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TEMA 03 - Mudanças Climáticas e Seus Impactos na Sociedade


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DEFINIÇÃO 
Mudanças climáticas. Gases de Efeito Estufa (GEE). Acordos climáticos. 
Aquecimento global. Economia de baixo carbono. 
PROPÓSITO 
Discutir sobre as mudanças climáticas, seus acordos e os impactos causados à 
sociedade. 
OBJETIVOS 
MÓDULO 1 
Descrever o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas 
MÓDULO 2 
Identificar os principais acordos climáticos 
MÓDULO 3 
Reconhecer os principais desafios para a sociedade frente às mudanças 
climáticas 
INTRODUÇÃO 
Grande desafio deste século XXI, a mudança climática é um tema que ganha 
cada vez mais espaço nos debates relacionados ao futuro das sociedades. 
Sabemos que as temperaturas globais vêm aumentando e que esse aumento 
poderá gerar grandes impactos no planeta, modificando o mundo como 
conhecemos hoje. 
 
Fonte: Sepp photography/Shutterstock 
Mas, afinal, é possível reverter esse processo? O que ocorrerá com o meio 
ambiente e as sociedades nas próximas décadas? 
Para responder a estas questões, apresentaremos neste tema a origem desse 
debate, apontando os estudos já realizados a respeito do assunto e os acordos 
climáticos entre as nações, além de seus possíveis impactos na sociedade. 
MÓDULO 1 
 
Descrever o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. 
 
PAINEL INTERGOVERNAMENTAL DE 
MUDANÇAS CLIMÁTICAS 
CONCEITO E PROPOSTA 
O efeito estufa é um fenômeno natural e necessário para a preservação da vida 
na Terra, pois mantém o planeta aquecido e habitável ao permitir que parte da 
radiação solar refletida de volta para o espaço seja absorvida pelo planeta. 
QUANDO ATINGE A SUPERFÍCIE DA TERRA, 
GRANDE PARTE DESSA RADIAÇÃO É 
REFLETIDA COMO RADIAÇÃO 
INFRAVERMELHA, QUE É CAPTURADA POR 
UMA CAMADA DE GASES DE EFEITO ESTUFA 
(GEE) NA ATMOSFERA. OS GEE SÃO 
CONHECIDOS ASSIM POR EXERCEREM A 
FUNÇÃO DO VIDRO DE UMA ESTUFA, 
PERMITINDO A PASSAGEM DA RADIAÇÃO 
SOLAR, EMBORA EVITEM A LIBERAÇÃO DA 
RADIAÇÃO INFRAVERMELHA EMITIDA PELA 
TERRA. 
(GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2020) 
ATMOSFERA 
A atmosfera terrestre é uma camada natural de gases que envolve a Terra. 
Essa camada permite que as radiações solares atinjam a superfície e 
mantenham a temperatura média do planeta devido ao fenômeno natural do 
efeito estufa, no qual parte da radiação solar que penetra nele fica retida em 
forma de calor. O restante é refletido no espaço. 
javascript:void(0)
PORTANTO, A VIDA EM SUAS FORMAS 
ATUAIS SE DEVE A ESSES GASES. 
 
autor/shutterstock 
Desde a Revolução Industrial, o homem vem aumentando a concentração de 
GEE por meio de suas emissões. Segundo Fortin (2017), isso se traduz no 
aumento contínuo da temperatura global em um 1°C desde a era pré-industrial. 
Existem alguns vínculos científicos básicos já estabelecidos: 
Sua concentração na atmosfera da Terra está diretamente ligada à temperatura 
média global. GEE mais abundante, o dióxido de carbono (CO2) é produto, em 
grande proporção, da queima de combustíveis fósseis. 
Fonte: (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2020a) 
A MUDANÇA CLIMÁTICA É UM 
FENÔMENO NATURAL AMPLIFICADO 
PELA AÇÃO DO HOMEM. 
É preciso compreender de que maneira podemos controlar ou amenizar os 
efeitos das mudanças climáticas. Para isso, o Painel Intergovernamental de 
Mudanças Climáticas (IPCC) foi criado em 1988 pela Organização 
Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente (PNUMA). 
O estabelecimento do IPCC foi aprovado pela Assembleia Geral da 
Organização das Nações Unidas (ONU) no mesmo ano. Ele é uma 
organização dos governos que compõem as Nações Unidas, possuindo 
atualmente 195 membros. 
Seu papel é avaliar, de maneira abrangente, objetiva, aberta e transparente, as 
informações científicas, técnicas e socioeconômicas relevantes para a 
compreensão das mudanças climáticas, seus impactos e riscos futuros, bem 
como as opções para sua mitigação e adaptação. 
Fonte: (BRASIL, 2020c) 
MITIGAÇÃO 
Intervenção humana para reduzir as emissões por fontes de gases de efeito 
estufa e fortalecer as remoções por sumidouros de carbono, como florestas e 
oceanos. 
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Fonte: (BRASIL, 2020c) 
ADAPTAÇÃO 
Estratégia de resposta de qualquer sistema à mudança do clima no esforço 
para prevenir-se contra possíveis danos e explorar eventuais oportunidades 
benéficas. Diferentemente da mitigação, os benefícios resultantes dessa série 
de ajustes são locais e de curto prazo. 
Fonte: (BRASIL, 2020a) 
 
A partir dessa avaliação, o IPCC fornece aos governos, em todos os níveis, 
informações científicas que lhes permitem desenvolver políticas climáticas. 
Além disso, seus relatórios também são uma contribuição importante nas 
negociações internacionais sobre mudanças climáticas. 
Fonte: (IPCC, 2020) 
 
RELATÓRIOS DE AVALIAÇÃO 
Centenas de especialistas renomados nas diferentes áreas cobertas pelos 
relatórios do IPCC avaliam os milhares de artigos científicos publicados a cada 
ano. O objetivo dessa avaliação é fornecer um resumo abrangente do que se 
sabe sobre os fatores que impulsionam as mudanças climáticas, assim como 
seus impactos e riscos futuros, apontando ainda formas de se adaptar e mitigar 
esses impactos. 
Desde a criação do IPCC, cada relatório de avaliação tem contribuído 
diretamente para a formulação internacional de políticas climáticas. 
Estabeleceremos a seguir um histórico sobre os principais relatórios, 
descrevendo em seguida suas principais características e aplicações. 
1990: PRIMEIRO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO (FAR) 
Destacou a importância das mudanças climáticas como um desafio com 
consequências globais e exigiu uma cooperação internacional. 
O FAR desempenhou ainda um papel decisivo na criação da Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). 
1995: SEGUNDO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO (SAR) 
O SAR forneceu material importante para que os governos se preparassem 
para a adoção do Protocolo de Quioto – ele também será apresentado no 
próximo módulo – dois anos depois. 
2001: TERCEIRO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO (TAR) 
Concentrou a atenção nos impactos das mudanças climáticas e na 
necessidade de adaptação. 
UNFCCC 
javascript:void(0)
O UNFCCC é o principal tratado internacional para reduzir o aquecimento 
global e lidar com as consequências das mudanças climáticas (falaremos mais 
sobre ele no módulo seguinte). 
VEREMOS A SEGUIR OUTROS 
RELATÓRIOS DE MANEIRA MAIS 
DETALHADA: 
2007: QUARTO RELATÓRIO DE 
AVALIAÇÃO (AR4) 
A AR4 lançou as bases para um acordo pós-Quioto, concentrando-se em 
limitar o aquecimento global a 2°C. 
 SAIBA MAIS 
Neste mesmo ano, o IPCC e o então vice-presidente dos Estados Unidos, Al 
Gore, receberam o Prêmio Nobel da Paz em conjunto pelos esforços para 
desenvolver e disseminar um maior conhecimento sobre as mudanças 
climáticas provocadas pelo homem, além de estabelecer as bases para as 
medidas necessárias a fim de combater tal mudança. 
Um dos pontos que podemos destacar do AR4 é a apresentação dos diferentes 
GEE. Os dois principais, nesta ordem, são o: 
 Dióxido de carbono (CO2): Entre as origens antrópicas das emissões de 
dióxido de carbono, destacam-se a combustão de combustíveis fósseis e a 
mudança no uso da terra (incluindo o desmatamento e o cultivo de áreas 
antes não explorados, pois, ao ará-la, o CO2 do solo é liberado);/li> 
 Metano (CH4): Entre suas origens antrópicas, destacam-se a agricultura 
(por exemplo, o cultivo de arroz), a criação de gado (uma vez que a digestão 
do gado também gera emissões de metano) e, finalmente, os resíduos, cuja 
decomposição produz, quando deixada ao ar livre, metano. 
Fonte: (IPCC, 2007) 
A figura e a tabela a seguir apresentam os principais GEE: 
 
Fonte: YDUQSGráfico: Principais GEE. 
 
Gás carbônico (CO2) Metano (CH4) Óxido nitroso (N2O) 
Clorofluorcarbonetos 
(CFCs) 
Ozônio (O3) 
Monóxido de carbono 
(CO) 
Principal fonte 
antrópica 
Combustíveis 
fósseis, 
desflorestamento 
Cultivode arroz 
inundado, pecuária, 
combustíveis fósseis, 
queima de biomassa 
Fertilizantes, 
conversão do 
uso da terra 
Refrigeradores, 
aerossóis, processos 
industriais 
Hidrocarbonetos 
(com NOx), queima 
de biomassa 
Combustíveis 
fósseis, queima 
de biomassa 
 
Gás carbônico (CO2) Metano (CH4) Óxido nitroso (N2O) 
Clorofluorcarbonetos 
(CFCs) 
Ozônio (O3) 
Monóxido de carbono 
(CO) 
Tempo de vida 
na atmosfera 
50-200 anos 10 anos 150 anos 60-100 anos Semanas a meses Meses 
Contribuição 
relativa ao efeito 
estufa antrópico 
60% 15% 5% 12% 8% - 
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal 
Tabela: Principais GEE. Fonte: (KRUPA, 1997) 
Adaptada do AR4, a tabela a seguir aponta algumas das principais tecnologias 
e práticas de mitigação das mudanças climáticas em diferentes setores: 
Setor 
Tecnologias e práticas de mitigação disponíveis em 
2007 
Tecnologias e práticas de mitigação projetadas para serem comercializadas antes de 2030 
Fornecimento de 
energia 
• Maior eficiência no fornecimento e na 
distribuição de energia; 
• Mudança de combustível: do carvão para o gás; 
• Uso da energia nuclear; 
• Uso de fontes de energia renováveis (energia 
hidrelétrica, solar, eólica, geotérmica e 
bioenergia); 
• Aplicações iniciais de captura e armazenamento 
de carbono (CCS). 
• CCS para instalações de geração de gás, biomassa e eletricidade a carvão; 
• Energia nuclear avançada; 
• Energia renovável avançada, incluindo energia de marés e ondas e energia solar 
fotovoltaica. 
Transporte 
•Veículos mais eficientes (com menor consumo 
de combustível); 
• Veículos híbridos; 
• Veículos a diesel mais limpos; 
• Biocombustíveis; 
• Mudanças modais do transporte rodoviário para 
os sistemas ferroviário e de transporte público; 
• Transporte não motorizado (ciclismo e 
caminhada); 
• Melhor planejamento dos transportes. 
• Biocombustíveis de segunda geração; 
• Aeronaves de maior eficiência; 
• Veículos elétricos e híbridos avançados com baterias com alta capacidade de 
armazenamento. 
Construções 
residenciais e 
• Iluminação eficiente (podendo ampliar a natural); 
• Aparelhos elétricos e dispositivos de 
• Construções integradas com tecnologias; 
• Painéis solares nas construções. 
Setor 
Tecnologias e práticas de mitigação disponíveis em 
2007 
Tecnologias e práticas de mitigação projetadas para serem comercializadas antes de 2030 
comerciais aquecimento e refrigeração mais eficientes; 
• Fogões aprimorados. 
Indústria 
• Equipamento elétrico mais eficiente; 
• Reciclagem e substituição de materiais. 
• Eficiência energética avançada; 
• CCS para fabricação de cimento, amônia e ferro. 
Agricultura 
• Melhor gerenciamento das culturas e pastagens 
para aumentar o armazenamento de carbono no 
solo; 
• Restauração de terras degradadas; 
• Aprimoramento de técnicas de cultivo de arroz e 
cuidado com animais e estrume para reduzir as 
emissões de metano; 
• Culturas energéticas dedicadas para substituir o 
uso de combustíveis fósseis. 
• Melhorias no rendimento das culturas. 
Florestas 
• Reflorestamento; 
• Redução do desmatamento; 
• Uso de produtos florestais para a bioenergia em 
substituição ao uso de combustíveis fósseis. 
• Melhoramento das espécies arbóreas para aumentar a produtividade da biomassa e o 
sequestro de carbono; 
• Tecnologias aprimoradas de sensoriamento remoto para análise do potencial de sequestro 
de carbono da vegetação ou do solo e mapeamento das mudanças no uso da terra. 
Gestão de resíduos 
• Recuperação de metano em aterros sanitários; 
• Incineração de resíduos com recuperação de 
energia; 
• Compostagem de resíduos orgânicos; 
• Tratamento de águas residuais; 
• Reciclagem e minimização de resíduos. 
• Para reduzir as emissões de metano dos aterros, pode-se explorar o processo natural de 
oxidação microbiana do metano por meio de coberturas. Chamadas de “biocobertas”, elas 
são muitas vezes compostas por materiais residuais, como os adubos. 
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal 
Tabela: Tecnologias e práticas de mitigação das mudanças climáticas por 
setor. Adaptado de: (IPCC, 2007, p. 10) 
ATENÇÃO 
Apesar de esta tabela apresentar alguns exemplos, não existe uma ordem 
preferencial de setores ou de tecnologias. 
2013-2014: QUINTO RELATÓRIO DE 
AVALIAÇÃO (AR5) 
O AR5 foi finalizado com base na revisão de milhares de pesquisas científicas, 
servindo de contribuição científica para o Acordo de Paris (que será 
amplamente analisado no próximo módulo). 
Fornecendo uma análise das alterações no clima, o AR5 conclui que: 
 A mudança climática é real; 
 As atividades humanas são sua principal causa. 
O relatório fornece ainda uma avaliação abrangente do aumento do nível do 
mar nas últimas décadas. Além disso, os estudos apresentados também 
estimam as emissões acumuladas de CO2 desde a época pré-industrial e 
fornecem um orçamento dele para futuras emissões. 
COM ISSO, O AR5 BUSCA LIMITAR O 
AQUECIMENTO GLOBAL A MENOS DE 
2°C. CERCA DE METADE DESSE VALOR 
MÁXIMO JÁ FOI EMITIDO ATÉ 2011. 
COMENTÁRIO 
Sabe-se, a partir dos relatórios do IPCC, que, de 1880 a 2012, a temperatura 
média global aumentou 0,85°C. Além disso, os oceanos se aqueceram, as 
quantidades de neve e gelo diminuíram e o nível do mar aumentou. De 1901 a 
2010, à medida que os oceanos se expandiam devido ao aquecimento e ao 
derretimento do gelo, a média global do nível do mar subiu 19cm. A extensão 
do gelo marinho no Ártico vem diminuindo desde a década de 1980. 
 
Tatiana Grozetskaya/shutterstock 
Dadas as concentrações atuais e as emissões contínuas de GEE, é provável 
que o final deste século registre um aumento de 1 a 2°C na temperatura média 
global acima do nível de 1990 (cerca de 1,5 a 2,5°C superior ao nível pré-
industrial). Com isso, os oceanos do mundo se aquecerão e o derretimento do 
gelo continuará. 
Fonte: (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2020a) 
 
Bernhard Staehli/shutterstock 
Há evidências alarmantes de que pontos críticos cruciais podem já ter sido 
alcançados ou ultrapassados, levando a mudanças irreversíveis nos principais 
ecossistemas e no sistema climático planetário. Ecossistemas tão diversos 
quanto o da Floresta Amazônica e a tundra ártica podem estar se aproximando 
de limiares de mudança dramática. 
Fonte: (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2020a) 
2018: RELATÓRIO ESPECIAL DO IPCC 
SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL DE 
1,5°C (SR15) 
Em outubro deste ano, o SR15 abordou os impactos do aquecimento global. 
Sua conclusão foi a seguinte: limitá-lo a 1,5°C exigiria mudanças rápidas, 
profundas e sem precedentes em todos os aspectos da sociedade. 
Este relatório constatou que essa limitação poderia garantir uma sociedade 
mais sustentável e equitativa. Enquanto as estimativas anteriores se 
concentravam em estipular os danos se as temperaturas médias subissem 2°C, 
o SR15 mostrou que muitos dos impactos adversos das mudanças climáticas já 
surgirão na marca de 1,5°C. 
Ele ainda destaca impactos das mudanças climáticas que poderiam ser 
evitados ao se limitar o aquecimento global a 1,5°C ao invés de 2°C ou mais. 
Estima-se que as atividades humanas tenham causado o aumento de 
aproximadamente 1°C desde a era pré-industrial. 
Os modelos climáticos projetam diferenças robustas nas características 
climáticas regionais entre o aquecimento atual e o global de 1,5°C, assim como 
as existentes entre 1,5°C e 2°C, incluindo as disparidades em relação aos 
aumentos na temperatura média na maioria das regiões terrestres e oceânicas. 
Fonte: (IPCC, 2018) 
Em uma projeção para o ano de 2100, por exemplo, a elevação global do nível 
do mar seria 10cm mais baixa com um aquecimento global de 1,5°C se 
comparada com o de 2°C. Já os recifes de corais declinariam de 70% a 90% 
com o aquecimento de 1,5°C, enquanto praticamente todos seriam perdidos 
com um aumento de 2°C. 
O relatório conclui que limitar o aquecimento global a 1,5°C exigiria transições 
rápidasna terra, na energia, na indústria, nos edifícios, nos transportes e nas 
cidades. 
Por fim, o SR15 também destacava que as emissões globais líquidas de 
dióxido de carbono (CO2) causadas pelo homem precisam, até 2030, cair cerca 
de 45% em relação aos níveis de 2010, atingindo o “zero líquido” por volta de 
2050. Isso significa que quaisquer emissões remanescentes precisariam ser 
equilibradas pela remoção do CO2 da atmosfera. 
Neste vídeo, abordaremos o relatório SR15. 
 
ATUALMENTE: SEXTO CICLO DE 
AVALIAÇÃO 
Ainda em gestação, este ciclo vai preparar: 
Três relatórios especiais; 
Um relatório de metodologia; 
Sexto relatório de avaliação. 
RELATÓRIOS ESPECIAIS 
Primeiro desses relatórios especiais, o SR15, conforme frisamos, foi solicitado 
pelos governos participantes do Acordo de Paris. 
javascript:void(0)
 
Composição 
O IPCC é dividido em três grupos de trabalho e uma força-tarefa. Cada um 
deles lida com: 
Grupo de trabalho I: Base das ciências físicas das mudanças climáticas; 
Grupo de trabalho II: Impactos das mudanças climáticas, a adaptação e a 
vulnerabilidade; 
Grupo de trabalho III: Mitigação das mudanças climáticas; 
Força-tarefa: Desenvolvimento e refinamento de uma metodologia para o 
cálculo e o relatório das emissões e remoções nacionais de GEE. 
Com os grupos de trabalho e a força-tarefa, outros grupos de tarefas podem 
ser estabelecidos pelo IPCC por um período determinado para considerar um 
tópico ou uma pergunta específica. 
EXEMPLO 
A decisão tomada na 47ª Sessão do IPCC, em Paris, em março de 2018, 
estabelece um grupo de tarefas para melhorar o equilíbrio de gênero e abordar 
questões relacionadas a gênero. 
Fonte: (IPCC, 2020) 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. EM 1988, FOI APROVADA PELA ASSEMBLEIA GERAL DA 
ONU A CRIAÇÃO DO IPCC. SEU PRINCIPAL PAPEL 
CONSISTE EM: 
Avaliar as informações relevantes para uma compreensão das mudanças 
climáticas, assim como dos impactos, riscos futuros e opções de adaptação e 
mitigação, fornecendo-as, em seguida, aos governos. 
Identificar quais estudos sobre os GEE devem ser considerados relevantes 
pelos governos (federais, estudais ou municipais). 
Determinar o papel de cada país no combate às mudanças climáticas nos 
próximos anos. 
Promover encontros e debates para que haja uma visão mais ampla sobre as 
mudanças climáticas. 
2. DESDE A CRIAÇÃO DO IPCC, SEUS RELATÓRIOS DE 
AVALIAÇÃO TÊM CONTRIBUÍDO PARA A FORMULAÇÃO 
INTERNACIONAL DE POLÍTICAS CLIMÁTICAS. SOBRE O 
TEMA, É INCORRETO AFIRMAR QUE: 
O FAR, em 1990, destacou a importância das mudanças climáticas como um 
desafio com consequências globais que exigia a cooperação internacional. 
O SAR teve como base de estudo o Protocolo de Quioto de 1997. 
Finalizado entre 2013 e 2014, o AR5 fornece uma avaliação abrangente do 
aumento do nível do mar e de suas causas nas últimas décadas. 
Lançado em 2001, o TAR destacou os impactos das mudanças climáticas e a 
necessidade de adaptação. 
GABARITO 
1. Em 1988, foi aprovada pela Assembleia Geral da ONU a criação do 
IPCC. Seu principal papel consiste em: 
A alternativa "A " está correta. 
 
 
O IPCC pretende sugerir maneiras de combater problemas climáticos, como o 
aquecimento global, apontando suas causas, seus efeitos e os riscos que ele 
pode gerar para a humanidade. 
2. Desde a criação do IPCC, seus relatórios de avaliação têm contribuído 
para a formulação internacional de políticas climáticas. Sobre o tema, 
é incorreto afirmar que: 
A alternativa "B " está correta. 
 
 
O SAR, de 1995, identificou a necessidade de se reduzir a emissão de GEE 
devido ao perigo que eles oferecem ao sistema climático e mapeou um futuro 
que possibilitasse o desenvolvimento sustentável. Este relatório serviu de base 
para que os governos pudessem implementar o Protocolo de Quioto de 1997. 
MÓDULO 2 
 
Identificar os principais acordos climáticos. 
ACORDOS CLIMÁTICOS 
Como vimos no módulo anterior, a criação do IPCC teve um papel fundamental 
no estudo do clima. A partir de seus relatórios, é possível compreender, de 
forma abrangente, os fatores que impulsionam as mudanças climáticas. Além 
de apontar seus impactos e riscos futuros, eles mostravam formas de se 
adaptar a eles e mitigá-los. 
Conforme frisamos no módulo anterior, os relatórios do IPCC desempenharam 
um papel decisivo nestes acordos: 
1992: Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima 
(UNFCCC); 
1997: Protocolo de Quioto; 
2015: Acordo de Paris. 
Observemos a seguir uma linha do tempo com os principais acordos climáticos: 
LINHA DO TEMPO DOS ACORDOS 
CLIMÁTICOS. 
Adaptado de: (UNFCCC, 2020c) 
Criação do IPCC 
Criação da UNFCC (Rio-92) 
Criação do Protocolo de Quioto 
Adesão do Brasil ao Protocolo de Quioto 
Protocolo de Quioto entra em vigor 
Acordo de Paris 
Compromisso brasileiro em reduzir 37% das emissões (com base em 2005) 
Indicativo brasileiro de reduzir em 43% as emissões (com base em 2005) 
Para iniciarmos nossos estudos sobre o assunto, falaremos sobre esses 
acordos e apontaremos os acontecimentos mais relevantes relacionados a 
eles: 
CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES 
UNIDAS SOBRE A MUDANÇA DO CLIMA 
 
Fonte: UNFCCC 
EM 1992, A CÚPULA DA TERRA, REALIZADA 
NO RIO DE JANEIRO E CONHECIDA COMO 
RIO-92, PRODUZIU A UNFCCC COMO 
PRIMEIRO PASSO NO COMBATE À MUDANÇA 
CLIMÁTICA. ELA, NO ENTANTO, SÓ ENTROU 
EM VIGOR EM 21 DE MARÇO DE 1994. 
(UNFCCC, 2020a) 
Atualmente, a UNFCCC tem uma adesão quase universal. Os 197 países que 
a ratificaram são chamados de “partes” da convenção. O objetivo final do 
tratado é impedir que as ações humanas interfiram, de forma prejudicial e 
permanente, no sistema climático do planeta. Foram definidos, dessa forma, 
compromissos e obrigações para todas as partes. 
O princípio das responsabilidades comuns – ainda que elas sejam 
diferenciadas – afirma que as partes devem proteger o sistema climático em 
benefício das gerações presentes e futuras, tendo como base a equidade e 
estando em conformidade com suas respectivas capacidades. 
 
DisobeyArt/shutterstock 
Dessa maneira, os países desenvolvidos que participam da convenção de 1992 
devem tomar a iniciativa no combate à mudança do clima e a seus efeitos, já 
que eles, tendo em vista as necessidades específicas dos países em 
desenvolvimento (em especial, os particularmente vulneráveis aos efeitos 
negativos da mudança do clima), foram a fonte da maior parte das emissões 
passadas de GEE. 
Fonte: (BRASIL, 2020b) 
 
Drop of Light/shutterstock 
Para facilitar a transferência de recursos financeiros aos países em 
desenvolvimento, a convenção estabeleceu mecanismos operacionais de 
financiamento, como o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e o Fundo 
Verde para o Clima (GFC). 
Fonte: (BRASIL, 2020d) 
PROTOCOLO DE QUIOTO 
A PARTIR DAS NEGOCIAÇÕES FEITAS PARA 
FORTALECER A RESPOSTA GLOBAL ÀS 
MUDANÇAS CLIMÁTICAS, FOI CRIADO, EM 11 
DE DEZEMBRO DE 1997, O PROTOCOLO DE 
QUIOTO. CONTUDO, DEVIDO A UM 
COMPLEXO PROCESSO DE RATIFICAÇÃO, 
ELE SÓ ENTROU EM VIGOR EM 16 DE 
FEVEREIRO DE 2005. ATUALMENTE, 192 
PAÍSES SÃO CONSIDERADOS PARTES 
DESSE PROTOCOLO. 
(BRASIL, 2020e) 
Funcionando de maneira complementar à UNFCCC, o Protocolo de Quioto 
definia metas de redução de emissões para países: 
Desenvolvidos 
Considerados responsáveis históricos pela mudança atual do clima (ainda que, 
naquela época, apresentassem uma economia em transição para o 
Capitalismo). 
O BRASIL RATIFICOU O DOCUMENTO EM 23 
DE AGOSTO DE 2002, TENDO SUA 
APROVAÇÃO INTERNA OCORRIDO POR MEIO 
DO DECRETO LEGISLATIVO Nº 144/2002. DA 
LISTA DOS PRINCIPAIS EMISSORES DE GEE, 
SOMENTE OS ESTADOS UNIDOS NÃO 
RATIFICARAM O PROTOCOLO DE QUIOTO, 
PORÉM, AINDA ASSIM, PERMANECEM SUAS 
RESPONSABILIDADES E OBRIGAÇÕES 
DEFINIDAS PELA UNFCCC. 
(BRASIL, 2020e) 
Em resumo, o Protocolo de Quioto operacionaliza a UNFCCC, comprometendo 
os países industrializados a limitar e reduzir as emissõesde GEE de acordo 
com as metas individuais acordadas. 
A própria convenção pede apenas que esses países: 
 Adotem políticas e medidas de mitigação; 
 Apresentem relatórios periodicamente. 
Fonte: (UNFCCC, 2020) 
O Protocolo de Quioto é baseado nos princípios e nas disposições da 
convenção, embora seu diferencial esteja na interligação dos países 
desenvolvidos e no destaque ao princípio mencionado anteriormente de 
“responsabilidade comum, mas diferenciada”. Afinal, esses países são 
reconhecidos como os principais responsáveis pelos altos níveis atuais de 
emissões de GEE na atmosfera. 
Fonte: (UNFCCC, 2020) 
Os países que fazem parte do Protocolo de Quioto devem atingir suas metas, 
principalmente por meio de medidas nacionais. Ele também estabeleceu um 
rigoroso sistema de monitoramento, revisão e verificação para garantir a 
transparência e poder responsabilizar as partes. 
De acordo com o protocolo, as emissões reais dos países devem ser 
monitoradas, assim como registros precisos dos negócios realizados precisam 
ser mantidos. Garantindo o cumprimento de regras por intermédio da natureza 
legal ou de uma auditoria interna, o sistema de compliance assegura que as 
partes vão cumprir seus compromissos e as ajuda, caso tenham problemas no 
processo, a fazer isso. 
 
ACORDO DE PARIS 
Na 21ª Conferência das Partes (COP21), em Paris, os membros participantes 
da UNFCCC chegaram a um acordo significativo para combater as mudanças 
climáticas, bem como para acelerar e intensificar ações e investimentos 
necessários para um futuro sustentável de baixo carbono. 
Assinado por 195 dos países do mundo na COP21, o Acordo Climático de 
Paris de 2015 merece ser destacado, já que ele constitui um marco da 
crescente preocupação com as mudanças climáticas. 
Também baseado na UNFCCC, o Acordo de Paris busca empreender esforços 
para combater as mudanças climáticas e se adaptar a seus efeitos, oferecendo 
ainda um apoio aos países em desenvolvimento para que façam o mesmo. 
Com isso, o tratado indicou um novo rumo no esforço global para deter tais 
mudanças. 
Seu objetivo central é fortalecer uma resposta global à ameaça da mudança 
climática, mantendo a elevação da temperatura global neste século bem abaixo 
de 2ºC e buscando esforços para limitá-la a 1,5°C. 
Fonte: (CONFERÊNCIA DAS PARTES, 2015) 
No dia 22 de abril de 2016, 175 países assinaram o Acordo de Paris na sede 
das Nações Unidas, em Nova Iorque. Para que começasse a vigorar, foi 
necessária a ratificação de pelo menos 55 nações responsáveis por 55% das 
emissões de GEE. 
O período aberto pelo secretário-geral da ONU para a assinatura oficial do 
acordo pelos países signatários se encerrou em 21 de abril de 2017. No 
entanto, em 1º de junho do mesmo ano, os Estados Unidos anunciaram sua 
saída. O presidente Donald Trump alegou que o Acordo de Paris deixava o 
país em desvantagem em relação a outras nações. 
CONTRIBUIÇÃO NACIONALMENTE 
DETERMINADA (NDC) 
Outra questão-chave na busca pela redução nas emissões de GEE foi 
estabelecida no Acordo de Paris: a chamada Contribuição Nacionalmente 
Determinada (NDC), que define os compromissos dos países na redução das 
emissões de GEE. 
As NDCs estão no cerne do Acordo de Paris e da realização desses objetivos a 
longo prazo, incorporando os esforços de cada país para reduzir as emissões 
nacionais e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. 
O Acordo de Paris exige que cada parte prepare, comunique e mantenha 
sucessivas NDCs. As partes devem adotar medidas domésticas de mitigação 
para alcançar tais contribuições. Cada plano climático leva em consideração as 
circunstâncias e capacidades domésticas dos países. 
No caso brasileiro, após a aprovação pelo Congresso Nacional, o país 
concluiu, em setembro de 2016, o processo de ratificação do Acordo de Paris. 
No dia 21 do mesmo mês, o instrumento foi entregue às Nações Unidas. Com 
isso, as metas brasileiras deixaram de ser pretendidas, tornando-se finalmente 
compromissos oficiais. 
 SAIBA MAIS 
A NDC do Brasil comprometeu-se a fazer com que, até 2025, as emissões de 
GEE sejam 37% menores que as registradas em 2005. 
Existe ainda uma contribuição indicativa subsequente para reduzi-las, cinco 
anos depois, em 43% (também em relação a 2005). Para isso, até 2030, o país 
terá de: 
 Aumentar a participação de bioenergia sustentável em sua matriz energética 
em aproximadamente 18%; 
 Restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas; 
 Alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na 
composição da matriz energética. 
Fonte: (BRASIL, 2017) 
Relativa ao ano de 2005, a NDC do Brasil projeta uma redução na ordem de: 
 66%: Em emissões de GEE por unidade do Produto Interno Bruto (PIB), ou 
seja, intensidade de emissões, em 2025; 
 75%: Em intensidade de emissões em 2030. 
O Brasil, portanto, terá de reduzir as emissões de GEE no contexto de um 
aumento contínuo da população e do PIB, bem como da renda per capita, o 
que qualifica tais metas como ambiciosas. 
Quanto ao financiamento, o Acordo de Paris determina que os países 
desenvolvidos deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em medidas de 
combate à mudança do clima e adaptação nos países em desenvolvimento. 
Uma novidade no âmbito do apoio financeiro é a possibilidade de 
financiamento entre países em desenvolvimento. 
EXEMPLO 
A chamada “cooperação Sul-Sul” amplia a base de financiadores dos projetos. 
O Acordo de Paris demonstra, portanto, a preocupação de: 
 Formalizar o processo de desenvolvimento de contribuições nacionais; 
 Oferecer requisitos obrigatórios para avaliar e revisar o progresso delas. 
Esse mecanismo exige que os países atualizem continuamente seus 
compromissos, permitindo a ampliação de suas ambições e o aumento das 
metas de redução de emissões, evitando, assim, qualquer retrocesso. A partir 
do início da vigência do acordo, haverá ciclos de revisão desses objetivos de 
redução de GEE a cada cinco anos. 
Fonte: (BRASIL, 2017) 
Neste vídeo, abordaremos aspectos importantes sobre Contribuição 
Nacionalmente Determinada (NDC) 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. TRATADO AMBIENTAL INTERNACIONAL ASSINADO EM 
1992, A UNFCCC TEM COMO OBJETIVO ESTABILIZAR AS 
CONCENTRAÇÕES DE GEE NA ATMOSFERA EM UM NÍVEL 
QUE IMPEÇA UMA INTERFERÊNCIA HUMANA PERIGOSA 
NO SISTEMA CLIMÁTICO. 
 
SOBRE O ASSUNTO, ASSINALE A 
ALTERNATIVA INCORRETA: 
A UNFCCC reconhece que a maior parcela das emissões globais históricas e 
atuais de GEE é originária dos países desenvolvidos. 
A UNFCCC estabeleceu mecanismos operacionais de financiamento aos 
países em desenvolvimento. 
A UNFCCC assume que a participação dos diferentes países em uma resposta 
internacional às mudanças climáticas deve ocorrer conforme suas respectivas 
capacidades e condições sociais e econômicas. 
A UNFCCC afirma que os países subdesenvolvidos são responsáveis pela 
maior parcela das emissões globais históricas e atuais de GEE. 
2. EM 2015, O ACORDO DE PARIS FOI ACEITO POR 195 DOS 
PAÍSES NA COP21. É INCORRETO AFIRMAR QUE ESTE 
ACORDO: 
Estabelece compromissos dos países no controle das emissões de GEE. 
Busca combater a mudança climática e intensificar os investimentos 
necessários para o futuro sustentável. 
Pretende promover a cooperação entre as nações por meio do livre comércio. 
Quer controlar o aumento da temperatura global. 
GABARITO 
1. Tratado ambiental internacional assinado em 1992, a UNFCCC tem 
como objetivo estabilizar as concentrações de GEE na atmosfera em um 
nível que impeça uma interferência humana perigosa no sistema 
climático. 
 
Sobre o assunto, assinale a alternativa incorreta: 
A alternativa "D " está correta. 
 
 
Este tratado foi um dos primeiros a reconhecer que os países desenvolvidos 
são os que mais emitem GEE. Dessa forma, para estabilizar as concentrações 
de GEE a nível mundial, é necessário um esforço maior dos paísesmais ricos. 
2. Em 2015, o Acordo de Paris foi aceito por 195 dos países na COP21. 
É incorreto afirmar que este acordo: 
A alternativa "C " está correta. 
 
 
Apesar de a cooperação entre as nações ser uma questão importante para o 
Acordo de Paris, promovendo controle de emissões de GEE e, 
consequentemente, da temperatura global, o livre comércio não tem relação 
com ele. 
MÓDULO 3 
 
Reconhecer os principais desafios para a sociedade frente às mudanças 
climáticas. 
PRIMEIRAS PALAVRAS 
Como vimos no módulo anterior, os acordos climáticos são uma maneira de a 
sociedade se organizar e trabalhar de forma conjunta para diminuir as 
emissões de GEE e controlar o aumento da temperatura global. Contudo, 
sabemos que seus impactos não se limitam ao aumento de temperatura, já que 
uma série de problemas deriva desse aumento. 
EXEMPLO 
Não se pode atribuir uma tempestade, uma inundação ou uma seca às 
mudanças climáticas, pois sempre houve eventos climáticos dessa natureza. 
No entanto, o aumento da frequência desses eventos extremos é um sintoma 
de um sistema climático em mudança. Outros elementos já estão visíveis, 
como o aumento do nível do mar, que tem relação com a expansão do oceano 
por conta do aquecimento global e do derretimento do gelo nos polos. 
Conforme aponta Fortin (2017), já estamos observando algumas 
consequências das mudanças climáticas, mas a grande maioria delas ocorrerá 
durante a segunda metade do século XXI. A continuidade das emissões de 
GEE nos padrões atuais vai causar mais aquecimento e mudanças em todos 
os componentes do sistema climático, aumentando a probabilidade de 
impactos graves, generalizados e irreversíveis para as pessoas e os 
ecossistemas. 
Limitar as mudanças climáticas exige reduções substanciais e sustentadas nas 
emissões de GEE, que, com a adaptação, podem limitar os riscos das 
mudanças climáticas. A temperatura da superfície é projetada para subir ao 
longo do século XXI em todos os cenários de emissão avaliados. 
É muito provável que: 
As ondas de calor ocorram com mais frequência e durem um maior tempo; 
Eventos extremos de precipitação se tornem mais intensos e frequentes em 
muitas regiões; 
O oceano continue aquecendo e acidificando; 
O nível médio global do mar aumente. 
 
DIMENSÕES DOS IMPACTOS DAS 
MUDANÇAS CLIMÁTICAS 
As mudanças climáticas ampliarão os riscos existentes e criarão outros para os 
sistemas naturais e humanos. Eles são desigualmente distribuídos, sendo 
geralmente maiores para pessoas e comunidades desfavorecidas nos países 
em desenvolvimento. 
Fonte: (IPCC, 2014) 
Em termos de saúde pública, tais impactos estão essencialmente 
relacionados ao fato de que os vetores de certo número de doenças tropicais 
têm o potencial de se espalhar nos países temperados. 
Além disso, problemas respiratórios podem ser ocasionados pela piora da 
qualidade do ar por conta das queimadas. Afinal, elas são mais comuns com o 
aumento das secas, as quais, por sua vez, levam ao aumento de focos de 
incêndio. 
 SAIBA MAIS 
As queimadas são uma das principais fontes de emissões de GEE no Brasil, 
fazendo com que o país seja um grande poluidor. 
Dividiremos os impactos ocasionados pela mudança climática em cinco 
dimensões. Além de descrevê-las, destacaremos, tendo como base o trabalho 
de Fortin (2017), alguns exemplos de problemas possivelmente ocasionados 
por essas mudanças no clima: 
Biodiversidade 
Recursos hídricos 
Agricultura e segurança alimentar 
Infraestrutura 
Migração 
 
BIODIVERSIDADE 
Diversas espécies não serão capazes de sobreviver às mudanças no clima. 
Como resultado disso, algumas delas entrarão em extinção, já que não 
suportarão as temperaturas ou o estresse hídrico a que serão submetidas. 
A BIODIVERSIDADE NÃO INDICA 
APENAS O NÚMERO DE ESPÉCIES, MAS 
TAMBÉM A NATUREZA DAS 
INTERAÇÕES ENTRE ELAS. É DIFÍCIL, 
CONTUDO, AVALIAR O IMPACTO NAS 
QUE NÃO SÃO DIRETAMENTE 
AMEAÇADAS PELAS MUDANÇAS 
CLIMÁTICAS DAQUELAS QUE O SÃO. 
Estima-se que cerca de 25% das espécies estarão ameaçadas pelas 
mudanças climáticas se nada for alterado em nossas taxas de emissão atuais. 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Atualmente, o acesso à água potável não é universal, existindo problemas 
desse porte em muitos países. A mudança climática reforçará essas 
desigualdades devido a problemas, como, por exemplo, o aumento de 
episódios de seca. 
A questão do acesso aos recursos hídricos será central no futuro, pois ela 
poderá ocasionar conflitos entre as populações e movimentos de deslocamento 
em massa das populações. 
AGRICULTURA E SEGURANÇA 
ALIMENTAR 
Os sistemas agrícolas de alguns países terão dificuldade de se adaptar às 
mudanças climáticas. Nos considerados desenvolvidos que estejam localizados 
em zonas temperadas, existe, em geral, uma capacidade técnica e econômica 
para adaptar tais sistemas às mudanças climáticas. Além disso, os sistemas 
agrícolas desses países podem até se beneficiar do efeito nos rendimentos do 
aumento da concentração de CO2 da atmosfera. 
Já os países em desenvolvimento não têm capacidade técnica nem econômica 
para se adaptar. Portanto, os riscos de uma deterioração nos rendimentos 
agrícolas são altos, podendo levar a duas grandes consequências: 
 
Fonte: Claudia Harms-Warlies/Shutterstock 
Diminuição da segurança alimentar e aumento da desnutrição e da fome, hoje 
já localizada principalmente nesses países; 
Está relacionada ao fato de que, em muitos desses países, a agricultura ainda 
é responsável pela maior parte da produção de riqueza. Logo, as mudanças 
climáticas poderão aumentar ainda mais a pobreza. 
Temperaturas mundiais elevadas podem gerar consequências, como as secas 
prolongadas. Os principais afetados são os setores da agricultura, o que pode 
gerar o aumento dos preços de produtos agrícolas. 
Este é um ponto fundamental associado e está associado ao conceito de 
segurança alimentar, ou seja, ao acesso de alimentos de qualidade e 
quantidade adequados para todos os cidadãos. 
INFRAESTRUTURA 
É importante destacarmos os eventuais danos à infraestrutura causados por 
mudanças climáticas. Eventos ambientais extremos, como deslizamentos de 
terra e enchentes, podem gerar consequências: 
 Imediatas, como, por exemplo, a derrubada de uma ponte); 
 Lentas, como, por exemplo, a deformação de trilhos de ferrovias graças ao 
aumento das temperaturas. 
 
Fonte: serega_100500/Shutterstock 
DEVE-SE, PORTANTO, ADAPTAR AS 
INFRAESTRUTURAS ÀS MUDANÇAS 
CLIMÁTICAS. 
MIGRAÇÃO 
O aumento do nível do mar estimulará deslocamentos massivos de populações 
de: 
 Lugares ermos, como as ilhas do Pacífico, que correm o risco de 
desaparecer; 
 Cidades costeiras que não serão capazes de adaptar sua infraestrutura à 
elevação do nível do mar. 
Além disso, outros problemas também podem motivar movimentos migratórios. 
 
Fonte: Fishman64/Shutterstock 
EXEMPLO 
Acesso à água potável e dificuldades com a agricultura, levando à perda da 
segurança alimentar. 
Desse modo, a adaptação e a mitigação das mudanças climáticas são 
estratégias interessantes para reduzir e gerenciar os riscos dessas 
transformações no clima. Reduções substanciais de emissões nas próximas 
décadas podem: 
 Diminuir os riscos climáticos no século XXI; 
 Aumentar as perspectivas de adaptação; 
 Contribuir para o caminho na direção do desenvolvimento sustentável. 
Neste vídeo, abordaremos os impactos do aquecimento global relacionados a 
migração. 
 
 
A SOCIEDADE E O PAPEL DO 
BRASIL 
O desenvolvimento sustentável e a equidade fornecem uma base para avaliar 
as políticas climáticas. Afinal, as contribuições passadas e futuras dos países 
para o acúmulo de GEE na atmosfera são diferentes. Além disso, eles também 
enfrentam desafios e circunstâncias variadas, possuindo capacidades 
diferentes para lidar com a mitigação e a adaptação. 
COMO JÁ MENCIONAMOS 
ANTERIORMENTE, A MITIGAÇÃO É UMA 
DASESTRATÉGIAS DE RESPOSTA À 
MUDANÇA DO CLIMA POR MEIO DA 
REDUÇÃO DE EMISSÕES. SEUS 
BENEFÍCIOS SÃO GLOBAIS E DE 
LONGO PRAZO. 
A redução de emissões de GEE requer uma ação conjunta que, em uma escala 
nunca vista, precisa envolver: 
 Governo; 
 Sociedade civil; 
 Indústria de energia. 
Fonte: (BRASIL, 2020c) 
Quanto ao Brasil, a contribuição mais efetiva para a mitigação da mudança do 
clima está relacionada à redução de emissões por desmatamento, atividade 
responsável por grande parte das emissões no país. 
EXEMPLO 
Podemos citar como iniciativa para mitigação o Plano de Ação para a 
Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, criado em 2004. 
Observaremos a seguir a contribuição do desmatamento nas emissões de 
GEE: 
Tipo de emissões/ano 1990 2000 2010 2015 
Total de emissões de GEE sem a contribuição do setor uso da terra, mudança do uso da terra e 
florestas (LULUCF) 
549.508,95 726.356,22 917.073,32 1.026.660,50 
Total de emissões de GEE incluindo a contribuição do setor uso da terra, mudança do uso da terra 
e florestas (LULUCF) 
1.341.544,05 1.991.963,62 1.266.249,62 1.358.466,60 
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal 
Tabela: Emissões anuais de GEE para o Brasil em gigagrama (Gg) de CO₂ 
equivalente. Adaptado de: (UNFCCC, 2020d) 
Se considerarmos os setores, excluindo as emissões provenientes do uso da 
terra, mudança de uso e florestas, poderemos observar que a agricultura tem 
grande participação no total de emissões de GEE: 
Categoria 1990 2015 
Energia 186.707,20 449.407,50 
Indústria 48.211,25 85.653,00 
Agricultura 286.995,00 428.904,90 
Resíduos 27.595,50 62.695,10 
Total de emissões de GEE excluindo LULUCF 549.508,95 1.026.660,50 
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal 
Tabela: Emissões anuais de GEE para o Brasil por setor em gigagrama (Gg) 
de CO₂ equivalente 
Adaptado de: (UNFCCC, 2020d) 
No setor de agricultura, a mitigação pode ser alcançada por meio de práticas 
de plantio direto, evitando a liberação de dióxido de carbono pelo solo. Além 
disso, uma agricultura menos intensa no uso de fertilizantes nitrogenados, 
responsáveis por emissões de óxido nitroso, também é uma alternativa para o 
setor. 
Fonte: (BRASIL, 2020c) 
 SAIBA MAIS 
Em 2017, o setor de transportes foi responsável por 23% da quantidade total 
de emissões de CO2 em todo o mundo. Sua mitigação de GEE está 
relacionada não somente à escolha de combustíveis alternativos, como o 
etanol e o biodiesel, mas também à melhoria da eficiência energética. A 
eletrificação dos transportes também é uma alternativa que vem ganhando 
destaque, já que os veículos elétricos podem utilizar a energia elétrica 
proveniente de fontes renováveis, tendo uma maior eficiência energética. 
Voltaremos a falar agora sobre a adaptação. Seu conceito está estreitamente 
vinculado ao de vulnerabilidade, que é o grau de suscetibilidade e incapacidade 
de um sistema em lidar com os efeitos da mudança do clima. 
Fonte: (BRASIL, 2020a) 
 
No contexto do Brasil, as medidas de adaptação são normalmente 
implementadas como uma resposta à ocorrência de eventos extremos (naturais 
ou não). Listaremos a seguir alguns exemplos de medidas de adaptação: 
 Fortalecimento dos sistemas e órgãos de defesa civil; 
 Conservação de ecossistemas; 
 Gerenciamento de zonas costeiras, vedando o estabelecimento de novas 
zonas residenciais em áreas sujeitas ao aumento do nível do mar; 
 Gerenciamento de riscos na agricultura e pesquisas com grãos mais 
resistentes ao aumento da temperatura; 
 Sistemas de vigilância para o avanço de doenças causadas por vetores 
beneficiados pelo aumento médio da temperatura, como a dengue; 
 Construção de diques, considerando, segundo o 4º relatório do IPCC, o 
provável aumento do nível do mar em cerca de 50cm até o final do século. 
Fonte: (BRASIL, 2020a) 
A mitigação e a adaptação levantam questões de equidade e justiça. Afinal, 
muitos dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas contribuíram – e 
ainda contribuem – pouco para as emissões de GEE. 
O desenho da política climática é influenciado pela maneira como indivíduos e 
organizações percebem riscos e incertezas, levando-os em consideração. 
Diferentes métodos de avaliação são realizados a partir de análises 
econômicas, sociais e éticas para auxiliar na tomada de decisões. A mudança 
climática tem as características de um problema de ação coletiva em escala 
global, já que as emissões de qualquer agente (por exemplo, indivíduo, 
comunidade, empresa, país) afetam outros agentes. 
A mitigação eficaz não será alcançada se os agentes individuais promoverem 
os próprios interesses de forma independente. A eficácia na adaptação a essas 
mudanças climáticas pode ser aprimorada por meio de ações complementares 
em todos os níveis. Respostas cooperativas, incluindo a cooperação 
internacional, são necessárias para mitigar efetivamente as emissões de GEE. 
EXEMPLO 
Os acordos apresentados no módulo anterior. 
Como vimos ao longo do último módulo, diversos acordos climáticos propõem a 
colaboração entre os países na busca pela mitigação e adaptação aos riscos 
relacionados ao clima. Além desses acordos, podemos destacar também o 
papel da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável como 
uma forma de atuação conjunta para mitigar tais efeitos. Afinal, a mudança 
climática é uma ameaça ao desenvolvimento sustentável. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Em 2015, todos os 193 estados membros das Nações Unidas concordaram 
com as diretrizes da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que 
reúne um conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 
169 metas como desdobramentos desses objetivos. 
ODS 
Os ODS reconhecem que os países ao redor do mundo enfrentam desafios 
universais que exigem investimento e colaboração de governos, cidadãos e 
empresas. 
ENTRE ESSES OBJETIVOS, NOTA-SE A 
IMPORTÂNCIA DA MITIGAÇÃO DAS 
MUDANÇAS CLIMÁTICAS PARA A 
TRAJETÓRIA ATÉ O 
javascript:void(0)
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
TANTO DE FORMA DIRETA, COMO 
VEREMOS NO ODS 13, QUANTO DE 
FORMA INDIRETA, COMO OCORRE, POR 
EXEMPLO, NOS ODS 2, 14 E 15. 
Vejamos então o ODS 13, observando atentamente seus desdobramentos em 
metas: 
AÇÃO CONTRA A MUDANÇA GLOBAL 
DO CLIMA 
13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus 
impactos, tendo como metas: 
 Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao 
clima e às catástrofes naturais em todos os países; 
 Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e nos 
planejamentos nacionais; 
 Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana 
e institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta 
precoce da mudança do clima; 
 Implementar o compromisso assumido pelos países desenvolvidos 
participantes da UNFCCC para a meta de mobilizar conjuntamente US$ 100 
bilhões por ano a partir de 2020, de todas as fontes, para atender às 
necessidades dos países em desenvolvimento, no contexto das ações de 
mitigação significativas e transparência na implementação; e operacionalizar 
plenamente o Fundo Verde para o Clima por meio de sua capitalização o 
mais cedo possível; 
 Promover mecanismos para a criação de capacidades para o planejamento 
relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos 
desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais 
e marginalizadas. 
Fonte: (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2020c) 
Além do ODS 13, outros objetivos estão relacionados às mudanças climáticas, 
como estes presentes nas ODS 2, 14 e 15: 
2. Fome Zero e agricultura sustentável – acabar com a fome, alcançar a 
segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura 
sustentável; [...] 
14. Vida na água – conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e 
dos recursos marinhos parao desenvolvimento sustentável; [...] 
15. Vida terrestre – proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos 
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a 
desertificação, deter e reverter a degradação da terra, e deter a perda de 
biodiversidade”. 
Fonte: NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2020b, 2020d, 2020e) 
Tais objetivos estão indiretamente relacionados ao combate às mudanças 
climáticas, já que, como vimos ao longo deste módulo, essas transformações 
no clima trazem riscos à segurança alimentar e à conservação dos oceanos e 
da vida terrestre. Desse modo, combater a mudança climática tem uma relação 
direta com a busca pelo desenvolvimento sustentável. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. OS IMPACTOS OCASIONADOS PELAS MUDANÇAS 
CLIMÁTICAS PODEM SER DIVIDIDOS EM CINCO 
DIMENSÕES: BIODIVERSIDADE, RECURSOS HÍDRICOS, 
AGRICULTURA E SEGURANÇA ALIMENTAR, 
INFRAESTRUTURA E MIGRAÇÃO. COM RELAÇÃO À 
DIMENSÃO DA AGRICULTURA E SEGURANÇA ALIMENTAR, 
PODEMOS AFIRMAR QUE: 
A preocupação com a segurança alimentar terá destaque nos países em zonas 
temperadas. 
Países desenvolvidos não têm capacidade técnica nem econômica para se 
adaptar a esse nível de mudanças. 
As altas temperaturas poderão causar grandes secas que afetarão a produção 
agrícola. 
Países agroexportadores poderão ter ganhos com a ampliação das mudanças 
climáticas. 
2. SOBRE O ODS 13, ASSINALE A ALTERNATIVA 
QUE NÃO CORRESPONDE A UM DESAFIO DA SOCIEDADE 
FRENTE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS PRESENTE NESTE 
OBJETIVO: 
Melhoria na educação e na conscientização de toda a população acerca das 
mudanças climáticas. 
Direcionamento de recursos de países desenvolvidos para aqueles em 
desenvolvimento com o objetivo de mitigar os impactos climáticos. 
Reforço da resiliência e da capacidade de reagir às mudanças climáticas em 
todos os países. 
Criação de um fundo para que países em desenvolvimento transfiram recursos 
para os desenvolvidos a fim de combater as transformações climáticas nessas 
regiões. 
GABARITO 
1. Os impactos ocasionados pelas mudanças climáticas podem ser 
divididos em cinco dimensões: biodiversidade, recursos hídricos, 
agricultura e segurança alimentar, infraestrutura e migração. Com relação 
à dimensão da agricultura e segurança alimentar, podemos afirmar que: 
A alternativa "C " está correta. 
 
 
A mudanças climáticas poderão levar ao aumento de períodos de seca, os 
quais trazem prejuízos para a produção agrícola, que pode não se adaptar às 
novas temperaturas. Com isso, a segurança alimentar, ou seja, a busca de 
alimentos de qualidade e quantidade suficiente para todos, é prejudicada. Tais 
mudanças podem, portanto, prejudicar a segurança alimentar a partir do 
impacto negativo sobre a agricultura. 
2. Sobre o ODS 13, assinale a alternativa que não corresponde a um 
desafio da sociedade frente às mudanças climáticas presente neste 
objetivo: 
A alternativa "D " está correta. 
 
 
O ODS 13 versa sobre a ação contra a mudança global do clima. Um dos 
principais pontos de mudança, a partir deste ODS, se refere à transferência dos 
países desenvolvidos para aqueles em desenvolvimento de um montante de 
US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020. 
CONCLUSÃO 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Ao longo deste tema, vimos que as mudanças climáticas podem gerar grandes 
impactos nas sociedades e no próprio meio ambiente. Grandes esforços, 
portanto, precisam ser realizados conjuntamente em prol da mitigação das 
emissões de GEE. 
A cooperação entre países é necessária, já que o aumento da temperatura 
global gera impactos em todas as sociedades. A adoção de políticas para 
minimizar a mudança do clima pode não reverter alguns impactos já 
ocasionados, como o aumento do nível do mar e da incidência de eventos 
extremos, mas deve contribuir na mitigação dos impactos ainda mais profundos 
que poderão ocorrer ao longo do século XXI. 
 
AVALIAÇÃO DO TEMA: 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Acordo de Paris. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2017. 
BRASIL. Adaptação à mudança do clima. Consultado em meio eletrônico em: 
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Consultado em meio eletrônico em: 31 jul. 2020d. 
 
EXPLORE+ 
Para saber mais sobre a mudança climática hoje pelo mundo, pesquise na 
internet e conheça o Climate Action Tracker (CAT). 
Trata-se de uma plataforma independente que rastreia a ação climática dos 
governos, fornecendo uma análise aos formuladores de política. Isso é feito a 
partir da colaboração de duas organizações: Climate Analytics e New Climate 
Institute. O CAT quantifica e avalia os compromissos de mitigação das 
mudanças climáticas e identifica se os países estão no caminho certo para 
cumpri-los. 
 
CONTEUDISTA 
Ana Carolina Ramos Cordeiro 
CURRÍCULO LATTES 
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