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Percepção sensorial - visual

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SISTEMA OCULAR – DANIELY FRAZÃO 
MEDICINA/ 2023 
SISTEMA OCULAR 
OBJETIVO DA AULA 
Visão 
 Mecanismo celular e 
molecular 
 Trajeto do estímulo visual 
 Qualificação da informação 
Percepção: “tomada de consciência, pelo 
individuo, do estimulo sensorial”  nível córtex 
Sensação: “atividade neural originada da 
estimulação das células receptoras em partes 
especificas do organismo  Nível “sensorial” 
VISÃO 
Sensibilidade especial que utiliza a luz como 
forma de interação do meio e reconhecimento 
espacial 
APARELHO OCULAR 
Cronologia 
 Inicio do desenvolvimento: 22º dia 
 Ao redor do 5º mês, está quase 
formado 
 Desenvolvimento pós-natal: 
Mielinização do nervo óptico (10ª semana)  
Visão ainda é bastante turva, a transmissão é 
lenta. 
Canalização e secreção lacrimal (1-3 mês)  
Quase não derrama lágrima 
Os olhos são derivados de quatro fontes 
embrionárias: 
1- Neuroectoderme do prosencéfalo. 
2- Ectoderme epidermal (ectoderme da 
superfície da cabeça) 
3- Mesênquima cefálico 
(predominantemente) 
4- Células da crista neural (córnea) 
3 vesículas encefálicas: 
Prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo 
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA 
OCULAR 
Aparece no início da 4ª semana de gestação 
Sulcos ópticos: pregas neurais do 
prosencéfalo 
Mesênquima adjacente induz uma 
evaginação no prosencéfalo: Vesícula óptica 
 
Vesículas ópticas: induz o ectoderma 
epidermal a se espessar (placa ou placóide 
da lente) 
 
Na formação do cálice há uma invaginação 
na face ventral, formando a fissura retiniana 
ou coróide, que é preenchida por 
mesênquima, do qual se desenvolvem 
vasos (vasos hialóides). 
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ESTRUTURAS DO SISTEMA OCULAR 
- RETINA 
Parte óptica da retina 
Recebe e transmite os sinais para o sistema 
nervoso 
- Camada externa: epitélio pigmentar da 
retina 
- Camada interna: retina neural 
As 2 camadas são unidas no adulto, mas essa 
união não é firma, podem ocorrer 
deslocamento  Quando acontece algum 
acidente grave pode haver o deslocamento 
da retina 
CAMADA INTERNA DA RETINA: 
RETINA NEURAL 
Sob influência da lente essa camada se 
prolifera: Neuroepitélio espesso 
 
Ocorre involução das camadas da retina 
pigmentada – delgada – apoptose 
HISTOGÊNESE DA RETINA NEURAL 
Camada neural 
1- Zona ependimária 
2- Zona do manto 
3- Zona marginal 
 
 
 
Daniely Frazão
Ganglionares podem ser P, M ou não - M e não- P
Daniely Frazão
Células ganglionares da retina podem se dividir em grupos de parvocelulares e magnocelulares.
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 Bastonetes: Visão em baixa 
luminosidade 
 Cones: Visão sob luz... Visão em 
cores 
Ausência de algum tipo de cone: Daltonismo 
Bastonetes (100 milhões) 
 Mais sensível à luz 
 Rápida saturação com aumento da 
luminosidade 
Cones (5 milhões) 
 Menos sensível à luz 
 Resposta mais rápida 
 Mais fotorreceptores (cores) 
FOTOTRANSDUÇÃO SENSORIAL VISUAL 
Os fotorreceptores expressam os fotopigmentos, 
nós temos 4 fotopigmentos. 
 Três cromopigmentos – cone (opsinas) 
 Uma rodopsina - bastonetes 
11-cis-retinal – Isômero da vitamina A – derivado 
da vit. A 
Proteína – Opsina (receptor que atravessa 7 
vezes a membrana – 7ht) 
Outra parte não proteica – retinal 
 
 
 
 
Batorrodopsina  lumirrodopsina  
metarrodopsina 1  metarrodopsina 2  ativar 
a transducina – proteína G – retinal todo trans  
retinol todo trans  11 cis retinol 
A rodopsina, pigmento visual dos bastonetes, 
tem dois componentes. A porção proteica, 
opsina, está inserida na membrana do disco e, 
por si só não absorve a luz visível. A porção de 
absorção da luz, retinal, cujo isômero 11-cis está 
ligado à opsina. A luz provoca a mudança do 
isômero 11-cis em todo trans. Assim, a rodopsina 
se torna metarrodopsina II, está se desfaz 
gerando opsina e todo-trans retinal livre. O 
isômero todo trans retinal é então transportado 
dos bastonetes para células epiteliais 
pigmentares, onde é reduzido a todo-trans 
retinol (vitamina A), precursor do 11cis retinal 
que é transportado de volta para os bastonetes. 
Logo, a vitamina A que não é sintetizado pelos 
seres humanos é importante na visão e na 
manutenção da parte externa dos 
fotorreceptores. 
Epitélio pigmentado da retina (EPR) é uma fina 
camada de células encontrada diretamente sob 
as células fotorreceptoras. As células do EPR 
Daniely Frazão
Neurônio de primeira ordem = célula bipolar
Neurônio de segunda ordem = célula ganglionar. Seus
axônios formam o nervo óptico.
Interneurônios = células horizontais e células
amácrinas (modulam a transmissão).
Daniely Frazão
Bastonetes predominam na parte periférica da retina e
cones na mácula.
Mácula é uma parte central da retina responsável pela visão central, de detalhes.
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levam nutrientes e oxigênio para as células 
fotorreceptoras e recicla e desintoxica dos 
produtos envolvidos no processo de 
fototransdução. 
Na luz 
Imagem jogada na retina de cabeça para baixo. 
Fotorreceptor  bipolar  ganglionar. 
Assim, a metarrodopsina II  ativa a transducina 
(primeira proteína G descrita)  transducina 
ativa a enzima fosfodiesterase -5  a 
fosfodiesterase quebra o GMP cíclico em GMP 
 Antes disso o GMP cíclico estava ligado 
a canais de sódio e cálcio, promovendo 
a abertura desses canais, sem o GMP 
cíclico os canais se fecham 
Assim, o fotorreceptor se hiperpolariza 
Luz incide  isomeriza o 11- cis- retinal em todo 
trans retinal, ela se “desliga” da rodopsina, que 
fica se transformando em metarrodopsina II e 
ativa a transducina. Ela se liga a 5 – 
fosfodiesterase que quebra o GMP cíclico em 
GMP. Havendo uma hiperpolarização. 
O neurônio não joga neurotransmissor 
(glutamato). A célula bipolar não fica inibida, fica 
excitada. Com isso, ela excita a célula ganglionar. 
Desta forma, a celular ganglionar libera um 
potencial de ação. 
A onda de hiperpolarização vai passando até 
chegar no terminal do axônio. 
Fibras do neurônio ganglionar forma o nervo 
óptico  Sai da retinal pelo disco óptico  
formando o nervo óptico 
Lembrar que no segmento externo (discos 
externos)  rodopsina (proteína + 11-cis-retinal) 
 Nervo óptico  Quiasma óptico  fibras nasais 
e temporais  Núcleo geniculado dorso-lateral 
 córtex occipital  imagem dupla  o cérebro 
interpõe as imagens e faz a visão binocular virar 
em uma imagem só. 
No escuro 
O GMP cíclico está ligado aos canais de sódio e 
potássio o que faz com que esses canais fiquem 
abertos tendo um influxo de cálcio e sódio, 
fazendo com que o neurônio libere 
neurotransmissor, o glutamato, que causa um 
potencial pós-sináptico inibindo a célula bipolar. 
Se a célula bipolar está inibida, ela não libera 
nenhum potencial e assim ela não libera 
neurotransmissor, o que não gera um potencial 
excitatório pós-sináptico na célula ganglionar. 
Desta forma, a célula ganglionar não libera 
potencial de ação. 
 
 
Os prolongamentos (axônios) das células 
ganglionares confluem para a haste óptica, a 
qual dará origem ao nervo óptico 
1/5 ANTERIOR DA RETINA  PORÇÃO 
“CEGA” DA RETINA 
 
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Parte ciliada da retina  Corpo ciliar 
Parte irídica da retina  Íris 
 Não tem estrutura para emitir 
impulsos nervosos 
 Grupos de músculos 
 Manter a lente em foco 
 Esfíncter pupilar  dilatador + 
esfíncter 
ÍRIS 
 Desenvolve-se da borda do cálice 
óptico 
 Recobre parcialmente o cristalino 
 Possui músculos circulares e radiais 
(músculos dilatador e esfíncter da 
pupila) – derivados do ectoderma 
neural 
 Controlam a quantidade de luz que 
entra na pupila 
 Dá a cor dos olhos (pigmentação – 
camada externa 
CORPO CILIAR 
 Pregas acentuadas  músculos 
ciliares – ligamentos suspensores 
 Porção pigmentada: contínua como epitélio pigmentar da retina 
 Porção não pigmentada: contínua 
com a retina neural 
 Músculos ciliares: responsáveis por 
colocar a lente em foco através dos 
ligamentos suspensores do 
cristalino 
 
 
LENTE OU (CRISTALINO) 
 Inicialmente a lente é uma 
esfera oca (vesícula da lente) 
 Posteriormente suas células se 
alongam e perdem o núcleo 
 Fibras primarias 
 Fibras secundarias 
TÚNICAS CONJUNTIVAS 
O olho passa a ser envolvido por um 
mesênquima 
 
Mesênquima diferencia-se em: 
 Camada externa: esclera (túnica 
fibrosa) – anteriormente se comunica 
com o estroma da córnea 
 Camada interna: coróide (túnica 
vascular) 
 Endotélio da córnea 
Essa diferenciação é induzida pelo epitélio 
pigmentar da retina 
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MEDICINA/ 2023 
 
Após a formação da lente, esta induz o 
mesênquima e ectoderme epidermal adjacente a 
forma córnea 
A formação da córnea depende da formação, por 
cavitação, de um espaço no mesênquima: 
câmara anterior 
CÓRNEA 
3 fontes: 
1- Epitélio externo da córnea (recoberto 
pela conjuntiva bulbar) – origem 
ectodérmica 
2- Estroma (mesênquima – mesoderme) 
3- Células endoteliais (crista neural) 
CÂMARA ANTERIOR 
 Espaço entre a íris e a córnea 
 
CÂMARA POSTERIOR 
 Espaço entre a íris e o cristalino 
 Ambas as câmaras são preenchidas pelo 
humor aquoso 
 Mantem a pressão intraocular 
 Nutrição do cristalino (difusão) 
É produzido pelo corpo ciliar, passa da câmara 
posterior para a câmara anterior através da 
pupila, e sai do olho pela malha trabecular, no 
ângulo da câmara anterior (seio venoso da 
esclera) 
 
Corpo vítreo 
Espaço atrás do cristalino 
Preenchido pelo humor vítreo (origem 
mesenquimal – gel rico em colágeno e 
glicosaminoglicanos) 
Nutrição do cristalino (difusão) 
ESTRUTURAS ACESSÓRIAS DO OLHO 
 
PÁLPEBRAS 
 Desenvolvem-se na 6ª semana 
 Pregas da ectoderme epidermal 
com porção central de 
mesênquima 
 Ficam aderidas até a 10ª semana: 
saco conjuntival 
GLÂNDULAS LACRIMAIS 
 Desenvolvem-se nos ângulos 
súperolaterais das orbitas 
 Brotos maciços de ectoderme 
epidermal 
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 Não são funcionais até 6 semanas após 
o nascimento 
MALFORMAÇÕES DO APARELHO OCULAR 
Período crítico: 22º ao 50º dia 
Anoftalmia (ausência dos olhos) 
 Não formação da vesícula óptica 
 
Microftalmia (sistema ocular subdesenvolvido) 
 
Ciclopia (fusão dos olhos) 
 
Catarata congênita (toxoplasmose) 
 Cristalino é opaco

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