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ORTOPEDIA Carolina Ferreira -Fraturas da escápula são pouco frequentes, ocorrem em traumas de alta energia. Apresentam-se associadas lesões torácicas e da cintura escapular. Podem estar localizadas em qualquer uma das partes da escápula: corpo, colo, cavidade glenoidal, acrômio, espinha da escápula e processo coracoide. Incidência radiográfica: AP, perfil da escápula e axilar. Tratamento: é conservador na maioria das vezes, feito c/ tipoia e reabilitação; devido ao desvio mínimo ou ausente, graças à proteção fornecida pela grossa camada de músculos posterior e à cavidade torácica anterior. O tempo médio de consolidação é de 6-8 semanas. -Fratura de clavícula: a clavícula é o 1º osso a se formar, na 5º semana de vida intrauterina, passa pelo processo de ossificação intramembranos (sem que haja o estágio cartilaginoso). É a única conexão óssea entre a cintura escapular e o esqueleto axial. São fraturas muito comuns, o sexo masculino é o + acometido. A maioria ocorre por trauma direto (queda sobre o ombro). Grande parte das fraturas de clavícula se dá no terço médio (80 a 85%), e as forças deformantes provocam, geralmente, desvio superior e posterior do fragmento medial, pela ação do músculo esternocleidomastóideo, e inferior e medial do fragmento lateral, pelo peso do membro superior e pelo músculo peitoral maior. Ñ é comum estar associado lesão neurovascular (art.subclávia e plexo braquial). Incidência radiográfica: PA+ perfil + Zanca. Quadro clínico: dor local + abaulamento ou deformidade do membro acometido + c/ adução e cotovelo fletido, suportado pela mão contralateral p/ o peso do membro superior. Tratamento: geralmente é conservador, por meio de imobilização “tipo 8” ou tipoia, mesmo em algumas fraturas desviadas. -Indicações cirúrgicas: o Características da fratura: fratura exposta ou em iminência de exposição; fraturas multifragmentadas ou segmentares; fraturas com desvio ou encurtamento > que 2 cm e deformidade clínica óbvia. o Lesões associadas: comprometimento neurológico progressivo; lesão vascular que requer reparo; múltiplas fraturas costais ipsilaterais; associação c/ fraturas da escápula (ombro flutuante); fraturas bilaterais; fraturas ipsilaterais no membro superior; politraumatizado que requer reabilitação precoce. o Paciente que necessita de retorno rápido às atividades, como atletas e profissionais autônomos -Epidemiologia: é comum em idosos, pois está associada à osteoporose. O mecanismo de trauma + comum é a queda c/ o membro superior estendido. Em jovens, é causada por trauma direto (alta energia) ou após luxação glenoumeral traumática. -Classificação de Neer: leva em consideração as 4 partes do úmero proximal: superfície articular (cabeça umeral), tubérculo maior, tubérculo menor e diáfise. -Os fragmentos da fratura sofrem desvio de acordo c/ as inserções musculares que recebem: o Tuberosidade maior: recebe os tendões dos músculos supraespinal (abdutor do ombro), infraespinal e o redondo menor (rotadores externos), que desviam o fragmento no sentido posterossuperior; o Tuberosidade menor: recebe o tendão do subescapular (rotador medial) e desvia p/ medial; o Diáfise: recebe o tendão do músculo peitoral maior (adutor) e desvia medialmente. Também há a inserção do deltoide, podendo mudar o desvio dos fragmentos dependendo da localização do traço da fratura -Tratamento: depende do desvio dos fragmentos: o Conservador: pela classificação de Neer, as fraturas que apresentarem desvio < que 1 cm, ou angulação < que 45°, e que são estáveis ou impactadas, são tratadas c/ imobilização toracobraquial, do tipo Velpeau, e mobilização precoce. Pacientes idosos c/ baixa demanda e CI p/ anestesia também são tratados de maneira conservadora ORTOPEDIA Carolina Ferreira o Cirúrgico: realizado por meio de osteossíntese ou artroplastia, dependendo do comprometimento da vascularização da cabeça — epífise proximal, do desvio fragmentário, do nº de fragmentos, se há ou ñ osteoporose, se houve ou ñ perda óssea, e da viabilidade dos fragmentos do úmero -Podem ser causadas por trauma direto ou indireto. O pct apresenta deformidade, impotência funcional e edema. -Pode ocorrer a paralisia do nervo radial, localizadas na transição do terço mediodistal da diáfise do úmero, sendo chamada de fratura de Holstein-Lewis. Na maior parte dos casos, trata-se de neuropraxia, c/ regressão espontânea em 3-4 meses. Quando o déficit do nervo radial se manifesta após redução incruenta (fechada), possivelmente o nervo ficou interposto entre os fragmentos da fratura recém-alinhados. Nessa situação, estão indicadas a redução aberta da fratura e a exploração do nervo radial. -Tratamento conservador: é aplicado na maioria dos casos, c/ tipoia ou órtese -Tratamento cirúrgico: é indicado em caso de fratura exposta, fratura dos ossos do antebraço associada (cotovelo flutuante), politraumatismo (damage control), lesão vascular associada, fraturas patológicas por doenças malignas (tumores) e déficit neurológico após redução fechada. Indicações relativas: obesidade (devido dificuldade de manter a imobilização) -Ossos do antebraço: são responsáveis pelo movimento de pronossupinação por meio da articulação radioulnar proximal, distal e da membrana interóssea; portanto, mesmo quando a fratura é diafisária, é vista como intra-articular e deve ser tratada como tal: redução anatômica e estabilidade absoluta c/ placa e parafusos, restauração de comprimento, curvatura e rotação e reabilitação precoce. -Tipos: o Fratura-luxação de Monteggia: é a fratura no terço proximal da diáfise da ulna associado a luxação da cabeça do rádio c/ risco de lesão do nervo interósseo posterior o Fratura-luxação de Galeazzi: é a fratura da diáfise do rádio associado a lesão da articulação radioulnar distal o Fratura “do cassetete”: fratura isolada da ulna, mecanismo de defesa e agressão -Tratamento cirúrgico: deve ser feito e minimizar a ocorrência de pseudoartrose (não união), consolidação viciosa e perdas funcionais. O mecanismo do trauma, geralmente, é o trauma direto. -Fraturas do rádio distal: são muito frequentes nos pacientes c/ osteoporose. Resultam de queda sobre a mão espalmada. Elas representam 16% das fraturas do esqueleto. -Podem ser articulares ou metafisárias (extra-articulares), de traço simples ou cominutivas, e sem desvio ou desviadas. -Quadro clínico: dor local, edema, deformidade e limitação funcional da mão e do punho -Diagnóstico: é clínico e radiográfico. A radiografia permite avaliar as características da fratura: desvio dos fragmentos, cominuição, encurtamento do rádio, associação c/ fratura do estiloide ulnar e o grau de acometimento articular -Fratura de Colles: trata-se de fratura do rádio distal, metafisária (extra-articular), que apresenta a deformidade clássica “em dorso de garfo”, e cujo fragmento distal apresenta desvio dorsal. Corresponde à maioria das fraturas do rádio distal, e o mecanismo de trauma é a queda sobre o punho em hiperextensão. ORTOPEDIA Carolina Ferreira -Fratura de Smith (Colles reversa): representa a fratura metafisária (extra- articular) distal radial c/ angulação volar. Ela é conhecida como deformidade “em pá de jardinagem”. Decorre de mecanismo c/ queda sobre o punho flexionado e antebraço em supinação. -Fratura “do chauffeur: trata-se da fratura do estiloide radial, articular, resultante da compressão do escafoide contra o estiloide do rádio, c/ o punho em extensão e desvio ulnar. -Tratamento:depende do tipo de fratura: • Fraturas de traço extra-articular e sem desvio: o tto conservador • Fraturas extra-articulares desviadas: devem ser submetidas à redução fechada (incruenta), mesmo que esteja indicado o tto cirúrgico, p/ o edema e aliviar a dor e a pressão sobre o nervo mediano. • Fraturas c/ desvio e critérios de instabilidade: é indicado o tto cirúrgico -Critérios de instabilidade: fratura da ulna associada, idade > que 60 anos, traço intra-articular, cominuição dorsal e perda do tilt (inclinação) volar do rádio distal. -Complicações: consolidação viciosa, artrose radiocárpica, rigidez articular, ruptura tendinosa, disfunção do nervo mediano e distrofia simpático- reflexa -Escafoide: funciona como uma ponte que une as fileiras proximal e distal do carpo; por isso, está + suscetível a fraturas do que os demais ossos do carpo. Apresenta quatro quintos da sua superfície cobertos por cartilagem, e uma pequena área p/ penetração dos vasos; essa vascularização é de distal-dorsal p/ proximal, sendo considerada pobre, por isso, ao que pode resultar na demora da consolidação da fratura. - Ocorre em adultos jovens, após queda c/ o punho em hiperextensão. -Quadro clínico: dor à palpação do escafoide na tabaqueira anatômica e dor à manobra de pistonagem. -Incidências radiográficas: AP + perfil -Classificação de Russe: o Horizontal oblíqua: fratura no plano horizontal, fica obliqua ao eixo do escafoide. Apresenta boas chances de consolidação pelas forças de compressão no local da fratura o Transversa: + comum, forma 90°c/ o eixo longo do escafoide. Pode ter forças de compressão e de cisalhamento o Vertical obliqua: causada por forças de cisalhamento, sendo instável, c/ alta incidência de pseudoartrose -Tratamento: inicialmente, deve ser feita imobilização gessada antebraquiomanual, c/ ou sem a inclusão do polegar. Em fraturas c/ desvio e instáveis, o tratamento é cirúrgico, e a fixação é feita c/ um parafuso por via aberta ou percutânea. -Complicações: necrose avascular, consolidação viciosa e pseudoartrose ( + comuns em fraturas do terço proximal por lesão da vascularização do escafoide) -As fraturas das falanges são as + comuns do sistema esquelético, decorrente de acidente de trabalho, entre homens em idade produtiva. A localização + comum é a falange distal, são estáveis e passíveis de tto c/ tala metálica. ORTOPEDIA Carolina Ferreira -Fraturas instáveis, c/ desvio rotacional, angular ou encurtamento devem ser submetidas a tratamento cirúrgico. Pode haver lesão de tendão associada. A fratura-avulsão da base dorsal da falange distal provoca a lesão conhecida como dedo “em martelo”. O tratamento depende da angulação e do tempo de lesão. -Fraturas dos metacarpos: são + frequentes no 5º raio. Quando o traço de fratura ocorre no colo do 5º metacarpo, é conhecida como fratura “do boxeador”. A maioria pode ser tratada c/ redução fechada e imobilização gessada. A reabilitação da mão é importante, pois a possibilidade de rigidez causa incapacidade funcional.
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