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Conteúdo NP1 - Ilicitude e Culpabilidade

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Conteúdo NP1 1
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Conteúdo NP1
TIPO E TIPICIDADE
O que pertence ao campo do lícito significa não estar proibido ou proibido por lei. As 
condutas pertencentes ao cenário do ilícito são as juridicamente proibidas ou 
vedadas O que é considerado ilícito também é imoral ou antiético.
OBS: O direito é parte da Moral que agora está revestido de garantias legais. Tudo 
o que é jurídico é moral, mas nem tudo o que é moral é jurídico.
Ernst Von Beling - Teoria do Tipo Penal em 1906
CONTRIBUIÇÃO
Evolução do pensamento jurídico superando o poder despótico que passa a ser 
limitado pelo tipo penal.
Teoria do tipo penal contribuiu para estabelecer que apenas certos modos de 
conduta antijurídica (os “típicos”) são suficientemente relevantes para a 
intervenção da retribuição.
Conteúdo NP1 2
Constituição Federal
Art. 5º (…) 
XXXIX - Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal;
Código Penal
Anterioridade da Lei 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal.
Tipo Penal
Descrição abstrata de uma conduta não permitida.
Concretiza o princípio da reserva legal.
O tipo penal incriminador limita a atuação do Estado.
O tipo não cria a conduta, mas apenas a valora, transformando-a em crime.
Estrutura do tipo penal
a) título ou “nomen juris”: é a rubrica dada pelo legislador ao delito.
b) preceito primário: é a descrição da conduta proibida, quando se refere ao tipo 
penal incriminador ou a da conduta permitida, referindo-se ao tipo penal permissivo.
c) preceito secundário: é a parte sancionadora, que ocorre somente nos tipos 
incriminadores, estabelecendo a pena.
Princípio da razoabilidade e da personalidade
Crime art. 273, CP Lei de Drogas
Preceito
Primário
Art. 273 - Falsificar, corromper,
adulterar ou alterar produto
destinado a fins terapêuticos ou
medicinais:
Art. 33. ..., vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar,
trazer consigo, guardar, prescrever... §
4o Nos delitos definidos no caput...
penas poderão ser reduzidas de um
sexto a dois terços.
Preceito
Secundário
Pena - reclusão, de 10 (dez) a
15 (quinze) anos, e multa.
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15
(quinze) anos e…
Conteúdo NP1 3
“A INCONSTITUCIONALIDADE DA PENA PREVISTA NO 
ARTIGO 273, §1, B INCISOS V E VI: é matéria que já se tornou 
pacífica no TJSP e demais Tribunais Estaduais, bem como no 
STJ a INCONSTITUCIONALIDADE do preceito secundário do 
artigo 273, do Código Penal tendo em vista que fere 
frontalmente o Princípio da Proporcionalidade inserto na 
Constituição Federal; 2) No presente caso estão presentes os 
requisitos necessários ao reconhecimento, por aplicação de 
analogia bona partem da incidência de das penas previstas para 
o crime de tráfico privilegiado (art. 33, § 4o da Lei 11.343/2006), 
reconhecendo-se que tal delito não se enquadra dentre os 
crimes hediondos conforme decisão recente do STF de 2016. 
(TJSP-APELAÇÃO CRIMINAL Nº 1501191-61.2017.8.26.0567)
Elementos do tipo penal incriminador
Objetivos e Subjetivos
Objetivos: todos aqueles que não dizem respeito à vontade do agente, embora por 
ela devam estar envolvidos. Estes se subdividem em:
a) Descritivos: componentes do tipo passíveis de reconhecimento pela verificação 
sensorial (sentidos humanos). Exemplo homicídio.
b) Normativos: componentes do tipo que se obtém por juízos de valoração, 
(sentimentos e opiniões). Exemplo crime de ato obsceno (art. 233).
Subjetivo: está relacionado à vontade e intenção do agente.
Necessário a demonstração da finalidade específicas por parte do agente, 
denominado elemento subjetivo do tipo do contrário, não se realiza.
Exemplos o crime de prevaricação art. 319, furto art. 155, extorsão mediante 
sequestro, entre outros.
Código Penal 
Ato obsceno
Art. 233 - praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Conteúdo NP1 4
Esquema
Elementos do Tipo Incriminador
Classificação do Tipo
→ tipo fechado e aberto 
→ tipo básico e derivado 
→ tipo simples e misto 
→ tipo permissivo 
→ tipo de tendência interna subjetiva transcendente 
→ tipo remetido
Tipo Fechado
É constituído somente de elementos descritivos, que não dependem do trabalho de 
complementação do intérprete, para que sejam compreendidos (exemplo: vide art. 
121, matar alguém).
Tipo Aberto
Composto de elementos normativos ou subjetivos.
Conteúdo NP1 5
Depende da interpretação para ter um juízo valorativo que dará sentido e 
aplicação. Por exemplo: art. 233-ato obsceno.
Normalmente, os tipos culposos são abertos. (art. 121 § 3º, art. 129, § 6º, CP)
Tipo básico
É formado pela composição fundamental do crime. Como regra, encontra-se 
prevista no caput dos artigos (exemplo: arts. 155).
Tipo Derivado
Composto pelas circunstâncias especiais que envolvem a prática do delito, trazendo 
consequências na esfera da aplicação da pena (exemplo: art. 155, § 4º, I).
Questão
O tráfico privilegiado previsto no §4o do artigo 33 da Lei de 
drogas 11.343/2006 é tipo básico ou derivado é um crime 
assemelhado ao Hediondo?
O tráfico de Drogas privilegiado possui qual diferença em 
relação ao crime do tráfico de Drogas “caput”?
Tipo Simples
Única conduta punível e único objeto material.
Tipo Misto
Alternativo
Conduta: várias
Proteção: único objeto material protegido
Punição: crime único
Exemplo: art. 33, lei de drogas.
Cumulativo
Conduta: várias, autônomas e independentes
Proteção: mais de um objeto material
Punição: concurso material.
Conteúdo NP1 6
Exemplo: art. 208
Tipo Permissivo
É aquele formado por conduta autorizada, ou seja, é o constituído por uma 
excludente de ilicitude ou causa de justificação. Art. 23.
Tipo Remetido
Cuida-se de um tipo penal incriminador que faz remissão a outro(s) tipo(s) penal(is) 
para que possa ser aplicado.
A referência pode se dar tanto no preceito primário quanto no preceito sancionador.
Vide artigo 304 do Código Penal.
Tipo de tendência interna subjetiva transcendente
Trata-se do tipo penal que possui elemento subjetivo específico implícito, não se 
contentando com o dolo (exemplo: crimes contra a honra - Art. 138-141).
ANTIJURICIDADE E ILICITUDE
OBS: A tipicidade é o indício de antijuricidade que será excluída se existir causa que 
elimine sua ilicitude.
Conteúdo NP1 7
Tipicidade e antinormatividade
Tipicidade e tipificação é a adequação perfeita do fato ao tipo penal incriminador 
(conduta proibida).
O tipo penal é um modelo afirmativo, ex, homicídio = matar alguém, mas a norma 
penal nele embutida diz exatamente o contrário (é proibido matar).
Logo, todo tipo penal carrega consigo a antinormatividade (afirma algo, que não 
deve ser praticado).
A tipicidade é, naturalmente, antinormativa.
Tipo penal incriminador (modelo positivo afirmativo) Antinormatividade
Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena -
reclusão de seis a vinte anos.
é proibido…
Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa
alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
multa.
Calúnia Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe
falsamente fato definido como crime: Pena - detenção,
de seis meses a dois anos, e multa.
Antijuricidade
A antijuricidade é a contrariedade da conduta (ou do fato típico) com o ordenamento 
jurídico.
O fato típico (”A” matou “B”) é antinormativo, pois feriu-se a norma “é proibido 
matar”.
É preciso verificar se o fato típico ocorrido é também antijurídico (ilícito), pois, 
exemplificando, se foi praticado em legítima defesa, não será crime (arts. 23, II, e 
Conteúdo NP1 8
25, CP).
Tipo penal permissivo
🗒 Exclusão de ilicitude 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de 
direito. 
 
Legítima defesa 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente 
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a 
direito seu ou de outrem.Todo fato típico, em que se verifica a tipicidade é antinormativo, mas nem 
sempre antijurídico.
CLÁUDIO BRANDÃO: “A averiguação da tipicidade, portanto, não é conhecida com 
a contradição da conduta com o ordenamento jurídico, que é a antijuridicidade, mas 
com a contradição da norma proibitiva, isto é, com a antinormatividade.
A antinormatividade é plenamente concretizada com a realização de uma conduta 
que se amolde a um tipo penal, pois toda conduta amoldada àquele viola a norma 
que logicamente se extrai da sua definição legal.
Excludentes de ilicitude no ordenamento
Causa de justificação
O conceito de justificação não é particular e exclusivo do direito penal, pertencendo 
ao direito em geral.
A excludente de antijuricidade torna lícito o que é ilícito.
Classificação Excludentes de ilicitude
Legais CP
Conteúdo NP1 9
Parte geral
Estado de necessidade (Arts. 23, I, 24)
Legítima defesa (Arts. 23, II, 25)
Estrito cumprimento do dever legal (23, III)
Exercício regular de direito (art. 23, III)
Parte especial
Aborto necessário (art. 128, I, CP)
Aborto por gravidez decorrente de estupro (art. 128, II)
A coação para impedir o suicídio (art. 146, § 3º, II)
Ingresso em cada durante dia para prisão (art. 150, § 3º, I)
Opinião da crítica literária desfavorável (art. 142, II)
Legislação extrapenal
Retomada do imóvel esbulhado logo após invasão
Art. 1210, § 1º, CC)
Abatimento de animal protegido para saciar a fome (art. 37, I, Lei 9605/98)
Consentimento do ofendido
Supralegal (implícita)
Consentimento do ofendido
Excludentes de ilicitude parte especial do Código 
Penal
Conteúdo NP1 10
🗒 Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
Aborto necessário 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de 
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante 
legal. 
 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou 
depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de 
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não 
manda: 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: 
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente 
ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; 
II - a coação exercida para impedir suicídio.
Excludentes de ilicitude extrapenal
Código Civil
Dos efeitos da Posse
Art. 1210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, 
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de 
ser molestado.
§ 1º. O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua 
própria força, contando que o faça logo; os atos de defesa, ou de esforço, não 
podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
CAUSAS DE EXCLUDENTES DE 
ILICUTUDE
Requisito que o sujeito tenha ciência dos dados fáticos para a sua utilização. 
Alguns doutrinadores entendem que somente o preenchimento das circunstâncias 
objetivas é o suficiente. 
Conteúdo NP1 11
A doutrina majoritária entende que é necessário que o sujeito tenha ciência da 
situação fática que está envolvido, preenchendo o requisito subjetivo.
Requisito que o sujeito tenha ciência dos dados fáticos para a sua utilização. 
Alguns doutrinadores entendem que somente o preenchimento das circunstâncias 
objetivas é o suficiente. 
A doutrina majoritária entende que é necessário que o sujeito tenha ciência da 
situação fática que está envolvido, preenchendo o requisito subjetivo.
Estado de Necessidade
OBS: A tipicidade é o indício de antijuricidade que será excluída se existir causa que 
elimine sua ilicitude.
Causas de exclusão de ilicitude
Introdução 
Estabelece o Código Penal que não há crime quando o agente 
pratica o fato, nas hipóteses de estado de necessidade (art. 23, 
I), legítima defesa (art. 23, II), em estrito cumprimento do dever 
legal ou exercício regular de direito (art. 23, III). 
OBS: A função da excludente de antijuricidade é tornar lícito o 
que é ilícito.
Conteúdo NP1 12
🗒 Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para 
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de 
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal 
de enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a 
pena poderá ser reduzida de um a dois terços
Conceito
O Estado de necessidade pressupõe um conflito entre titulares de direitos lícitos e 
legítimos, em que um pode perecer licitamente para que outro sobreviva. 
Exemplos clássicos: furto famélico, a antropofagia, a destruição de mercadorias de 
uma embarcação para salvar tripulantes e passageiros, a morte de um animal que 
ataca uma pessoa sem interferência de seu dono.
Requisitos
a) Perigo atual e inevitável.
b) Situação não provocada voluntariamente pelo agente.
c) Conhecimento do fato justificante.
d) Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo.
Perigo atual
Indispensável que o bem jurídico do sujeito esteja em perigo; que ele pratique o fato 
típico para evitar um mal que pode ocorrer se não o fizer.
Força da natureza ou do homem
Conteúdo NP1 13
Força da natureza: a eliminação de um animal feroz, sem influência do dono; 
Invasão de domicílio para escapar da tempestade.
Força do homem: invasão de domicílio para escapar de um roubo, etc..
Probabilidade de dano
Presente, imediata e inevitável.
Probabilidade de dano imediato - preste a ocorrer.
Necessário a ocorrência de um perigo atual, e não um perigo eventual e 
abstrato.
Exemplo: naufrágio - um colete salva vida - dois náufragos.
A hipótese do agente causar o perigo culposamente e a excludente.
O perigo não pode ser produzido dolosamente, mas se admite a forma culposa.
Essa teoria é adotada por Claus Roxim. Entende o doutrinador que a expressão 
“voluntariamente” é indicativa somente de dolo, não abrangendo a culpa em sentido 
estrito.
Assim, a corrente majoritária entende que diante do perigo gerado, por exemplo, em 
um incêndio, o seu causador doloso não pode invocar a descriminante, mas o 
negligente pode.
Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado
A inexigibilidade do sacrifício é a ponderação entre o bem protegido e o bem 
sacrificado.
Por exemplo, a pessoa que está sendo injustamente atacada por um cão feroz faz 
um disparo de arma de fogo para a defender a própria integridade física.
Ônus da prova
Ônus de provar o estado de necessidade, pertence a quem o invoca.
Ciência do fato justificante
Circunstâncias objetivas
Circunstância subjetiva
Obs.: as excludentes de ilicitudes são uma exceção a regra, sendo assim, não deve 
ser vulgarizando seu uso. (Claus Roxim).
Conteúdo NP1 14
Teoria finalista da ação: crime é fato típico, antijurídico e culpável.
Conhecimento do fato justificante
Requisito que o sujeito tenha ciência dos dados fáticos para a sua utilização.
Alguns doutrinadores entendem que somente o preenchimento das circunstâncias 
objetivas é o suficiente.
A doutrina majoritária entende que é necessário que o sujeito tenha ciência da 
situação fática que está envolvido, preenchendo o requisito subjetivo.
Obs.: As excludentes de ilicitudes são uma exceção a regra, sendo assim, não deve 
ser vulgarizado seu uso.
Exclusão do estado de necessidade
Certas pessoas, por estarem encarregadas de funções que as colocam em perigo, 
não podem eximir-se da responsabilidade, alegando o estado de necessidade. 
Conforme prevê, o artigo 24, § 1º.
Obs.: O princípio da exigibilidade do dever de enfrentar o perigo não é absoluto e 
sim relativo.
Excesso punível
🗒 Art. 23 (…) 
Excesso punível 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, 
responderá pelo excesso doloso ou culposo.O agente excedendo-se na conduta de preservar o bem jurídico, responderá pelo 
ilícito penal se atuou dolosamente ou culposamente. Por exemplo, o agente, que 
poderia somente ferir a vítima causar-lhe a morte, poderá em tese, configurar o 
excesso doloso ou culposo.
Estado de necessidade putativo
Haverá estado de necessidade putativo se o agente supõe, imagina, por erro, que 
encontra-se em situação de perigo.
Conteúdo NP1 15
Supondo o agente, por erro justificado pelas circunstâncias, estar no meio de 
incêndio, não responderá pelas lesões corporais, ou morte, que vier a causar para 
salvar-se.
Furto famélico
O furto famélico é praticado para saciar a fome a jurisprudência entende ser uma 
conduta em estado de necessidade, desde que, presentes os seguintes requisitos:
a) fato praticado para mitigar a fome;
b) que seja o único recurso do agente;
c) que a subtração da coisa seja para contornar a situação;
d) que o agente não tinha recursos financeiros ou impossibilidade de trabalhar;
Estado de necessidade contra estado de 
necessidade
É perfeitamente cabível o estado de necessidade quando duas ou mais pessoas 
enfrentam o mesmo perigo.
Nesse cenário, não se exige do titular do bem jurídico em risco de permitir o 
sacrifício ao seu direito diante da situação de perigo comum.
A doutrina denomina estado de necessidade comum.
Estado de necessidade e erro na execução
É possível que o agente, no momento em que pratica o fato, para salvar de perigo 
atual próprio ou alheio, acabe atingindo, por ERRO DE EXECUÇÃO, bem jurídico 
de terceiro, o agente, estará acobertado pela justificante. Vide arts. 73, 23 e 24.
Conteúdo NP1 16
🗒 Erro na execução 
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o 
agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa 
diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, 
atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser 
também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a 
regra do art. 70 deste Código. 
Erro sobre elementos do tipo 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o 
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
Descriminantes putativas 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas 
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação 
legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é 
punível como crime culposo.
Resumo explicativo (Antijuricidade)
O conceito de justificação está previsto em várias partes do ordenamento 
jurídico, não é exclusivo do direito penal, por exemplo, código penal na parte 
geral e parte especial, bem como, no código civil, previsto na posse esbulhada 
em seu artigo Art. 1.210.
A função da excludente de antijuridicidade torna lícito o que é ilícito, por 
exemplo, as hipóteses da Exclusão de ilicitude Art. 23 CP.
Funções do tipo penal
O tipo penal incriminador tem a função de descrever conduta ilícitas e estipular 
pena.
O caráter criminoso de uma conduta passa a ser verificada quando ela 
preenche algum tipo penal.
Compete ao legislador construir os tipos penais incriminadores e de impor-lhes 
a pena.
O tipo penal incriminador é o modelo legal de conduta proibida.
O tipo penal está relacionado ao princípio da legalidade, onde não há crime sem 
lei anterior que o defina, nem pena sem lei anterior que a comine.
Conteúdo NP1 17
LEGÍTIMA DEFESA
🗒 Legítima defesa 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente 
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a 
direito seu ou de outrem. 
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste 
artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança 
pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém 
durante a prática de crimes.
Requisitos
a) Agressão injusta e atual
b) Direito defendido próprio ou de terceiro
c) Conhecimento da condição justificante
d) Moderação nos meios necessários
Pontos fundamentais da legítima defesa
a) Direito individual: é o direito que todo homem possui de defender seus bens 
juridicamente tutelados. Deve ser exercido no contexto individual, direito a vida, a 
integridade física, a liberdade, etc.
b) Direito social: traz o preceito de que a lei não deve ceder ao injusto. A legítima 
defesa, manifesta-se, quando for essencialmente necessária, cessando no 
momento, em que finda a injusta agressão, atual ou iminente. 
A legítima defesa, deve ser exercida menos lesiva possível.
Conteúdo NP1 18
Agressão injusta atual
É essencial que ocorra, inicialmente, por parte do agente, reação contra aquele que 
está praticando uma agressão injusta.
Agressão é um ato humano que lesa ou põe em perigo um direito.
Importante frisar que a agressão somente pode ser causada por ato humano, se for, 
em razão de perigo, será estado de necessidade, por exemplo, quando alguém atua 
para afastar um perigo criado pela natureza ou por um animal, salvo se tiver sido 
utilizado por alguém, para causar agressão. A agressão pode partir de uma multidão 
em tumulto e contra essa agressão cabe legítima defesa.
Agressão deve ser atual ou iminente 
Conceito de atual
Atual é agressão presente, que está ocorrendo. Iminente é que está prestes a 
ocorrer. Não se admite legítima defesa contra agressão passada (vingança) ou 
futura (mera suposição).
Exemplo de iminência, leva-se em conta a situação de perigo de quem se defende.
Outro exemplo, o avanço do inimigo na direção do outro, carregando revolver na 
cintura, proferindo ameaças de morte, autoriza a reação. Aguardar que o agressor 
saque a arma e dê o primeiro disparo e contar com a sorte, pois, um único tiro pode 
ser fatal.
Legítima defesa de direito própria ou de terceiro
Somente pode invocar a legítima defesa, quem estiver defendendo bem ou 
interesse juridicamente protegido.
Pode ocorrer a legítima defesa a favor de terceira pessoa desconhecida é uma das 
hipóteses que a lei admite e incentiva a solidariedade.
Uso moderado dos meios
Na reação deve o agente utilizar-se dos meios necessários para repelir a 
agressão atual ou iminente e injusta.
Tem-se entendido que meios necessários são os que causam o menor dano 
indispensável à defesa do direito.
É evidente que o “meio necessário” é aquele que o agente dispõe, no momento.
Conteúdo NP1 19
Havendo flagrante desproporção entre a ofensa e a reação, desnatura-se a 
legítima defesa.
Inevitabilidade da agressão
Tem-se sustentado que também a inevitabilidade da agressão é um requisito da 
legítima defesa.
A doutrina afirma que a pessoa não é obrigada a ser covarde, deverá portanto, 
evitar o confronto.
O agente poderá sempre utilizar a legítima defesa quando for agredido, quanto que 
faça de forma moderada.
Obs.: Como medir milimetricamente o uso moderado. Mulher se defendendo de um 
homem mais forte.
Elemento subjetivo
Como todas as justificativas é indispensável, o elemento subjetivo, ou seja, o 
conhecimento de que está sendo agredido, tem ciência de que está diante de uma 
agressão injusta atual ou iminente.
Ofendículos e os excessos
Ofendículos, podem ser coisas ou animais, que servirão de obstáculos para a 
defesa da propriedade, tais como, arame farpado, cacos de vidros em muro, ponta 
de lança, cerca elétrica e animais como cães. 
Principais diferenças entre legítima defesa e o estado 
de necessidade
Estado de necessidade Legítima defesa
Conflito entre vários bens jurídicos,
situação de perigo.
Ameaça ou ataque a um bem jurídico.
Pressupõe um perigo + atual + sem
destinatário certo.
Agressão humana + atual ou iminente + injusta
+ dirigida (com destinatário certo)
Os interesses em conflito são legítimos.
Conclusão: é possível estado de
necessidade recíproco.
Os interesses do agressor são ilegítimos.
Conclusão: não é possível a legítima defesa
recíproca.
Há, como regra, ação. Há, como regra, reação.
Conteúdo NP1 20
Aspecto subjetivode quem se defende
a) Real: é a espécie de legítima defesa em que se encontram todos os requisitos 
previstos no art. 25 do Código Penal. Exclui a ilicitude do fato (CP, art. 23, II).
b) Putativa ou imaginária: é aquela em que o agente, por erro, acredita existir uma 
agressão.
c) Subjetiva ou excessiva: é aquela em que o agente, por erro de tipo escusável, 
excede os limites da legítima defesa. É também denominada de excesso acidental.
Legítima defesa da honra
Respeito pessoal
Liberdade sexual
A honra, direito fundamental do homem, é inviolável por expressa disposição 
constitucional (art. 5º, x)
O respeito pessoal, que engloba a dignidade e o decoro, é ofendido pelos crimes 
contra a honra: Admite-se o emprego de força física, necessária e moderada a 
injúria, admite a retorsão imediata. 
No âmbito da liberdade sexual (livre disposição do corpo para fins sexuais), também 
se autoriza a legítima defesa. É o caso da pessoa que pode ferir ou até mesmo 
matar quem tenta lhe estuprar.
Legítima defesa sucessiva
Constitui-se na espécie de legítima defesa em que alguém reage contra o excesso 
de legítima defesa.
É possível essa legítima defesa, pois o excesso sempre representa uma agressão 
injusta.
Legítima defesa e “aberratio ictus”
Se repelindo uma agressão injusta, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, o 
agente atinge pessoa inocente, por erro no emprego dos meios de execução, 
subsiste em seu favor a legítima defesa.
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER 
LEGAL E EXERCÍCIO REGULAR DO 
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DIREITO
🗒 Exclusão de ilicitude 
Art. 23 - Não crime quando o agente pratica o fato: 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular do 
direito.
Requisitos
1. Conduta autorizada por lei;
2. Cumprimento do dever legal;
3. Conduta pautada nos limites legais;
4. Regra geral agentes públicos.
Conceito
Quem cumpre regularmente um dever não pode, ao mesmo tempo, praticar um 
ilícito penal, uma vez que a lei não contém contradições.
A excludente pressupõe no executor um funcionário público ou agente público, que 
age por ordem da lei, não se excluindo o particular, que exerce a função pública 
(jurado, perito, mesário da justiça eleitoral). Por exemplo, art. 292 e art. 245, § 2o e 
3o ambos CPP.
🗒 Resistência a prisão 
CPP - Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à 
prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o 
executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios 
necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo 
se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. 
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas 
durante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do 
parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o 
período de puerpério imediato.
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🗒 Buscas domiciliares 
CPP - Art. 245. 
As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador 
consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os 
executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o 
represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. 
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a 
entrada. 
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra 
coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se 
procura. 
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os 
moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência 
qualquer vizinho, se houver e estiver presente.
CF- Art. 5º (…) 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar 
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou 
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial;
Situações de cumprimento de dever legal
Estão protegidos pela excludente:
O carrasco que cumpre a pena de morte
O soldado em tempo de guerra que executa o inimigo no campo de batalha
O policial que cumpre o mandato de prisão
O oficial de justiça de justiça, que faz o despejo, etc…
Na lei de trânsito a excludente, pode advir de uma portaria de trânsito que cria 
locais proibidos.
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🗒 Falso testemunho ou falsa perícia 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como 
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, 
ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Limites da excludente
O cumprimento deve ser estritamente dentro da lei, ou seja, deve obedecer à risca 
os limites a que está subordinado.
A excludentes de ilicitude impõem duas características fundamentais devendo ser 
limitada e disciplinada em sua execução.
Estrito cumprimento de dever legal e crimes 
culposos
A excludente é incompatível com os crimes culposos, pois a lei não obriga ninguém, 
funcionário público ou não, a agir com imprudência, negligência ou imperícia.
A situação, geralmente, é resolvida pelo estado de necessidade, como por exemplo, 
o motorista de ambulância que está em alta velocidade para salvar a vida de uma 
pessoa acidentada e atropela um terceiro, não responde pelo homicídio culposo na 
direção de veículo automotor, em razão da exclusão do crime pelo estado de 
necessidade de terceiro.
Comunicabilidade da excludente da ilicitude 
Em caso de concurso de pessoas, o estrito cumprimento de dever legal, 
configurado, em relação a um dos agentes, estende-se aos demais envolvidos no 
fato típico, sejam eles coautores ou partícipes.
Exercício regular do direito
Nélson Hungria:
O direito é um complexo harmônico de normas, não sendo admissível um real 
conflito entre estas. Assim, se uma norma penal incrimina tal ou qual fato, que, 
entretanto, em determinados casos, outra norma jurídica, penal ou extrapenal, 
permite ou impõe, não há reconhecer, em tais casos, a existência de crime. Esta 
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ilação é inquestionável ainda quando a norma de excepcional licitude seja de direito 
privado.
Pontos a serem estudados
Exercício de um direito em lei ou no ordenamento jurídico
Limites da excludentes e o excesso
Diferenças do inciso III do artigo 23 do CP
Ofendículos ou ofensáculas - expostos e ocultos 
Situações:
Lesões em atividades esportivas
Intervenção médica artigo 146. § 3º do CP
Intervenção médica e questão religiosa
Exercício deum direito previsto em lei ou no ordenamento jurídico
Casos práticos:
Questão do morador que não permite a polícia cumprir mandato de prisão em 
sua residência no horário noturno.
O particular que corajosamente efetua a prisão em flagrante do criminoso e o 
questão do constrangimento ilegal.
🗒 Da prisão em flagrante 
CPP- Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus 
agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante 
delito.
Limites da excludente e o excesso
O excesso ou abuso, enseja, além do afastamento da excludente, a utilização da 
legítima defesa, por parte do prejudicado, pelo exercício irregular e abusivo do 
direito.
Casos práticos:
Advogado constituído se apropria de valores pertencentes ao cliente e não 
repassa ao cliente - crime apropriação indébita.
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Debates acalorados na plenária do Júri Popular
Distinções
Estrito cumprimento de dever
legal
Exercício regular do direito
Natureza
Compulsória: o agente está
obrigado a cumprir o
mandamento legal.
Facultativa: o ordenamento jurídico
autoriza o agente a agir, mas a ele
pertence a opção entre exercer ou não o
direito assegurado.
Origem
direta ou indireta proveniente
de lei
de regulamentos, e, para alguns,
inclusive dos costumes
Limites da excludente 
Superior Tribunal de Justiça
Hipótese em que o paciente foi denunciado pela prática do delito de apropriação 
indébita, porque teria recebido as quantias depositadas pela municipalidade, a título 
de indenização, por força da procuração outorgada por seus clientes, deixando de 
repassá-lasaos mesmos, retendo-as injustificadamente. Se o Tribunal a quo 
ressalta que o contrato de honorários anexado aos autos previa dez por cento da 
indenização que viesse a ser apurada, pela atuação profissional, além dos 
honorários de sucumbência judicialmente fixados, nada referindo acerca de 
eventual direito de retenção das quantias depositadas, deve ser afastada a hipótese 
de que o paciente praticou o fato no exercício regular de um direito. (STJ: RHC 
16.146/SP, rel. Min. Gilson Dipp, 5.a Turma, j. 23.06.2004.)
Incabível acobertar a tese de exclusão da ilicitude com base no art. 23, III, do 
Código Penal (estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular do direito), 
ante a consideração sufragada por doutrina e jurisprudência, de não serem 
absolutos e incontestáveis os poderes do causídico na sua esfera de atuação 
profissional, sendo, evidentemente, puníveis os eventuais excessos e abusos 
perpetrados. (STJ-RHC 11.324/SP, rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, 5.a Turma, j. 
02.10.2001. No mesmo sentido: REsp 1.306.443/SP, rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 
4.a Turma, j. 19.11.2013)
Ofendículas
Também chamadas de ofendículos ou ofensáculas.
Meios defensivos utilizados para a proteção da propriedade e de outros bens 
jurídicos.
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Devem ser visíveis: funcionam como meio de advertência, e não como forma oculta 
para ofender terceiras pessoas.
José Frederico Marques e Magalhães Noronha: 
Entendem ser legítima defesa preordenada, alegando o último que, se o aparelho 
está disposto de modo que só funcione no momento necessário e com a 
proporcionalidade, nada impede a aplicação da legítima defesa.
Ofendículos ocultos
Os ofendículos ocultos possuem a mesma finalidade das ofendículas.
Por serem escondidos, normalmente acarretam em excesso punível, doloso ou 
culposo.
Exemplo: espingarda com barbante ligando seu gatilho à fechadura de uma porta, 
portão externo da calçada eletrizado, fio desencapado atravessando o lago para 
proteger de furto de peixes.
Intervenção médica ou cirúrgica
Flávio Augusto Monteiro de Barros- explica que a intervenção médica ou cirúrgica 
caracteriza estado de necessidade em duas hipóteses:
1) quando o leigo, na ausência absoluta do médico, realiza ato de medicina, para 
salvar a vida ou saúde de outrem de perigo atual e inevitável;
2) quando o médico executa a medicina contra a vontade do paciente ou de seu 
representante legal para salvá-lo de iminente perigo de vida (art. 146, § 3º, I, do 
CP).
Intervenção médica e a questão religiosa
Deliberação do CRM de São Paulo, de 1974:
“a) se paciente grave, inconsciente e desacompanhado de familiares precisar de 
transfusão de sangue, ela deve ser feita sem demora;
b) se paciente grave, inconsciente e acompanhado de parente que impeça a 
transfusão, o médico deve esclarecê-lo de sua necessidade e, havendo relutância, 
recorrer à autoridade policial e judicial;
c) se paciente lúcido se negar à transfusão, deve assinar termo de 
responsabilidade, perante, autoridade policial ou judicial, e o médico deve tentar 
tratamento alternativo”.
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🗒 Constrangimento ilegal 
Art. 146 - 
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de 
lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, 
a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: 
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente 
ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; 
II - a coação exercida para impedir suicídio.
Intervenções médicas ou cirúrgicas e religião que não permite 
transfusão de sangue
O direito à vida deve sobrepor-se às posições religiosas.
CULPABILIDADE
Imputabilidade penal
Origem etimológica: latim imputare.
Condições pessoais para responsabilizar alguém.
Base legal: Código Penal - art. 26 (doença mental) e art. 27 (Maioridade penal) - 
art. 228 da CF.
Quanto ao sujeito
Doença mental
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Maioridade Penal
Doente mental 
Tempo da ação
Inteiramente incapaz de entender a ilicitude da conduta - Consequência- isenção da 
pena - Medida de Segurança
Parcialmente Capaz de entender a ilicitude da conduta - Consequência-Redução da 
Pena de 1 a 2/3.
Dos efeitos da inimputabilidade
Culpabilidade é pressuposto de aplicação da pena.
Os doentes mentais inimputáveis o juízo de culpabilidade, que é o pressuposto 
da pena, é substituído pelo juízo de periculosidade, que é pressuposto da 
medida de segurança. (art. 96 e 97 do CP).
Sentença de absolvição imprópria- réu é absolvido-aplicada uma medida de 
segurança- art. 386, parágrafo único, do Código de Processo Penal.
A sentença não é capaz de gerar antecedentes criminais ou outro efeito 
secundário.
Imputabilidade diminuída
A imputabilidade diminuída previsão no artigo 26, parágrafo único, CP.
O agente não possui a “plena capacidade " de entender a ilicitude do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento (Cezar Roberto Bittencourt)
Necessário Perícia - Sujeito “fronteiriço” ou “limítrofe” - Redução da pena 
obrigatória.
Critério biopsicológico adotado.
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🗒 Inimputáveis 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação 
ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato 
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o 
agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente 
capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento.
Maioridade Penal 
Responsabilização
Responsabilização Penal
Menores de 18 anos - Inimputáveis - Presunção absoluta - Não admite prova 
em contrário - juris et de jure
Maiores 18 anos - Presunção da maioridade do art. 27 do CP é relativa, juris 
tantum, admite prova em contrário.
Menores de 18 anos 
Responsabilização
Presunção absoluta juris et de jure
São penalmente inimputáveis - art. 27 CP e art. 228 CF
Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8.069/1990
Criança e adolescente. Ato infracional. Medidas Sócio-Educativas - tempo 
máximo internação.
Adolescente emancipado com nível superior, casado e a responsabilização 
penal
Estatuto da Criança e do Adolescente - lei 8069/90
Art. 2º. Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de 
idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
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Art. 103. Considera-se ato infracional (...) crime ou contravenção penal.
Das Medidas Sócio-Educativas
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá 
aplicar ao adolescente as seguintes medidas: 
(...) VI - internação em estabelecimento educacional;
Art. 121 A internação constitui medida privativa da liberdade.... 
§ 3º. Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos. 
§ 5º. A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade
Maioridade Penal 
Critério Cronológico
Presunção da maioridade do art. 27 do CP é relativa, juris tantum.
Admite prova em contrário, conforme, art. 26 do CP.
Súmula 74 STJ: (…) qualquer meio de prova hábil será valido, podendo ser, por 
documento, tais como, certidão de nascimento, cédula de identidade, certidão 
de batismo, carteira escolar, etc.
Critérios para constatar a inimputabilidade
a) Biológico: 
Para o critério biológico basta, para a inimputabilidade, a presença de um problema 
mental, representado por uma doença mental, ou então por desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado. 
O critério biológico necessita de laudo.
b) Psicológico: 
O critério psicológico irá considerar a capacidade do agente de entender o caráter 
ilícito do fato ou comportar-se de acordo com esse entendimento. 
Acolhido essecritério como única prova, irá tornar o juiz a figura de destaque, 
podendo apreciar a imputabilidade penal com imenso arbítrio, pois caberá ao juiz 
decidir sobre a imputabilidade do agente.
c) Biopsicológico: 
O critério biopsicológico resulta da união em conjunto dos dois anteriores: é 
inimputável quem, ao tempo da conduta, apresenta um problema mental, e, em 
razão disso, não possui capacidade para entender o caráter ilícito do fato ou 
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determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Critério biopsicológico passa a ser o método adotado pelo art. 26 do Código Penal.
Menores na véspera do 18º aniversário - crime material e permanente.

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