sugere espinha bífida 
 Procurar tumores, hipertricose, manchas hipercrômicas, 
dimple sacral 
 Meningomielocele, espinha bífida oculta 
▪ Articulação coxofemoral 
- Atentar para a displasia do quadril (há certa instabilidade 
da articulação ao nascimento), é importante tratar no 
período neonatal 
- Avaliação através da Manobra de Barlow e Ortolani 
 
• Sistema nervoso 
▪ Observar da postura e atitude, reatividade e movimentação 
espontânea do recém-nascido 
▪ Avaliação da postura em flexão dos quatro membros 
▪ Avaliação do tônus (hipotonia, hipertonia) 
▪ Observar paralisias, tremores, abalos, convulsões, 
movimentos contínuos de sucção e mastigação 
 
Manobras e Reflexos 
• Manobra de Ortolani 
▪ Avalia se há displasia no quadril: detecta o deslizamento 
posterior do quadril para dentro do acetábulo 
- RN em decúbito dorsal, segurando-se os MMII com os 
joelhos dobrados a 90° e aduzidos, estando o dedo 
indicador do examinador apoiado no grande trocânter 
- A partir daí, faz-se a abdução das coxas em sentido 
rotacional, com uma leve pressão sobre os joelhos 
- Haverá instabilidade na articulação, se houver a 
manifestação de um “click” 
 
 
 
 
• Reflexo e preensão palmar e plantar 
▪ Ocorre quando o examinador faz uma leve pressão com o 
seu dedo na palma da mão ou abaixo dos dedos dos pés 
▪ Reflexo de preensão palmar até 4 meses 
▪ Reflexo de preensão plantar até 12 meses 
 
 
 
• Marcha reflexa 
▪ Presente até 8 meses 
▪ Ocorre quando o RN é segurado em posição ortostática com 
os pés em contato com a superfície, o RN fará movimentos 
alternados das pernas, como se estivesse caminhando 
 
 
 
• Reflexo de Moro ou do abraço 
▪ Até 4 a 6 meses 
▪ RN em decúbito dorsal, segure-o pelas mãos elevando seu 
tórax até aproximadamente 3 cm da superfície e solte suas 
mãos 
▪ Ele deverá responder abrindo os braços (simulando um 
abraço), podendo ser acompanhado de choro 
 
 
 
 
10 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Reflexo tônico do pescoço ou posição de esgrimista 
▪ Até 6 meses, tem relação com desenvolvimento da 
psicomotricidade 
▪ Desencadeado pela rotação da cabeça, o RN realiza 
extensão do MS ipsilateral a rotação e flexão do MS 
contralateral 
 
 
 
Testes de triagem neonatal 
• Teste do olhinho 
▪ Deve ser realizado antes da alta hospitalar 
▪ Ferramenta de rastreamento de qualquer alteração que 
possa comprometer a transparência dos meios oculares 
▪ Identifica catarata congênita e retinoblastoma 
▪ Caso haja alteração alta da maternidade. Caso seja 
detectada qualquer alteração nesse exame, a criança deve 
ser encaminhada em até 30 dias para um oftalmologista 
▪ A importância de determinar qualquer modificação faz 
referência ao fato de que, quando não tratadas, muitas 
dessas crianças podem ficar cegas, já que é nessa fase que 
ocorre o estímulo do córtex visual 
 
 
 
• Teste do coraçãozinho 
▪ Deve ser feito entre 24 e 48 h de vida, em todo o RN 
aparentemente saudável com IG >34s 
▪ Oxímetro de pulso, os sensores são colocados 
- Membro superior direito (MSD) – pré-ductal 
- Um dos membros inferiores (MI) – pós-ductal 
▪ Normal: saturação > 95%, e a diferença entre a medida do 
MSD e MI deve ser < 3% 
▪ Quando o resultado for anormal, deve-se realizar uma novaaferição após 1h. Caso essa alteração permaneça, realiza-
se o ecocardiograma nas 24h seguintes 
• Teste da orelhinha 
▪ Deve ser realizado em 24 e 48h, antes da alta hospitalar 
▪ Objetivo de detectar problemas de audição 
 
 
 
• Teste da linguinha 
▪ Deve ser feito ainda no 1º mês de vida no ambulatório 
▪ Permite diagnosticar e indicar tratamento precoce das 
limitações dos movimentos da língua causadas pela língua 
presa que podem comprometer: sucção, deglutição, 
mastigação e fala 
▪ Permite identificar casos de anquiloglossia mais severos e 
indicar ou não a frenotomia lingual 
 
 
 
 
• Teste do pezinho 
▪ Deve ser realizado do 3º ao 7º dia de vida 
▪ Identificar doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e 
endocrinológicas, para que possam ser tratadas antes do 
surgimento dos primeiros sintomas e sequelas, diminuindo 
assim a morbimortalidade. Esse teste deve ser realizado 
entre o 3º dia e o 5º dia de vida do bebê 
▪ Hipotireoidismo, fenilcetonúria e fibrose cística 
 
 
11 
 
 
Rafaela Pamplona 
SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DE 
MECÔNIO – SAM 
 
Introdução 
• É um distúrbio respiratório decorrente da aspiração de líquido 
amniótico meconial, levando a alterações inflamatórias e 
obstrutivas 
• É uma das doenças respiratórias mais frequentes em RN de 
termo e pós-termo 
• Pode causar de importantes distúrbios respiratórios, 
associando-se à alta taxa de morbidade e mortalidade 
• Prevalência 
▪ O mecônio está presente em 10-15% de todos os 
nascimentos e 5% evoluem com SAM 
▪ A mortalidade varia 35 a 60% entre os que necessitam VM 
 
Fatores predisponentes 
• Os principais grupos de risco para o quadro de SAM são os 
RN com idade gestacional maior que 40 semanas e os RN 
que sofreram asfixia perinatal 
• Qualquer patologia que leve ao sofrimento fetal, pode levar a 
eliminação de mecônio 
▪ Hipertensão arterial 
▪ Obesidade 
▪ Tabagismo 
▪ Cardiopatias 
▪ DPOC 
▪ Circulares e prolapsos de cordão 
▪ Descolamento prematuro da placenta 
▪ Placenta prévia 
 
Fisiopatologia 
• Mecônio retido 
▪ Começa a ser produzido na 16s, ficando retido cerca de 60 
a 200g 
▪ É estéril, espesso, verde-escuro e sem odor, que resulta do 
acúmulo de debris do intestino fetal durante o 3º trimestre 
▪ É composto por água, células intestinais descamadas, 
muco, lanugem, bile, líquido amniótico e vérnix caseoso 
▪ É retido pelo tônus do esfíncter anal e pela ausência de 
movimentos peristálticos 
• Eliminação de mecônio 
▪ Qualquer fator que predispõe o RN à asfixia pode estar 
associado com o desenvolvimento da SAM 
▪ O sofrimento fetal e a infecção intraútero associam-se a 
uma diminuição do fluxo placentário e consequente 
hipoxemia, causando vasoconstricção mesentérica, o que 
determina um aumento do peristaltismo intestinal, seguido 
de relaxamento esfincteriano e liberação de mecônio 
• Eliminação de mecônio em fetos maduros 
▪ Compressão do funículo umbilical, principalmente quando o 
feto está em apresentação pélvica 
▪ Dilatação do esfíncter anal 
▪ Função fisiológica pela pós maturidade 
• A asfixia também aumenta movimentos respiratórios do feto, 
aumentando o risco de aspiração do mecônio para as vias 
aérea 
▪ Mecônio nas vias aéreas age como substância irritativa, 
levando a inativação do surfactante, o que favorece o 
colapso alveolar 
• Complicação da SAM: hipertensão arterial pulmonar, pois o 
processo induz ao vasoespasmo e hipertrofia da musculatura 
lisa arteriolar. Assim, aumenta-se o shunt direita-esquerda 
extrapulmonar através do forame oval e ducto arterial, 
diminuindo consequentemente o fluxo pelo leito pulmonar e 
levando a um grave distúrbio de ventilação-perfusão 
▪ O ar aprisionado produz hiperinsuflação. Este mecanismo 
favorece a ocorrência de enfisema intersticial, muitas vezes 
produzindo pneumotórax e/ou pneumomediastino 
SHPP – síndrome da hipertensão pulmonar persistente 
 
 
12 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
Quadro clínico 
• Manifestação pode ser: leve, moderada ou grave 
▪ Impregnação meconial em cordão umbilical, pele seca, 
enrugada e sem vérnix 
• Sintomas respiratórios 
▪ Desconforto respiratório progressivo 
▪ Cianose 
▪ Batimento de asas do nariz 
▪ Gemidos 
▪ Aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax 
• Complicações 
▪ Pneumotórax (15 a 30%) 
▪ Pneumomediastino 
▪ Infecção bacteriana 
 
Quadro radiológico 
• Infiltrado grosseiro e difuso 
• Áreas de atelectasia 
▪ Com obstrução completa do alvéolo, pode ser irritante 
químico, o mecônio desativa o surfactante 
▪ Estrias grosseiras 
 
• Áreas de hiperinsuflação 
▪ Pelo mecanismo valvular, o ar entra mas não consegue sair 
▪ Retificação dos arcos costais pelo aprisionamento do ar 
• Derrame pleural 
• Pneumotórax, pneumomediastino (25%) 
• Cardiomegalia 
 
 
 
Prevenção 
• Monitorização das gestantes de alto risco, prevenindo 
sofrimento fetal e pós-maturidade 
• Os cuidados após o nascimento segue o fluxograma de 
reanimação neonatal 
▪ RN a termo respirando e chorando, segue o fluxograma 
normal 
▪ RN prematuro ou pós-termo que não está respirando, 
chorando, hipotônico, o RN deve ser levado para a mesa de 
calor radiante e aspirado 
 
Tratamento 
• O melhor tratamento é sempre a prevenção 
• Nos casos graves encaminhar o RN à UTI neonatal 
• Aquecimento 
• Hidratação adequada, controle metabólico e hidroeletrolítico, 
fazendo-se correção acidose 
• Monitorização 
• Iniciar antibiótico: penicilina cristalina e gentamicina 
▪ Controverso, é utilizado por ser difícil diferenciar SAM de 
PNM na radiografia 
• Avaliação radiológica 
• Suporte ventilatório – Halo / CPAP / VMA 
• Surfactante exógeno não é recomendado pelo MS 
• Óxido nítrico: por ser vasodilatador pulmonar, é utilizado em 
RN com hipertensão pulmonar 
• Fisioterapia respiratória 
 
 
 
13 
 
 
Rafaela Pamplona 
TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN – 
TTRN 
 
Introdução 
• É resultado de uma dificuldade de reabsorção do liquido 
pulmonar após o nascimento 
• Desconforto respiratório de intensidade leve a moderada, de 
aparecimento precoce após o nascimento 
• Geralmente incidindo em RN próximos ao termo, ou a termo, 
com evolução autolimitada, benigna, no qual não se 
evidenciam causas para o desconforto 
• Incide em 1% de todos os nascimentos 
 
Fisiopatologia 
• O pulmão fetal contém líquido em seu interior 
▪ 70% reabsorvida antes do nascimento (70%) 
▪ 5-10% eliminada através das VAS pela compressão torácica 
durante a passagem pelo canal do parto 
▪ O restante é reabsorvido ainda nas primeiras horas de vida 
pelos vasos linfáticos e pelos capilares pulmonares 
• A TTRN ocorre quando há um retardo na absorção do líquido 
 
Retardo na absorção 
do líquido pulmonar 
 
Eliminação inadequada de 
líquido pulmonar pelas VAS 
↘ ↙ 
Redução da complacência pulmonar 
 ↓ 
Desconforto respiratório 
(taquipneia, cianose, retração costal, gemido expiratório) 
 
Líquido intra-alveolar 
 ↙ ↘ 
RN sem TTRN RN com TTRN 
 ↓ ↓ 
↙ 
Inspiração 
↘ 
Retardo da 
reabsorção de 
líquido pulmonar 
Eliminação 
de líquido 
pelas VAS 
 
Substituição 
de líquido 
por ar 
↓ 
↘ ↙ 
Alteração da PO e do pH 
Clínica: taquipneia, 
tiragem costal, 
cianose, gemido 
expiratório 
 ↓ 
Raio X: 
hiperinsuflação, 
abaulamento de 
cisura, congestão 
pulmonar 
Reabsorção por capilares e linfáticos 
pulmonares 
↓ 
 ↓ 
Melhora 
progressiva e 
completa ao fim de 
2 a 5 dias sem 
sequencias 
Ausência de colabamento 
 
 
Fatores de risco 
• O quadro tipicamente acomete os RN pré-termo tardios e os 
RN a termo 
• Principais fatores de risco associados com o desenvolvimento 
desta condição incluem 
▪ Prematuridade 
▪ Cesariana eletiva sem trabalho de parto 
▪ Retardo clampeamento do cordão ou ordenha 
- Aumento da pressão do ducto torácico, com redução da 
reabsorção do líquido pulmonar pelo sistema linfático 
▪ Asfixia perinatal▪ Policitemia 
▪ Macrossomia 
▪ Diabetes e asma brônquica materna 
▪ Sedação materna 
▪ Trabalho de parto prolongado 
- Favorece a asfixia, levando a uma maior quantidade de 
líquido pulmonar residual 
▪ Administração de grandes volumes à mãe 
▪ Sexo masculino 
 
Quadro clínico 
• Autolimitado entre 3 a 5 dias, raramente até 7 
• Taquipneia – FR acima de 60 irpm 
• Cianose 
• Discreta retração intercostal e subcostal 
• Batimento de asas do nariz 
• Gemido expiratório 
• Tórax “em barril” 
 
Quadro radiológico 
• Retificação dos arcos costais 
• Leve ou moderada hiper aeração pulmonar e rebaixamento 
do diafragma 
• Acentuação da trama broncovascular (congestão perihilar) 
• Presença de líquido nas fissuras interlobares e às vezes na 
cavidade pleural 
• Discreto aumento de área cardíaca 
• Diminuição da transparência pulmonar relativamente 
uniforme e de grau variável 
 
14 
 
 
Rafaela Pamplona 
Diagnóstico diferencial 
• Pneumonia / Sepse 
▪ Ver história materna 
▪ Quadro clínico mais exuberante, necessitando de maior 
suporte ventilatório 
• SAM 
▪ Presença de mecônio no líquido amniótico 
• Cardiopatia congênita cianótica 
▪ A necessidade de O2 é mais pronunciada 
• Doença membrana hialina 
▪ Maior prematuridade e sofrimento respiratório 
 
Tratamento e prognóstico 
• O tratamento é de suporte hidroeletrolítico e metabólico 
• Alguns RN melhoram com a oferta de oxigênio (FiO2 < 40%) 
por cateter nasal ou CPAP 
• Se a FR for maior que 60 irpm, recomenda-se alimentação 
através de sonda orogástrica, pois a taquipneia pode levar à 
incoordenação da respiração e deglutição, favorecendo a 
broncoaspiração de leite 
• Não está indicado o uso de antibióticos ou diuréticos 
(furosemida) 
• Beta-agonistas inalatórios controverso 
• Prognóstico excelente, pois não ocorre sequela pulmonar 
residual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÍNDROME DO DESCONFORTO 
RESPIRATÓRIO – SDR 
 
Introdução 
• A SDR ou doença da membrana hialina ocorre por deficiência 
qualitativa e quantitativa do surfactante endógeno com 
aumento na tensão da interface ar-líquido 
• Inicia nas primeiras horas de vida, com piora progressiva e 
pico entre 48-72h caso não haja intervenção 
• Incidência é inversamente proporcional à IG 
▪ 60–80% dos RN com menos de 28s 
▪ 15–30% dos RN entre 32 a 36s 
 
Fatores predisponentes 
• Prematuridade (60% em menores de 28s) 
• Filho de mãe diabética 
• Sepse 
• Sexo masculino 
• Asfixia perinatal 
• Cesárea eletiva 
• Partos múltiplos 
 
Fisiopatologia 
• Relaciona-se principalmente a deficiência de surfactante 
▪ Surfactante pulmonar é constituído por lipídeos (90%) e 
proteínas (10%) 
▪ Sintetizado e secretado a partir da 20s de IG pelos 
pneumócitos tipo II, com pico de produção na 35s 
▪ Função: diminuir a tensão superficial da interface ar/líquido 
no alvéolo evitando o colabamento ao final da expiração 
▪ Surfactante está ausente ou inativo, ocorre um aumento da 
tensão, acarretando colabamento alveolar progressivo. Há 
atelectasia pulmonar difusa, congestão e edema. O pulmão 
perfunde mas não ventilada, gerando hipoxemia 
▪ O aumento da tensão superficial causa atelectasia, 
hipoventilação, desequilíbrio da relação V/Q, causando 
hipoxemia e hipercapnia (retenção de CO2), levando a 
acidose respiratória e metabólica 
▪ A acidose leva a vasoconstrição e hipoperfusão pulmonar, 
levando ao aumento da permeabilidade do capilar com 
lesão do endotélio 
▪ A lesão endotelial provoca extravasamento de plasma, 
deposito de fibrina e a formação das membranas hialinas 
 
15 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
Prematuridade/asfixia/fatores predisponentes 
↓ 
Diminuição da síntese, armazenamento, liberação surfactante 
↓ 
Aumento da tensão superficial nos alvéolos 
↓ 
Vasoconstrição pulmonar 
↓ 
Hipoperfusão pulmonar 
↓ 
Aumento da permeabilidade capilar pulmonar, causando lesão 
do endotélio 
↓ 
Extravasamento de plasma 
↓ 
Depósito de fibrina, células e Hb 
↓ 
Membrana hialina 
 
História materna 
• IG < 34s 
• Diabetes materno 
• Mãe de prematuros que não receberam tratamento com 
corticoide 
 
Quadro clínico 
• Taquipneia, retrações, BAN, gemido expiratório, cianose 
• Início precoce com piora progressiva nas primeiras 48h 
• A evolução da doença foi modificada pelo uso surfactante 
exógeno e assistência ventilatória 
 
Boletim de Silverman-Andersen 
• Através da observação quantifica o grau de desconforto 
respiratório e estima a gravidade do comprometimento 
pulmonar 
• Método fácil e rápido, de baixo custo, não invasivo que 
oferece informação confiável para a tomada de conduta 
diante de um RN com desconforto respiratório 
▪ Sinais de desconforto respiratório 
- Batimento de asas nasais: a respiração do RN é nasal, a 
abertura das narinas reduz a resistência à passagem do 
ar pelas VAS, diminuindo o trabalho respiratório 
- Gemido expiratório: causado pelo fechamento parcial da 
glote durante a expiração para tentar manter o volume 
residual de ar, evitando o colabamento alveolar 
- Retração torácica: inicia com a retração da dos 
intercostais e subcostais, progredindo para protusão do 
abdome e retração do esterno e tórax – respiração 
paradoxal 
 
 
 
▪ Somatório varia de 0 a 10, sendo 0 com melhor prognostico 
e 10 o pior 
- Somatório > 4 indica dificuldade respiratória moderada a 
grave 
- Somatório > 8 indica insuficiência respiratória grave, 
necessitando de conduta urgente, devido a iminência da 
instalação de uma falência respiratória 
 
Exames complementares 
• Hemograma normal 
• Gasometria arterial 
▪ Hipoxemia inicial que progressivamente se associa a 
hipercapnia 
▪ Acidose respiratória ou mista 
▪ Auxilia no suporte ventilatório 
 
Quadro radiológico 
• Aspecto típico, mas não patognomônico 
▪ Infiltrado reticulogranular difuso distribuído de maneira 
uniforme = vidro moído ou esmerilhado 
• Presença de broncograma aéreo 
• SDR grau I-IV, com a acentuação dos achados radiológicos 
▪ Grau I – leve: granulações finas 
▪ Grau II – moderada: granulação bem evidente em “vidro 
moído” 
16 
 
 
Rafaela Pamplona 
▪ Grau III – grave: broncograma aéreo alcançando a periferias 
dos campos pulmonares, discreto borramento cardíaco 
- Não dá para diferenciar de PNM bacteriana 
▪ Grau IV: opacidade total dos campos pulmonares, área 
cardíaca imperceptível 
 
 
 
Tratamento 
IN – intubação 
SU – surfactante exógeno 
RE – reanimação 
• Suporte ventilatório: CPAP na sala de parto, oferece pressão 
positiva, evitando colabamento alveolar 
• Reposição surfactante: nas primeiras 48h 
▪ 150-200mg/kg/dose, podendo repetir de 6 a 12h, no máximo 
4 doses 
• Manter temperatura entre 36,5 a 37,5º 
• Hidratação venosa e correção dos distúrbios metabólicos 
• Nutrição: dieta zero, SOG aberta 
 
Complicações 
• Extravasamento de ar 
• Infecção 
• Hemorragia intracraniana 
• PCA – persistência do canal arterial 
• DBP – displasia broncopulmonar 
 
Prevenção 
• Bom acompanhamento pré-natal e prevenção da 
prematuridade 
• Administração de corticoide nas gestantes de risco 
▪ Administração de corticoide diminui a gravidade da SDR 
- Betametasona de 28 a 34 semanas, sendo feitas 2 doses 
de 12mg, com intervalo de 24h 
 
 
 
 
REANIMAÇÃO NEONATAL ≥ 34 
SEMANAS 
 
Introdução 
• No mundo, 2,5 milhões de RN morrem a cada ano 
▪ A asfixia contribui com 30-35% das mortes neonatais 
• No Brasil, a asfixia representa a 3ª causa de óbitos em 
crianças menores de 5 anos 
• 1 RN em cada 10 necessita de ajuda para iniciar a respiração 
efetiva ao nascimento 
• 1 - 2 em cada 100 RN necessitam de intubação traqueal ao 
nascimento 
• 1-3 em cada 1.000 RN necessitam de intubação traqueal 
acompanhada de massagem cardíaca e/ou medicações, 
desde que a VPP seja realizada corretamente 
• A ventilação é o pontochave da reanimação neonatal e deve 
ser iniciada no 1º minuto de vida (minuto de ouro) 
• “Quanto maior a demora para iniciar a reanimação, mais difícil 
esta se torna e mais elevado o risco de lesão cerebral” 
 
Preparo para a assistência – “BRIEFING” 
• Anamnese materna 
▪ Consegue antecipar o nascimento de um RN de risco 
▪ Detecção antecipada das condições perinatais que elevam 
o risco da transição respiratória e cardiocirculatória ao 
nascer ser inadequada 
- Intercorrências clínicas 
- Intercorrências gestacionais 
- Intercorrências no trabalho de parto 
- Intercorrências no parto 
▪ Cesárea entre 37-39s, mesmo sem fatores de risco 
antenatais para asfixia, eleva a chance de que a ventilação 
ao nascer seja necessária 
• Preparo do ambiente e material 
▪ Verificar de modo sistemático e padronizado todo material 
que pode ser necessário antes de cada nascimento 
- Manter normotermia – 36,5 a 37,5ºC 
- Avaliar o RN 
- Aspirar vias aéreas 
- Ventilar com pressão positiva 
- Intubação 
- Ministrar medicações 
- Cateterizar a veia umbilical – acesso para as medicações 
• Equipe 
▪ Deve ser bem treinada para a reanimação 
▪ Pelo menos 1 profissional de saúde capaz de realizar os 
passos iniciais e a ventilação com máscara facial deve estar 
17 
 
 
Rafaela Pamplona 
presente em todo parto, com a única responsabilidade de 
atender ao RN 
▪ Diante do risco de asfixia, 2-3 profissionais capacitados a 
reanimar o RN precisam estar presentes na sala de parto, 
dos quais um deve ser médico, de preferência um pediatra, 
apto a realizar todos os procedimentos de reanimação 
▪ Antes do nascimento, a equipe responsável pelo RN deve 
decidir quem vai ser o líder e quais os papeis e funções dos 
demais membros 
▪ A atuação coordenada da equipe, com comunicação efetiva 
entre os membros, confere qualidade ao atendimento e 
segurança ao paciente 
• Precauções padrão 
▪ Higiene das mãos 
▪ Avental 
▪ Máscara 
▪ Gorro 
▪ Luvas 
▪ Óculos 
 
Fluxograma reanimação neonatal 
 
 
 
 
Atendimento ao RN ≥ 34 semanas 
• Avaliação da vitalidade 
▪ Boa vitalidade: IG ≥34s, chorar ou respirar e tônus em flexão 
- Clampeamento tardio do cordão umbilical (≥ 60segundos) 
- Facilita a transição cardiorrespiratória após o parto 
- É benéfico em relação à concentração de hemoglobina 
nas primeiras 24h, embora possa elevar a frequência de 
policitemia, o que implica na necessidade de cuidado 
quanto ao aparecimento e acompanhamento da icterícia 
nos primeiros dias de vida 
- Aumenta a concentração de ferritina nos primeiros 3 a 6 
meses, podendo reduzir a anemia do lactente, com 
repercussões no desenvolvimento infantil 
- Enquanto aguarda o clampeamento, o RN pode ser 
posicionado no abdome ou tórax materno, mantendo-se a 
temperatura corporal 
- Evitar hipotermia: secar o corpo e o segmento cefálico 
com compressas aquecidas e mantê-lo em contato pele a 
pele com a mãe, coberto com tecido de algodão seco e 
aquecido. Além disso, as vias aéreas devem ser mantidas 
pérvias, FC, respiração/choro e tônus são avaliados 
▪ Sem boa vitalidade: não respira nem chora logo após o 
nascimento, hipotônico, DPP, PP, nó verdadeiro de cordão 
- Clampeamento imediato do cordão umbilical 
- Antes do clampeamento imediato, sugere-se fazer o 
estímulo tátil no dorso, de modo delicado e no máximo 2x, 
para ajudar a iniciar a respiração 
- Iniciar os primeiros passos da reanimação em no máx 30 
segundos 
 
Estabilização/reanimação 
• Se, ao nascimento, o RN tem idade gestacional ≥34 semanas, 
não está respirando ou chorando ou não inicia movimentos 
respiratórios regulares e/ou o tônus muscular está flácido, ele 
não apresenta boa vitalidade e deve ser conduzido à mesa de 
reanimação, indicando-se os passos iniciais da estabilização 
▪ Passos iniciais no máximo, 30 segundos 
- Os passos iniciais atuam como um estímulo sensorial para 
o início da respiração 
- Manutenção da normotermia: 36,5 a 37,5ºC (indicador de 
qualidade da assistência neonatal) 
 Temperatura ambiente de 23-25ºC 
 RN em decúbito dorsal sob fonte de calor radiante, com 
a cabeça voltada para o profissional de saúde 
 A seguir, secar o corpo e a região da fontanela, 
desprezar os campos úmidos e, se possível, colocar 
touca 
18 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
- Assegurar vias aéreas pérvias 
 RN em decúbito dorsal na mesa de reanimação sem 
inclinação e sob calor radiante, manter o pescoço em 
leve extensão para assegurar a perviedade das vias 
aéreas 
 A aspiração de boca e narinas não é recomendada de 
rotina para RN ≥34 semanas, independentemente do 
aspecto do líquido amniótico 
~ A aspiração de oro-nasofaringe está reservada apenas 
aos RN em que há suspeita de obstrução de vias 
aéreas por excesso de secreções 
▫ Aspirar primeiro a boca e depois as narinas 
▫ Sonda traqueal nº8 
▫ Movimentos suaves 
▫ Usar pressão negativa máxima de ≈10mmHg 
 
 
 
- Líquido amniótico meconial 
 RN com boa vitalidade: continuar junto da parturiente 
 RN sem boa vitalidade 
~ Levar à mesa de reanimação e realizar os passos 
iniciais. Seguir o fluxograma de reanimação 
~ A laringoscopia direta imediata e a aspiração traqueal 
não devem ser realizadas de rotina. Se necessário, a 
aspiração traqueal é feita uma única vez através da 
cânula traqueal e a VPP iniciada no primeiro minuto de 
vida 
 
 
 
- Avaliação simultânea da FC e da respiração 
 Frequência cardíaca 
~ FC ausculta do precórdio 6segundo e multiplica por 10 
~ Considera-se adequada a FC ≥100 bpm nos primeiros 
minutos após o nascimento. A bradicardia é definida 
como FC <100bpm 
~ A melhora da FC é o indicador mais sensível da 
eficácia dos procedimentos de reanimação neonatal 
~ Palpação do cordão umbilical, ausculta precordial 
subestimam a FC em 15-25bpm em comparação ao 
monitor cardíaco 
~ O monitor cardíaco permite a detecção acurada, 
rápida e contínua da FC. Ritmos anômalos no traçado 
ECG não devem ser valorizados em sala de parto 
~ Oximetria de pulso, saturação desejável 
 
Minutos de vida SatO2 pré-ductal 
Até 5 70 – 80% 
5 – 10 80 – 90% 
> 10 85 – 95% 
 
 Respiração 
~ A avaliação da respiração é feita por meio da 
observação da expansão torácica ou da presença de 
choro 
~ A respiração espontânea está adequada se os 
movimentos são rítmicos, regulares e suficientes para 
manter a FC >100 bpm 
~ Se o paciente estiver em apneia ou se os movimentos 
respiratórios forem irregulares ou se o padrão for do 
tipo gasping (suspiros profundos entremeados por 
apneias), a respiração está inadequada 
 
Após passos iniciais 
• Ventilação com pressão positiva 
▪ Quando os passos iniciais da estabilização são realizados e 
a avaliação mostra respiração ausente ou irregular ou 
FC<100 bpm, a ventilação com pressão positiva (VPP) deve 
ser iniciada ainda nos primeiros 60s após o nascimento 
("minuto de ouro") 
▪ "A ventilação pulmonar é o procedimento mais simples, 
importante e efetivo na reanimação do RN em sala de parto" 
▪ O risco de morte ou morbidade aumenta em 16% a cada 30 
segundos de demora para iniciar a VPP após o nascimento, 
de modo independente do peso ao nascer, da idade 
gestacional ou de complicações na gravidez ou no parto 
 
 
19 
 
 
Rafaela Pamplona 
▪ Aspectos práticos da VPP 
- VPP deve ser iniciada com ar ambiente (oxigênio a 21%) 
e com 40–60 movimentos (aperta/solta/solta, 
aperta/solta/solta...) 
 O uso de concentrações elevadas de oxigênio associa-
se ao atraso para iniciar a respiração espontânea ao 
nascimento e à maior mortalidade neonatal, em 
comparação à ventilação iniciada com ar ambiente 
- Após o início da VPP, devemos usar a oximetria de pulso 
para regular a oferta de oxigênio 
 Monitorização é feita com o oxímetro no MSD, no pulso 
radial, para determinação da saturação pré-ductal 
 Os valores ideais variam conforme o tempo de vida 
 
Minutosde vida SatO2 pré-ductal 
Até 5 70 – 80% 
5 – 10 80 – 90% 
> 10 85 – 95% 
 
- Quando a VPP é iniciada, recomenda-se a monitorização 
cardíaca para a avaliação acurada, rápida e contínua da 
FC 
- Enquanto um profissional inicia a ventilação, outro fixa os 
três eletrodos do monitor cardíaco e o sensor do oxímetro 
 O objetivo desta monitorização não é a detecção de 
ritmos anômalos, mas sim o acompanhamento da FC 
- É colocado um eletrodo em cada braço próximo ao ombro 
e o terceiro eletrodo na face anterior da coxa 
- A FC é o principal determinante da decisão de indicar as 
diversas manobras de reanimação 
 
 
 
▪ Reanimadores para VPP 
- Balão autoinflável 
 Não há necessidade de fonte de gás comprimido para 
que o balão infle 
 A pressão inspiratória máxima é variável, mas pode ser 
monitorada por manômetro, se disponível 
 Não é possível fornecer pressão expiratória positiva, 
mesmo com válvula de PEEP 
 É equipamento de baixo custo, que permite a ventilação 
efetiva do RN ao nascer 
 Deve estar disponível e pronto para uso em todo 
nascimento 
 
 
 
- Ventilador mecânico em T 
 Há necessidade de gás comprimido para funcionar 
 A concentração de O2 pode ser titulada, quando o 
blender é disponível 
 Pressão inspiratória e PEEP oferecidas são ajustáveis e 
constantes 
 Permite a aplicação de CPAP nos RN que respiram de 
modo espontâneo 
 
 
 
- Interface: máscara facial 
 Mais utilizada na VPP 
 O ajuste entre face e máscara é crítico para o sucesso 
da reanimação 
~ Aplicar a máscara no sentido do queixo para o nariz 
~ Envolver as bordas com o indicador e polegar, 
formando a letra “C” 
~ O ajuste adequado é conseguido com leve pressão na 
borda 
~ Os dedos médio, anular e mínimo formam a letra “E” 
~ O selo entre face e máscara é crítico para o sucesso 
da ventilação 
 
 
20 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Dificuldades 
~ Escape de até 50-70% da mistura gasosa 
~ Volume corrente irregular 
~ Reflexo trigeminal-cardíaco: apneia em 10% das 
aplicações 
 Maleável e transparente 
 Redonda ou anatômica 
 Borda acolchoada 
 Três tamanhos 
 Cobrir ponta do queixo, boca e nariz 
 Durante a VPP observar 
~ Adaptação da máscara à face do RN 
~ Permeabilidade das vias aéreas 
~ Expansibilidade pulmonar 
▫ O movimento visível do tórax é um dos indicadores 
que os pulmões estão sendo ventilados 
▫ Quando se utiliza a pressão adequada o RN parece 
estar respirando normalmente, sem movimentos 
profundos ou superficiais 
 
 
 
▪ RN melhora 
- VPP em ar ambiente por 30 segundos 
- FC > 100bpm, respiração regular e SatO2 adequada 
- Suspender a VPP 
▪ RN não melhora 
- VPP em ar ambiente por 30 segundos 
- FC < 100bpm, respiração irregular e SatO2 baixa 
- Verificar e corrigir técnica da VPP 
 Considerar O2 suplementar de acordo com a oximetria 
de pulso 
 O2 suplementar na VPP 
~ Aumenta 40% e aguarda 30 segundos 
~ Se não melhorar, aumenta para 60% e assim 
sucessivamente 
 
 
▪ Considerar CPP com máscara laríngea ou cânula traqueal 
- Ventilação com máscara facial não efetiva e prolongada 
- Aplicação de massagem cardíaca 
- RN com suspeita de hernia diafragmática que necessitam 
de VPP 
 
▪ Intubação traqueal 
- Cada tentativa de intubação deve durar no máximo 30s e 
a confirmação do posicionamento da cânula é obrigatória 
- Após a intubação, a ventilação segue com a mesma 
frequência (40–60 movimentos/minuto) 
- A concentração de oxigênio é a mesma que vinha sendo 
usada na ventilação por máscara e os incrementos serão 
indicados de acordo com a saturação observada 
- Quando não ocorre melhora após 30s de ventilação pela 
cânula, observa-se FC < 100 bpm, o RN não retoma a 
respiração espontânea ou a SatO2 permanece abaixo dos 
valores desejáveis/não detectável, dizemos que houve 
falha 
- Sempre verificar toda a técnica que está sendo adotada 
- Caso a FC < 60 bpm após tudo isso, está finalmente 
indicado o início da massagem cardíaca 
- Tamanho da cânula 
DI (mm) Peso (g) IG (semanas) 
3,0 100 – 2000 28 – 34 
3,5 2000 – 3000 34 – 38 
3,5 – 4,0 > 3000 > 38 
 
 
 
 
Visualiza as cordas vocais 
 
Pouco: visualiza a base da língua 
Muito: não visualiza as cordas vocais 
 
21 
 
 
Rafaela Pamplona 
- Inserção da cânula 
IG em semanas Maraca em cm no lábio superior 
33 – 34 7,5 
35 – 37 8,0 
38 – 40 8,5 
≥ 40 9,0 
Se a IG for desconhecida 
Peso estimado (kg) + 6 = marcar (cm) lábio superior 
 
 
 
- Verificar se a posição da cânula está correta 
 Melhora da frequência cardíaca 
 Inspecção: elevação da caixa torácica, ausência de 
distensão abdominal 
~ Demora de 30 a 60 segundos para o médico perceber 
que a cânula está mal posicionada 
 Ausculta: entrada de ar nos pulmões, ausência de ruído 
no estômago 
 Detector de CO2 expirado 
~ É objetiva e diminui o tempo de confirmação da cânula 
- Complicações 
 Hipóxia 
 Apneia e/ou bradicardia 
 Pneumotórax 
 Lesão de partes moles, esôfago ou traqueia 
 Infecção 
 
▪ RN melhora com cânula traqueal por 30s 
- FC > 100bpm, respiração regular e SatO2 adequada 
- Extubar se possível 
▪ RN não melhora com cânula traqueal por 30s 
- FC < 100bpm, respiração irregular e SatO2 baixa/ não 
detectável 
- Verificar a posição da CET e técnica da VPP 
 
▪ Máscara laríngea 
- Utilizada quando a intubação traqueal não é possível 
- Assegura a ventilação pulmonar do RN ≥34s e peso > 2kg 
 
 
 
▪ Ventilador mecânico 
- Meta: alcançar e manter FC >100 bpm 
- Iniciar com 
 Fluxo 10 L/min 
 Pmáx circuito 30-40 cmH2O 
 Pinsp 20-25 cmH2O 
 PEEP 5 cmH2O 
 FR 40-60 mpm 
- Após as 3-5 primeiras ventilações, reajustar a pressão de 
acordo com movimento do tórax e resposta do RN 
 
Após a ventilação 
• Massagem cardíaca 
▪ Etapa mais avançada do fluxograma 
▪ Só deve ser iniciada quando a expansão e a ventilação 
pulmonares estiverem estabelecidas 
▪ A massagem cardíaca é iniciada se a FC < 60bpm após 30s 
de VPP com técnica adequada, por meio de cânula traqueal 
e uso de concentração de oxigênio de 60 – 100% 
▪ Aspectos práticos 
- Compressões no 1/3 inferior do esterno 
- Técnica dos 2 polegares, que devem ser posicionados 
abaixo da linha intermamilar 
 Maior pico de pressão sistólica 
 Melhor perfusão coronariana 
 Menos cansativa 
- O profissional que executa a massagem cardíaca se 
posiciona atrás da cabeça do RN, enquanto o que ventila 
se desloca para um dos lados, permitindo a abordagem do 
cordão umbilical, caso cateterismo venoso seja 
necessário 
 
 
 
 
22 
 
 
Rafaela Pamplona 
- As compressões e a ventilação são realizadas de maneira 
sincrônica: 3 compressões 1 ventilação 
 120 eventos/min: 90 compressões e 30 ventilações 
 As compressões e ventilação devem ser feitas por 60s 
antes de uma nova reavaliação, é o tempo mínimo para 
que a massagem cardíaca efetiva possa reestabelecer 
a pressão de perfusão coronariana 
 Enquanto a FC permanecer < 60 bpm, as compressões 
devem ser continuadas 
- Profundidade da compressão 
 Comprimir 1/3 da dimensão ântero-posterior do tórax, 
produzindo pulso palpável 
 Permitir reexpansão plena do tórax após compressão 
para enchimento dos ventrículos e coronárias 
 Os dedos não devem ser retirados do terço inferior do 
tórax na fase de liberação 
▪ Técnica incorreta – complicações 
- Fratura de costelas 
 Pneumotórax 
 Hemotórax 
- Laceração de fígado 
 
▪ RN melhora 
- VPP com cânula, O2 100% e massagem por 60s 
- FC > 60bpm 
- Interromper a MC, manter a VPP até FC > 100bpm e 
respiração regular 
▪ RN não melhora 
- VPP com cânula, O2 100% e massagem por 60s 
- FC < 60bpm 
- Verificar: posição da cânula, fonte de O2, técnica de VPP 
e MC 
- Considerar cateterismo de urgência e a administração de 
adrenalina 
 
 
 
 
 
 
Após a massagem cardíaca 
• Adrenalina 
▪ O cateter venoso umbilical deve serinserido de 
emergência, assim que há indicação da adrenalina 
▪ As medicações estarão indicadas nos casos em que a 
FC<60bpm apesar da ventilação por cânula traqueal com 
oxigênio a 100% e acompanhada de massagem cardíaca 
adequada 
▪ Confira os principais aspectos práticos 
- A principal via para administração de medicações é a veia 
umbilical: acesso rápido e fácil. Alternativa para a 
administração de medicações é a via intraóssea 
- A adrenalina está indicada quando a ventilação adequada 
e a massagem cardíaca efetiva não produzirem elevação 
da FC > 60 bpm 
- É possível a administração pela cânula traqueal de uma 
única dose enquanto o cateterismo está sendo 
providenciado 
- Dose EV pode ser repetida a cada 3-5min, quando não 
houver reversão da bradicardia 
 
 
- Expansor de volume pode ser necessário na reanimação 
dos RN com hipovolemia 
 Indicado quando não há aumento da FC em resposta às 
outras medidas de reanimação e/ou se há perda de 
sangue ou sinais de choque hipovolêmico, como 
palidez, má perfusão periférica, pulsos débeis e 
taquicardia ou bradicardia persistente 
 Soro fisiológico em duas seringas de 20ml 
~ Dose: 10ml/kg, repetir se necessário 
~ Via veia umbilical 
~ Tempo de infusão: 5 a 10min 
 
• Reanimação prolongada 
▪ Verificar: posição da cânula traqueal, uso do O2 a 100%, 
técnica da VPP e da MC e permeabilidade da via de acesso 
vascular 
▪ Se persistir FC<60bpm e/ou SatO2 baixa 
23 
 
 
Rafaela Pamplona 
▪ Considerar malformação de vias aéreas, problemas 
pulmonares, hérnia diafragmática, pneumotórax e 
cardiopatias congênitas 
 
Interromper as das manobras 
• A falha em atingir o retorno da circulação espontânea no RN 
após 20min de procedimentos de reanimação avançada está 
associada a elevado risco de óbito e à presença de sequelas 
moderadas ou graves do desenvolvimento neurológico dos 
sobreviventes 
• Se, apesar da realização de todos os procedimentos de 
reanimação recomendados, o RN requer reanimação 
avançada de modo continuado, sugere-se a discussão a 
respeito da interrupção dos procedimentos entre a equipe que 
está atendendo o RN e a família 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ICTERÍCIA NEONATAL 
 
Introdução 
• Apresenta-se como uma coloração amarelada da pele, 
esclera e membranas mucosas, indicando aumento da 
bilirrubina sérica nos tecidos, quando os níveis sanguíneos 
excedem 5/7mg/dl 
• Provocada por um aumento da fração indireta da bilirrubina, 
ou com menos frequência da sua fração direta 
• Incidência em cerca de 60% dos RN termos e 80% dos RNPT 
na primeira semana de vida 
• É um dos sinais mais frequentes no período neonatal 
• A maior complicação é que os níveis elevados de bilirrubina 
não conjugada ou BI, pode cruzar a barreira 
hematoencefálica, levando ao desenvolvimento de 
encefalopatia bilirrubínica 
• O termo Kernicterus é reservado à forma crônica da doença, 
quando há sequelas clínicas permanentes resultantes da 
toxicidade da bilirrubina (coloração amarelada dos gânglios 
da base – Kernicterus) 
 
Metabolismo da bilirrubina 
• BI é um produto da degradação do grupamento heme, que 
deriva da hemoglobina (75%) e de outras proteínas (25%), 
como mioglobina, citocromo, catalases e peroxidases 
▪ O heme é convertido no sistema reticuloendotelial em 
basicamente duas reações químicas 
- 1º mediada pela hemeoxigenase que transforma a 
hemoglobina em biliverdina 
- 2º é catalisada pela biliverdina redutase, produzindo a 
bilirrubina 
▪ O ferro liberado desta reação é reaproveitado pelo 
organismo e armazenado no baço e fígado 
▪ BI lipossolúvel deixa o sistema reticuloendotelial, liga-se à 
albumina plasmática para ser carreada até o fígado 
▪ Nos hepatócitos, difunde-se através do meio lipídico e, no 
citoplasma, volta a ligar-se a uma proteína — ligandina — 
cuja função é carreá-la até o REL 
▪ Dentro do REL, a BI é convertida à bilirrubina conjugada, ou 
bilirrubina direta (BD), com auxílio da enzima 
uridilglucoroniltransferase 
• BD é hidrossolúvel e suficientemente polar para ser excretada 
pela bile ou filtrados pelos rins 
▪ Com a bile, a BD chega ao intestino delgado onde, no adulto 
e na criança maior, será reduzida a estercobilina pela 
presença de bactérias da flora local e uma pequena 
quantidade será desconjugada pela enzima 
betaglicuronidase 
24 
 
 
Rafaela Pamplona 
▪ Forma-se novamente BI, que pode ser reabsorvida pela 
circulação êntero-hepática 
• Metabolismo no RN 
▪ O processo de captação e conjugação não está plenamente 
desenvolvido nos primeiros dias de vida 
▪ Durante a vida intrauterina, a bilirrubina produzida pelo feto 
é eliminada pela placenta, capaz de excretar a BI 
▪ A atividade das enzimas responsáveis pela conjugação 
hepática da bilirrubina é baixa durante a vida fetal e no 
momento do nascimento 
▪ Com isso, o metabolismo da bilirrubina em um RN está em 
transição do estágio fetal, quando a placenta elimina a BI, 
para o estágio adulto, no qual a forma conjugada é 
excretada pelos hepatócitos no sistema biliar e depois no 
trato gastrointestinal 
 
Fisiopatologia 
• A hiperbilirrubinemia não conjugada ou indireta é definida com 
BI na concentração igual ou superior a 2mg/dl 
• A hiperbilirrubinemia conjugada ou direta é considerada se a 
BD for superior a 1mg/dl 
• Quanto maior o nível sérico de BI, maior a chance do RN 
evoluir para encefalopatia bilirrubínica aguda, que se 
apresenta em RN ≥ 35s IG, inicialmente 
▪ Com letargia, hipotonia e sucção débil, progredindo em 3 a 
4 dias para hipertonia, opistótono, hipertermia, convulsões 
e choro agudo 
▪ 70% dos RN podem evoluir para o óbito 
▪ Nos sobreviventes, aparecem as sequelas neurológicas 
- Paralisia cerebral espástica, movimentos atetoides, 
distúrbios de deglutição e fonação, deficiência auditiva 
grave e mental leve a moderada 
• Kernicterus sutil – diagnóstico retrospectivo – RNM 
 
Hiperbilirrubinemia Indireta 
• Conceitos atuais 
▪ “Significante”: se a concentração de BT requer tratamento 
com fototerapia baseado na idade pós-natal e etiologia, 
geralmente com níveis ≥12 mg/dL 
▪ “Grave ou severa”: BT estiver próxima ao nível de 
exsanguineotransfusão (EST) baseado na idade pós-natal e 
etiologia, tradicionalmente ≥20 mg/dL ou qualquer nível de 
BT associado à presença de sinais de encefalopatia 
bilirrubínica aguda em fase inicial 
▪ “Extrema”: se BT em nível de EST, BT ≥25 mg/dL ou 
qualquer valor de BT associado a sinais de encefalopatia 
bilirrubínica aguda inicial ou intermediaria 
 
 
 
Fatores de risco para hiperbilirrubinemia indireta significante em 
RN ≥ 35 semanas 
• Icterícia nas primeiras 24-36h após o nascimento 
• História familiar: irmão anterior, tratado com fototerapia 
• Etnia asiática 
• Filho de mãe diabética 
• RN com idade gestacional 35/36 semanas 
• Cefalohematoma, equimoses 
• Doença hemolítica por incompatibilidade ABO/Rh e outros 
antígenos eritrocitários 
• Deficiência de G6PD 
• Dificuldade no aleitamento materno 
• Clampeamento tardio de cordão umbilical 
• Dificuldade no aleitamento materno ou perda de peso >7% 
em relação ao peso ao nascer 
• BT na zona de alto risco ou risco intermediário (> percentil 75) 
antes da alta hospitalar 
 
Icterícia fisiológica 
• Comum, benigna e autolimitada 
▪ Sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito 
- Produção e circulação êntero hepática aumentados, 
menor meia vida das hemácias e maior quantidade de 
hemoglobina 
▪ Menor capacidade de captação hepática 
▪ Conjugação e excreção hepática deficientes 
▪ Aumento progressivo e gradual da BI, início após 24-36h 
▪ RNT: pico entre 60 – 72h, declínio rápido até o 5º dia (lento 
5º ao 10º) 
▪ RNPT: pico entre 4º e 6º dia, durando até 10º - 14º dia 
 
Etiologias e diagnóstico – icterícia não fisiológica 
• Anamnese + exame físico 
• A investigação diagnóstica pode ser norteadapela fração da 
bilirrubina que se encontra aumentada 
▪ Aumento da BI 
- Hemoglobina, hematócrito, contagem de reticulócitos 
- Tipagem sanguínea da mãe e RN (ABO e Rh) 
- Prova de Coombs direto 
25 
 
 
Rafaela Pamplona 
▪ Aumento da BD 
- Hemograma, AST, ALT, fosfatase alcalina, glicose 
- Coagulograma 
- Dosagem de alfa-1-antitripsina 
- Pesquisa de substâncias redutoras na urina 
- USG hepática 
 
 
Incompatibilidade Rh 
• Icterícia precoce 
• Mãe antígeno D negativo e RN positivo 
• Anticorpos maternos anti-D IgG (CI positivo) e CD positivo 
• Há hemólise devido a hemácias do feto, portadoras de 
antigeno D, serem destruídas pelos anticorpos materno IgG 
anti-D 
• Feto desenvolve um mecanismo compensatório de produção 
de eritropoetina e eritrócitos com elevação dos reticulócitos e 
eritroblastos e intensa eritropoiese extramedular 
• Quadro clínico do RN: anemia e reticulócitos aumentados 
• Complicações: hidropsia fetal 
 
 
 OBS.: Coombs direto: identifica presença de anticorpos 
ligados nas hemácias 
Coombs indireto: detecta presença de anticorpos 
séricos 
Incompatibilidade ABO 
• Icterícia precoce que pode evoluir por até 2 semanas 
• Mão O, produz anti-A e anti-B, com RN A ou B 
• Coombs direto negativo ou positivo 20 a 40% 
• Predomina IgM, que não atravessa a barreira 
transplacentária, quadro menos grave que a 
incompatibilidade Rh 
• Quadro clínico do RN: anemia leve, reticulocitose e presença 
de esferócitos 
• Fundamental o acompanhamento da evolução clínica da 
icterícia 
 
 
 
Antígenos eritrocitários irregulares 
• Anticorpos maternos anti-C, e, E, Kell e outros 
▪ Mais de 50 antígenos do RN 
• Coombs direto positivo 
• Raro, suspeita-se quando não existe incompatibilidade 
materno-fetal 
 
Icterícia neonatal prolongada 
• Duração > 7 – 14 dias 
• Laboratorial 
▪ Avaliar a coloração das fezes e da urina 
▪ BT e frações 
▪ Tipo sanguíneo e o teste de Coombs da mãe e do RN 
▪ Hemograma e reticulócitos 
▪ Dosagem de G6PD 
▪ Urocultura e triagem metabólica incluindo hormônios 
tireoidianos 
 
Deficiência de G6PD 
• Doença genética associada ao cromossomo X, mais comum 
na África subsaariana, Ásia e Mediterrâneo 
• Hemolítica aguda >> rápida ascensão da BO desencadeada 
por agentes oxidantes 
▪ Anti-maláricos, infecção, talcos mentolados, naftalina, 
outros 
26 
 
 
Rafaela Pamplona 
• 7% da população brasileira 
• Diagnóstico: triagem neonatal ou dosagem em papel filtro 
• Sempre investigar na hiperbilirrubinemia indireta prolongada 
 
Icterícia do aleitamento materno 
• Icterícia prolongada 
• Surge na 1º semana de vida com persistência por 2 a 3 
semanas, podendo chegar ao 3º mês 
▪ O níveis séricos seguem aumentando até a 2-3 semana, 
depois estabilizam e decaem 
• 43% dos RN em aleitamento materno predominantemente 
apresentaram bilirrubina transcutânea ≥ 5mg/dL no 21º dia de 
vida, com 34% deles ictéricos 
• RN em BEG e bom ganho de peso 
• Causa: metabolito da progesterona no leite materno, inibidor 
glicuroniltransferase e atividade aumentada da 
betaglicuronidase 
 
Progressão da icterícia 
• Avaliação clínica 
▪ Zonas de Kramer: relaciona os níveis de bilirrubina com a 
topografia da icterícia no RN 
▪ Progressão craniocaudal 
▪ Icterícia que alcança a zona III, em geral, associa-se com 
níveis de bilirrubina superiores a 12mg/dL 
▪ Logo, icterícia abaixo da cicatriz umbilical costuma significar 
um nível de bilirrubina superior ao esperado em um quadro 
de icterícia fisiológica, tornando esse diagnóstico menos 
provável 
• Avaliação visual depende da experiencia profissional 
• Fatores de risco + tempo de vida 
 
 
 
• Apenas a avaliação visual da icterícia não é aconselhável 
• Para quantificar os valores de bilirrubina, é necessária 
dosagem sérica de bilirrubina (padrão-ouro) ou a mensuração 
transcutânea 
• A dosagem sérica de bilirrubina permite diferenciar se a 
icterícia é por aumento de BD ou BI 
▪ Essa diferenciação é de extrema importância, pois o 
aumento da BD com fezes acólicas e urina escura indica 
icterícia colestática (BD >1 mg/dL), como na hepatite ou na 
atresia de vias biliares. Em ambos os casos, o tratamento 
deve ser o mais rápido possível 
• Importância a investigação de hipotireoidismo congênito nos 
casos de icterícia prolongada. 
• Para uma avaliação mais completa da icterícia neonatal, é 
necessário solicitar, além da BT e frações, o grupo sanguíneo, 
coombs direto, eritrograma, dosagem de G6PG, urocultura e 
triagem metabólica 
 
Solicitar exames quando 
• Icterícia nas primeiras 24-36h de vida 
• Incompatibilidade tipo sanguíneo materno-fetal Rh 
• Incompatibilidade tipo sanguíneo ABO 
• Icterícia em RN com 35 e 36 semanas 
• Icterícia em RN com dificuldade de amamentação e/ou perda 
de peso >7% em relação ao peso de nascimento 
• Icterícia em RN termo abaixo do nível da linha mamilar 
 
Seguimento hiperbilirrubinemia neonatal 
• Risco de evoluir para BT >17,5mg/dL 
• Nomograma para estratificação de risco para 
hiperbilirrubinemia 
▪ Percentis 40, 75 e 95 de bilirrubinemia sérica total, segundo 
a idade pós-natal em horas, em RN ≥ 35semanas e peso ao 
nascer ≥ 2000g 
- P40 – 2% 
- P75 – 13% 
- P90 – 40% 
 
 
• Dosar BT antes da alta hospitalar nos casos de 
▪ Icterícia zona 2 
▪ Icterícia em prematuros com 35 a 36 semanas 
▪ Dificuldade de amamentação ou perda de peso >7% 
▪ Incompatibilidade Rh ou ABO 
▪ Icterícia nas primeiras 24 a 36h de vida 
• Manejo da hiperbilirrubinemia indireta na primeira semana de 
vida dos RN ≥35 semanas 
27 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
▪ O pediatra deve realizar a 1º consulta após a saída da 
maternidade, até o 5º dia de vida, para avaliar as condições 
de amamentação, além da icterícia e outras possíveis 
intercorrências 
 
Tratamento 
• Fototerapia: fotoisomerização e fotoxidação 
▪ Irradiância com distribuição homogênea de 8 a 
12µW/cm2/nm 
▪ Bilitron, Bilisky, convencional, biliberço 
 
 
 
• Exsanguineotransfusão (EST) 
▪ Remoção das hemácias com anticorpos ligados e/ou 
circulantes, redução da bilirrubina e correção da anemia 
▪ Nível de bilirrubinemia total (mg/dL) para indicação de 
fototerapia e exsanguineotransfusão 
- Diminuir em 2mg/dL o nível de indicação de fototerapia se 
doença hemolítica (Rh, ABO, outros antígenos), 
deficiência de G6PD, asfixia, letargia, instabilidade na 
temperatura, sepse, acidose ou albuminemia <3g/dL 
- Iniciar fototerapia de alta intensidade e monitorar os níveis 
em intervalos específicos nas seguintes condições 
 BT, entre 17 - 19mg/dL e dosar BT após 4-6 horas 
 BT, entre 20 - 25 mg/dL e dosar BT em 3-4 horas 
 BT > 25 mg/dL e dosar BT em 2-3 horas, enquanto 
material de EST é preparado 
- Se houver indicação de EST Iniciar imediatamente a 
fototerapia de alta intensidade e repetir a dosagem de BT 
em 23h e reavaliar a indicação de EST 
- A EST deve ser realizada imediatamente se houver sinais 
de encefalopatia bilirrubínica ou se BT 5mg/dL acima dos 
níveis referidos 
 
 
 
• Imunoglobulina 
• Nível sérico diverge entre os outros 
 
Fatores de risco para neurotoxicidade da bilirrubina em RN pré-
termo 
• Peso ao nascer < 1000g 
• Apgar <3 no 5ºminuto 
• Pressão arterial de oxigênio <40mmHg por >2h 
• pH <7,15 por mais de 1h 
• temperatura corpórea < 35ºC por >4h 
• Albumina sérica <2,5g/dL 
• Sepse 
• Rápido aumento de BT sugerindo doença hemolítica 
• Deteriorização clínica 
▪ Apneia e bradicardia que requer ventilação/intubação ou 
hipotensão com necessidade de tratamento nas ultimas 24h 
 
Acompanhamento 
• Triagem auditiva 
▪ Toxicidade da bilirrubina pode levar a perda da audição 
neonatal 
▪ RNM 
 
Resumindo 
• Etiologia 
▪ Doenças hemolíticas 
- Hereditárias 
 Imunes: incompatibilidade Rh (antigeno D), ABO ou 
antígenos irregulares (C, E, Kell, outros) 
 Enzimáticas: deficiência de G6PD, piruvato-quinase,hexoquinase 
 Membrana eritrocitária: esferocitose, eliptocitose 
 Hemoglobinopatias: alfa-talassemia 
 
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Rafaela Pamplona 
- Adquiridas 
 Infecções bacterianas (sepse, infecção urinaria) ou 
virais 
 
• Coleções sanguíneas extravasculares 
▪ Cefalohematoma, hematomas, equimoses 
▪ Hemorragia intracraniana, pulmonar, gastrointestinal 
 
• Deficiência ou inibição da conjugação de bilirrubina 
▪ Hipotireoidismo congênito 
▪ Síndrome da icterícia leite materno 
▪ Síndrome de Gilbert: forma leve de deficiência de 
glicuroniltransferase, autossômica dominante, benigna, 
frequente 
▪ Crigler-Najjar tipo 1: rara, autossômica recessiva, ausência 
completa da glicuroniltransferase. Necessidade de 
transplante hepático 
▪ Crigler-Najjar tipo 2: autossômica dominante, deficiência 
moderada da glicuroniltransferase 
 
Exames laboratoriais para investigar a etiologia da 
hiperbilirrubinemia indireta no RN 
• Bilirrubina total e frações 
• Hemoglobina e hematócrito com morfologia de hemácias, 
reticulócitos e esferócitos 
• Tipo sanguíneo da mãe e RN para sistemas ABO e Rh 
(antigeno D) 
• Coombs direto no sangue de cordão ou do RN 
• Pesquisa de anticorpos anti-D (Coombs indireto) se mãe Rh 
(D) negativo 
• Pesquisa de anticorpos maternos para antígenos irregulares 
se mãe multigesta/transfusão sanguínea anterior e RN com 
Coombs direto positivo 
• Dosagem sanguínea de hormônio tireoidiano e TSH (exame 
do pezinho) 
• USG cerebral em RN pré-termo 
 
Icterícia colestática 
• Aumento de BD 
• Sempre patológica 
• Hipo ou acolia fecal, urina escura, prurido e xantomas 
• Causa: diminuição da secreção da bilirrubina 
• É sinal de disfunção hepatobiliar 
• Urgência neonatal – diagnóstico diferencial dos quadros de 
colestase neonatal 
▪ Atresia de vias biliares: principal causa de transplante de 
fígado e seu sucesso depende do diagnóstico e intervenção 
cirúrgica precoce 
Conclusão 
• Icterícia é uma patologia neonatal muito prevalente, que pode 
cursar com alta morbidade 
• Importante conhecer a fisiopatologia 
• Diferenciar entra aumento de bilirrubina indireta e direta 
• Orientar famílias sobre sinais de colestase 
• Quando fatores de risco para icterícia reavaliação 
ambulatorial precoce 
 
Cuidados com RN na fototerapia 
• Proteger com cobertura radiopaca Por meio de camadas de 
veludo negro ou papel carbono negro envolta de gaze 
• Verificar a temperatura corpórea a cada 3 horas para 
detecção de hipotermia ou hipertermia 
• Verificar o peso diariamente 
• Posicionar o RN adequadamente para maximizar a exposição 
à luz 
• Usar fraldas cortadas adequadamente para a cobertura 
genitália 
• Cobrir a solução para enteral e o equipo com papel alumínio 
ou uso de extensores impermeáveis à luz 
• Descontinuar a fototerapia durante a amamentação, inclusive 
com retirada da cobertura dos olhos, desde que a 
bilirrubinemia não esteja próxima de valor de risco para 
neurotoxicidade 
• Estimular o contato da mãe-bebê para melhorar o vínculo 
afetivo na hora da amamentação 
• Evitar o uso de cobertas, panos ao redor do bebê 
• Evitar meias e luvas 
• Evitar fraldas grandes 
• Evitar a retirada do bebê do equipamento, exceto para 
cuidados rápidos e amamentação 
• Evitar distância máxima de 30 cm do equipamento em relação 
ao RN 
 
 
 
 
 
 
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Rafaela Pamplona 
INFECÇÕES CONGÊNITAS 
 
TORCHS 
• Principais infecções congênitas 
▪ Toxoplasmose: calcificações intracranianas difusas e 
hidrocefalia 
▪ Rubéola: má formação congênita 
▪ Citomegalovírus: micro ou hidrocefalia ventricular 
▪ Sífilis: pênfigo palmoplantar 
▪ Hepatites B e C 
• Outras infecções congênitas 
▪ Varicela, zika, Chikungunya, HIV 
• Gravidade das infecções congênitas 
▪ Fluxo placentário 
▪ Virulência 
▪ Capacidade imune da mãe 
▪ Idade gestacional 
- Quanto mais precoce a IG, menor a probabilidade de 
transmissão, porém maior a gravidade 
 
Toxoplasmose congênita 
Introdução 
• Zoonose produzida pelo Toxoplasma gondii, parasita 
intracelular obrigatório 
• Brasil: prevalência toxoplasmose fica em torno de 60%, 
dependendo da região 
• A incidência da infecção é de 1 a 8 por 1000 entre as 
gestantes suscetíveis e entre os RNs, varia de 1 a 10 para 
cada 10.000 nascidos vivos 
• 20-50% das mulheres em idade reprodutiva são suscetíveis 
• A toxoplasmose adquirida caracteriza-se por ser autolimitada 
e benigna, porém em gestantes poderá resultar em 
transmissão transplacentária e infecção fetal com graves 
sequelas neurológicas e oculares de manifestação precoce 
ou tardia 
 
Toxoplasma gondii 
• Formas durante o ciclo evolutivo 
▪ Taquizoíto: forma proliferativa e invasiva com disseminação 
hematogênica, responsável pela fase aguda da infecção e 
sensível ao tratamento específico 
▪ Bradizoíto: é a forma lenta de multiplicação, permanecendo 
dentro dos cistos. Representam a forma crônica da doença 
e não são sensíveis ao tratamento específico 
▪ Oocisto – esporozoítos: encontrados nas fezes dos gatos 
que contaminam o solo e assim, verduras e a água. Podem 
permanecer viáveis no solo por 18 meses e anos em água 
fria 
 
 
Risco de transmissão fetal 
• Varia de acordo com a IG, com as cepas do T. gondii e fatores 
imunes materno-fetais 
• A frequência de infecção fetal aumenta com a IG em que 
ocorreu a soroconversão, porém o risco de sequelas diminui 
▪ 1º trimestre: 6-14% podem apresentar formas graves 
▪ 2º trimestre: 29-40% apresentarão manifestações 
subclínicas 
▪ 3º trimestre: 59-72% 
 
• Definições de casos de infeções pelo T. gondii 
▪ A presença de IgG positivo com IgM positivo não indica 
necessariamente que a gestante está agudamente 
infectada 
▪ Para auxiliar faz a avaliação do índice de avidez da IgG 
- É um instrumento que auxilia na investigação da 
toxoplasmose durante a gestação, pois permite estimar o 
momento em que a infecção aguda deve ter ocorrido 
- O achado de alto índice de avidez de IgG indica que a 
infecção ocorreu há mais de 3 ou 4 meses 
- Deste modo, a presença de alto índice de avidez em uma 
amostra coletada no primeiro trimestre de gestação indica 
que a infecção aguda materna ocorreu antes da 
concepção e que não há risco de infecção fetal. Porém, 
tome cuidado, pois o teste pode permanecer com baixa 
avidez por muitos meses sem que indique que a infecção 
é recente 
 
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Rafaela Pamplona 
Gestante infectada 
• Soroconversão documentada durante a gestação 
▪ Presença de sintomas compatíveis 
• Sinais de transmissão materno-fetal 
▪ RT-PCR positivo no líquido amniótico 
- Amniocentese ser realizada entre 17 e 21 semanas, com 
o envio de amostra do líquido para detecção do DNA do 
toxoplasma pelo método PCR 
- A sensibilidade de 70% e especificidade e valor preditivo 
positivo de 100% 
 
 
▪ USG fetal: anormalidades inespecíficas 
Ex.: hidrocefalia, calcificações cerebrais e hepáticas, 
hepatoesplenomegalia, RCIU, hidropsia fetal, ascite, 
cardiomegalia, derrame pericárdico ou pleural, 
anormalidades placentárias e morte fetal 
 
Tratamento da gestante 
• Gestantes possivelmente ou comprovadamente infectadas 
▪ Espiramicina: 1º trimestre até o nascimento 
▪ Sulfadiazina + Pirimetamina + ácido folínico 
- Sinais de infecção fetal ou quando o diagnóstico ocorrer 
após 18 semanas de gestação 
- Ácido fólico NÃO pode ser usado para substituir o ácido 
folínico 
 Associado ao tratamento para prevenir e tratar a 
toxicidade medular pela pirimetamina 
 
Diagnóstico 
• Laboratório: específicos 
▪ Isolamento direto do parasito, não realizado de rotina 
▪ Teste de aglutinação ISAGA, considerado o exame padrão-
ouro 
▪ ELISA IgM por captura 
▪ Imunofluorescência indireta ou ELISA IgG, seriada do 
binômio 
▪ IgA sérica 
▪ Teste de avidez IgG 
▪ PCR 
▪ Reação de Sabin Feldman ou teste do corante 
- Teste sorológico diferencial, onde há neutralização 
específica do

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