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Conteúdo NP1 1 🧼 Conteúdo NP1 TIPO E TIPICIDADE O que pertence ao campo do lícito significa não estar proibido ou proibido por lei. As condutas pertencentes ao cenário do ilícito são as juridicamente proibidas ou vedadas O que é considerado ilícito também é imoral ou antiético. OBS: O direito é parte da Moral que agora está revestido de garantias legais. Tudo o que é jurídico é moral, mas nem tudo o que é moral é jurídico. Ernst Von Beling - Teoria do Tipo Penal em 1906 CONTRIBUIÇÃO Evolução do pensamento jurídico superando o poder despótico que passa a ser limitado pelo tipo penal. Teoria do tipo penal contribuiu para estabelecer que apenas certos modos de conduta antijurídica (os “típicos”) são suficientemente relevantes para a intervenção da retribuição. Conteúdo NP1 2 Constituição Federal Art. 5º (…) XXXIX - Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Código Penal Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Tipo Penal Descrição abstrata de uma conduta não permitida. Concretiza o princípio da reserva legal. O tipo penal incriminador limita a atuação do Estado. O tipo não cria a conduta, mas apenas a valora, transformando-a em crime. Estrutura do tipo penal a) título ou “nomen juris”: é a rubrica dada pelo legislador ao delito. b) preceito primário: é a descrição da conduta proibida, quando se refere ao tipo penal incriminador ou a da conduta permitida, referindo-se ao tipo penal permissivo. c) preceito secundário: é a parte sancionadora, que ocorre somente nos tipos incriminadores, estabelecendo a pena. Princípio da razoabilidade e da personalidade Crime art. 273, CP Lei de Drogas Preceito Primário Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: Art. 33. ..., vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever... § 4o Nos delitos definidos no caput... penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços. Preceito Secundário Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e… Conteúdo NP1 3 “A INCONSTITUCIONALIDADE DA PENA PREVISTA NO ARTIGO 273, §1, B INCISOS V E VI: é matéria que já se tornou pacífica no TJSP e demais Tribunais Estaduais, bem como no STJ a INCONSTITUCIONALIDADE do preceito secundário do artigo 273, do Código Penal tendo em vista que fere frontalmente o Princípio da Proporcionalidade inserto na Constituição Federal; 2) No presente caso estão presentes os requisitos necessários ao reconhecimento, por aplicação de analogia bona partem da incidência de das penas previstas para o crime de tráfico privilegiado (art. 33, § 4o da Lei 11.343/2006), reconhecendo-se que tal delito não se enquadra dentre os crimes hediondos conforme decisão recente do STF de 2016. (TJSP-APELAÇÃO CRIMINAL Nº 1501191-61.2017.8.26.0567) Elementos do tipo penal incriminador Objetivos e Subjetivos Objetivos: todos aqueles que não dizem respeito à vontade do agente, embora por ela devam estar envolvidos. Estes se subdividem em: a) Descritivos: componentes do tipo passíveis de reconhecimento pela verificação sensorial (sentidos humanos). Exemplo homicídio. b) Normativos: componentes do tipo que se obtém por juízos de valoração, (sentimentos e opiniões). Exemplo crime de ato obsceno (art. 233). Subjetivo: está relacionado à vontade e intenção do agente. Necessário a demonstração da finalidade específicas por parte do agente, denominado elemento subjetivo do tipo do contrário, não se realiza. Exemplos o crime de prevaricação art. 319, furto art. 155, extorsão mediante sequestro, entre outros. Código Penal Ato obsceno Art. 233 - praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Conteúdo NP1 4 Esquema Elementos do Tipo Incriminador Classificação do Tipo → tipo fechado e aberto → tipo básico e derivado → tipo simples e misto → tipo permissivo → tipo de tendência interna subjetiva transcendente → tipo remetido Tipo Fechado É constituído somente de elementos descritivos, que não dependem do trabalho de complementação do intérprete, para que sejam compreendidos (exemplo: vide art. 121, matar alguém). Tipo Aberto Composto de elementos normativos ou subjetivos. Conteúdo NP1 5 Depende da interpretação para ter um juízo valorativo que dará sentido e aplicação. Por exemplo: art. 233-ato obsceno. Normalmente, os tipos culposos são abertos. (art. 121 § 3º, art. 129, § 6º, CP) Tipo básico É formado pela composição fundamental do crime. Como regra, encontra-se prevista no caput dos artigos (exemplo: arts. 155). Tipo Derivado Composto pelas circunstâncias especiais que envolvem a prática do delito, trazendo consequências na esfera da aplicação da pena (exemplo: art. 155, § 4º, I). Questão O tráfico privilegiado previsto no §4o do artigo 33 da Lei de drogas 11.343/2006 é tipo básico ou derivado é um crime assemelhado ao Hediondo? O tráfico de Drogas privilegiado possui qual diferença em relação ao crime do tráfico de Drogas “caput”? Tipo Simples Única conduta punível e único objeto material. Tipo Misto Alternativo Conduta: várias Proteção: único objeto material protegido Punição: crime único Exemplo: art. 33, lei de drogas. Cumulativo Conduta: várias, autônomas e independentes Proteção: mais de um objeto material Punição: concurso material. Conteúdo NP1 6 Exemplo: art. 208 Tipo Permissivo É aquele formado por conduta autorizada, ou seja, é o constituído por uma excludente de ilicitude ou causa de justificação. Art. 23. Tipo Remetido Cuida-se de um tipo penal incriminador que faz remissão a outro(s) tipo(s) penal(is) para que possa ser aplicado. A referência pode se dar tanto no preceito primário quanto no preceito sancionador. Vide artigo 304 do Código Penal. Tipo de tendência interna subjetiva transcendente Trata-se do tipo penal que possui elemento subjetivo específico implícito, não se contentando com o dolo (exemplo: crimes contra a honra - Art. 138-141). ANTIJURICIDADE E ILICITUDE OBS: A tipicidade é o indício de antijuricidade que será excluída se existir causa que elimine sua ilicitude. Conteúdo NP1 7 Tipicidade e antinormatividade Tipicidade e tipificação é a adequação perfeita do fato ao tipo penal incriminador (conduta proibida). O tipo penal é um modelo afirmativo, ex, homicídio = matar alguém, mas a norma penal nele embutida diz exatamente o contrário (é proibido matar). Logo, todo tipo penal carrega consigo a antinormatividade (afirma algo, que não deve ser praticado). A tipicidade é, naturalmente, antinormativa. Tipo penal incriminador (modelo positivo afirmativo) Antinormatividade Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão de seis a vinte anos. é proibido… Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Calúnia Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Antijuricidade A antijuricidade é a contrariedade da conduta (ou do fato típico) com o ordenamento jurídico. O fato típico (”A” matou “B”) é antinormativo, pois feriu-se a norma “é proibido matar”. É preciso verificar se o fato típico ocorrido é também antijurídico (ilícito), pois, exemplificando, se foi praticado em legítima defesa, não será crime (arts. 23, II, e Conteúdo NP1 8 25, CP). Tipo penal permissivo 🗒 Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Legítima defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.Todo fato típico, em que se verifica a tipicidade é antinormativo, mas nem sempre antijurídico. CLÁUDIO BRANDÃO: “A averiguação da tipicidade, portanto, não é conhecida com a contradição da conduta com o ordenamento jurídico, que é a antijuridicidade, mas com a contradição da norma proibitiva, isto é, com a antinormatividade. A antinormatividade é plenamente concretizada com a realização de uma conduta que se amolde a um tipo penal, pois toda conduta amoldada àquele viola a norma que logicamente se extrai da sua definição legal. Excludentes de ilicitude no ordenamento Causa de justificação O conceito de justificação não é particular e exclusivo do direito penal, pertencendo ao direito em geral. A excludente de antijuricidade torna lícito o que é ilícito. Classificação Excludentes de ilicitude Legais CP Conteúdo NP1 9 Parte geral Estado de necessidade (Arts. 23, I, 24) Legítima defesa (Arts. 23, II, 25) Estrito cumprimento do dever legal (23, III) Exercício regular de direito (art. 23, III) Parte especial Aborto necessário (art. 128, I, CP) Aborto por gravidez decorrente de estupro (art. 128, II) A coação para impedir o suicídio (art. 146, § 3º, II) Ingresso em cada durante dia para prisão (art. 150, § 3º, I) Opinião da crítica literária desfavorável (art. 142, II) Legislação extrapenal Retomada do imóvel esbulhado logo após invasão Art. 1210, § 1º, CC) Abatimento de animal protegido para saciar a fome (art. 37, I, Lei 9605/98) Consentimento do ofendido Supralegal (implícita) Consentimento do ofendido Excludentes de ilicitude parte especial do Código Penal Conteúdo NP1 10 🗒 Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. CONSTRANGIMENTO ILEGAL Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II - a coação exercida para impedir suicídio. Excludentes de ilicitude extrapenal Código Civil Dos efeitos da Posse Art. 1210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1º. O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contando que o faça logo; os atos de defesa, ou de esforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. CAUSAS DE EXCLUDENTES DE ILICUTUDE Requisito que o sujeito tenha ciência dos dados fáticos para a sua utilização. Alguns doutrinadores entendem que somente o preenchimento das circunstâncias objetivas é o suficiente. Conteúdo NP1 11 A doutrina majoritária entende que é necessário que o sujeito tenha ciência da situação fática que está envolvido, preenchendo o requisito subjetivo. Requisito que o sujeito tenha ciência dos dados fáticos para a sua utilização. Alguns doutrinadores entendem que somente o preenchimento das circunstâncias objetivas é o suficiente. A doutrina majoritária entende que é necessário que o sujeito tenha ciência da situação fática que está envolvido, preenchendo o requisito subjetivo. Estado de Necessidade OBS: A tipicidade é o indício de antijuricidade que será excluída se existir causa que elimine sua ilicitude. Causas de exclusão de ilicitude Introdução Estabelece o Código Penal que não há crime quando o agente pratica o fato, nas hipóteses de estado de necessidade (art. 23, I), legítima defesa (art. 23, II), em estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito (art. 23, III). OBS: A função da excludente de antijuricidade é tornar lícito o que é ilícito. Conteúdo NP1 12 🗒 Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços Conceito O Estado de necessidade pressupõe um conflito entre titulares de direitos lícitos e legítimos, em que um pode perecer licitamente para que outro sobreviva. Exemplos clássicos: furto famélico, a antropofagia, a destruição de mercadorias de uma embarcação para salvar tripulantes e passageiros, a morte de um animal que ataca uma pessoa sem interferência de seu dono. Requisitos a) Perigo atual e inevitável. b) Situação não provocada voluntariamente pelo agente. c) Conhecimento do fato justificante. d) Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo. Perigo atual Indispensável que o bem jurídico do sujeito esteja em perigo; que ele pratique o fato típico para evitar um mal que pode ocorrer se não o fizer. Força da natureza ou do homem Conteúdo NP1 13 Força da natureza: a eliminação de um animal feroz, sem influência do dono; Invasão de domicílio para escapar da tempestade. Força do homem: invasão de domicílio para escapar de um roubo, etc.. Probabilidade de dano Presente, imediata e inevitável. Probabilidade de dano imediato - preste a ocorrer. Necessário a ocorrência de um perigo atual, e não um perigo eventual e abstrato. Exemplo: naufrágio - um colete salva vida - dois náufragos. A hipótese do agente causar o perigo culposamente e a excludente. O perigo não pode ser produzido dolosamente, mas se admite a forma culposa. Essa teoria é adotada por Claus Roxim. Entende o doutrinador que a expressão “voluntariamente” é indicativa somente de dolo, não abrangendo a culpa em sentido estrito. Assim, a corrente majoritária entende que diante do perigo gerado, por exemplo, em um incêndio, o seu causador doloso não pode invocar a descriminante, mas o negligente pode. Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado A inexigibilidade do sacrifício é a ponderação entre o bem protegido e o bem sacrificado. Por exemplo, a pessoa que está sendo injustamente atacada por um cão feroz faz um disparo de arma de fogo para a defender a própria integridade física. Ônus da prova Ônus de provar o estado de necessidade, pertence a quem o invoca. Ciência do fato justificante Circunstâncias objetivas Circunstância subjetiva Obs.: as excludentes de ilicitudes são uma exceção a regra, sendo assim, não deve ser vulgarizando seu uso. (Claus Roxim). Conteúdo NP1 14 Teoria finalista da ação: crime é fato típico, antijurídico e culpável. Conhecimento do fato justificante Requisito que o sujeito tenha ciência dos dados fáticos para a sua utilização. Alguns doutrinadores entendem que somente o preenchimento das circunstâncias objetivas é o suficiente. A doutrina majoritária entende que é necessário que o sujeito tenha ciência da situação fática que está envolvido, preenchendo o requisito subjetivo. Obs.: As excludentes de ilicitudes são uma exceção a regra, sendo assim, não deve ser vulgarizado seu uso. Exclusão do estado de necessidade Certas pessoas, por estarem encarregadas de funções que as colocam em perigo, não podem eximir-se da responsabilidade, alegando o estado de necessidade. Conforme prevê, o artigo 24, § 1º. Obs.: O princípio da exigibilidade do dever de enfrentar o perigo não é absoluto e sim relativo. Excesso punível 🗒 Art. 23 (…) Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.O agente excedendo-se na conduta de preservar o bem jurídico, responderá pelo ilícito penal se atuou dolosamente ou culposamente. Por exemplo, o agente, que poderia somente ferir a vítima causar-lhe a morte, poderá em tese, configurar o excesso doloso ou culposo. Estado de necessidade putativo Haverá estado de necessidade putativo se o agente supõe, imagina, por erro, que encontra-se em situação de perigo. Conteúdo NP1 15 Supondo o agente, por erro justificado pelas circunstâncias, estar no meio de incêndio, não responderá pelas lesões corporais, ou morte, que vier a causar para salvar-se. Furto famélico O furto famélico é praticado para saciar a fome a jurisprudência entende ser uma conduta em estado de necessidade, desde que, presentes os seguintes requisitos: a) fato praticado para mitigar a fome; b) que seja o único recurso do agente; c) que a subtração da coisa seja para contornar a situação; d) que o agente não tinha recursos financeiros ou impossibilidade de trabalhar; Estado de necessidade contra estado de necessidade É perfeitamente cabível o estado de necessidade quando duas ou mais pessoas enfrentam o mesmo perigo. Nesse cenário, não se exige do titular do bem jurídico em risco de permitir o sacrifício ao seu direito diante da situação de perigo comum. A doutrina denomina estado de necessidade comum. Estado de necessidade e erro na execução É possível que o agente, no momento em que pratica o fato, para salvar de perigo atual próprio ou alheio, acabe atingindo, por ERRO DE EXECUÇÃO, bem jurídico de terceiro, o agente, estará acobertado pela justificante. Vide arts. 73, 23 e 24. Conteúdo NP1 16 🗒 Erro na execução Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Descriminantes putativas § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Resumo explicativo (Antijuricidade) O conceito de justificação está previsto em várias partes do ordenamento jurídico, não é exclusivo do direito penal, por exemplo, código penal na parte geral e parte especial, bem como, no código civil, previsto na posse esbulhada em seu artigo Art. 1.210. A função da excludente de antijuridicidade torna lícito o que é ilícito, por exemplo, as hipóteses da Exclusão de ilicitude Art. 23 CP. Funções do tipo penal O tipo penal incriminador tem a função de descrever conduta ilícitas e estipular pena. O caráter criminoso de uma conduta passa a ser verificada quando ela preenche algum tipo penal. Compete ao legislador construir os tipos penais incriminadores e de impor-lhes a pena. O tipo penal incriminador é o modelo legal de conduta proibida. O tipo penal está relacionado ao princípio da legalidade, onde não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem lei anterior que a comine. Conteúdo NP1 17 LEGÍTIMA DEFESA 🗒 Legítima defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. Requisitos a) Agressão injusta e atual b) Direito defendido próprio ou de terceiro c) Conhecimento da condição justificante d) Moderação nos meios necessários Pontos fundamentais da legítima defesa a) Direito individual: é o direito que todo homem possui de defender seus bens juridicamente tutelados. Deve ser exercido no contexto individual, direito a vida, a integridade física, a liberdade, etc. b) Direito social: traz o preceito de que a lei não deve ceder ao injusto. A legítima defesa, manifesta-se, quando for essencialmente necessária, cessando no momento, em que finda a injusta agressão, atual ou iminente. A legítima defesa, deve ser exercida menos lesiva possível. Conteúdo NP1 18 Agressão injusta atual É essencial que ocorra, inicialmente, por parte do agente, reação contra aquele que está praticando uma agressão injusta. Agressão é um ato humano que lesa ou põe em perigo um direito. Importante frisar que a agressão somente pode ser causada por ato humano, se for, em razão de perigo, será estado de necessidade, por exemplo, quando alguém atua para afastar um perigo criado pela natureza ou por um animal, salvo se tiver sido utilizado por alguém, para causar agressão. A agressão pode partir de uma multidão em tumulto e contra essa agressão cabe legítima defesa. Agressão deve ser atual ou iminente Conceito de atual Atual é agressão presente, que está ocorrendo. Iminente é que está prestes a ocorrer. Não se admite legítima defesa contra agressão passada (vingança) ou futura (mera suposição). Exemplo de iminência, leva-se em conta a situação de perigo de quem se defende. Outro exemplo, o avanço do inimigo na direção do outro, carregando revolver na cintura, proferindo ameaças de morte, autoriza a reação. Aguardar que o agressor saque a arma e dê o primeiro disparo e contar com a sorte, pois, um único tiro pode ser fatal. Legítima defesa de direito própria ou de terceiro Somente pode invocar a legítima defesa, quem estiver defendendo bem ou interesse juridicamente protegido. Pode ocorrer a legítima defesa a favor de terceira pessoa desconhecida é uma das hipóteses que a lei admite e incentiva a solidariedade. Uso moderado dos meios Na reação deve o agente utilizar-se dos meios necessários para repelir a agressão atual ou iminente e injusta. Tem-se entendido que meios necessários são os que causam o menor dano indispensável à defesa do direito. É evidente que o “meio necessário” é aquele que o agente dispõe, no momento. Conteúdo NP1 19 Havendo flagrante desproporção entre a ofensa e a reação, desnatura-se a legítima defesa. Inevitabilidade da agressão Tem-se sustentado que também a inevitabilidade da agressão é um requisito da legítima defesa. A doutrina afirma que a pessoa não é obrigada a ser covarde, deverá portanto, evitar o confronto. O agente poderá sempre utilizar a legítima defesa quando for agredido, quanto que faça de forma moderada. Obs.: Como medir milimetricamente o uso moderado. Mulher se defendendo de um homem mais forte. Elemento subjetivo Como todas as justificativas é indispensável, o elemento subjetivo, ou seja, o conhecimento de que está sendo agredido, tem ciência de que está diante de uma agressão injusta atual ou iminente. Ofendículos e os excessos Ofendículos, podem ser coisas ou animais, que servirão de obstáculos para a defesa da propriedade, tais como, arame farpado, cacos de vidros em muro, ponta de lança, cerca elétrica e animais como cães. Principais diferenças entre legítima defesa e o estado de necessidade Estado de necessidade Legítima defesa Conflito entre vários bens jurídicos, situação de perigo. Ameaça ou ataque a um bem jurídico. Pressupõe um perigo + atual + sem destinatário certo. Agressão humana + atual ou iminente + injusta + dirigida (com destinatário certo) Os interesses em conflito são legítimos. Conclusão: é possível estado de necessidade recíproco. Os interesses do agressor são ilegítimos. Conclusão: não é possível a legítima defesa recíproca. Há, como regra, ação. Há, como regra, reação. Conteúdo NP1 20 Aspecto subjetivode quem se defende a) Real: é a espécie de legítima defesa em que se encontram todos os requisitos previstos no art. 25 do Código Penal. Exclui a ilicitude do fato (CP, art. 23, II). b) Putativa ou imaginária: é aquela em que o agente, por erro, acredita existir uma agressão. c) Subjetiva ou excessiva: é aquela em que o agente, por erro de tipo escusável, excede os limites da legítima defesa. É também denominada de excesso acidental. Legítima defesa da honra Respeito pessoal Liberdade sexual A honra, direito fundamental do homem, é inviolável por expressa disposição constitucional (art. 5º, x) O respeito pessoal, que engloba a dignidade e o decoro, é ofendido pelos crimes contra a honra: Admite-se o emprego de força física, necessária e moderada a injúria, admite a retorsão imediata. No âmbito da liberdade sexual (livre disposição do corpo para fins sexuais), também se autoriza a legítima defesa. É o caso da pessoa que pode ferir ou até mesmo matar quem tenta lhe estuprar. Legítima defesa sucessiva Constitui-se na espécie de legítima defesa em que alguém reage contra o excesso de legítima defesa. É possível essa legítima defesa, pois o excesso sempre representa uma agressão injusta. Legítima defesa e “aberratio ictus” Se repelindo uma agressão injusta, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, o agente atinge pessoa inocente, por erro no emprego dos meios de execução, subsiste em seu favor a legítima defesa. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL E EXERCÍCIO REGULAR DO Conteúdo NP1 21 DIREITO 🗒 Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não crime quando o agente pratica o fato: III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular do direito. Requisitos 1. Conduta autorizada por lei; 2. Cumprimento do dever legal; 3. Conduta pautada nos limites legais; 4. Regra geral agentes públicos. Conceito Quem cumpre regularmente um dever não pode, ao mesmo tempo, praticar um ilícito penal, uma vez que a lei não contém contradições. A excludente pressupõe no executor um funcionário público ou agente público, que age por ordem da lei, não se excluindo o particular, que exerce a função pública (jurado, perito, mesário da justiça eleitoral). Por exemplo, art. 292 e art. 245, § 2o e 3o ambos CPP. 🗒 Resistência a prisão CPP - Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de puerpério imediato. Conteúdo NP1 22 🗒 Buscas domiciliares CPP - Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. § 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada. § 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura. § 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente. CF- Art. 5º (…) XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Situações de cumprimento de dever legal Estão protegidos pela excludente: O carrasco que cumpre a pena de morte O soldado em tempo de guerra que executa o inimigo no campo de batalha O policial que cumpre o mandato de prisão O oficial de justiça de justiça, que faz o despejo, etc… Na lei de trânsito a excludente, pode advir de uma portaria de trânsito que cria locais proibidos. Conteúdo NP1 23 🗒 Falso testemunho ou falsa perícia Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Limites da excludente O cumprimento deve ser estritamente dentro da lei, ou seja, deve obedecer à risca os limites a que está subordinado. A excludentes de ilicitude impõem duas características fundamentais devendo ser limitada e disciplinada em sua execução. Estrito cumprimento de dever legal e crimes culposos A excludente é incompatível com os crimes culposos, pois a lei não obriga ninguém, funcionário público ou não, a agir com imprudência, negligência ou imperícia. A situação, geralmente, é resolvida pelo estado de necessidade, como por exemplo, o motorista de ambulância que está em alta velocidade para salvar a vida de uma pessoa acidentada e atropela um terceiro, não responde pelo homicídio culposo na direção de veículo automotor, em razão da exclusão do crime pelo estado de necessidade de terceiro. Comunicabilidade da excludente da ilicitude Em caso de concurso de pessoas, o estrito cumprimento de dever legal, configurado, em relação a um dos agentes, estende-se aos demais envolvidos no fato típico, sejam eles coautores ou partícipes. Exercício regular do direito Nélson Hungria: O direito é um complexo harmônico de normas, não sendo admissível um real conflito entre estas. Assim, se uma norma penal incrimina tal ou qual fato, que, entretanto, em determinados casos, outra norma jurídica, penal ou extrapenal, permite ou impõe, não há reconhecer, em tais casos, a existência de crime. Esta Conteúdo NP1 24 ilação é inquestionável ainda quando a norma de excepcional licitude seja de direito privado. Pontos a serem estudados Exercício de um direito em lei ou no ordenamento jurídico Limites da excludentes e o excesso Diferenças do inciso III do artigo 23 do CP Ofendículos ou ofensáculas - expostos e ocultos Situações: Lesões em atividades esportivas Intervenção médica artigo 146. § 3º do CP Intervenção médica e questão religiosa Exercício deum direito previsto em lei ou no ordenamento jurídico Casos práticos: Questão do morador que não permite a polícia cumprir mandato de prisão em sua residência no horário noturno. O particular que corajosamente efetua a prisão em flagrante do criminoso e o questão do constrangimento ilegal. 🗒 Da prisão em flagrante CPP- Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Limites da excludente e o excesso O excesso ou abuso, enseja, além do afastamento da excludente, a utilização da legítima defesa, por parte do prejudicado, pelo exercício irregular e abusivo do direito. Casos práticos: Advogado constituído se apropria de valores pertencentes ao cliente e não repassa ao cliente - crime apropriação indébita. Conteúdo NP1 25 Debates acalorados na plenária do Júri Popular Distinções Estrito cumprimento de dever legal Exercício regular do direito Natureza Compulsória: o agente está obrigado a cumprir o mandamento legal. Facultativa: o ordenamento jurídico autoriza o agente a agir, mas a ele pertence a opção entre exercer ou não o direito assegurado. Origem direta ou indireta proveniente de lei de regulamentos, e, para alguns, inclusive dos costumes Limites da excludente Superior Tribunal de Justiça Hipótese em que o paciente foi denunciado pela prática do delito de apropriação indébita, porque teria recebido as quantias depositadas pela municipalidade, a título de indenização, por força da procuração outorgada por seus clientes, deixando de repassá-lasaos mesmos, retendo-as injustificadamente. Se o Tribunal a quo ressalta que o contrato de honorários anexado aos autos previa dez por cento da indenização que viesse a ser apurada, pela atuação profissional, além dos honorários de sucumbência judicialmente fixados, nada referindo acerca de eventual direito de retenção das quantias depositadas, deve ser afastada a hipótese de que o paciente praticou o fato no exercício regular de um direito. (STJ: RHC 16.146/SP, rel. Min. Gilson Dipp, 5.a Turma, j. 23.06.2004.) Incabível acobertar a tese de exclusão da ilicitude com base no art. 23, III, do Código Penal (estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular do direito), ante a consideração sufragada por doutrina e jurisprudência, de não serem absolutos e incontestáveis os poderes do causídico na sua esfera de atuação profissional, sendo, evidentemente, puníveis os eventuais excessos e abusos perpetrados. (STJ-RHC 11.324/SP, rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, 5.a Turma, j. 02.10.2001. No mesmo sentido: REsp 1.306.443/SP, rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 4.a Turma, j. 19.11.2013) Ofendículas Também chamadas de ofendículos ou ofensáculas. Meios defensivos utilizados para a proteção da propriedade e de outros bens jurídicos. Conteúdo NP1 26 Devem ser visíveis: funcionam como meio de advertência, e não como forma oculta para ofender terceiras pessoas. José Frederico Marques e Magalhães Noronha: Entendem ser legítima defesa preordenada, alegando o último que, se o aparelho está disposto de modo que só funcione no momento necessário e com a proporcionalidade, nada impede a aplicação da legítima defesa. Ofendículos ocultos Os ofendículos ocultos possuem a mesma finalidade das ofendículas. Por serem escondidos, normalmente acarretam em excesso punível, doloso ou culposo. Exemplo: espingarda com barbante ligando seu gatilho à fechadura de uma porta, portão externo da calçada eletrizado, fio desencapado atravessando o lago para proteger de furto de peixes. Intervenção médica ou cirúrgica Flávio Augusto Monteiro de Barros- explica que a intervenção médica ou cirúrgica caracteriza estado de necessidade em duas hipóteses: 1) quando o leigo, na ausência absoluta do médico, realiza ato de medicina, para salvar a vida ou saúde de outrem de perigo atual e inevitável; 2) quando o médico executa a medicina contra a vontade do paciente ou de seu representante legal para salvá-lo de iminente perigo de vida (art. 146, § 3º, I, do CP). Intervenção médica e a questão religiosa Deliberação do CRM de São Paulo, de 1974: “a) se paciente grave, inconsciente e desacompanhado de familiares precisar de transfusão de sangue, ela deve ser feita sem demora; b) se paciente grave, inconsciente e acompanhado de parente que impeça a transfusão, o médico deve esclarecê-lo de sua necessidade e, havendo relutância, recorrer à autoridade policial e judicial; c) se paciente lúcido se negar à transfusão, deve assinar termo de responsabilidade, perante, autoridade policial ou judicial, e o médico deve tentar tratamento alternativo”. Conteúdo NP1 27 🗒 Constrangimento ilegal Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II - a coação exercida para impedir suicídio. Intervenções médicas ou cirúrgicas e religião que não permite transfusão de sangue O direito à vida deve sobrepor-se às posições religiosas. CULPABILIDADE Imputabilidade penal Origem etimológica: latim imputare. Condições pessoais para responsabilizar alguém. Base legal: Código Penal - art. 26 (doença mental) e art. 27 (Maioridade penal) - art. 228 da CF. Quanto ao sujeito Doença mental Conteúdo NP1 28 Maioridade Penal Doente mental Tempo da ação Inteiramente incapaz de entender a ilicitude da conduta - Consequência- isenção da pena - Medida de Segurança Parcialmente Capaz de entender a ilicitude da conduta - Consequência-Redução da Pena de 1 a 2/3. Dos efeitos da inimputabilidade Culpabilidade é pressuposto de aplicação da pena. Os doentes mentais inimputáveis o juízo de culpabilidade, que é o pressuposto da pena, é substituído pelo juízo de periculosidade, que é pressuposto da medida de segurança. (art. 96 e 97 do CP). Sentença de absolvição imprópria- réu é absolvido-aplicada uma medida de segurança- art. 386, parágrafo único, do Código de Processo Penal. A sentença não é capaz de gerar antecedentes criminais ou outro efeito secundário. Imputabilidade diminuída A imputabilidade diminuída previsão no artigo 26, parágrafo único, CP. O agente não possui a “plena capacidade " de entender a ilicitude do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (Cezar Roberto Bittencourt) Necessário Perícia - Sujeito “fronteiriço” ou “limítrofe” - Redução da pena obrigatória. Critério biopsicológico adotado. Conteúdo NP1 29 🗒 Inimputáveis Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Maioridade Penal Responsabilização Responsabilização Penal Menores de 18 anos - Inimputáveis - Presunção absoluta - Não admite prova em contrário - juris et de jure Maiores 18 anos - Presunção da maioridade do art. 27 do CP é relativa, juris tantum, admite prova em contrário. Menores de 18 anos Responsabilização Presunção absoluta juris et de jure São penalmente inimputáveis - art. 27 CP e art. 228 CF Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8.069/1990 Criança e adolescente. Ato infracional. Medidas Sócio-Educativas - tempo máximo internação. Adolescente emancipado com nível superior, casado e a responsabilização penal Estatuto da Criança e do Adolescente - lei 8069/90 Art. 2º. Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Conteúdo NP1 30 Art. 103. Considera-se ato infracional (...) crime ou contravenção penal. Das Medidas Sócio-Educativas Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: (...) VI - internação em estabelecimento educacional; Art. 121 A internação constitui medida privativa da liberdade.... § 3º. Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos. § 5º. A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade Maioridade Penal Critério Cronológico Presunção da maioridade do art. 27 do CP é relativa, juris tantum. Admite prova em contrário, conforme, art. 26 do CP. Súmula 74 STJ: (…) qualquer meio de prova hábil será valido, podendo ser, por documento, tais como, certidão de nascimento, cédula de identidade, certidão de batismo, carteira escolar, etc. Critérios para constatar a inimputabilidade a) Biológico: Para o critério biológico basta, para a inimputabilidade, a presença de um problema mental, representado por uma doença mental, ou então por desenvolvimento mental incompleto ou retardado. O critério biológico necessita de laudo. b) Psicológico: O critério psicológico irá considerar a capacidade do agente de entender o caráter ilícito do fato ou comportar-se de acordo com esse entendimento. Acolhido essecritério como única prova, irá tornar o juiz a figura de destaque, podendo apreciar a imputabilidade penal com imenso arbítrio, pois caberá ao juiz decidir sobre a imputabilidade do agente. c) Biopsicológico: O critério biopsicológico resulta da união em conjunto dos dois anteriores: é inimputável quem, ao tempo da conduta, apresenta um problema mental, e, em razão disso, não possui capacidade para entender o caráter ilícito do fato ou Conteúdo NP1 31 determinar-se de acordo com esse entendimento. Critério biopsicológico passa a ser o método adotado pelo art. 26 do Código Penal. Menores na véspera do 18º aniversário - crime material e permanente.
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