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6° Período / 1° ciclo ASPECTOS CLÍNICOS LABORATORIAIS - Hemograma Antigamente o hemograma era feito de forma manual, em que se fazia separadamente: ● Eritrograma (contagem de hemácias, dosagem de hemoglobinas e hematócrito); ● Leucograma ● Plaquetograma (contagem de plaquetas). O hemograma, hoje, tem que ter esses 3 componentes para ser chamado de hemograma completo. Atualmente as análises são automatizadas e o aparelho libera tudo junto. O hemograma traz a avaliação de células vermelhas, brancas e plaquetas. ERITROGRAMA: Parâmetros analisados no Eritrograma: ● Contagem de hemácias (106 mm3); ● Hemoglobina (g/dL); ● Hematócrito (%). Complemento: Contagem de Eritrócitos (RBC - Red Blood Cells): ● Descrição: Número total de células vermelhas do sangue por volume de sangue. ● Unidade: Milhões de células por microlitro (milhões/µL) ou por litro (milhões/L). ● Valor normal: Aproximadamente 4,5 a 5,9 milhões/µL para homens e 4,1 a 5,1 milhões/µL para mulheres. Volume Corpuscular Médio (VCM): ● Descrição: Volume médio de cada célula vermelha. ● Unidade: Femtolitros (fL). ● Valor normal: Geralmente entre 80 e 100 fL. Hemoglobina Corpuscular Média (HCM): ● Descrição: Quantidade média de hemoglobina por célula vermelha. ● Unidade: Picogramas (pg) por célula. ● Valor normal: Aproximadamente 27 a 32 pg por célula. Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): ● Descrição: Concentração média de hemoglobina dentro de cada célula vermelha. ● Unidade: Gramas por decilitro (g/dL) ou gramas por litro (g/L). ● Valor normal: Cerca de 32 a 36 g/dL. Hematócrito (HTC ou Hct): ● Descrição: Percentual do volume de sangue ocupado pelas células vermelhas. ● Unidade: Percentual (%). ● Valor normal: Aproximadamente 40% a 50% para homens e 37% a TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 1 6° Período / 1° ciclo 47% para mulheres. Contagem de Reticulócitos: ● Descrição: Número de reticulócitos, que são células vermelhas imaturas, no sangue. ● Unidade: Percentual (%) ou por microlitro (µL). ● Valor normal: Normalmente 0,5% a 1,5% do total de células vermelhas, ou cerca de 25.000 a 75.000/µL. Índices de Anisocitose e Poiquilocitose (não são sempre incluídos, mas podem ser informados): ● Descrição: Anisocitose refere-se à variação no tamanho das células vermelhas, e poiquilocitose refere-se à variação na forma das células vermelhas. No eritrograma o médico vai fazer a análise de qualquer relação com distúrbios anêmicos. Diante desse quadro, há a possibilidade do hematócrito variar para mais ou para menos. No caso de uma anemia em que se tem a redução do número de eritrócitos, o hematócrito vai cair. Do ponto de vista de desidratação, esses parâmetros podem aumentar. Às vezes você vai se assustar, hemácias de 8 milhões é por causa da desidratação. Caso: Nesse final de semana na pediatria só deu menino com diarreia e vomito, todos os hemogramas com hematócrito alto, hemácia elevada e hemoglobina também, fora os que estavam com anemia associada. ANEMIA: É um distúrbio que normalmente é uma consequência de uma doença de base que vai levar a uma dificuldade na distribuição de oxigênio pelos tecidos. Quando tem indivíduos com esse dificuldade de distribuir oxigênio ele vai ter sintomas clássicos de anemia: ● Cansaço, ● Torpor, ● Sonolência ● Talvez ele já comece com uma certa dificuldade respiratória ● Palidez, ● Taquicardia. Qual o parâmetro mais importante para detectar a anemia ? Hemoglobina ● Existem anemias onde o número de hemácias pode estar normal ● Por exemplo, a carência de ferro atrapalha a produção de hemoglobina e não a eritropoese, com isso teria hemácias hipocrômicas mas o número de hemácias estarão normais. TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 2 6° Período / 1° ciclo ● Então na anemia ferropriva, por exemplo, você nota uma redução da hemoglobina mas as hemácias podem permanecer dentro do valor de referência. Quando você tem uma aplasia de medula, sangramento pequeno mas a longo prazo, um escape menstrual acima do normal, isso pode levar não só a uma ferropriva mas uma diminuição no número de hemácias dependendo da quantidade de sangue perdido, e no caso da aplasia medular não é por perda, mas pela produção. Então, existe esse perfil, tanto hemácias quanto hemoglobinas são dois parâmetros importantes para caracterizar aspectos de saúde relacionados à anemia. HEMATÓCRITO: Hematócrito vai sempre observar se está em hemoconcentração ou hemodiluição. O que gera hemoconcentração na maioria das vezes é a desidratação. ● Por algum motivo esse paciente está perdendo liquido e você vai descobrir o porquê dessa desidratação na anamnese ● O paciente cirrótico tem perda da albumina, com isso o líquido vai para terceiro espaço (ascite), fazendo com que no hemograma esteja hemoconcentrado. A ascite é justamente pelo extravasamento devido a perda de albumina, pela incapacidade de produção. Se você tem perda de albumina, e aumenta o extravasamento, a concentração das hemácias aumenta, então o hematócrito em uma cirrose vai ser um parâmetro muito importante para o médico ter uma ideia da gravidade desse extravasamento de líquido, se há necessidade de fazer uma paracentese, se logo depois da paracentese, quanto de albumina vai ser necessário fazer para restabelecer o equilíbrio osmótico ali. Então existem situações que o raciocínio de hemoconcentração ou hemodiluição do hematócrito que vão ser importantes. No caso de hemodiluição pode ter duas possibilidades: ● Está perdendo células por um sangramento, aplasia medular, hemólise, se o número de célula cai ocorre uma hemodiluição. ● Uso de soro fisiológico, você vê muito isso em pacientes graves que sofreram acidentes e chegam pela ambulância, o paciente recebe soro na ambulância para manter a hemodinâmica, quando chega no hospital e olha o hemograma está com uma anemia bem grave e essa anemia veio pelo sangramento e pela hemodiluição feita por soro fisiológico. No verão, época de maior incidência de dengue, chikungunya, o hemograma é o principal exame que TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 3 6° Período / 1° ciclo vai ser utilizado, para analisar o perfil de desidratação do paciente. ● Se temos uma desidratação leve, moderada ou intensa, o hematócrito é o principal parâmetro, então o hemograma vai ser o primeiro exame a ser solicitado. VCM, HCM, CHCM: Depois disso, temos o VCM (volume corpuscular médio), o HCM e o CHCM. ● VCM: Avalia o tamanho daquela hemácia, que pode ser normocítica, microcítica ou macrocítica. O VCM vai te ajudar a caracterizar o tipo de anemia, se é uma anemia microcítica, macrocítica ou normocítica. ● HCM e CHCM: Estão diretamente ligados à concentração de hemoglobina dentro da minha hemácia, então ambos querem mostrar a mesma coisa, só temos um detalhe que diferencia os dois: ○ Temos hemácias hipocrômicas, hipercrômicas e normocrômica. 📌 A hemácia é bicôncava e anucleada. As hemoglobinas ficam na periferia. Esse halo no meio é por causa da biconcavidade. Então, no centro ela fica mais pálida naturalmente. Se o halo está menor, é porque se concentrou muita hemoglobina ali. O halo ficar maior quando a quantidade de hemoglobina está baixa. Existem as anemias hipocrômicas e normocrômicas. Hipercrômica não é muito comum, exemplos de hipercromia são: ● Policitemia vera - o organismo produz tudo em excesso, inclusive a hemoglobina. ● Esferocitose congênita - é uma hemácia arredondada, onde a hemoglobina vai passar uma ideia de hipercromia quando realizar o estudo dela. 📌 HCM e CHCM vão ser usados para variar a cor das hemácias, mas na hematologia tem um detalhe em que se em uma anemia que as hemácias estejam baixas e quer avaliar a cromia (concentração de hemoglobinas) o HCM divide hemoglobina/hemácia e o CHCM divide hemoglobina/hematócrito. O hematócrito, no cálculo o volume plasmático vai corrigir a diferença de hemácias, logo, se quer avaliar se as hemácias estão verdadeiramente hipocrômicas em uma anemia com número de hemácias diminuído é mais interessante usar o CHCM, onde o hematócrito já terá uma certacorreção pelo volume, entretanto, ao dividir pelas hemácias já diminuídas a chance de interferência é pouco maior, TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 4 6° Período / 1° ciclo principalmente matematicamente, vale ressaltar que no geral pode usar os dois para avaliar a concentração de hemoglobinas devendo levar em consideração a interferência citada acima. Há as anemias microcíticas e hipocrômicas, onde tem hemácias pequenas pode perceber halo central pálido e maior, tendo a junção de microcitose e hipocromia. micro/hipo normal No laboratório tem citometro, o aparelho para fazer o exame, que libera o resultado matemático, quando o VCM, o HCM e o CHCM dão alterados ele indica que há algo errado, o ideal é que o laboratório faça o esfregaço e faça a conferência no microscópio. Esfregaço sanguíneo e lamina e conferir no microscópio, sempre que a máquina apresentar alguma alteração, devemos conferir no esfregaço sanguíneo, pois enxergar tem maior credibilidade do que apenas pelo aparelho. Caso: Ex: domingo para segunda, as 1 da manhã chegou uma menininha em crise falciforme, crise esplênica, ao chegar no laboratório com o sangue da menininha apresentava: 1,5 de hemácia, 5,5 de hemoglobina, 17 de hematócrito, hemácias grande parte drepanócitos. Para você liberar um exame assim você não vai liberar o que o aparelho deu, pois em casos de alterações significativas assim o melhor é fazer a lâmina e observar. A menininha precisou de 2 transfusão para que os exames regulassem. Temos que citar para o médico as alterações visíveis pelo microscópio, como RDW (índice de anisocitose) O que têm mais importante é a hipocromia RDW: Existe uma alteração do RDW. O RDW é chamado de índice de anisocitose e Poiquilocitose, só que por outro lado tem diferença de tamanho e também tem diferença de forma. Então você tem que lembrar também da anisocitose, mas que existe poiquilocitose. Então lá na lâmina da TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 5 6° Período / 1° ciclo criança a gente liberou anisopoiquilocitose com presença de drepanócitos, o que aparecer de alterações relacionadas a poliquilocitose a gente demonstra pro médico. Por exemplo: apareceu Drepanócito, praticamente o diagnóstico de anemia falciforme tá feito. 📌 Agora pode ser Talassemia, nas thalassemias você vai ver a criócitos, células em halon, outros tipos de poiquilocitose que podem aparecer e através dessa citação é possível desconfiar ou de uma doença ou de outra só pelo relato que é feito no hemograma. RETICULÓCITOS: Na pediatria principalmente vocês vão aprender isso: de onde vem as hemácias? Da célula mieloide que vai sofrer maturação até chegar em eritroblasto, reticulócito, eritrócito. Caso você pegue uma criança há igual a essa que a gente pegou com 1.7 milhões de hemácias, qual que é o valor de referência? de 5 a 6 mais ou menos, 4.8, 1.7 é muito baixo,porque o baço sequestrou essas células e está destruindo, o'que que a medula tem que fazer? A medula tem que repor. Na tendência da medula produzir mais, não vai dar tempo de maturação todas as células e vai começar a aparecer reticulócitos, e lá no laboratório nós usamos um corante azul 13 brilhante. Esse corante consegue mostrar para a gente os resquícios de DNA e RNA presente no reticulócito que herdou isso do núcleo que o eritroblasto tinha , o eritroblasto perde o núcleo e o reticulócito ainda permanece com fragmentos de DNA e RNA. Usando esse azul 13 brilhante dá pra ver isso , um reticulócito e isso é uma hemácia, se faz uma regra de 3. Em um indivíduo saudável tem de 0,5 a 1,5 por 100. Crianças ou pessoas que estão passando por uma Síndrome TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 6 6° Período / 1° ciclo hemolítica ele vai começar a aumentar esse percentual para 3, 4 , 5 ou 6, eai pro médico é relevante , porque tem que saber que a medula óssea do paciente que tem está respondendo ou não, tem que tá, segundo pela quantidade de reticulócito, como está o nível de maturação, pode está responsiva ou não dando conta do recado em relação a maturação, também não pode ter só reticulócito tem que ter hemácia também. A meia vida do reticulócito é pequena, pois ele é conhecido como célula jovem. INCLUSÕES ERITROCITÁRIAS: ANEMIAS ANEMIAS MICROCÍTICAS: 90% das vezes as anemias microcíticas serão ferropriva , a maioria delas. Complemento: Anemia Ferropriva: ● Causa: Deficiência de ferro, que é essencial para a produção de hemoglobina. ● Características: A anemia ferropriva é frequentemente causada por perda de sangue (como em úlceras ou menorragia), dieta inadequada ou problemas na absorção de ferro. Anemia por Doença Crônica: ● Causa: Condições inflamatórias crônicas, infecciosas ou malignas podem interferir na utilização e absorção do ferro. ● Características: Pode acompanhar doenças como artrite reumatoide, infecções crônicas ou câncer. Talassemia: ● Causa: Distúrbios genéticos que afetam a produção de hemoglobina. ● Características: Inclui talassemia alfa e beta, onde a produção de globinas (parte da hemoglobina) é reduzida, resultando em células vermelhas do sangue menores e com menos hemoglobina. Anemia Sideroblástica: ● Causa: Problemas na incorporação de ferro na hemoglobina, resultando em depósitos de ferro dentro dos precursores de células vermelhas na medula óssea (sideroblastos). ● Características: Pode ser hereditária ou secundária a outras condições, como intoxicação por chumbo ou efeitos colaterais de medicamentos. Anemia por Deficiência de Zinco: ● Causa: Deficiência de zinco pode afetar a produção e a maturação das células vermelhas do sangue. ● Características: Pode estar associada a doenças inflamatórias crônicas ou má TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 7 6° Período / 1° ciclo absorção. Anemia Hipocrômica Microcítica: ● Causa: É uma forma específica de anemia microcítica onde há diminuição da concentração de hemoglobina nas células vermelhas do sangue. ● Características: Muitas vezes, está associada à anemia ferropriva e à talassemia. Anemia por Intoxicação por Chumbo: ● Causa: Exposição ao chumbo pode interferir na produção e no uso de hemoglobina. ● Características: Pode levar a uma combinação de anemia microcítica e basofilia (presença de corpúsculos basofílicos nas células vermelhas do sangue). Anemia Ferropriva: Anemia ferropriva ou ferropénica são a mesma coisa, quer dizer que estamos tendo uma deficiência de ferro. Precisamos agora entender a causa, posso ter por: ● Carência alimentar, pessoas que não comem carne e alimentação pobre em ferro. ● Segunda possibilidade de perdas de sangue, pode ser por um pólipo intestinal e ter sangramento oculto que perdura por muitos anos, escape menstrual em grande volume, verminose. ● A terceira possibilidade é a má absorção. 📌 Para que você consiga absorver ferro, a mucosa do intestino tem que estar sem inflamação e precisa de vitamina C. (cobrou em uma prova passada) Alterações no hemograma: ● Hemoglobina baixa, ● Hemácia normal. ● VCM baixo. HCM e CHCM baixos. Na anamnese tem boas informações. Mas o médico pode definir o tratamento se vai ser via oral ou endovenosa ele pede FERRITINA E FERRO sérico e ferritina armazena e o raciocínio é se você tem menos ferro tem menos necessidade de armazenamento, com isso a ferritina vai estar baixa. O FERRO SÉRICO vai estar circulando menos com isso tem queda. A capacidade de ligação total de ferro é pela transferrina produzida, o sistema fisiológico entende que tenho menos ferro precisa de maior transporte, levando o fígado produzir mais transferrina essa relação faz a capacidade de ligação do ferro aumentar. Se houver alteração na transferrina é preciso avaliar parâmetros hepáticos. Respondendo a uma pergunta: Com a baixa de ferritina combinada a baixa de hemoglobina, o médico TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 8 6° Período / 1° ciclo propõe a reposição ou só por via oral ou por via injetável também. Talassemias: Segunda possibilidade de anemia microcítica, são as talassemias, que são doenças de origem europeia, assim os alelos foram distribuídos pela população. Oheterozigoto é chamado de minor, e o homozigoto major. Elas podem ter genes mutações de cadeia alfa e beta, ambas as mutações induzem uma baixa produção de hemoglobina saudáveis, então sofrem uma anemia com uma baixíssima quantidade de hemoglobina durante as crises de manifestação no caso do homozigoto (major). Nessas pessoas, tem que fazer de 5 a 6 vezes transfusões anuais para corrigir essas hemoglobina, porque a tendência de produção é muito baixa, por causa dessas falhas nas cadeias alfa ou betas. Mas os heterozigotos vivem bem, mas sempre vai ter uma leve anemia e não precisa de transfusão. A plasticidade medular se adequa às necessidades, então se tem anemia ferropriva ou a talassemia, onde a produção da hemoglobina cai, as hemácias ficam microcíticas, porque elas não precisam de ser maiores para adequar a quantia de hemoglobinas, então diminuem de tamanho. Não existe estímulo compensatório para hemoglobina, porque são sínteses em locais induzidos por situações e hormônios diferentes, então tenho sínteses então por isso tem combinação de hemoglobina baixa e eritrócito normal na ferropriva por exemplo. Na talassemia tem microcitose importante e a hipocrômica acompanhando. Por outro lado, se eu tenho uma alteração de globinas, acaba tendo polimerizações eritrocitárias causando poiquilocitose também. Então, os talassêmicos além da microcitose, apresentam células em alvo, dacriócitos, esquizócitos, que são células com com alteração de forma, e que chama atenção do médico para hemoglobinopatias, como a anemia falciforme que também é, assim como a talassemia. O problema não é na hemácia, é na hemoglobina. Pergunta do aluno: Qual a relação do tamanho da hemácia e a fase em que ela é liberada ? Quanto mais jovem as células, maior o tamanho dela. Caso o indivíduo tenha aumento de VCM ao invés de diminuição, o que se pensa é o seguinte: ocorreram falhas no processo de maturação da hemácia, favorecendo hemácias maiores, por causa das falhas de maturação. Por exemplo, deficiência de B12 e/ou B9. Onde eu preciso de b12 e b9 vitaminas? Na produção de bases nitrogenadas, de nucleotídeos. E os nucleotídeos são importantes para produzir DNA e RNA que são necessários para que eu tenha replicação, transcrição e tradução, mitose e síntese proteica. Caso eu tenha deficiência de B12 e B9, a característica mitótica vai TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 9 6° Período / 1° ciclo reduzir, o processo de diferenciação vai ser afetado, as células vão ser maturadas até certo nível e vão ser liberadas no sangue de tamanho maior, por isso megaloblástica. Quando a gente for falar de célula aplásica, na aplasia, as hemácias que sobram são células maiores. Anemia sideroblástica (sidero- ferro): se deve à má formação do heme, impossibilitando a ligação com o ferro. 📌 Heme é uma cadeia carbônica onde há 4 ligações com o nitrogênio, que se liga ao ferro. Indivíduos com anemia sideroblástica possuem deleção de genes que alteram essas enzimas de produção do heme, afetando diretamente a produção do heme. Se não há produção de heme de forma normal, não tem hemoglobina e pior ainda há a impregnação de ferro nos tecidos, chamados de corpos de Pappenheimer. (Muito raro) É uma anemia microcítica pois diminui a quantidade de hemoglobina e as hemácias que restam ficarão com volume menor. Hemocromatose associada a depósito de ferro no tecido, como o fígado. Policetemia vera: Situação na qual o indivíduo tem de forma benigna um aumento de produção de células, hemácias, leucócitos, plaquetas desordenadamente de forma significativa. Não possui sinais clínicos, a descoberta é feita por acaso. Porque é feita sangria como tratamento? ● Pois o sangue fica muito viscoso. ● Tecnicamente não gera problemas, mas se o indivíduo possui policetemia vera e é um paciente diabético, hipertenso e obeso, aumenta a chance de ocorrer tromboembolismo, formar doenças obstrutivas. ● Por isso, promove sangria para reduzir uma quantidade significativa de sangue para tentar equilibrar. Como as células são produzidas em grande quantidade e dentro da medula óssea começam a ficar “apertadas”, a tendência é que o tamanho delas começam a ficar menores. Esse paciente não pode doar sangue, já que são microcíticas. Como na talassemia há poiquilocitose e o sequestro de hemácias pelo baço. Então, na talassemia tem uma anemia microcítica, mas ela também reflete um quadro de hemólise, ou seja, há uma relação hemolítica também porque como tem poiquilocitose acaba destruindo também células vermelhas TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 10 6° Período / 1° ciclo causando uma redução de hemácias, hemoglobinas e hematócrito. ANEMIAS MACROCÍTICAS Porque as hemácias tendem a ficarem grandes? ● Porque as hemácias imaturas são grandes e à medida que vão se maturando vão atingindo seu tamanho adequado. ● Se algo atrapalha esse processo de maturação, essas hemácias vão ser liberadas com tamanhos maiores. Complemento: Deficiência de Vitamina B12 ● Causa: A vitamina B12 é essencial para a produção e maturação adequada das células vermelhas do sangue. Sua deficiência pode resultar de má absorção, dietas deficientes ou outras condições médicas. ● Características: Pode causar anemia macrocítica, além de sintomas neurológicos como formigamento, fraqueza, e problemas de equilíbrio. Deficiência de Ácido Fólico ● Causa: O ácido fólico, também conhecido como vitamina B9, é crucial para a síntese de DNA e a produção de células vermelhas do sangue. A deficiência pode ser causada por dietas inadequadas, condições de malabsorção ou aumento das necessidades do corpo. ● Características: Semelhante à deficiência de vitamina B12, a deficiência de ácido fólico pode levar a anemia macrocítica e também a sintomas relacionados, como fraqueza e fadiga. Anemia Megaloblástica ● Causa: É um tipo específico de anemia macrocítica causada por deficiências de vitamina B12 ou ácido fólico. É caracterizada pela presença de células precursoras anormais (megaloblastos) na medula óssea. ● Características: Os megaloblastos são células vermelhas do sangue grandes e imaturas, o que leva ao aumento do volume médio das células vermelhas do sangue (VCM). Doença Hepática ● Causa: Doenças do fígado, como hepatite crônica ou cirrose, podem interferir na produção e na maturação das células vermelhas do sangue. ● Características: A anemia macrocítica pode ocorrer devido a alterações na função hepática e metabolismo dos nutrientes. Síndrome Mielodisplásica ● Causa: Um grupo de distúrbios da medula óssea que afeta a produção de células sanguíneas, levando à produção de células vermelhas do sangue anormais. ● Características: A síndrome mielodisplásica pode levar à anemia macrocítica devido à produção de células vermelhas do sangue grandes e imaturas. TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 11 6° Período / 1° ciclo Uso de Medicamentos ● Causa: Certos medicamentos, como aqueles usados no tratamento de câncer (quimioterapia) ou antiepilépticos, podem interferir na produção de células vermelhas do sangue e causar anemia macrocítica. ● Características: Pode resultar em alterações no tamanho das células vermelhas do sangue. Álcool ● Causa: O consumo excessivo de álcool pode afetar a absorção de vitamina B12 e ácido fólico, além de prejudicar a medula óssea. ● Características: Pode levar a anemia macrocítica devido a deficiências nutricionais e efeitos tóxicos diretos sobre a medula óssea. Hipotireoidismo ● Causa: O hipotireoidismo pode afetar a produção e a maturação das células vermelhas do sangue. ● Características: Pode levar a uma anemia macrocítica leve. Diagnóstico e Investigação Para diagnosticar anemia macrocítica, os médicos normalmente realizam: ● Contagem de células vermelhas do sangue: Para verificar o tamanho e o número das células vermelhas. ● VCM (Volume Corpuscular Médio): Para avaliar o tamanho médio das células vermelhas. ● Dosagem de vitamina B12 e ácido fólico: Para identificar deficiências nutricionais. ● Exames de função hepática e renal: Para avaliar doenças subjacentes. ●Análise de medula óssea: Se necessário, para investigar condições como síndromes mielodisplásicas. O alcoolismo crônico, a quantidade de radicais livres produzidos leva a situações pró-necróticas que interferem diretamente na síntese medular. Então, o alcoolismo também vai causar um atraso na maturação celular levando a observação de células macrocíticas. Alguns fármacos, principalmente os quimioterápicos, interferem na medula, então geram efeitos colaterais no processo de maturação. Os quimioterápicos diminuem a capacidade de produção de células no organismo, interferindo na eritropoese será evidenciado células macrocíticas Hepatopatia crônicas, lesou o fígado de forma crônica perde considerável capacidade de síntese proteica, para enzimas, hormônios, sinalizadores importantes que funcionam como estimuladores do processo eritropoiético. Hepatopatia crônica leva a uma dificuldade de maturação da eritropoética. O ácido fólico precisamos de 0,08 mg por dia, a grávida precisa de 0,6 mg por dia. Por isso o ginecologista prescreve ácido fólico no período gestacional como suplemento. Anemia megaloblástica é comum na gestação de mulheres que não fazem pré-natal TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 12 6° Período / 1° ciclo porque é comum e fisiológico o déficit de B9. Tudo que tem farinha de trigo tem B9, como pães. Idoso depende de variáveis como comorbidades, qualidade de vida, capacidade absortiva, saúde intestinal, comorbidade que dificultam a capacidade de absorção intestinal. Cirurgia de redução de estômago acaba reduzindo a área de superfície e várias vitaminas e nutrientes não são absorvidos. Megaloblástica: a falta de B12 e B9 ( vitaminas que atuam no processo de síntese de nucleotídeos) dificulta o processo de maturação eritrocitária,fazendo com que as células sejam liberadas em tamanho maior . ● Há diferença entre megaloblástica e perniciosa: megalodonte pode ser deficiência de B12 e/ ou B9 . ● Perniciosa deficiência de B12. Qual seria a diferença? a perniciosa diferente da megaloblástica não é carencial , nela há uma deficiência absortiva no estômago, então essa pessoa tem um fator genético autossômico recessivo que em algum momento da vida ela tenha manifestado com a diminuição do fator intrínseco na células parietais do estômago e essa redução do fator intrínseco faz com que não consiga absorver a B12 que vai ser ingerida. Captar a B12 que eu vou ingerir. Então naturalmente ela vai desenvolver uma macrocitose em algum momento da vida. O médico sabe se é uma perniciosa ou se é uma megaloblástica pelo Teste de Schilling, que alguns laboratórios e clínicas fazem. Nele o paciente ingere B12 radioativa. ● Essa B12 radioativa é dosada na urina depois para saber se o paciente está absorvendo ou não. Se o teste de Schilling acusar alteração é perniciosa. Se não, é carencial. Seria um exame para confirmar. Agora também pode olhar o histórico do paciente, a ingestão de alimento, para se ter uma ideia. Porém, o ideal é o teste. O tratamento da perniciosa é reposição do fator intrínseco. O tratamento da megaloblástica é a reposição de vitamina. Se não fizer a reposição do fator intrínseco é megaloblástica profunda. - Anemia megaloblástica grave evolui para aplasia medular, isso acontece muito. Ex.: paciente chega com a B12 zerada no pronto socorro, já com aplasia medular, o médico acha que é câncer, mas não é. É uma anemia por causa da B12. 🎤 Início da aula 02 Anemia megaloblástica (carencial): ● Deficiência de B12 e B9, VCM > 100. TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 13 6° Período / 1° ciclo Anemia perniciosa (má absorção, devido à diminuição da produção de fator intrínseco): ● Deficiência de B12, VCM > 100 Para absorver B12, células parietais do estômago dependem da ação do fator intrínseco. Por causa de uma alteração recessiva, o indivíduo tem uma redução da capacidade de absorção pela ausência ou diminuição do fator intrínseco. O indivíduo vem manifestando isso ao longo da vida, em determinado momento, ele apresenta o aumento do VCM pela falta da vitamina B12, o que interfere no amadurecimento eritrocitário. 📌 Para diferenciar anemia megaloblástica e perniciosa, o médico utiliza o Teste de Schilling, associado à ingestão de B12 radioativa, para dosar a B12 na urina e definir se o indivíduo está absorvendo ou não. Existe uma complicação da anemia perniciosa e, principalmente, da megaloblástica que é: se o indivíduo vive com uma carência de vitaminas B12 e/ou B9, ele vai desenvolver a megaloblástica, caracterizada pelo VCM > 100 e, a partir dessa deficiência vitamínica, o seu aprofundamento pode levar o indivíduo a uma aplasia medular. Ex.: de paciente com uma pancitopenia de causa desconhecida. O médico vai explorar, na anemia aplásica o VCM já é aumentado e ele pede dosagem de vitamina B12 vem zerada e leva o médico a pensar em uma aplasia medular por deficiência de vitamina B12. ● Anemia aplásica: VCM alto, pancitopenia. Causas: (Pode ser observada no aprofundamento de uma anemia megaloblástica). ● Indivíduo fazendo uso de quimioterapia. ● Exposição à radiação. ● Intoxicação por metais pesados. Ex.: Frentista de posto e o contato com o chumbo da gasolina. Realizar dosagem de chumbo a cada 6 meses. De vez em quando chega dosagem de chumbo elevado em paciente com hemograma apresentando pancitopenia por intoxicação por metal pesado. Quem trabalha com irradiação com por exemplo o raio X, o técnico de radiologia tem que andar com dosímetro, essa dosimetria feita por uma empresa terceirizada vai oferecer pra ele uma qualidade de trabalho, se ultrapassa ele não pode trabalhar tem que ficar de folga por um tempo para a radiação voltar ao normal, o decaimento dessa radiação é um pouco demorado, as vezes fica uns meses de folga sem pode trabalhar, TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 14 6° Período / 1° ciclo porque a exposição a radiação vai causar aplasia medular e outros problemas como câncer. Se eu colocar pra vocês pacientes com câncer fazendo diagnóstico naquele momento, qual possível tipo de anemia ele está representando ? ● Ele chegou com queixas de sinal clínico de anemia, talvez algum sinal e sintomas que leve a pensar em tumor gástrico e intestinal, fez o diagnóstico de câncer e ele já está em evolução, pega o hemograma, 📌qual anemia está relacionada com o câncer ? Anemia por doença crônica, então vai vir uma anemia normocítica e normocromica. ● Então aquele paciente vai passar a fazer tratamento quimioterápico e em algum momento ele vai acabar desenvolvendo aplasia medular. ANEMIA POR DOENÇA CRÔNICA É extremamente comum, elas são normociticas e normocromicas. Complemento: Anemia da Doença Inflamatória ● Doenças Inflamatórias Crônicas: Doenças como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e outras doenças autoimunes frequentemente causam anemia da inflamação. ● Doença de Crohn e Colite Ulcerativa: Estas doenças inflamatórias intestinais podem levar à anemia devido à inflamação crônica e, em alguns casos, devido à perda de sangue gastrointestinal. Anemia em Doenças Infecciosas Crônicas ● Tuberculose: Uma infecção crônica como a tuberculose pode causar anemia pela produção de citocinas inflamatórias que inibem a produção de glóbulos vermelhos. ● HIV/AIDS: A infecção pelo HIV pode resultar em anemia crônica devido à inflamação, infecções oportunistas ou efeitos colaterais do tratamento. Anemia em Doenças Renais Crônicas ● Insuficiência Renal Crônica: Nos estágios avançados de insuficiência renal, os rins produzem menos eritropoetina, um hormônio necessário para a produção de glóbulos vermelhos, resultando em anemia. Anemia em Doenças Oncológicas ● Neoplasias Malignas: Pacientes com câncer, especialmente aqueles com tumores sólidos ou leucemias, podem desenvolver anemia como resultado da inflamação crônica, perda de sangue, ou devido à própria doença ou TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 15 6° Período / 1° ciclo tratamento (quimioterapia). Anemia em Doenças Hepáticas Crônicas ● Cirrose Hepática: Doenças hepáticas crônicas podem causar anemia, seja pela hiperesplenismo(aumento do baço que sequestra glóbulos vermelhos), pelo impacto direto da inflamação, ou por deficiências nutricionais associadas. Anemia em Doenças Endócrinas ● Hipotireoidismo: O hipotireoidismo pode estar associado a uma forma leve de anemia da doença crônica devido à redução do metabolismo e à menor produção de eritropoetina. Mecanismos Subjacentes Comuns Produção Deficiente de Eritropoetina: Comum em doenças renais crônicas. Sequestro de Ferro: A inflamação crônica leva ao aumento da produção de hepcidina pelo fígado, o que inibe a liberação de ferro das reservas corporais. Produção Insuficiente de Glóbulos Vermelhos: Devido à menor produção de eritropoetina ou à presença de citocinas inflamatórias que inibem a eritropoiese. O que leva o indivíduo a desenvolver esse tipo de anemia ? ● Insuficiência renal crônica A IRC leva: ● A uma menor produção de eritropoietina ● Levando a uma queda na contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito, ● VCM e CHCM normais. Paciente com câncer: Toda neoplasia no início não tem sintomas e isso é um grande problema (acaba gerando um diagnóstico mais tardio) Quando está com o tumor em evolução e muitas das vezes já em metástase, esses nódulos que estão sendo desenvolvidos em novos tecidos acabam induzindo atividades de mitógenos para eles, então o que acontece com IL2, fator de crescimento necessários para hematopoiese? ● Estão voltados naquele momento para crescimento tumoral. ● Então é normal ver no paciente com câncer mais avançado uma queda de hemácias, hemoglobina e hematócrito. ● Dependendo da gravidade o paciente pode até desenvolver uma aplasia medular (mais comum no caso de leucemia e linfoma, por estar localizado na medula). ● De forma geral, um tumor sólido com um desenvolvimento avançado vai gerar um quadro normocrômico, normocíticas, com queda de hemácias, hemoglobina e hematócrito por TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 16 6° Período / 1° ciclo conta da diminuição da atividade hematopoiética. Paciente portador de lúpus, artrite reumatoide, diabete, HAS, síndrome metabólica, tudo isso vai acabar dificultando a atividade hematopoiética, então o indivíduo poderá ter uma queda nas hemácias, hemoglobina e hematócrito sem alterar VCM, CHCM. Isso leva o médico a pensar que fatores crônicos estão levando a essa diminuição celular. Como vamos reverter essa situação em um paciente que é portador de síndrome metabólica? ● Mudar totalmente os hábitos, qualidade de vida, fazer com que ele emagreça. ● Isso acaba entrando no pacote de todas as alterações daquele indivíduo. Antigamente, não existia VR para idoso. Hoje, o geriatra já tem o VR de hemograma para a faixa etária acima de 60 anos. Foi necessário desenvolver esse VR para idosos, pois idosos tendem a cair numa anemia normo-normo, diante do VR para adultos saudáveis, não idosos. Com o envelhecimento, é natural que o nível de hematopoiese não seja mais como era antes, mas, isso não quer dizer que o paciente esteja em uma condição patológica ou anêmico. Através desse raciocínio, de alguns anos para cá, “nasceu” o VR para idosos. Reduzir o limiar de hemácia, hemoglobina e hematócrito, tira o idoso dessa anemia normo-normo. Antigamente eu colocava no exame: envelhecimento. Hoje isso já não pode mais ser feito. Se utilizarmos o VR de adultos para idosos, geralmente vai cair nesse quadro (anemia normo-normo), e nem sempre o laboratório vai liberar assim, então é sempre bom estar atento. ANEMIA HEMOLÍTICA: Anemias hemolíticas são um grande problema, por se tratarem de uma doença na maioria das vezes crônica, por serem de caráter genético. Complemento: Anemia Hemolítica Hereditária ● Esferocitose Hereditária: Causada por defeitos nas proteínas da membrana dos glóbulos vermelhos, como a espectrina ou anquirina. Os glóbulos vermelhos tornam-se esféricos e são destruídos no baço. ● Eliptocitose Hereditária: Caracterizada por glóbulos vermelhos em forma de elipse devido a defeitos em proteínas da membrana, como espectrina ou glicoforina. ● Deficiência de G6PD (Glicose-6-Fosfato Desidrogenase): Uma deficiência enzimática que TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 17 6° Período / 1° ciclo torna os glóbulos vermelhos mais suscetíveis ao estresse oxidativo, levando à hemólise. ● Anemia Falciforme: Uma mutação na hemoglobina (hemoglobina S) faz com que os glóbulos vermelhos assumam uma forma de foice, resultando em hemólise. ● Talassemia: Grupo de anemias causadas por uma produção anormal de hemoglobina, levando à destruição dos glóbulos vermelhos. Anemia Hemolítica Autoimune ● Anemia Hemolítica Autoimune de Anticorpos Quentes: Os anticorpos (geralmente IgG) atacam os glóbulos vermelhos a temperaturas corporais normais. Associada a doenças como lúpus, linfomas, e outras condições autoimunes. ● Anemia Hemolítica Autoimune de Anticorpos Frios: Os anticorpos (geralmente IgM) atacam os glóbulos vermelhos a temperaturas mais baixas, como as encontradas nas extremidades do corpo. Pode ocorrer em resposta a infecções ou doenças linfoproliferativas. Anemia Hemolítica Microangiopática ● Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT): Uma condição em que pequenos coágulos sanguíneos se formam em vasos pequenos, levando à destruição dos glóbulos vermelhos. ● Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU): Geralmente causada por infecções (como E. coli produtora de toxina Shiga), resultando em destruição de glóbulos vermelhos e insuficiência renal. ● Coagulação Intravascular Disseminada (CID): Uma condição em que a coagulação do sangue ocorre de forma anormal em todo o corpo, levando à hemólise. Anemia Hemolítica Induzida por Fármacos ● Por Reação Alérgica (Mecanismo Imune): Alguns medicamentos podem induzir a produção de anticorpos que atacam os glóbulos vermelhos, como a penicilina ou cefalosporinas. ● Por Oxidação: Fármacos que causam estresse oxidativo, como sulfas, podem induzir hemólise, especialmente em indivíduos com deficiência de G6PD. Anemia Hemolítica Paroxística Noturna (AHPN) ● Uma condição adquirida rara, onde há um defeito nas células-tronco hematopoéticas, resultando em glóbulos vermelhos mais suscetíveis ao ataque do sistema complemento, levando à hemólise intravascular. TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 18 6° Período / 1° ciclo Anemia Hemolítica Associada a Infecções ● Malária: Os parasitas da malária invadem os glóbulos vermelhos e os destroem, levando à hemólise. ● Infecções Bacterianas ou Virais: Algumas infecções podem causar hemólise diretamente ou através de uma resposta imune. Anemia Hemolítica Traumática ● Hemoglobinúria Paroxística Noturna: Ocorre quando há destruição de glóbulos vermelhos por trauma mecânico, como em válvulas cardíacas artificiais ou próteses vasculares. Anemia Hemolítica Isoimune ● Doença Hemolítica do Recém-Nascido: Causada por incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o feto, como no caso de incompatibilidade Rh. Podemos lembrar da anemia/doença falciforme, as talassemias major (as minor ainda continuam sendo levemente microcíticas, e o paciente continua vivendo sem nenhum grande problema. Agora, as talassemias major, além de serem microcíticas, geram poiquilocitose, que leva ao sequestro esplênico, causando hemólise), Esferocitose congênita, DHRN, estomatocitose, hemoglobinopatia C, hemoglobinopatia E… Anemia falciforme, sem entrar em muitos detalhes, existem mecanismos de polimerização de cadeias beta. Essa polimerização de cadeias beta devido a mutação faz com que a hemácia mude seu formato, recebendo o nome de drepanócitos, células em foice. Na anemia falciforme é comum ter uma contagem elevada de drepanócitos. Nas talassemias, principalmente na major, relacionadas ao paciente homozigoto, que vai ser grave, é comum ver codócitos, células em alvo. Esferocitose congênita apresenta esferócitos. TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 19 6° Período / 1° ciclo Mostram alteração de formas, sequestro esplênico e redução de hemácias, de hemoglobina e hematócrito e aumento de bilirrubina indireta (caracterizando icterícia), de DHL( marcador de citólise e hemólise) e dereticulócitos ( importante para analisar se a partir desse sequestro esplênico, a medula óssea do paciente está conseguindo reagir na proporção adequada ou se está tendo uma hiperfunção acima do adequado. Talvez a manutenção do quadro hemolítico ultrapasse a intensidade desejada para fazer com que o quadro evolua para algo mais grave. O nível de bilirrubina normalmente cresce no quadro hemolítico, atinge um pico e não sobe mais, ele estabiliza e depois cai. Agora se o reticulócito está muito intenso e a bilirrubina ainda não fez a parábola, tem uma tendência de subir. Isso pode ser muito perigoso, principalmente em recém-nascido, porque ele pode ultrapassar 30/35mg/dl de bilirrubina de indireta, gerando Kernicterus, uma encefalopatia causada por intoxicação devido à chegada da bilirrubina ao SNC. Doença hemolítica do recém-nascido: ● Se for por incompatibilidade sanguínea, a mãe produz anticorpos contra a criança, tendo uma sensibilização na primeira gestação e atinge a partir da segunda gestação. ● No momento do parto, se houver contato com o sangue, os anticorpos vão interagir com as hemácias da criança e opsonizam essas hemácias. ● No momento do parto se tiver contato de sangue os anticorpos interagirão com as hemácias das crianças e haverá a opsonização das hemácias devido à presença de antígenos Rh. Em sequência ao passar dentro da circulação esplênica estarão esperando os macrófagos gerando uma hemocaterese que se excessiva pode levar a crise hemolítica causando anemia profunda com marcadores alterados como, DHL, bilirrubina indireta e reticulócitos. ● A conduta no RN é uma, nas crianças ou nos adultos serão diferentes. Ao pegar a talassemia heterozigótica é a mais tranquila, porém mesmo o indivíduo tendo uma microcitose o RDW não altera, quando o RDW não altera é porque o nível de anisocitose não alcançou uma taxa significativa. Agora, se você pegar uma talassemico major, o RDW vai estar aumentado, pois nesse caso a maioria das células vão ser microcíticas. Na anemia ferropriva instaladas a maioria dos eritrócitos vão estar microcíticos, logo o VCM vai estar diminuído e o RDW vai estar aumentado, logo na anemia ferropriva TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 20 6° Período / 1° ciclo é significativa a microcitose, pois o cálculo do RDW já está alterado. Dá para ter uma noção pelo cálculo do RDW, o valor de referência vai até 12,5, se o resultado estiver em 13,5 é um valor baixo, mas se o resultado estiver em 18 já está bem alterado, dizendo que a anemia desse paciente já está presente há mais tempo. O médico tem que saber interpretar esse tipo de resultado, pois se o paciente ficou em carência de ferro por muito tempo isso pode ter gerado uma série de consequências, podendo ter desenvolvido comorbidade ou alterações por causa disso. Na doença hepática que já falamos é um exemplo de macrocitose, pois o VCM está alto, mas o RDW está normal, isso quer dizer que não tenho uma macrocitose tão significativa como na megaloblástica por exemplo, onde teremos uma alteração no RDW alterado, pois teremos uma macrocitose bem significativa (>100). ALTERAÇÃO CELULAR: A hemácia não é redondinho, ela é oval, se apresentar oval é esferocitose, o paciente vai estar mais corado (hipercromia) e mais amarelo. Anemias Sideroblásticas, se eu faço o hemograma e vejo essa presença de ferro livre, é chamado de Corpos de Pappenheimer. A razão é que na sideroblástica produzem menos N, não tendo onde o ferro se ligar, ele fica impregnado no tecido, podendo causar danos como a Hemocromatose. Não é comum para nós um ambiente propício ao surto de Malária, sendo presente em algumas regiões do Brasil. O diagnóstico de Malária é feito pelo esfregaço sanguíneo, olha no microscópio e vê o Plasmodium intracelular. LEUCOGRAMA: Complemento: Contagem Total de Leucócitos ● Leucocitose: Aumento do número total de leucócitos, que pode indicar infecções, inflamações, estresse, entre outras condições. ● Leucopenia: Diminuição do TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 21 6° Período / 1° ciclo número total de leucócitos, que pode ocorrer em infecções virais, doenças autoimunes, uso de certos medicamentos, ou em casos de supressão medular. Contagem Diferencial de Leucócitos ● Neutrófilos: São os leucócitos mais comuns e desempenham um papel fundamental na defesa contra infecções bacterianas e fúngicas. Podem ser subdivididos em: ○ Segmentados: Formas maduras dos neutrófilos. ○ Bastonetes: Formas jovens dos neutrófilos, que podem estar aumentados em infecções agudas (desvio à esquerda). ● Linfócitos: Responsáveis pela resposta imune adaptativa, incluindo a produção de anticorpos (linfócitos B) e a destruição de células infectadas (linfócitos T). ○ Linfocitose: Aumento dos linfócitos, comum em infecções virais. ○ Linfopenia: Diminuição dos linfócitos, observada em imunossupressão, infecções virais graves, ou uso de corticosteroides. ● Monócitos: Envolvidos na fagocitose e na apresentação de antígenos. Eles se tornam macrófagos nos tecidos. ○ Monocitose: Aumento dos monócitos, que pode ocorrer em infecções crônicas, doenças inflamatórias, e algumas neoplasias. ● Eosinófilos: Participam principalmente em reações alérgicas e na defesa contra parasitas. ○ Eosinofilia: Aumento dos eosinófilos, frequentemente visto em alergias, asma, e infecções parasitárias. ● Basófilos: Envolvidos em reações alérgicas e inflamatórias, liberando histamina. ○ Basofilia: Aumento dos basófilos, que pode ser associado a condições alérgicas, doenças mieloproliferativas, e algumas infecções. Morfologia dos Leucócitos ● A análise microscópica dos leucócitos pode revelar anormalidades morfológicas que sugerem doenças específicas, como: ○ Presença de células imaturas (blastos): Pode indicar leucemias ou outros distúrbios hematológicos. ○ Alterações nucleares ou citoplasmáticas: Como vacuolização, granulações tóxicas, ou anomalias nucleares, que podem indicar infecções graves ou distúrbios hematológicos. Índices Leucocitários (em alguns leucogramas) TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 22 6° Período / 1° ciclo ● Relação neutrófilo/linfócito: Pode ser usada para avaliar a gravidade de infecções ou o estado de estresse do organismo. ● Cálculo de formas jovens: O número de bastonetes em relação aos neutrófilos segmentados pode indicar infecções bacterianas agudas ou respostas inflamatórias intensas. Faz a contagem global de todos os leucócitos (neutrófilos, basófilos, eosinófilo, linfócito e monócito), 100% de leucócitos por milímetro cúbico de sangue do seu paciente. Inclusive nesse caso ele tem uma leucopenia, porque se a contagem global de leucócitos tiver alta paciente vai ter uma leucocitose Se a contagem global de leucócitos estiver baixa o paciente vai ter uma leucopenia. 1ª evidência: se você pega um leucograma e ver leucocitose → quer dizer que tem um processo inflamatório acontecendo. Clinicamente o seu paciente chegou com uma dor no peito, retroesternal, que irradia para a mandíbula e está lá esperando um ECG, e no hemograma veio: leucocitose e neutrofilia com desvio à esquerda, onde é a infecção dele? Não é uma infecção, ele está infartando. O infarto que gera a isquemia miocárdica gera um processo inflamatório para o coração. Pergunta: Então qual é o significado de uma leucocitose com neutrofilia nesse caso? Resposta: inflamação aguda. Todo processo inflamatório agudo, terá participação de neutrófilo. A clínica que vai te direcionar o que aquela alteração está te mostrando. Pega um indivíduo que tem neoplasia (um câncer) , uma anemia talvez e vai ter uma leucocitose com neutrofilia, por que? R: O crescimento neoplásico estimula processo inflamatório sistêmico, devido ao crescimento neoplásico. Agora chegou um paciente com queixa de dor de garganta, ao olhar a garganta está cheio de placa de pus, está dando febre, ao fazer o hemograma deu leucocitose com neutrofilia ai e de origem infecciosa. TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 23 6° Período / 1° ciclo 📌 Então o que eu quero dizer é que a clínica vem primeiro e a constatação doresultado do exame é somente para você ter certeza ou contribuir para que sua hipótese diagnóstica esteja correta. Quando você pega um exame, ele só serve para você definir que é uma possível infecção ou uma possível inflamação, que tipo de doença estaria ali associada. 📌 Leucocitose com processo inflamatório seja de origem infecciosa ou não depende da clínica. A leucopenia de forma geral te fala que o paciente está em atividade de baixa imunológica, então ele está suscetível imunologicamente naquele momento. Existem várias possibilidades: ● Quadro viral, ● Pode ser anemia aplásica, ● HIV em estado de AIDS. ● O paciente com sepse no estado inicial vai estar com leucocitose e neutrofilia, mas depois sepse evoluiu e atingiu a medula óssea e gera um caso de aplasia medular. ● Uso de corticoides, imunomoduladores. Como é uma contagem global ele não define muita coisa, dessa forma precisa contar o diferencial que ajuda a definir alguns critérios. NEUTRÓFILOS: Se o paciente tem uma neutrofilia, aumento dos neutrófilos segmentados acompanhado de leucocitose sei que é uma inflamação aguda como infarto, artrite reumatoide ou infecção bacteriana. Assim é preciso determinar se é câncer, origem infecciosa ou auto imune. Nós temos os Mielócitos, meta, bastonetes, segmentados. Depois vem linfócitos, mono, eosinófilos e basófilos. Uma inflamação aguda intensa a medula produz quantidade maior de células de fase aguda , mas não dá tempo de amadurecer todas, então acaba liberando células jovens: desvio à esquerda. Desvio a esquerda: aumento do bastonete, liberou células jovens pela alta produção celular da medula. Leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda: é um processo inflamatório agudo intenso. Algumas pessoas usam desvio à direita para demonstrar aumento de linfo e mono (mardem não usa). No entanto, desvio à direita pode significar hipersegmentação neutrofílica. TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 24 6° Período / 1° ciclo Pega um paciente que não tem o baço, a capacidade de renovação celular dele é reduzida, os glóbulos vão segmentando mais ainda os neutrófilos que não são capturados (começa a ver mais segmentados). Diz que há um aumento de neutrófilos hipersegmentados, e falam que isso é desvio a direita também. LINFÓCITOS: Linfocitose aumentado com linfócitos. Linfopenia, é difícil da gente padronizar esse tipo de raciocínio: ● Infecção aguda causada por bactéria no dia a dia a maioria são extracelular desse modo, 90% dos hemogramas vai trazer leucograma por infecção bacteriana tendo leucocitose com neutrofilia. ● Para viroses tendo agentes intracelulares , relação com características aguda pois tem os linfócitos T para defesa celular. Lembrar que o vírus é intracelular obrigatório. Viroses normalmente são agudas. No mecanismo pró-inflamatório, diante de uma quimiotaxia causada por vírus, eu posso ter pela ação viral, destruição de células naquele ambiente. Na dengue isso é muito clássico, você vai ter uma leucopenia e uma linfocitose. No quadro de dengue clássica, a medula óssea passa a produzir mais linfócitos, mas com a quimiotaxia, começa a ter uma destruição de outras células e a não reposição medular delas, porque a medula está dando prioridade para o linfócito. Ex.: O paciente tem 3980 leucócitos sendo que o normal é de 4000 a 10000, então tem leucopenia, mas ele tem 3690 só de linfócitos, então está associada a uma linfocitose. Então isso associado ao exame do paciente leva a pensar em quadro viral e a medula do paciente está respondendo porque ele apresenta linfocitose (paciente no terceiro ou quarto dia de dengue, por exemplo). A partir do quarto dia de dengue, a febre cai, pode ter uma desidratação e uma situação mais grave, vai ter leucopenia com linfopenia, aí o paciente já vai ter prova do laço positivo, hematócrito muito alto. Isso mostra para o médico que a medula TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 25 6° Período / 1° ciclo já não está reagindo -> dengue grave. A maioria das GECAS na pediatria são virais. ● Na verdade, poderia ter um quadro de geca pelo rotavírus, uma linfocitose, com uma leucocitose. 📌 não dá para padronizar os vírus. Pode ter linfocitose com leucocitose ou linfocitose com leucopenia; ou linfopenia com leucocitose; ou leucopenia com linfopenia, depende do vírus e do EG(estado geral) Se for um sintoma de infecção é viral, mas pode-se pensar em uma doença crônica autoimune em alguns casos podem vir, mas clinicamente falando é algo mais pontual e específico. Se tem um paciente com hepatoespleno, febre irregular. No hemograma tem linfocitose, leucocitose e monocitose, vira crônico por causa da monocitose. Se em Paracatu tiver com hepatoespleno e febre inaparente (irregular), passa sorologia para leishmaniose, e ainda mais com um hemograma aumentado, mostra uma infecção no organismo por um infecção intracelular, mas que gera uma doença crônica e não aguda. Pode ter uma tuberculose, pode ter um caso de linfocitose, leucocitose e monocitose. Para interpretar o laudo precisa ter informação clínica e conhecer a doença. EOSINÓFILO: Quando chegar um paciente com clínica, fez penicilina, fechou glote, teve hiperemia, quando fez hemograma tem leucocitose com eosinofilia. Isso significa crise anafilática, alergia a medicamento. Quando chegar na pediatria, uma criança com 12 anos, com abdômen bastante edemaciado, protuso, com diarreia, e mãe relata aparecimento de estruturas brancas nas fezes, significa presença de elmintos. Então, leucocitose com eosinofilia significa processo alérgico ou parasitoses intestinais causadas por elmintos. Detalhe, se tiver eosinofilia e basofilia, tem a ver com anafilaxia, não parasitose. Para ser parasitose, so vai haver eosinofilia. Sendo a clínica de ambas bem diferentes. Muitos médicos erram no valor relativo, ou seja, o percentual, pois ele nem sempre vai evidenciar o valor real absoluto. Preciso considerar o valor absoluto para determinar aumentos, pois ele é o valor que se faz a regra de 3 pelo total, assim tendo o valor real. Outro erro é: No processo inflamatório/ infeccioso de origem reativa há leucocitose reativa a um processo inflamatório. TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 26 6° Período / 1° ciclo Mas há casos que podem ter leucocitose ou linfocitose clonal, por exemplo, chega um paciente com 18.000 leucócitos ( normal até 10.000) e com sinais de infecção, o diferencial é que vai ter aumento de linfócitos. Mas há sinais claros de infecção, quadro viral. ● É necessário ter noção que há casos como sepse, infecção bacteriana sistêmica que gera uma leucocitose de 28.000; 40.000 leucócitos, número muito alto. Faz sentido, pois é um quadro séptico grave, ocasionando neutrofilia por desvio à esquerda, podendo em alguns casos ter aumento de metamielócitos de tão a esquerda que está. ● Pode chegar um paciente com linfonodos bem infartados, febre inaparente, com 150.000 leucócitos, sendo que 90% deles é linfócitos. Leucocitose com 150.000 com linfocitose de 90%. Casos de leucocitose elástica a cima de 70 mil, já não é de origem reativa, mas sim de origem clonal. Não sendo causada por efeitos básicos e infecciosos, mas sim por origem mielodisplásica, assim o médico generalista precisa fazer essa interpretação e entender que em casos onde há 90% de linfócitos maduros há uma LLA ( leucemia linfoide aguda). O médico generalista não é o responsável por esse caso, mas precisa reconhecer isso e encaminhar para o oncohemato. Se tiver um aumento muito elástico na leucocitose, por exemplo 60 - 150 mil leucocitose já não é algo reativo, mas clonal. Clonalidade é quando a medula óssea perde a capacidade de controle de proliferação e começa a produzir células e isso relaciona - se com linfomas e leucemias. BASÓFILO: Eosinofilia e basofilia são sempre alergias. Basofilia sozinha nunca tem. Se tiver basofilia tem que ter eosinofilia junto, isso ocorre na anafilaxia ou seja representa processo alérgico. PLAQUETOGRAMA: 90% dos hemogramas que vem de hospital pediátrico tem plaquetócrito, a maioria das crianças tem virose e processosinflamatórios. Plaquetócrito tem como cargo chefe doenças inflamatórias, resposta a infecção e inflamação. 📌 VR de plaquetas vai de 150.000 a 400.000. Plaquetose vai ser de 600.000 a 700.000 reativos a infecção. Plaquetose de 1.200.000\1.500.000 pensa em leucemia mieloide, muito fora da curva. Tem anisocitose plaquetária, na lâmina se observa muitas deformações. Plaquetas vem de megacariócitos, a produção de megacariócitos que está TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 27 6° Período / 1° ciclo excessiva devido à linhagem da leucemia mieloide. Muita plaqueta no sangue. Se tem hemorragia extensa, rompe artéria, tem plaquetopenia. A plaquetose é de quem tem úlcera no estômago\pólipo intestinal\mioma uterino\ciclos menstruais longos, perdas contínuas, a medula responde produzindo plaqueta para estancar de alguma forma. Plaquetose associada a pequenos sangramentos, isso leva o médico a buscar possível causa. Causas de anemia ferropriva levam a plaquetose, organismo associa a baixa de eritropoiese com perdas sanguíneas e aumenta a atividade plaquetária. Tem muitos casos de anemia ferropriva instalada associada a plaquetose. Doenças mieloproliferativas crônicas, plaquetas de 1.000.000\1.200.000 fugindo do normal. Plaquetopenia também chamada de trombocitopenia porque antigamente era chamado de trombócito. Plaquetopenia, que também é chamado de trombocitopenia, está ligado a hemorragias extensas pois nesse caso a medula não consegue recuperar e as plaquetas diminui, virose pois tem vírus que possuem tropismo por plaqueta e quando há uma viremia extensa pela afinidade do vírus e a plaqueta ocorre a agregação dessas plaquetas com o vírus só que ao passar o sangue pelo aparelho só conta as plaquetas que estão livres , então haverá uma plaquetopenia funcional em uma virose aguda que faz com que haja uma piora da dengue por exemplo, pois na dengue grave há extravasamento do capilar. Então a baixa de plaquetas favorece o quadro grave em uma cenário de dengue, chicungunha ,etc. Outra coisa que é comum, púrpura trombocitopenica é por genética de produção abaixo de plaquetas e púrpura senil em idosos. A púrpura é uma "lesão" que parece hematoma mesmo sem nenhum trauma e ao pedir hemograma há uma plaquetopenia sendo o diagnóstico de púrpura trombocitopénica. Resposta de dúvida: existe uma droga chamada Granulokine que estimula a hematopoiese. Para quem tem aplasia é uma droga bem usável. Existem drogas que vão estimular a eritropoiese ou a hematopoiese para tentar melhorar. Agora, se estiver muito baixa as plaquetas, tem um delay, às vezes a transfusão é necessária. Na anemia aplásica tem plaquetopenia também. Uso de AAS pode causar antiagregação. Talvez o uso de AAS não afete no número, mas afete na função. Plaquetose e plaquetopenia é isso. Não foge muito. As plaquetas fazem parte da hemostasia primária. Hemostasia secundária, Tap, Tpa. TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 28 6° Período / 1° ciclo 📌 Valor de referência é 150-400 mil. Antes do exame veio anamnese e exame físico. A interpretação do exame vem depois. Normalmente o médico já tem uma ideia antes. TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 29 6° Período / 1° ciclo QUESTÕES DOS SLIDES: 1. Explique a função do hematócrito e dê exemplos da utilização do mesmo na clínica médica. 2. Explique quando podemos observar alteração do número global de hemácias e quando essa alteração estará relacionada com o quadro de anemia. 3. Se for observado uma anisopoiquilocitose com reticulocitose e hipocromia, essas alterações estão relacionadas a quais tipos de anemias? 4. Explique como podemos diferenciar uma infecção causada por microrganismo intracelular e/ou extracelular a partir do leucograma. 5. Explique o que é o desvio à esquerda e o desvio à direita e quando eles são evidenciados. 6. Em uma anemia ferropriva, anemia megaloblástica, esferocitose congênita, e anemia aplásica, quais alterações serão evidenciadas no eritrograma? 7. Um paciente com IRC em hemodiálise, poderá apresentar quais alterações no eritrograma? TRANSCRIÇÃOMED BETA XVII - 30