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Cariologia 1 Fluoretos e Toxidade Introdução • Flúor não somente reduz a cárie, como também mantém o reparo nas etapas precoces de cárie nos dentes, mesmo antes de estarem visíveis; • Adicionando flúor na água diminui índice de CPOD e diminui o índice de cárie; • Flúor não impede o desenvolvimento da cárie, apenas reduz sua progressão; • o flúor não interfere nos fatores responsáveis pela doença, como na a formação de placa dental e a transformação de açucares em ácido. Isto mostra a importância dos controles da placa dental e/ou dieta para que um efeito máximo seja obtido. • Por outro lado, o flúor é extremamente eficiente em reduzir sua progressão da doença cárie. Ações do fluoretos fenômeno físico-químico: quando o açúcar é convertido em ácidos pela placa dental, atinge-se pH crítico, isso leva a dissolução dos minerais à base de apatita presentes no esmalte e dentina, porém devido à presença de flúor, uma certa quantidade desses minerais é simultaneamente reposta na forma de fluorapatita. Isto ocorre porque em determinado pH, o meio é subsaturante (deficiente) em relação a um tipo de mineral (Hidroxiapatita) que assim dissolve-se, porém, sendo super-saturante (excesso) em relação a outro (fluorapatita) este forma-se. Propriedade remineralizante: A presença do flúor vai ativar a propriedade remineralizante da saliva quando o pH volta ao normal. Mineralização do dente • flúor e carbonatos entram na estrutura dental Mineralização pelo flúor por ingestão • Fluorapatita: 10% substituindo a hidroxiapatita • Fluorapatita é menos solúvel que a hidroxiapatita • Crianças que ingerem flúor durante a formação do dente • Apatita fluoretata: na Amelogênese (esmalte está mal formado). Flúor com excesso • Menor apatita carbonatada: menor dissolução mineral Saliva cálcio, fosfato, flúor e carbonato pH crítico: abaixo de 4,5 há uma faixa de segurança entre pH 4,5 e 5,5 1. capacidade tampão da saliva • proteção natural, porém, depende do pH • pH crítico quando a saliva não tem mais a capacidade de proteger a estrutura mineral dos dentes Esmalte e dentina • Tanto o esmalte como a dentina são compostos de minerais à base de apatita (sais contendo cálcio e fosfato) • cristais de hidroxiapatita – cálcio e fosfato • pH crítico do esmalte: 5,5 • pH crítico da dentina: 6,5 • com o pH crítico, a dentina fica mais sensível, aí começa o início da desmineralização com a presença de sacarose • pH < 5,5 = perda de cálcio e fosfato • pH neutro Þ remineralização Þ Capacidade tampão e ausência de sacarose Þ Há ganho de cálcio e fosfato. Þ Flúor ajuda na remineralização Þ Após cirurgia periodontal Cariologia 2 Fluorterapia Ideal: 0,7mg F/litro Flúor pré-natal A dose não é individualizada, é vendido na forma de complexos com cálcio (diminui a absorção de flúor em 50%). Últimos trabalhos não mostram a redução da cárie Flúor pós-natal • Indicação individual • Doses são empíricas • Vendas sem controle e com estímulo ao consumidos • Prescrição não baseada em ciência Dentifrícios • Concentração de 1000-1100 de flúor • Garante flúor ativo por mais tempo • Usado como abrasivo Toxidade do flúor • Pode ser aguda ou crônica Toxidade aguda • Causada pela ingestão de grande quantidade de flúor de uma única vez • Pode levar a morte • Sintomas: Náusea, vomito, parada cardíaca, morte • Dose limite= 5,0mg • Dose seguramente tolerada= 8 a 16mg • Dose certamente tóxica (morte certa) = 32 a 64 mg • Sintomas não específicos: Hipersalivação, diarreia, dor de cabeça, pode ter fraqueza geral, queda da pressão e arritmia cardíaca • Pode levar a morte precedida por extrema desorientação ou coma • Com o uso da moldeira, é muito difícil chegar a DPT • Mais de 25% do gel da moldeira é ingerido: associação com mal-estar gástrico • Medidas de precaução: colocar pouco gel na moldeira, paciente na posição vertical; utilizar sugador e pedir para o paciente cuspir exaustivamente OBS: Risco X Benefício: preferível se ter fluorose do que cárie Tratamento • Ate 5mg F/kg: cálcio via oral (leite) ou hidróxido de alumínio • Acima de 5mg F/kg: induzir vomito; hidróxido de alumínio; cálcio via oral; internação hospitalar imediata • Acima de 15mg F/Kg: internação imediata e as outras medidas faladas anteriormente. No hospital deve haver monitoramento cardíaco e introdução de cálcio endovenoso e soro com bicarbonato OBS: O hidróxido de alumínio vai diminuir a absorção do flúor no estomago, pois é um antiácido (Al (OH)-) OBS: FLUOROSE = matéria orgânica > minerais Toxidade crônica • Causada pela ingestão de pequenas quantidade de flúor diariamente durante a formação dos dentes • Fluorose dental • Dose limite diário: 0,07 mg F/kg • Fluorose esquelética: âmbito médico • Flúor na água (0,2-0,7mg F): não há risco de fluorose dental • À medida que a dose vai aumentando na água, maior risco de fluorose Cariologia 3 Diagnóstico • Opacidades são simétricas • Dentes formados no mesmo período • Opacidades fluoróticas são difusas e transversais • Demarcação: Distribuição difusa e intensidade variada • Área afetada: Geralmente todas as superfícies são afetadas ou nas bordas incisais ou nas pontas das cúspides • Formato da lesão: quanto mais grave, mais é amarronzada • No grau leve tem aparência nebulosa • Compromete simultaneamente incisivos e primeiros molares • Os pré-molares e segundos molares são os mais afetados; ocorre sempre nos dentes homólogos. Diagnóstico diferencial: Hipoplasia= ocorre em um único dente Amelogênese imperfeita= ocorre em todos os dentes Fluorose= ocorre em dentes homólogos Severidade Limite máximo para uma criança = 0,05 a 0,07 mgF/kg por dia Período de risco: formação do esmalte (20 a 36 meses). 20 a 36 meses de vida Problema maior da fluorose: estética Fatores que contribuem para a severidade § Temperatura ambiental: mais calor, pessoas bebem mais água § Altitude: alteração no metabolismo do flúor. Quanto mais alto, mais é absorvido § Desnutrição § Genética Meios convencionais do uso de flúor e risco 1. Diretamente: flúor da água, na qual a quantidade máxima é de 0,6 a 0,8 ppmF 2. Indiretamente: dentifrício fluoretado Para prevenção da cárie, é ideal de 500 mg F/g na saliva com flúor Risco de fluorose dental pelo uso de dentifrício fluoretado • É esperada uma prevalência de fluorose dental de 28% • A menor prevalência seria explicada por nem todo dentifrício ser ingerido Conclusão • A associação de água fluoretada ou dentifrício é válida • Água fluoretada garante concentrações pequenas constantes de flúor na cavidade bucal, controlando a cárie • A concentração de flúor na água deve ser monitorada • O flúor não imuniza, apenas previne • Pré-natal: carece de qualquer fundamentação científica • Pós-natal: não deve ser prescrito usar dentifrício • O uso de dentifrício fluoretado em crianças deve ser orientado quanto a quantidade • Outras fontes de ingestão de flúor podem contribuir para a ingestão excessiva. OBS: O flúor não interfere nos fatores responsáveis pela doença cárie, apenas reduz a sua progressão Referência -Tratamento Restaurador Atraumático – Abordagem Clínica em Saúde Pública| Antônio FernandoMonnerat. Disponivel em: https://www.evolution.com.br/epubreader/9788 535282719 Cárie Dentária – diagnóstico e monitoramento – N. PITTS.
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