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Fisioterapia Ortopédica Cicatrização de músculos, tendões, ligamentos e ossos Processo de Cicatrização Fases: ➔ Fase 1 - Hemorrágica: Ocorre em algumas horas após a lesão/fratura o intervalo é rapidamente preenchido com sangue coagulado. Citocinas liberadas dentro do coágulo estimulam a migração de leucócitos e linfócitos para a região. ➔ Fase 2 - Inflamatória: macrófagos chegam em 24 a 48 horas e são os tipos celulares predominantes dentro de alguns dias. São responsáveis pela fagocitose do tecido morto. ➔ Fase 3 - Proliferativa: O último tipo de célula a chegar dentro do ferimento é o fibroblasto.Próximo da segunda semana após a lesão/fratura. ➔ Fase 4 - Maturação: O tecido cicatrizado continua sua maturação por alguns meses.A cicatriz continua a maturação, havendo alinhamento do colágeno em resposta a tensão e estiramentos progressivos. A duração exata da maturação depende de fatores mecânicos, como a posição das extremidades rompidas e a duração da imobilização. Lesão de ligamentos As rupturas ligamentares são frequentes e ocorrem na substância do ligamento, resultante da ruptura sequencial de feixes e fibras de colágeno. Fatores e causas: ● Envelhecimento. ● Fatores traumáticos. ● Imobilização. ● Injeções de corticóide. ● uso contínuo de glicocorticóides (medicações com cortisona). Classificação: ➔ Grau 1: entorse do ligamento (sem instabilidade) ➔ Grau 2: entorse do ligamento (instabilidade detectável, porém com continuidade das fibras;). ➔ Grau 3: ruptura completa do ligamento. Fatores que afetam a cicatrização do ligamento: Ligamentos não reparados curam-se com cicatrizes fibrosas produzindo certo grau de instabilidade articular. Os ligamentos imobilizados por várias semanas após a lesão tendem a perder a força de tensão e exibem enfraquecimento da inserção no osso. Consolidação/Reparo Ósseo EstruturaÓssea: ➔ 30% Orgânica. ➔ 70% Mineral. Tipos de consolidação: ● Consolidação primária: Imobilização Rígida Estabilidade Absoluta. ● Consolidação secundária: Imobilização Flexível Estabilidade Relativa. Tipos de Estabilidade: ● Estabilidade Absoluta: É obrigatoriamente cirúrgica, não permite mobilidade no foco de fratura, portanto não há formação de calo ósseo. ➔ Ausência de movimentos no foco da fratura. ➔ Não há movimento no foco da fratura. ➔ Consolidação primária. ● Estabilidade Relativa: Quer seja no tratamento conservador ou no cirúrgico, permite-se certo grau de mobilidade no foco de fratura, e logo há formação de calo ósseo. ➔ Há movimento controlado no foco da fratura. ➔ Há bom suprimento sanguíneo (consolidação secundária). Indicações: Fraturas diafisárias e metafisárias multifragmentares. Tipos de fratura: Consolidação: A consolidação óssea é um processo de estabilização gradativa dos fragmentos ósseos fraturados. ➔ Fase 1 - Inflamatória: Leva de 4 a 5 dias, durante esse estágio há formação de hematoma e de matéria resultante do processo inflamatório. ocorre uma necrose óssea perto das extremidades dos fragmentos da fratura, com vasodilatação e hiperemia nas partes moles que circundam a fratura. ➔ Fase 2 - Calo mole: Essa fase proliferativa se inicia cerca de 7 dias após a fratura ocorre a presença da matriz óssea não mineralizada, a presença de tecido de granulação e osteoblastos, a formação do calo mole se inicia aproximadamente três semanas após a fratura. ➔ Fase 3 - Calo duro: Quando as extremidades da fratura estão unidas pelo calo mole, se inicia o estágio do calo duro. Nessa fase os fragmentos estão firmemente unidos por uma neoformação óssea, que se inicia de 15 a 30 dias e termina 3 ou 4 meses após a fratura. alem da presença de osteoblastos, osteoclastos, matriz óssea e hidroxiapatita. ➔ Fase 4 - Remodelação: Se inicia quando a fratura já está solidamente unida. Essa fase tem duração de alguns meses ou até anos. Osteogênese Imperfeita (OI) Incidência incidência de cerca de 1 em cada 21.000 nascidos. Definição e Características A doença é caracterizada por uma disfunção genética do colágeno tipo I, causando fragilidade óssea, que pode levar a fraturas frequentes, deformidades e baixa estatura. As pessoas com OI também podem apresentar problemas dentários, audição prejudicada, esclera azulada, ossos curvados e problemas respiratórios. A doença NÃO atinge nem diminui a capacidade intelectual da pessoa. Fisiologia A fisiologia da OI está relacionada a um defeito na síntese de colágeno, uma proteína essencial para a resistência e a elasticidade dos ossos. Com isso, os ossos se tornam frágeis e propensos a fraturas. Quadro clínico O quadro clínico da OI varia desde casos leves até formas graves, sendo que as fraturas são a principal manifestação clínica da doença. Além disso, os pacientes com OI podem apresentar deformidades ósseas, como a cifoescoliose, fraturas intra-útero, nanismo e problemas respiratórios, como a hipoplasia pulmonar. Função da Fisioterapia na OI A fisioterapia é uma importante intervenção no tratamento da OI, pois busca melhorar a força muscular, a mobilidade articular e prevenir as fraturas. Afisioterapia deve: ● Incentivar e orientar o contato dos pais com a criança. ● Promover a deambulação. ● Tratar e prevenir contraturas posicionais e deformidades. ● Diminuir quadro álgico. ● Fortalecimento muscular. ● Promover e manter as atividades de vida diária ● Obter independência, confiança e estabilidade nos movimentos. ● Avaliação constante do paciente. Tratamento O tratamento da OI é feito com medicamentos, que reduzem o risco de fraturas e melhoram a densidade óssea, cirurgias podem ser necessárias em casos graves para corrigir deformidades ósseas e tratamento fisioterapêutico, hidroterapia e terapia ocupacional. A hidroterapia naOI Os exercícios realizados na hidroterapia são específicos para as necessidades do paciente com OI, como exercícios de fortalecimento muscular, equilíbrio e coordenação e alongamento. A água proporciona uma resistência natural, o que torna os exercícios mais desafiadores e eficazes. a água ajuda a amortecer as quedas e reduzir o impacto nos ossos. Isso torna a hidroterapia uma forma de exercício de baixo impacto. É importante ressaltar que o tratamento fisioterapêutico com hidroterapia para pacientes com OI deve ser individualizado e adaptado às necessidades específicas de cada paciente, levando em consideração o tipo e a gravidade da doença. Principais problemas e complicações Entre os principais problemas e complicações da OI estão as deformidades ósseas, as limitações funcionais, a dor crônica, as fraturas de repetição e a osteoporose. É importante que os pacientes com OI tenham um acompanhamento médico regular e multidisciplinar para o manejo da doença. ● Dificuldade para diagnosticar. ● Dificuldade com transportes públicos. ● Desconhecimento dos profissionais de saúde quanto a OI. Fraturas em Idosos Causas Os idosos estão mais propícios às fraturas devido às quedas, em consequência de fatores como: ● falta de atenção ● alterações do equilíbrio ● demência, entre outros Fraturas típicas em idosos ● Fêmur ● região distal do rádio ● região proximal do úmero ● compressão vertebral. Alterações no sistema muscular À medida que envelhecemos, nosso sistema muscular sofre alterações como a sarcopenia que podem afetar a capacidade de manter o equilíbrio e a força muscular, o que aumenta o risco de quedas e, consequentemente, de fraturas. Classificação das fraturas expostas Classificação: ● Grau 1: Ocorre uma fratura com pequena extensão de lesão significativa de partes moles, com pouca exposição dos fragmentos ósseos. ● Grau 2: Ocorre uma fratura, associada com lesão significativa de partes moles e uma maior exposição dos fragmentos ósseos, podendo ou não ter alguma lesão de estruturas nobres; ● Grau 3: Ocorre fratura associada com grande lesão de partes moles, promovendo uma grande exposição de fragmentos ósseos e lesão de estruturasnobres. Infecções Osteomielite: ocorre quando existe contato do meio interno com o meio externo, por mais de seis horas na fratura exposta ou por má assepsia no uso do fixador externo, principalmente os pacientes que foram liberados para sair à rua. Complicações pós fratura Consolidação Viciosa O termo consolidação viciosa é aplicado para caracterizar um osso que foi consolidado em posição errada. Pseudoartrose Se o processo de cicatrização for insatisfatório, as extremidades ósseas não se unem e continuam separadas. Este é um problema grave quando envolve ossos de sustentação do corpo. Atrofia deDesuso As modificações do tecido muscular relacionadas com a imobilização resultam da posição em que a musculatura permaneceu durante o tempo. Assim como o tecido muscular é plástico, ou seja, pode se alterar dependendo das circunstâncias do meio, as fibras musculares, que ficam em posição de encurtamento, experimentam perda de sarcômeros em série e o tecido conjuntivo aumenta. Síndrome do imobilismo A síndrome do imobilismo é caracterizada por um conjunto de variações que ocorrem no indivíduo acamado ou imobilizado por algum recurso em um período prolongado. Tratamento fisioterapêutico O tratamento pode ser realizado o mais precoce possível (normalmente após 48h). ➔ Anamnese ➔ Análise dos grupamentos musculares envolvidos; ➔ Verificação dos arcos de movimentos das articulações adjacentes à fratura/fixador; ➔ Verificação dos pontos dolorosos locais; ➔ Verificação da presença de edema na região ou extremidade adjacente; ➔ Observar a área próxima à fratura/pino/fixador para verificar se existe presença de infecção. Eletroterapia: Correntes de baixa frequência quando utilizadas sobre o grupamento muscular, não promovem transferência com o metal de transfixação. Hidroterapia: A terapia aquática utilizando a cinesioterapia pode ser benéfica e acelerar o processo de cicatrização do paciente, desde que o paciente proteja os orifícios ou que já tenha realizado a retirada do fixador. Manipulação passiva: Devem ser realizadas em determinadas situações para melhorar a mobilidade e a elasticidade de partes moles. Contra indicações ● Se o paciente fizer uso de prótese metálica, não realizará uso de calor profundo no local. ● Deve-se evitar manipular o fixador externo. ● Se durante a manipulação do segmento que faz uso de fixador, se observar qualquer deslocamento do fixador, principalmente se acompanhada de dor, deve-se encaminhar o paciente ao médico responsável com o relato. ● Em casos de infecções, pode durante a cinesioterapia, ocorrer escape de exsudato pelos orifícios, isso (caso não tenha dor), não impede o trabalho da cinesioterapia. Ciclo de Marcha O ciclo da marcha é o intervalo de tempo ou sequência de movimentos que ocorrem entre dois contatos iniciais consecutivos do mesmo pé. Para cada pé, o ciclo da marcha apresenta duas fases: fase de apoio (60 a 65% do ciclo), e fase de balanço (30 a 40% do ciclo). Avaliação Cinesiofuncional Os testes especiais em ortopedia são usados na clínica para auxiliar a identificar os possíveis locais causadores de algias e as alterações nas estruturas músculo-esqueléticas, sendo estes complementares para uma eficiente avaliação, com precisão para um correto diagnóstico cinético-funcional. MMSS Teste de jobe É um teste realizado para avaliar a integridade dos músculos do manguito rotador do ombro. O paciente é solicitado a manter o braço estendido para a frente e para o lado, enquanto o examinador aplica resistência durante a tentativa de rotação externa e abdução do ombro. Teste de cozen é um teste utilizado para avaliar a presença de síndrome do túnel do carpo. O paciente é solicitado a fazer uma pinça com o polegar e o dedo indicador, enquanto o examinador aplica resistência. O teste é considerado positivo se houver dor ou fraqueza no punho. Teste de yergason É um teste utilizado para avaliar a integridade da cabeça longa do bíceps. O paciente é solicitado a manter o braço estendido e o cotovelo fletido a 90 graus, enquanto o examinador aplica resistência durante a tentativa de supinação e flexão do cotovelo. MMII Teste de estresse em valgo e varo É um teste realizado para avaliar a estabilidade do joelho. O paciente é solicitado a deitar-se de costas e o examinador aplica uma força lateral no joelho, empurrando-o para dentro (valgo) ou para fora (varo). O teste é considerado positivo se houver instabilidade do joelho. Teste de compressão de apley É um teste utilizado para avaliar a presença de lesões meniscais do joelho. O paciente é solicitado a deitar-se de bruços, enquanto o examinador aplica uma pressão no pé do paciente, girando-o em direções opostas enquanto flexiona e estende o joelho. O teste é considerado positivo se houver dor ou crepitação no joelho. Teste de gaveta anterior É um teste utilizado para avaliar a integridade do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho. O paciente é solicitado a sentar-se com o joelho flexionado a 90 graus, enquanto o examinador segura a tíbia e aplica uma força anterior, tentando deslocá-la em relação ao fêmur. O teste é considerado positivo se houver instabilidade do joelho. Coluna vertebral Teste Spurling É um teste ortopédico realizado para avaliar a presença de compressão nervosa na coluna cervical. O paciente senta-se com o pescoço estendido e o examinador aplica uma pressão descendente na cabeça do paciente. O objetivo é reproduzir a dor no pescoço ou a irradiação da dor para o braço que é característica da compressão nervosa. Se o paciente apresentar dor, formigamento ou fraqueza, pode indicar a presença de compressão nervosa. Teste Adson É um teste ortopédico realizado para avaliar a presença de compressão ou estenose arterial na região do ombro. O paciente senta-se com o braço abduzido e o cotovelo estendido. O examinador localiza o pulso radial do paciente e pede para que ele inspire profundamente e prenda a respiração. Enquanto isso, o examinador rota a cabeça do paciente para o lado e eleva o braço do paciente para trás. Se houver diminuição ou desaparecimento do pulso radial, pode indicar compressão ou estenose arterial. Teste Lasegue É um teste ortopédico utilizado para avaliar a presença de dor ciática. O paciente está deitado de costas e o examinador levanta a perna do paciente até um ângulo de 45 graus, mantendo o joelho estendido. Se houver dor irradiando para a perna, pode indicar a presença de compressão nervosa na coluna lombar. Teste Thomas É um teste ortopédico utilizado para avaliar a presença de contratura do músculo iliopsoas. O paciente deita-se de costas na maca com as pernas penduradas. O examinador segura a perna do paciente que está pendurada e leva o joelho até o peito. Se a perna do outro lado levanta-se do leito, pode indicar a presença de contratura do músculo iliopsoas.
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