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O reticulócito é a hemácia sem núcleo e não madura. Eritropoetina, percebe que a concentração de O2 está baixa pelo aparelho justaglomerular, e esse hormônio estimula a célula a produzir hemácias. Na DPOC tem a maior produção de eritropoetina. Eritropoese É o nome dado ao processo da produção das hemácias. Existem duas substâncias que participam do processo de controle da eritropoese, a eritropoetina e a transferrina. Síndromes anêmicas Conjuntos de sinais e sintomas a diversas doenças. Aguda: vai contar a história mais pontualmente, por exemplo, faz duas semanas que estou com cansaço. Crônica: não lembra exatamente quando começou a ter sintomas. Ex: tenta puxar uma data, por exemplo se foi no Natal que ele começou a ficar assim, ou no Carnaval. O diagnóstico é clínico, ou seja com exame físico e uma anamnese bem coletada, mas pode ser solicitado exames. O exame físico geral vai ser avaliado com coloração de pele e mucosa. Anamnese Duração dos sintomas, sintomas associados (anemia é a patologia principal? Ou o sintoma de outra condição?), histórico familiar, história fisiológica (mulheres que estão há meses menstruando). Sintomas de anemias ▪ Palidez: deve-se verificar as mucosas. Além disso, verificar se o paciente tem sintomas associados como taquicardia e palpitações. O paciente com anemia crônica não se apresenta taquicárdico, porque o corpo já adaptou só vai ter taquicardia em situações de mais esforços. Olhar a mucosa ocular olhar bem próximo da beira do globo ocular. Verificar as palmas das mãos e pressionar a linha para ver se muda (não tem fundamento clínico mas, os pacientes gostam). Verificar o frenulo da língua. ▪ Icterícia: principalmente em anemias hemoliticas. Verificar presença de hepatopatia e dosar BI e BD, total e frações. ▪ Astenia: pode ser súbita ou insidiosa, quando mais progressiva indica mais para anemias carenciais. Nas crianças é comum observar queda do rendimento escolar. Síndrome anêmica crônica O valor da hemoglobina pode ser baixo e o paciente pouco sintomático. Está associada a anemias carenciais. Dispneia aos grandes esforços. Pode ter astenia, sonolência, desânimo e dificuldade de concentração, se a anemia é mais grave pode se comportar como uma síndrome anêmica aguda. Se os valores de hemoglobina forem menores que 8g/dL o paciente pode abrir um quadro de sintomatologia aguda. O paciente não vai apresentar muitos sintomas devido aos mecanismos compensatórios como aumento do débito cardíaco e o aumento do 2,3 DPG (faz com que o O2 solte mais facilmente da hemácia) e aumento da eritropoetina. Mecanismos compensatórios da anemia Dificilmente um Hb<8,0 ou um HTC<2% serão assintomáticos, mesmo com mecanismos compensatórios. Aumento do débito cardíaco, precórdio hiperdinamico e ICC de alto débito. Diminuição da afinidade ao O2 pelo aumento do 2,3DPG nas hemácias. Dentro da hemácia ela libera mais oxigênio e tem maior aporte de oxigênio aos tecidos. O aumento do DPG diminui a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. Se a função renal é normal, há aumento de eritropoetina acompanhada pelo aumento da produção. Anemias hipoproliferativas Um paciente vai ter anemia hipoproliferativa se a contagem de reticulocitos for baixa. Ocorre principalmente devido a anemias carenciais. Síndrome insidiosa, tem sintomas da síndrome anêmica crônica. Achado de exames Hb 10 ou Hb 11. Pode ter sintomas neurológicos, associação básica, relacionada com B12. Mas, pode ter associação com qualquer carência. Verificar desnutrição e hábitos alimentares (vegano ou vegetariano). Paciente pos bariátrica que não fez alimentação orientada. Padrão menstrual a fundo. Hematologia Para dizer que alguém tem anemia, precisa de pelo menos um hemograma. Verificar se já fez cirurgias (retirada de duodeno, jejuno, bariátrica). As vezes também, os pacientes não estão tendo absorção de nutrientes. Histórico social, verificar se o paciente não é etilista crônico, que substitui alimentação por bebidas. Vamos observar queilite angular, coiloniquia (unha em formato de colher diagnóstico diferencial de onicomicose), língua onigodistrofia, língua despapilada. Pica (perversão do paladar- ferropriva) vontade de comer terra e gelo. Devemos explorar a menstruação da mulher: não perguntar se é normal. Sendo 7 dias de fluxo, com os 2 primeiros dias mais intensos. Perguntar a quantidade de pacotes de absorventes, e se é regular. Anemia carencial por bebida: o ácido fólico se esgota em cerca de 6 semanas. Anemia carencial por veganismo ou vegetarianismo: B12, vai ter sintomas neurológicos. Cirurgia bariátrica: deficiência de B12, e pode fazer anemia ferropriva. Síndrome anêmica aguda Sintomatologia bem ampla. Relacionado com anemias hemoliticas. Anemia hiperproliferativa Vai ser com alta contagem de reticulocitos. Sangramento agudo: taquicárdico inclusive no repouso, dispneia aos mínimos esforços, precórdio hiperdinamico (taquicardia, ictus palpável com um sopro sistólico de ejeção apenas porque o coração está batendo mais forte). Sintomas relacionados ao sangue que foi eliminado. Um paciente que perde 750ml de sangue, não expressa sintomas muito relevantes, apenas uma ansiedade. Una perda entre 750-1500ml já causa taquicardia, um aumento de frequência respiratória, uma pressão de pulso diminuída. Acima de 2000ml o paciente pode entrar em choque cardiogênico. 1) Anemia hemolítica: icterícia. Coloração amarelada de pele e mucosas, pela destruição de hemácias. Aparece em hepatopatia. O exame é pedido como bilirrubina total e frações. Icterícia subestima o grau de anemia que não consegue ver quão pálida a pessoa está. No sistema retículo endotelial no baço ou fígado, quando ela é destruída libera a hemoglobina, em globina e heme (biliverdina- bilirrubina indireta cai na circulação chega no fígado) quando ela entra no hepatocito ela é conjugada e vira bilirrubina direta. O hepatopata não consegue excretar a bilirrubina. Vai ter sobrecarga de bilirrubina indireta, a icterícia é mais discreta que vias biliares. Tomar cuidado com bronzeamento artificial. Pacientes com hemorragia aguda são pacientes de cirurgia geral. Podem ter anemias hemoliticas adquiridas e as hereditárias. Quando são adquiridas, anemia hemolítica autoimune, verificar se o paciente tem algum fator de risco, como doenças autoimune, ou doenças infeciosas hepatite B e C. Nesse caso a histórico familiar não ajuda no quadro clínico. O quadro clínico autoimune são mulheres jovens, apenas estatisticamente falando e gestantes. Medicação, antipsicóticos, antidepressivos e antibioticos. Doenças hereditárias: histórico familiar, geralmente os pacientes são cronicamente anêmicos (ex: falciforme). Quadro clínico hereditário, necessidade de transfusão prévia. Colocar na histórica médica pregressa. São síndromes anêmicas crônicas com períodos e agudizacao. 2) Anemias hereditárias: Talassemia: face em esquilo. Está o tempo inteiro lisando hemácia, os ossos estão produzindo hemácia o tempo todo, até como os ossos da calota craniana. Por isso vai ter deformação da calota craniana. Falciforme: ictérico, população preta (regiões do Brasil que apresentam maiores populações de escravos como genes da África Subsaariana), como no Rio de Janeiro e algumas regiões da Bahia. Não apresentam mais baço (deu tantos problemas que acabou sendo retirado). As crianças apresentam esplenomegalia. Eritrograma É o exame responsável pela quantificação de toda a série vermelha do sangue. Ele apresenta sete parâmetros, a partir dos quais é possível dizer se o paciente tem anemia ou não, são eles: total de hemácias, hemoglobina, hematócrito, VCM, HCM, CHCM e RDW. • Eritrocitos ou total de hemácias: total de hemácias naquela amostra, se reduz o número total de hemácias, pode indicar anemia. A hemácia é a célularesponsável pelo transporte de hemoglobina, a célula melhor adaptada para o transporte de oxigênio. Carreia o oxigênio sem ter dano da própria molécula. A hemácia é um disco bicôncavo. As funções da hemácia são otimizadas por esse formato. As vezes as hemácias podem ter alterações de forma sendo patológicas. Sendo um disco bicôncavo ela pode ser flexível e isso aumenta a área de superfície. Quando essa hemácia perde essa flexibilidade dela, é o envelhecimento, vai ser retirada da periferia, esse processo vai ser chamado de hemocaterese, o corpo percebe isso pela perda da flexibilidade da hemácia, entre os capilares ela vai passar e vai para o terceiro espaço, entra em contato com os macrofagos do sistema retículo endotelial, é degradada e isso ocorre em cerca de 120 dias. Principalmente os macrofagos esplênicos que vão realizar o processo de hemocatarese. Dentro da hemácia tem muita hemoglobina, ela é dividida em globina e heme e cada um vai para seu lugar. • Hemoglobina: tetrâmero de globina, 4 cadeias de globina ligada a um grupo heme, a combinação dessas diferentes cadeias de globina vai fazer os tipos específicos de hemoglobina. Podemos ter as hemoglobinas variantes como por exemplo a hemoglobina falciforme. Lembrando que o grupo heme é o ferro, ferroso, ligado ao O2. Hemoglobinas: HbA1: 2 alfa + 2 beta HbA2: 2 alfa+ 2 delta HbF: 2 alfa + 2 gama Podemos fazer um exame chamado de eletroforese de hemoglobina, que mostra quais cadeias de hemoglobina formam o perfil do paciente. • Hematócrito: fração de hemácias após centrifugação. Tubinho roxo. Coleta o sangue e coloca na centrifuga, separando o componente sólido e líquido. Camada de células vermelhas (hemácias), camada leucoplaquetaria e a parte líquida. Vai ter uma fração padrão, eritrócitos são 45%. Ou seja, é uma fração, e isso se for mudado pode indicar alguma patologia. Lembrando que na centrifugação, vamos ter 3 fases, as hemácias, os leucócitos e plaquetas e o plasma. Quando tem anemia, diminui a quantidade de células vermelhas, se tiver aumento da parte líquida pode ser um paciente nefropata, uma paciente grávida. E se diminui a fração de plasma em proporção vai ter o aumento da quantidade de eritrocitos, isso é chamado de hemoconcentração. Não é ideal utilizar o hematócrito para dar diagnóstico de anemia, e sim as hemácias. A hemoglobina é mais fidedigna sempre. Podemos ter índices no eritrograma para classificar a anemia com tamanho, cor e variação de tamanho. • VCM (volume corpuscular médio): diz em relação ao tamanho das hemácias, vai ser uma média. Verifica se as hemácias estão macrociticas, normocitica ou microcitica. As hemácias são mais ou menos do tamanho de um linfócito maduro. Lembrar sempre que é a média. Se tivermos hemácias muito grande e na outra metade muito pequenas podemos ter uma situação que se normaliza, sendo classificada como normocitica. O tamanho médio do total (normal= 80-100fl). • HCM e CHCM: esses índices falam mais ou menos a mesma coisa, falam em relação a cor da hemácia, a quantidade de hemoglobina. A diferença entre HCM e CHCM é a unidade de medida que cada um usa, o HCM usa picograma , e o CHCM e gramas por decilitro. Mas o HCM é mais sensível que o CHCM. Hipocromica, normocromica, hipercrômica. O normal é uma parte em branco e o resto em rosinha, um terço branco. Esses valores também são uma média. • RDW (índice de anisocitose): é um índice que avalia a variação de tamanho das hemácias, esse é dito normal quando há pouca variação de tamanho entre as hemácias, e aumentado quando essas células tem tamanhos muito diferentes entre si. Os valores de RDW diminuídos não tem valor clínico, mas sim indicam que a análise do exame não foi bem feita. Existe um índice que costuma caminhar com a anisocitose, que é a poiquilocitose (analisa a variação de forma das hemácias.). Anisocitose: variação do tamanho da hemácia. Poiquilocitose: variação a forma da hemácia. Normalmente esses dois andam juntos com alteração da forma e do tamanho. Antes de diagnosticar um paciente com anemia, deve-se olhar as outras séries do hemograma, que podem estar alteradas. Anemia + leucócitos baixos: bicitopenia Anemia+plaquetopenia + leucocitopenia: pancitopenia. Investigação da anemia: 1) Anamnese: questionar sobre os sintomas (anemia aguda ou crônicas) e quanto aos sintomas associados (a anemia é a doença principal ou parte de outra doença) e deve-se tirar uma história clínica completa. (HF, histórico menstrual…). 2) Classificar em relação ao VCM (normocitica, microcitica, macrocitica). 3) Analisar o RDW se está aumentado ou normal para ajudar no raciocínio clínico. Verificar a variação do tamanho das hemácias. 4) Classificar em relação ao HCM e CHCM, em normocromica, hipocromica ou hipercrômica. 5) Classificar em relação aos reticulocitos. LEMBRAR QUE ANEMIA = RETICULOCITOS, logo, deve-se classificar como hiperproliferativa (hemólise e sangramentos agudos) ou hipoproliferativa (carenciais e ferropriva). Obs: as anemias carenciais e por doenças crônicas costumam ser hipoproliferativas, enquanto que os sangramentos agudos e as anemias hemoliticas costumam ser hiperproliferativa. 6) Analisar as outras séries para ver se bicitopenia ou pancitopenia. 7) Solicitar, se desejado (não é utilizado em todos os casos), um esfregaço de sangue periférico. Principais anemias e diagnósticos diferenciais • Anemia microcitica, hipocromica e hipoproliferativa: pode tratar-se de uma anemia ferropriva (a mais comum) ou de uma anemia por doença crônica-> é importante investigas as duas etiologias. o Anemia ferropriva: solicitar um perfil de ferro (ferro sérico, ferritina, transferrina, índice de saturação de transferrina e TIBC). o Anemia de doença crônica: avaliar perfil de ferro, função renal, marcadores inflamatórios e o que mais for pertinente de acordo com a história clínica). • Anemia microcitica, hipocromica e hiperproliferativa: trata-se obrigatoriamente de uma talassemia (um tipo de anemia hemolítica hereditária), mas está pode ser do tipo alfa ou do tipo beta, sendo importante investigar ambos por meio de eleroforese de hemoglobina. o Talassemia alfa: a eletroforese mostra Hb Bart na infância e torna difícil a visualização da hemoglobina H na fase adulta. o Talassemia beta: a eletroforese mostra traço minor, intermedia ou major. • Anemia normocitica, normocromica e hipoproliferativa: também é indicativo de anemias ferropriva ou por doenças crônicas, ou ainda de anemias megaloblasticas-> investigação dessa deve ser feita da mesma maneira que a micro, hipo, hipo, considerando a análise do perfil de ferro (ferritina, ferro sérico, transferrina, índice de saturação de transferrina e TIBC), e de outros marcadores pertinentes. Obs: esse, apesar de não ser o padrão mais característico da anemia ferropriva, é o mais comum na população. • Anemia normocitica, normocromica e hiperproliferativa: essa pode ser uma anemia hemolítica adquirida, uma anemia hemolítica hereditária (a mais comum é a falciforme) ou uma anemia por sangramento agudo -> a investigação deve contar com duas etapas. 1) Há uma história de sangramento agudo (ex: traumas, ou outros achados na história clínica), e sim, a causa da anemia provavelmente é esse sangramento, se não, essa anemia ainda deve ser hemolítica. 2) Diferenciar as anemias hemoliticas adquiridas das hereditárias -> de maneira geral, as adquiridas contam com sintomas agudos, enquanto que as hereditárias costumam apresentar- se com sintomas mais crônicos e HF presente, apesar disso, é preciso solicitar alguns exames para diferencia-las com certeza: - Provas de hemólise: bilirrubina, DHL e reticulocitos aumentados + aptoglobina diminuída: indicativos de que é anemia, mesmo hemolítica. - COOMBS direto: a positividade desseindica que existem componentes auto imunes presentes, o que é indicativo de anemia hemolítica adquirida. - Eletroforese de hemoglobina: esse geralmente é solicitada quando o COOMBS direto é negativo, de forma a investigar se a anemia hemolítica é hereditária. • Anemia macrocitica hipoproliferativa: essas são causadas por deficiência de B12 ou ácido fólico, etilismo, hepatopatia, hipotireoidismo ou síndrome mielodisplasica (SMD) – para investigar essas etiologias deve-se. - Entender se é deficiência de B12 e ou ácido fólico: para isso, investigar anemia megaloblastica, fenômeno da eritropoese ineficaz (situação em que há destruição das hemácias na própria medula) e o hábitos alimentares do paciente. - Entender se a causa é uma hepatopatia, etilismo, hipotireoidismo ou SMD: para isso, deve-se investigar a historia social, a idade e a realização de quimioterapia prévia e pedir as sorologias e a dosagem de TSH e de T4 livre. Obs: caso seja uma deficiência de B12 ou ácido fólico, é preciso diferencia-las. o Clinicamente, a deficiência de B12 costumar estar associada a sintomas neurológicos, além de ter relação com a história da doença de Crohn, anemia perniciosa ou cirurgia bariátrica, intestinal e com o próprio hábito alimentar (veganismo). o A deficiência de ácido fólico, por outro lado, não é acompanhada por sintomas neurológicos e costuma estar associada com hábito alimentar e social (sobretudo etilismo) e com a doença celíaca (que dificulta a absorção desse nutriente por causar inflamação do duodeno). • Anemia macrocitica hiperproliferativa: essa pode ocorrer por anemia hemolítica ou por sangramentos agudos -> investigar como na normo, normo e hiper. Anemias carenciais Síndrome anêmica crônica: anemia ferropriva. O valor do Hb pode ser baixo e o paciente pouco sintomático. Achados de anemia carencial (se essa for a causa), dispneia aos grandes esforços ou ausente. Se for uma anemia carencial mais grave pode parecer anemia aguda. Anemias carenciais: anemias hipoproliferativas, reticulócito baixos. Sempre verificar os índices hematimetricos. Pode ser microcitica e hipocromica, mais característico de ferropriva. Pode ser normo normo de doenças crônicas. Anemia carencial quadro clínico: crônico, paciente que relata cansaço há grande tempo, perca do rendimento escolar (crianças). Vai ter dispneia aos esforço, palpitação e taquicardia apenas aos esforços. Cansaço evidente, indisposição, tontura postural (quando o paciente esta deitado e quando levanta). Se o paciente já tem alguma doença clínica crônica, ele pode ter descompensação das doencas clínicas. Anemia oriunda da deficiência de ferro com prejuízo na síntese de hemoglobina e eritrocitos. Sangue periférico muito bagunçado, fabricação do sangue fica prejudicada. O RDW vai ser diferente e estranho, ou seja, diminuído. Anemia ferropriva É a anemia mais comum do planeta terra, principalmente se for mulher gestante e não gestante devido a menstruação. E crianças tem muita anemia ferropriva, por isso as crianças até 5 anos devem suplementar ferro, isso porque o sistema hematopoético está expandindo, e com isso, sempre há falta de ferro. Crianças fazem muita anemia ferropriva porque tem uma alimentação deficiente em ferro e elas apresentam muita demanda. E além isso, as crianças tem muita parasitose intestinal e acabam tendo anemia ferropriva secundária. Mulher jovem, devo pensar em menstruação, deve investigar o hábito de menstruação daquela mulher. Paciente jovem, parasitose intestinal, doença celíaca, doenças inflamatórias intestinais (Crohn e retocolite), dietas estranhas, só tem anemia ferropriva quem está sangrando cronicamente em algum lugar. Exceção a essa regra são gestante e crianças. Em idosos sempre pensa em câncer, é obrigatório pesquisar e vai ser câncer até que se prove o contrário. O metabolismo do ferro: grande parte está na hemoglobina, com 4 anéis de ferro. Outros locais que estarão o ferro, são ferritina, mioglobina e hemossiderina. Ferro absorção: enterocito, o ferro entra pela borda do enterocito, e para chegar na circulação ele tem que passar pela ferroportina e ser entregue para a circulação. A molécula de ferroportiana é regulada pela hepsidina, produzida no fígado, e vai regular a abertura da ferroportina. Quando temos pouco ferro sérico, vamos diminuir a produção hepsidina, para a transferrina transportar o ferro, quando temos muito ferro sérico, aumenta a quantidade de hepsidina produzida pelo fígado para que o ferro não entre no enterocito. O aumento de interleucinas em doenças crônicas, estimula a produção de hepsidina e bloqueia a absorção de ferro do intestino, e inibe a liberação de ferro dos estoques (ferritina). Isso ocorre em estados inflamatórios, além disso, não vai liberar o ferro estocado para as ferroportina. Nesse caso, em doenças crônicas vamos ter um ferro sérico diminuído, uma transferrina normal ou diminuída e a ferritina alta nos estoques. Absorção do ferro ocorre no duodeno e jejuno proximal. Se o paciente já tem um sangramento fisiológico pode evoluir com anemia ferropriva. Ferro ingerido não é totalmente absorvido, o máximo que conseguimos ingerir é 50% do ferro da nossa dieta. Uma vez a anemia está instalada não adianta comer alimentos com ferro. O ferro heme está na carne, é bem absorvido, o ferro não heme é aquele que não absorvemos tão bem, que é o ferro de vegetais (folhagens verde e beterraba). A dieta do brasileiro tem cerca de 5-10mg de ferro. 10ml de sangue contem cerca de 5mg de ferro. Assim, não precisa sangrar muito, pequenas quantidades de sangue já podem causar anemia. Tudo que tiver vitamina C estimula a absorção, pode ser laranja, acerola. Inibidores da absorção, produtos integrais, em geral inibem a absorção: coca cola, leite (vai dificultar), e alimentos derivados do leite, chá mate. Quem regula e protege o organismo da intoxicação pelo ferro é a mucosa intestinal. Hemocromatose é intoxicação por ferro. O máximo de absorção intestinal possível é de 50% do ferro ingerido. Perda crônica é a responsável principal pela diminuição de estoques. A ANEMIA FERROPRIVA É UM SINTOMA. O corpo reaproveita bastante ferro e não tem via de eliminação. A hemácia destruída no processo de hemocatarese tem todo seu ferro reaproveitado. Não existe via de eliminação ativa, e perde um pouco de ferro na descamação intestinal que ocorre a cada 5 dias. Anemia ferropriva é um sintoma, e se o paciente tem anemia ferropriva ele está sangrando cronicamente. Apresentação clínica e diagnostica Síndromes anêmicas crônicas, carenciais, anemia ferropriva. Sempre hipoproliferativa, pode ser normo normo, hipo micro, vai ser sempre de sangramento crônico, ou é criança ou gestante. Pode ser por parasitose, doenças inflamatórias intestinais, tumores gastrointestinais, úlceras, perdas menstruais, desnutrição grave. Achado geral de anemia carencial Unha quebradiça, molenga, glossite atrófica, língua despapilada. Pode ser de qualquer anemia carencial. Anemia ferropriva vai ter muita queda de cabelo. A queda de cabelo pode aparecer antes da anemia clínica. Sintomas como a pica (comer terra e gelo), perversão do paladar. Unha coloiniquia que são unhas em formato de colher. Uma das causas mais comuns de síndromes de pernas inquietas (além de ansiedade). Anemia ferropriva grave: síndrome de Plummer Vinnson, anéis esofágicos altos, ocorre em um local específico que fecha o esôfago, não adianta tomar ferro. Vai acumular alimento no esôfago, a paciente vai ter bafo, halitose. Vai ter que tratar com balão. Vai ocorrer por anel esofágico alto. Laboratório: índices hematimetricos (hipoproliferativa), microcitica hipocromica, normo normo. Anisocitose e perfil de ferro. Hemácia em charuto é um dos achados possíveis da anemia ferropriva. Vamos ter hemáciasestranhas e fragmentadas, não tem formato de nada, chamados de esquisostos, pode ter em qualquer anemia carencial. Vemos hemácias menores que um linfocito, vemos hemácias maiores, e nas laterais vemos uns fragmentos de hemácias. Perfil de ferro Ferritina (12-300ng/mg): representa o estoque corporal de ferro, dos 5 meses, ferritina baixa, isoladamente, indica que o paciente tem anemia ferropriva. Se ela vier alta ou normal não significa que o paciente não tem anemia ferropriva. A ferritina também é uma molécula inflamatória. Ex: COVID aumenta a ferritina, lúpus aumenta a ferritina e câncer também. Ex: doença hepática gordurosa. Estados inflamatórios e neoplasias podem aumentar a ferritina, infecções crônicas (hepatites crônicas, TB), hemocromatose primária (absorve ferro dietético muito mais do que o normal) vai acometer o fígado, coração e hipófise. Hemotomacrose é uma causa rara. Transferrina: transporte do ferro, se eu tenho uma situação, que meu corpo precisa muito do ferro então a transferrina vai estar alta. Isolada não diz muita coisa, tem que ser interpretada com outras coisas informações. Está aumentada em anemia ferropriva, gestação, uso de contraceptivos orais e hormonais. A transferrina pode diminuir, molécula inflamatória reversa, no mecanismo da inflamação, perda de biodisponibilidade de ferro, a transferrina vai ser bem baixa. Ferro sérico: ferro dosado no sangue, em geral é baixo na ferropriva, vai ser baixo na doenças crônicas, e pode ser baixo só naquele momento. Ele não faz nenhum tipo de diagnóstico. TIBC: Quando pedimos TIBC é a capacidade total de ligação ao ferro, ou capacidade latente de ligação ao ferro. Pegamos a massa total de transferrina 10 transferrina, cada uma tem 2 sítios para carregar o ferro. Ou seja, minha capacidade total de transportar o ferro vai ser 20. Capacidade latente de ligação do ferro: 10 moléculas de transferrina e 4 sítios estão ligados ao ferro. Minha capacidade total é 20, e so há 16 para ligar. A capacidade latente é mais sensível. Índice de saturação de transferrina IST: 10 moléculas de transferrina 2 sítios, capacidade total 20. Temos 3 moléculas de ferro, a capacidade latente vai ser 17. E a saturação de transferrina que entre todos os sítios de ligação ao ferro que são 20, apenas 3 estão ligados ao ferro, disso vais ser 3/20 ou seja, a saturação vai ser de 15%. Na anemia ferropriva: aumento de transferrina, aumenta a capacidade total, e a latente vai aumentar, a saturação da capacidade total está diminuída. Investigação etiológica: menstruação, duração 5 a 7 dias, sendo que os 2 primeiros dias tem fluxo aumentado, os dois últimos são de escape menstrual. Intensidade, padrão de normalidade (Ciclos maiores e menores), quantos pacotes de absorventes utilizam. Uma menstruação normal usa de 1,5 pacote meio, perguntar se é pacote noturno ou normal. Caso não seja menstruação, deve fazer endoscopia até 2/3 do duodeno, podemos achar úlceras, que podem não estar furada. Caso não seja hemorragia digestiva alta podemos tentar uma colonoscopia, vai ver até íleo terminal, podemos encontrar doença diverticulicular dos poros, podemos ver saculacoes da mucosas, podemos encontrar tenia, podemos ter angiodisplasia, como se fosse malformação vascular próximo da mucosa intestinal. A angiodisplasia pode ser hereditária, mas pode ser adquirida acima de 50 anos. Podemos te retocolite ulcerativa, mas essa condição apresenta diarréia crônica e por isso é mais fácil de diagnóstico. Podemos ter neoplasias. E podemos encontrar pólipos, como as poliposes intestinais, pode ser uma lesão pre maligna ou ate lesões malignas. E podemos fazer exame com a cápsula endoscópica, que vai fotografar o instestino, como angiografia de jejuno, e neoplasias de jejuno, não tem tanta mitose nesses locais, então não tem tanta neoplasias. O problema desse exame é que é caro, mas pode realizar angiografia de colo, e cintilografia esses dois tem que sangrar na hora do exame. Perfil de ferro na anemia ferropriva: Ferro sérico: baixo Ferritina: baixo Transferrina: alto TIBC: alto IST: baixo Doença celíaca: retardo do crescimento, déficit neurológico. O gene é muito polimórfico. Podem viver anos um pouco sintomáticos, mas a pessoa nem percebe, e vai descobrir com anemia ferropriva, afeta o duodeno e jejuno, e sangra essa região, e tem prejuízos da absorção de ferro. Por deficiência de ácido fólico. Parasitose intestinal: ancilostomose, amarelão e o Nectaur americanus. Gravidez: demanda de ferro na gestação. Durante o pre natal tem que suplementar ferro. Vegano e vegetariano: pode desenvolver um pouco de anemia ferropriva, mas vai estar sangrando de algum lugar. Paciente bariátrica: Deficiência de B12, mulheres que menstruam e fazem a bariátrica, sangramento fisiológico e para de absorver ferro, pode fazer anemia ferropriva. Pode fazer algumas úlceras no pedaço de intestino que foi tirar. Tratamento da anemia ferropriva: sulfato ferroso, pior. Tem muito efeito colateral, náusea, dor epigástrico, dose alta 3 a 4 vezes ao dia, tem que tomar em jejum com um suco ácido. Temos o Combinon, Noripurum e outros. A maioria vai se tratada com ferro oral. Só quando for refratário ao VO, ou quando a pessoa está muito debilitada que vamos dar EV. Quando o paciente tem muito efeito colateral, ou quando eu quero que esse ferro aumente muito mais rápido. Quando não melhora de jeito nenhum em VO, pode fazer EV, que e o Noripurum, ou o ferinject repõe tudo de uma vez só, cada ampola custa 700-800 reais. Mas o noripurum, tem que ir diversas vezes, porque não pode repor tudo de uma vez. Vamos ter pico reticulocitario, mais ou menos com uma semana, o reticulócito vai aumentar muito Mas ou menos da terceira a quarta semana melhora da anemia, melhora significativa dos sintomas. O estoque corporal, ferritina, pode normalizar em cerca de 3 a 6 meses. Lembrar sempre que como é um sintoma, se não causar a causa de base, ela vai continuar com a anemia. Síndrome anêmica crônica Hipoproliferativa: hipo micro, normo normo, ou hiperproliferativa. Anemia de doença crônica Toda doença crônica é maior que 4 semanas, que ativa uma inflamação. Ex: HAS é uma doença crônica mas não causa anemia, DM2 as vezes pode causar, obesidade mórbida não causa anemia, DPOC como tem baixa de troca gasosa, eles estimulam eritropoetina. São causas inflamatórias, autoimune, neoplásica, diminuição da sobrevida da hemácia. É uma situação que aumenta IL-6, IL-10 e ativam os macrofagos, fazem mais hemólise de hemácia do que o habitual, tiram as hemácias mais precocemente da circulação. Diminuição da secreção da eritropoetina nos rins, e as eritropoetina que tem, não agem na medula, não conseguem estimular. Diminuição da biodisponibilidade do ferro, ação das hepsidina. A hepsidina é produzida no fígado, responsiva a estados inflamatórios e estados que tem muito ferro. A hepsidina se liga aos canais de ferroportina e impede a absorção do ferro do intestino, e impede que o ferro da ferritina seja liberado, represamento dos estoques de ferro, o ferro fica pouquíssimo disponível. Antigamente, o corpo entende que quando uma pessoa tem infecção, deve diminuir tudo, incluindo o ferro que pode ser substrato de bactérias, então era um mecanismo de defesa. Quando eu controlo essas doenças eu melhoro a disponibilidade de ferro. Normalmente vai ser normo normo. Perfil de ferro • Ferro sérico: baixo. • Ferritina: alto. Pode estar normal em anemia ferropriva e anemia de doença crônica. • Transferrina: baixa. Molécula inflamatória reversa (diminui nos casos de inflamação crônica). • TIBC: baixo. (Lembrar que transferrina e TIBC andam sempre juntos). • IST: baixo. Quando é ferropriva vai ser muito baixa 3% e 5%, valores discretamente baixo 15% doença crônica. Clínica da doença debase: Hb normalmente acima de 10, vai ter a clínica da doença de base. Normalmente não vão ter sintomas de anemia. Tratamento Trata a doença crônica. Exceto quando IRC, injeção de eritropoetina. Ex: anemia de doença crônica por TB, não faz eritropoetina porque é um hormônio e eu posso fazer trombose do paciente. Não temos como dosar hepsidina, temos que dosar IL- 6, podemos dosar VHS e PCR porque vão estar aumentados na doença crônica. Anemia megaloblastica É um diagnóstico sindromico. São anemias resultantes principalmente a carência de folato (B9) e vitamina B12. Tem como grupo de risco principal e geral: população pobre, grávidas, desnutridos, idosos e alcoólatras. Aumento o diagnóstico com a mudança de padrão alimentar e difusão das cirurgias bariátricas. Porque megaloblastica? A megaloblastose é um fenômeno medular caracterizado pela assíncrona da maturação núcleo citoplasmática, secundária a dificuldade de divisão celular. Vai ser uma célula displásica dentro da medula, ela é o percussor da hemácia, o pro eritroblasto, ela não tem substrato para terminar o processo. O citoplasma dela vai amadurecer com a captação de hemoglobina, e vai ter um núcleo que não consegue se desenvolver. Célula displásica com desassociação nucleocitoplasmatica. Metabolismo B12 e ácido fólico Quando eu como ácido fólico ele vai para a circulação na forma de (metiltetrahidrofolato) MTHF mas ele não é a forma ativa, devo o transformar em tetrahidrofolato por meio da enzima metionina sintetase, esse tetrahidrofolato vai fazer as bases purinas e pirimidina, substrato para o núcleo na eritropoese. A enzima Metionina sintetase, só funciona com o cofator que é a vitamina B12, e vai doar o metil da homocisteina. Se não temos vitamina B12 e nem ácido fólico, não vamos utilizar o metil da homocisteina, logo, em deficiência de B12 e de ácido fólico, temos aumento de homocisteina que é um fator trombótico. Não vamos ter bases, que são as purinas e pirimidinas, e a células param na sua produção, e a medula é pouco inclusiva, célula displasica a medula destrói. Essa destruição ocorre dentro da medula. Eu vou produzir e destruir, esse processo vai ser chamado de eritropoese ineficaz, e isso vai cursar em um reticulócito baixo. O proeritoblasto vai expulsar o núcleo e virar o reticulócito, que em uma circunstância normal viraria a hemácia. As células vão ficar com o citoplasma menos roxo, e vão ficar com o núcleo grande. A medula está hipercelular. Ao esfregaço de sangue periférico: Macrovalocito: hemácia grande com o formato oval. Hipersegmentacao neutrofilica: neutrofilos muito segmentado, mais que 5 segmentos é displásico. Vai cair na prova. A ferritina é o único valor isolado que pode indicar anemia . Corpúsculo de Howell Jolly: resto de núcleo que ficou dentro da célula. Para ver o tamanho das hemácias, devemos comparar com um linfócito maduro. Eritropoese ineficaz: intensa proliferação e a destruição celular de células defeituosas caracteriza esse fenômeno. Laboratorialmente: • DHL aumentado, • Bilirrubina discretamente aumentada (as custas da fração indireta). Os reticulocitos são marcadores medular normal. • Pode haver diminuição da haptoglobina. • Outras citopenias (leucopenia, plaquetopenia). • Sinais medulares (megaloblastose). Não vou chamar de anemia hemolítica, porque a hemácia está sendo destruída na medula não na periferia. Deficiência de B12 ou de ácido fólico. Causa de B12: pode ou não ter sintomas neurológicos. Causas de ácido fólico: ausência de sintomas neurológicos. Laboratório em geral: Anemia macrocitica, leucopenia, plaquetopenia, achados de sangue periférico, DHL, bilirrubina aumentada. Cuidado camiliano! Os pacientes podem ter normocitica. Plaquetopenia e leucócitos normais. Achados periféricos podem ser normais. DHL pode ser normal E bilirrubina pode ser normal. Anemia megaloblastica X trombose Quando não tenho ácido fólico nem B12, vamos ter aumento de homocisteina, (idoso, tabagismo, disfunção renal, síndrome metabólica), aumentar a homocisteina é pro trombótica. Trombofilia adquirida. Anemia megaloblastica por deficiência de ácido fólico Absorvido no duodeno e jejuno proximal. Qualquer doenças que acometam esse locais podem dar diminuição de B9. É uma molécula que em pouco tempo pode diminuir. Alimentação (alimentos que possuem B9) são: cogumelo, brócolis, espinafre, ervilha, tomate, fígado. Ácido fólico foi inserido na farinha de trigo, para evitar que as pessoas façam deficiência de acido fólico. Epidemiologia principal: desnutrição (baixa nutrição ou doenças clínicas que fazem desnutrição como anorexia e bulimia), população de rua, populações mais pobres e com baixo acesso a alimentos de preços mais elevados. Etilista crônicos (substitui a alimentação por álcool que é muito calórico), doença celíaca, dietas sem variedade alimentar, idosos, gestantes (o feto gasta o ácido fólico) usuários de medicação anti-folato (antibioticos como bactrim, e medicamentos para reumato artrite reumatoide metotrexato. Clínica: síndrome anêmica crônica, achado de anemia carencial, taquicardia aos esforços, não sabe quando começou a doença, podemos ter unhas distrófica, quielite angular, glossite atrófica, podemos ter pancitopenia (acometimento de série branca e plaquetária). Sem sintomas neurológicos. Diagnóstico: normo normo, ou macro. Leucopenia e plaquetopenia. Prova de eritropoese ineficaz, dosagem de acido fólico, dosagem dos metabolitos (homocisteina e ácido metilmalonico – só aumentado na deficiência de B12). So pedir a dosagem de metabolitos quando dúvida. Esfregaço de sangue periférico (com macrovalocito e hipersegmentacao neutrofilica) A dosagem de ácido fólico é ruim porque e muito influenciado pela ingestão nas últimas 48hs. Tratamento: acido fólico oral (dose muito maior que o basal diário), o comprimido tomado após as refeições, sem efeito colateral. Venoso apenas em situações muito específicas, ou em intoxicação. Anemia megaloblastica por deficiência de vitamina B12 B12 só se obtém em proteina animal: ovo, carne, camarão. Pessoas vegetarianas e veganas estão mais susceptíveis a carência de B12. Ciclo de absorção da B12: ligante R salivar na boca, chega no estômago, no fundo gástrico (células parietais) produz o fator intrínseco, e fica protegida pelo fator intrínseco até o íleo terminal. E o ligante R da boca se desliga da B12 pelo pH ácido do estômago e se liga ao fator intrínseco. É entregue pela a transcobalamina para a circulação. • Baixa ingesta: pacientes veganos ou vegetarianos, e idosos (comem o que dão pra ele, e as vezes não tem dentes para comer carne). Na prática 2 a 3 anos de baixa ingesta de carne. • Acloridria: baixa produção de pepsinogenio, podemos ter deficiência de B12, medicações como os IBP, como o omeprazol. Se a pessoa tem uma alimentação boa ela não vai ter. Metformina também dificulta a ligação da vitamina B12 com o fator intrínseco. Ex: idosos com pouca ingesta de carne, toma omeoprazol e metformina. • Anticorpo anti-célula parietal e anti-fator intrínseco. Causas de anemia perniciosa. • Distúrbios do íleo terminal (doença de Crohn, cirurgias bariátricas e tuberculose). • Ressecação de parte do TGI. Metabolismo de B12 Metil malonil CoA-> Sucinil CoA para essa reação ocorrer precisa de um cofator que é a B12. Quando não tem B12, o metil malonil CoA vai formar acido metilmalonico, que prejudica a mielinizacao, super tóxico para a bainha de mielina, e pode ter alteração do sistema nervoso, com sintomas neurológicos. Lembrando que o metil malonil CoA é formado no ciclo de Krebs. Pacientes de bariátricas perdem grande parte do jejuno e podem ter prejuízo de ácido fólico e B12. Anemia perniciosa Doença autoimune, destruição anticorpo anticelularesparietal e do fator intrínseco. Não produzo o fator intrínseco que é fundamental para a absorção de B12. O pacientes vai ter sintoma de deficiência de B12. Normalmente o paciente tem outra doença autoimune (vitiligo e outros). Podemos fazer dosagem de auto-anticorpos, e fazemos endoscopia com biópsia, vai fazer uma inflamação, que deixa a mucosa que era pregueada, de forma lisa, isso é chamada de gastrite atrófica. Clínica: síndrome anêmica, achados de anemia carencial, pode haver pancitopenia com acometimento da série branca e plaquetário assintomática, síndrome neurológica. Sintomas neurológicos: podem ocorrer com hemograma normal. Polineuropatia periférica, diminuição da sensibilidade profunda (proprioceptiva e vibratória) trato epicritico, acometimento da mielina do trato grácil e cuneiforme, vai causar uma ataxia de marcha. Marcha tabética? Sinal de Romberg. Se cair sempre para um lado específicos, vamos pensar em labirintopatias. Síndrome piramidal em membros inferiores, paraparasia de primeiro neurônio motor. Déficit cognitivos, demência e psicose. Cordonal posterior: sintomas de cordão posterior e sintomas de neurônio motor. Diagnóstico: macrocitose ou normo normo, reticulocito baixo. DHL e bilirrubina aumentados. Hematoscopia: macrovalocitos e neutrofilos plurisegmentados. História patológica pregressa e história social. Dosagem da vitamina B12 e acido fólico. Em dúvida diagnóstico: acido metilmalonico (aumenta apenas em B12) e homocisteina (aumenta em B12 e B9) Tratamento: Citoneurin 5000. Reposição oral ou intramuscular. VO baixa ingesta alimentar, de anemia perniciosa (IM), B12 com acometimento de íleo, depende de quanto ta lesado esse íleo. B12 sublingual (bem caro, e baixa adesão), se tiver sintoma neurológico deve fazer IM. Anemias hemoliticas São anemias que fazem hemólise. Vai ser uma síndrome anêmica aguda. Hb cai muito rápido, o paciente não tem tempo de se adaptar a essa anemia, tem início dos sintomas em 3 a 4 semanas. O valor de HB pode não ser tão baixo, a clínica depende da velocidade de instalação. Em geral taquicardia, diminuição da saturação de oxigênio, pode evoluir com precórdio hiperdinâmico (taquicardia, ictus palpável e sopro em foco aórtico), quadro semelhante a ICC, é uma ICC de alto débito, que o coração não da conta devido a falta do carreador, a hemácia. Hipotensão em casos muito grave, pode ter icterícia (que ajuda bastante no diagnóstico). Mas nem sempre vai ter icterícia nas anemias hemolíticas. Anemia hiperproliferativa (sem sangramento agudo). Hemólise: é sempre na periferia. Processo de destruição das hemácias ocorre na periferia. Nem toda hemólise é patológica- hemocatrese ocorre fisiologicamente todos os dias. Sobrevida media de 120 dias das hemácias normais. Consigo aumentar a produção medular ate 4x sem ter falta de hemácias, vai ser só hemólise compensada. As vezes o paciente pode ter reticulocitos altos, mas sem anemia, que indica uma hemólise compensada. Identificada a anemia hemolítica a próxima pergunta é: Qual motivo que estou hemolisando ? • Anormalidade da membrana do eritrócito: microesferocitose hereditária. • Anormalidade nas enzimas eritrocitarias: deficiência de G6PD. • Fatores externos as hemácias: doenças autoimunes. • Hemoglobinopatias Destruição das hemácias na periferia – anemia – estímulo de eritropoetina – medula hiperplasia eritrodermia – liberação de reticulocitos na periférica, significando prova função medular. Reticulocitos: proeritroblasto – até amadurecer vai ganhando hemoglobina no citoplasma e o núcleo vai sendo mais compacto- quando expulsa o núcleo- vai ser chamado de reticulocitos - uma hemácia super imatura. A sobrevida média do reticulócito é cerca de 24hs até que a hemácia fique pronta e madura. Para afirmar que a celulas é reticulocitos, são com uma coloração verde, e deve-se ver dentro da célula RNA. (Lembrar da célula do ET). Reticulocitos Valor normal (pessoa sem anemia): 0,5%- 2%. Para quem tem anemia, não existe reticulócito normal, apenas alto e baixo. Esse reticulocito deve ser corrigido. Índice de reticulocitos corrigidos (IRC) % de ret x ht/40 ou Hb/13. Porque devemos fazer a correção dos valores de reticulocitos? Ex: situações de um paciente com 100 hemácias, 10 hemácias são reticulocitos, ou seja a porcentagem de reticulocitos é 10%. Outro paciente tem 50 hemácias e 10 hemácias que são reticulocitos, que significa que ele tem 20% de reticulocitos. Mas ambos os pacientes continuam com o mesmo número de reticulocitos, por isso precisamos ver na conta se o aumentou realmente o número dos reticulocitos, ou se é um aumento percentual. Vamos ter então um IRC/2. Que é o índice de produção reticulocitaria. Essa constante do denominador vai depender do número do hematócrito do paciente. Se não quiser dividir pode dividir sempre por 2, que vai dar certo do mesmo jeito. O reticulócito em situações fisiológicas duram 24hs, e a medula pode liberar reticulocitos mais imaturos. A correção sempre diminui o valor do reticulocito. Ex: se o paciente tem baixa de reticulocitos, significa que na correção sempre será mais baixo. Se o laboratório der o número total de reticulocitos. 100.000. Se o reticulócito total estiver abaixo de 100.000 hipo, e acima, hiper. Em pacientes com anemia a correção sempre tera um reticulócito mais baixo. Desenhando Hb 8,2 e reticulocitos de 2,8 (paciente com reticulocito abaixo de 2 hipo) Ex: 8,2/13 x 1,76. IRC 1,76%/2: 0,88% anemia hipoproliferativa. Ex: Hb de 13,2 e reticulocito 8%. 13,2/13: 8,12%. 8,12%/1 8,12% hiperproliferativa. Nesse caso a paciente não tinha anemia, e isso significa que é uma hemólise compensada pela produção. O reticulocito é marcador de atividade medular. Seu valor normal deve ser interpretado olhando para o Hb e para quadro clínico. O reticulocito deve ser corrigido em todas as anemias. Reticulocitos também indicam a funcionalidade da medula, que caso ela esteja boa, estaria reagindo produzindo mais células vermelhas e aumentando os reticulocitos. O que são as provas de hemólise? • DHL: vem do ciclo de Krebs, se estou proliferando muita célula ou destruindo, aumentamos DHL. Enzima que atua no ciclo de conversão do ciclo láctico em ácido piruvico no ambiente intracelular. É um marcador de lesão celular. • Bilirrubina: pedir BI frações e totais. • Hapoglobina: dosagem de haptoglobina livre, serve para tamponar a HB. Produzida no fígado, proteína que se liga irreversivelmente a hemoglobina no processo de hemólise. Por isso que a hapoglobina vai diminuir em hemólises (intravascular e extravascular). Hemólise Pode ser hereditária ou adquirida. Hereditária: falciforme, talassemia, deficiência de D6PD, microesferocitoses hereditárias. Adquiridas: anemias hemoliticas auto imunes. SHU PTT. Hemólises • Intravascular: dentro do vaso (anemias microangiopatias). • Extravasculares: fora do vaso, no baço, no sistema retículo endotelial: AHAI- pode ser classificada em quente ou fria. • Mista: anemia falciforme, deficiência de G6PD, microesferocitose. Tipos de hemólise • Extravascular: ocorre no macrófago esplênico, sistema retículo endotelial, mas de forma patológica, já é uma via de eliminação normal, só vai ter exacerbação de mecanismos fisiológicos. Vai ocorrer principalmente no baço, mas pode ser no fígado. Acarreta anemia, icterícia, bilirrubina ausente ou discreta. Urina vai estar normal e fezes também. No sangue periférico podemos ter microesferocitos no ESP. • Intravasculares: dentro do vaso. Hemoglobina tóxica no vaso, e vai aumentar a haptoglobina se ligando diminuindo a haptoglobina livre. A hemoglobina vai fazer microangiopatias, que hemoglobina é tóxica para o endotélio. E essa hemoglobina vai ser filtrada nos rins, só que elatóxica, pode destruir glomérulos, e causar insuficiência renal. Anemia geralmente sem icterícia, lesão endotelial e microangiopatia e hemoglobinúria. Vamos fazer lesão de microvasos, e com inflamação. A urina vai ficar com a coloração laranja avermelhado. Prova de hemólise positiva, vamos ter esquizocitos no sangue periférico. Anemias hiperproliferativas (sem sangramento agudo) Vamos em adquiridas e hereditárias. Adquiridas Sintomas agudos+ fatores de risco ou predisposição (pode ser o perfil epidemiológico, ou fator como medicamentos. Idiopáticas: quando não descobrimos nenhum fator desencadeante. Isso é importante porque temos que curar as causas secundárias. Outros distúrbios imunes como doenças infeciosas. Hemólise: destruição de hemácias no sangue periférico, a medula está respondendo, por isso os retículos estão altos. • Verificar exames para sifilis, hepatite B,C, HIV. • História familiar: pode ser positiva ou negativa. • Mulheres jovens e gestantes. • Medicações: antibioticos, anticonvulsivantes, anti-hipertensivo. Mas deve-se relacionar o inicio da medicação com o inicio dos sintomas. • Pacientes oncológicos pode fazer síndrome para neoplasica, manifestação junto com o câncer. Ex: câncer de pulmão de primeiras células que produz anemia hemolítica. Estudo das hemolises adquiridas: esfregaço de sangue periférico, COOMBS, proba do Eluato, pesquisar causar secundárias. AHI (anemia hemolítica autoimune) Induzida por ligação de auto anticorpos ou ativação do complemento na superfície da hemácia. Mecanismo de hemólise sempre no extravascular. 1) Anticorpo frio: Aco IgG 2) Anticorpo quente: Aco IgM Definição: ligação do anticorpo a hemácia e destruição no sistema retículo endotelial. Doença de mulher jovem. Primária ou secundária com fatores de risco (mulher jovem). Mecanismo 1: quente do anticorpo IgG, a melhor temperatura de atividade do anticorpo é 37 graus, que é temperatura basal do nosso corpo. Se liga a hemácia, que vai ativada, o IgG vai opsionizar a hemácia, e a fagocitose nos macrofagos esplênicos. Essas doenças são hemolises extravasculares. Mecanismo 2: frio anticorpo IgM, melhor temperatura de reatividade a 4 graus. Mas consegue fazer hemolises a temperaturas maiores que isso. E se ele não consegue fazer ele e apenas a crioglutinina. Se ligam as hemácias, e ativam o sistema complemento ativamente, para no meio do C3b, quem fica grudado na hemácia é o C3b, quando passa pelo macrófago esplênico ou hepático, a hemácia sinalizada pelo C3b ela é destruída, processo extravascular. Rara, igual nos sexos, pouca hemólise, quadro mais arrastado, geralmente mais insidioso, reatividade máxima ocorre 4°C mas tem amplitude térmica, IgM. Primária: 50% das causas Pode ser quente ou a frio Diagnóstico é feito após rasteiro das causas secundárias. A mais comum é anemia hemolítica por IgG. Secundária: 50% das causas Pode ser frio ou quente Varias causas podem estar envolvidas Lúpus eritematososistemico, neoplasias, doenças linfoproliferativa, doenças infecciosas (hepB, hep C, pneumonia por micoplasma) Outras colagenoses, drogas (antibioticos hospitalares, e antipsicóticos, e anti-hipertensivo IECA). Doenças inflamatorias. Achados clínicos: palidez cutânea, icterícia (subestima a palidez de um paciente). Habitualmente não tem colúria, pode ter discreta esplenomegalia, icterícia. Laboratorialmente Normo normo. Macrocitica Reticulocitos hiperproliferativa. Aumento do RDW aumenta um pouco. Reticulocito é maior que a hemácia. Prova de hemólise positiva. ESP esférocito, policromasia (mais roxa que o normal), pontilhado basofilico, pode ter em episódios de hemolises muito importante (pro eritroblasto). COOMBS: sangue imunoglobulina direto: tiro do paciente as hemácias, que estão cheias de anticorpos e complemento. Temos o indireto para ver anticorpo no soro do paciente. Doença hemolítica neonatal: doença hemolítica neonatal ou eritroblastose fetal. Serve COOMBS indireto, ou seja, ver os anticorpos do plasma. Síndrome anêmica aguda + prova de hemólise + COOMBS +: AHAI Deve rastrear as causas secundárias: sorologia de hepatite B, C, HIV. História clínica com neoplasia, nódulo de mama. FAN fator anti núcleo, o exame de triagem de doenças auto imunes, pode pedir outros anticorpos. Medicamentos. (Anticonvulsivante, antibiótico, anti hipertensivos). Se nada deu certo: Estamos diante de uma anemia primária.