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Derivada Direcional e Vetor Gradiente Prof. Patricio Pérez Licenciatura em Matemática / DMAT April 24, 2022 Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 1 Introdução Nesta oportunidade vamos verificar uma generalização da definição das Derivadas Parciais, chamada Derivada Direcional. Observemos que, temos estudado as derivadas parciais em relação a x e em relação a y. Poderiamos dizer, estudamos as derivadas parciais na direção de x e na direção de y. A indagação natural é perguntar-se se é possı́vel fazé-lo em qualquer direção. Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 2 Veremos através desta derivada direcional que é possı́vel calcular a derivada em qualquer direção. Além disso, estaremos estudando um conceito muito importante e que tem muitas aplicações em diversas áreas chamado Vetor Gradiente. Este vetor é uma especie de Vetor Derivada da superfı́cie z = f (x, y). Como antes a maior parte do tempo definiremos os conceitos para funções de duas variáveis, que podem-se generalizar para um número finito de variáveis. Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 3 Derivada Direcional Vamos generalizar a definição de Derivada Parcial, a fim de obter uma Taxa de Variação de uma função em relação a qualquer direção e sentido. Lembremos inicialmente a definição de derivada parcial de f , em relação a x e em relação a y, dadas respectivamente por: fx = lim h→0 f (x + h, y)− f (x, y) h fy = lim h→0 f (x, y + h)− f (x, y) h Na definição a seguir extenderemos a noção de Derivada Parcial de f . Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 4 Derivada Direcional Seja f uma função de duas variáveis, P = (x0, y0) um ponto qualquer que está no domı́nio e −→u = (a, b) um Vetor Unitário que faz um ângulo θ com a parte positiva do eixo x. Isto é, −→u = (a, b) = (Cosθ,Senθ) Então a Derivada Direcional de f na direção de −→u , denotada por D−→u f é definida por: D−→u f = lim h→0 f (x + h Cosθ, y + h Senθ)− f (x, y) h (?) se o limite existir. Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 5 Observação As derivadas fx e fy são exatamente as derivadas direcionais na direção do eixo x e do eixo y, respectivamente. De fato, na direção do eixo x temos que: −→u = (Cos 00,Sen 00) = (1,0) Substituindo esses valores na definição (?), obtemos que: D−→u f = lim h→0 f (x + h, y)− f (x, y) h = fx Analogamente, na direção do eixo y temos que: Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 6 −→u = (Cos 900,Sen 900) = (0,1) Substituindo esses valores na definição obtemos que D−→u f = lim h→0 f (x, y + h)− f (x, y) h = fy Interpretação Geométrica Como fizemos para as derivadas parciais, vamos supor que um plano na direção de −→u intercepta a superfı́cie S, dada por z = f (x, y). Obtemos a curva C. Sendo P ∈ S em C, então a inclinação da reta tangente T à curva C no ponto P é dada por D−→u f . Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 7 Interpretação Geométrica da Derivada Direcional Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 8 Exemplo 1.- Encontre a derivada direcional de f (x, y) = 3x2 − y2 + 4x, na direção θ = π/6. Assim, Calculemos primeiro o vetor −→u = (Cosθ,Senθ) para θ = π/6. Isto é: −→u = (Cos π/6,Sen π/6) = ( √ 3 2 , 1 2) Então, pela definição, temos que: D−→u f = lim h→0 f (x + h Cos π/6, y + h Sen π/6)− f (x, y) h = lim h→0 f (x + √ 3h 2 , y + h 2 )− f (x, y) h Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 9 = lim h→0 3(x + √ 3h 2 ) 2 − (y + h2 ) 2 + 4(x + √ 3h 2 )− (3x 2 − y2 + 4x) h = lim h→0 3(x + √ 3h 2 ) 2 − (y + h2 ) 2 + 4x + 2 √ 3h − 3x2 + y2 − 4x h = lim h→0 3(x + √ 3h 2 ) 2 − y2 − hy− h24 + 2 √ 3h − 3x2 + y2 h = lim h→0 3x2 + 3 √ 3hx + 9h 2 4 − hy− h2 4 + 2 √ 3h − 3x2 h = lim h→0 3 √ 3hx + 9h 2 4 − hy− h2 4 + 2 √ 3h h = lim h→0 h ( 3 √ 3x + 9h4 − y− h 4 + 2 √ 3 ) h = lim h→0 ( 3 √ 3x + 9h 4 − y− h 4 + 2 √ 3 ) = 3 √ 3x − y + 2 √ 3 Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 10 Fórmula da Derivada Direcional Sem muitas dificuldades é possivel verificar a seguinte fórmula: D−→u f (x, y) = fx(x, y) · Cosθ + fy(x, y) · Senθ (??) Exemplo 2.- Use a fórmula (??) e calcule D−→u f para a função do exemplo (1), dada por f (x, y) = 3x2 − y2 + 4x, para θ = π/6. Assim, Como fx = 6x + 4 e fy = −2y então: D−→u f (x, y) = fx(x, y) · Cosθ + fy(x, y) · Senθ = (6x + 4) · Cosπ6 + (−2y) · Sen π 6 = (6x + 4) · √ 3 2 + (−2y) · 1 2 = 3 √ 3x − y + 2 √ 3 Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 11 Vetor Gradiente Dada uma funçao f de duas variáveis, definimos o Vetor Gradiente de f por: −→ ∇f (x, y) = fx(x, y)̂i + fy(x, y)̂j = (fx , fy) (?3) Isto é, o vetor gradiente é um vetor onde cada uma das suas componentes é a derivada parcial de f na variável correspondente. Exemplo 3.- Calcule o vetor gradiente da função: g(x, y) = ln( √ x2 + y2). Assim, Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 12 −→ ∇g(x, y) = gx(x, y)̂i + gy(x, y)̂j = (gx , gy) = 1√ x2 + y2 1 2 √ x2 + y2 2x î + 1√ x2 + y2 1 2 √ x2 + y2 2y ĵ = x x2 + y2 î + y x2 + y2 ĵ = ( x x2 + y2 , y x2 + y2 ) Observações (1) Como o vetor unitário é dado por −→u = Cosθ î + Senθ̂j e pela fórmula (??) da Derivada Direcional, temos que: D−→u f (x, y) = fx(x, y) · Cosθ + fy(x, y) · Senθ D−→u f (x, y) = (fx(x, y), fy(x, y)) · (Cosθ,Senθ) D−→u f (x, y) = −→ ∇f (x, y) · −→u (?4) Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 13 Ou seja, o vetor gradiente pode ser usado para calcular a derivada direcional. (2) Se lembramos da Álgebra Linear, sabemos que uma forma de definir produto interno entre dois veotores é: < v,w >= v ·w = ‖v‖ · ‖w‖ · Cosθ onde θ é o ângulo entre os vetores v e w. Portanto, • A função aumenta mais rapidamente quando Cosθ = 1, ou seja, θ = 0 e −→u é a direção de −→ ∇f . Isto é, a função f cresce mais rapidamente na direção do gradiente −→ ∇f . Logo, a derivada nessa direção é: D−→u f (x, y) = ‖ −→ ∇f (x, y)‖ · ‖−→u ‖ · Cos(0) D−→u f (x, y) = ‖ −→ ∇f (x, y)‖ Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 14 • Analogamente, f decresce mais rapidamente quando Cosθ = −1, ou seja, θ = π e −→u é a direção de − −→ ∇f . Isto é, a função f decresce mais rapidamente na direção oposta do gradiente, quer dizer − −→ ∇f . Logo, a derivada nessa direção é: D−→u f (x, y) = ‖ −→ ∇f (x, y)‖ · ‖−→u ‖ · Cos(π) D−→u f (x, y) = −‖ −→ ∇f (x, y)‖ • Qualquer direção −→u ortogonal ao gradiente −→ ∇f 6= 0 é uma direção de variação zero em f , já que θ = π2 . Portanto, a derivada nessa direção é: D−→u f (x, y) = ‖ −→ ∇f (x, y)‖ · ‖−→u ‖ · Cos(π2 ) D−→u f (x, y) = ‖ −→ ∇f (x, y)‖ · 0 = 0 Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 15 (3) Para uma superfı́cie S definida pela equação F(x, y, z) = 0, a equação do Plano Tangente no ponto P0 = (x0, y0, z0) é dada por: Fx(x0, y0, z0)(x−x0)+Fy(x0, y0, z0)(y−y0)+Fz(x0,y0, z0)(z−z0) = 0 Ou equivalentemente, (Fx(x0, y0, z0),Fy(x0, y0, z0),Fz(x0, y0, z0))(x−x0, y−y0, z−z0) = 0 Isto é, −→ ∇F(x0, y0, z0) · (x − x0, y− y0, z − z0) = 0 onde Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 16 (x − x0, y− y0, z − z0) = −→r −−→r0 = −−→ P0P sendo −→r o vetor posição de P e −→r0 o vetor posição de P0. A equação do plano tangente á superf́ıcie F(x, y, z) = 0 em P0 é: −→ ∇F(x0, y0, z0) · (x − x0, y− y0, z − z0) = 0 (?5) (4) Podemos calcular a equação da Reta Normal −→n à superfı́cie S : F(x, y, z) = 0, em P0, dada pelas equações simétricas: x − x0 Fx(x0, y0, z0) = y− y0 Fy(x0, y0, z0) = z − z0 Fz(x0, y0, z0) (?6) Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 17 Plano Tangente T a S : F(x, y, z) = 0 em P0 Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 18 Exemplo 4.- A temperatura T em graus Celsius, em um ponto (x, y) de uma placa de metal aquecida é dada por: T = 300x2+y2+3 , onde x e y são medidas em centı́metros. Responda: (a) Que direção tomar a partir do ponto (−4,3), para que T aumente mais rapidamente? (b) Qual a velocidade de aumento de T quando alguém se move a partir do ponto (−4,3) na direção encontrada em (a)? Solução: (a) Primeiramente calculemos o gradiente de T , dado por (?3): Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 19 −→ ∇T = Tx î + Tŷj = −600x (x2 + y2 + 3)2 î + −600y (x2 + y2 + 3)2 ĵ Calculemos agora este gradiente no ponto dado (−4,3). Assim, −→ ∇T(−4,3) = −600(−4) ((−4)2 + 32 + 3)2 î + −600(3) ((−4)2 + 32 + 3)2 ĵ = ( 2400 784 ,−1800 784 ) Calculemos agora ‖ −→ ∇T(−4,3)‖, dado por: Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 20 ‖ −→ ∇T(−4,3)‖ = √( 2400 784 )2 + ( −1800 784 )2 = 3000 784 = 375 98 Vimos na observação (2) que o aumento máximo se obtém na direção −→u = −→ ∇T ‖ −→ ∇T‖ . Portanto, −→u = −→ ∇T(−4,3) ‖ −→ ∇T(−4,3)‖ = ( 2400 784 ,− 1800 784 ) 375 98 = ( 2400 784 · 98 375 ,−1800 784 · 98 375 ) = ( 4 5 ,−3 5 ) Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 21 Isto é, −→u = ( 4 5 ,− 3 5 ) (b) A partir de (−4,3) na direção de −→u , obtemos uma taxa instantânea de variação dada por: D−→u T(−4,3) = ‖ −→ ∇T(−4,3)‖ = 37598 ≈ 3,83. Ou seja, a partir do ponto (−4,3), a direção onde a temperatura T cresce mais rapidamente é −→u = ( 4 5 ,− 3 5 ) Além disso, quando nos movemos a partir de (−4,3), na direção de −→u = ( 4 5 ,− 3 5 ) , a temperatura cresce a uma velocidade de D−→u T(−4,3) ≈ 3,830C/min Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 22 Exemplo 5.- Calcule no ponto P0 = (−2,1,−3) a equação do plano tangente e a equação da reta normal para a elipsoide: x2 4 + y2 1 + z2 9 = 3 Primeiramente consideramos a equação que representa a superfı́cie, dada por: F(x, y, z) = x2 4 + y2 1 + z2 9 − 3 = 0 Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 23 Então, o seu gradiente definido pela fórmula (?3), como F é uma função de três variáveis, fica dado por: −→ ∇F = (Fx ,Fy,Fz) = Fx î + Fy ĵ + Fz k̂ = ( x 2 ,2y, 2z 9 ) = x 2 î + 2y ĵ + 2z 9 k̂ Calculando o gradiente no ponto P0 = (−2,1,−3), temos que: −→ ∇F(−2,1,−3) = −2 2 î + 2 ĵ + 2(−3) 9 k̂ = (−1) î + 2 ĵ − 2 3 k̂ Portanto, a equação do plano tangente, dada por (?5), neste caso tem a equação: Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 24 (−1)(x − (−2)) + 2(y− 1) + ( −2 3 ) (z − (−3)) = 0 Ou seja, 3x − 6y + 2z + 18 = 0 Da mesma forma, a equação da reta normal dada por (?6), neste caso é dada por: x − (−2) (−1) = y− 1 2 = z − (−3)( −23 ) Ou seja, x + 2 −1 = y− 1 2 = 3z + 9 −2 Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 25 Observação Ainda tem muitas outras aplicações e propriedades que podemos estudar, como por exemplo o Máximo e Mı́nimo de uma função de várias variáveis. Este será o assunto da nossa próxima aula. !!! QUE JESUS ILUMINE SUA VIDA. !!! Prof. Patricio patricioeada@yahoo.com.br Licenciatura em Matemática / DMAT Derivada Direcional e Vetor Gradiente 26
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