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geopolitica de recursos naturais

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Prévia do material em texto

Geopolítica dos recursos naturais 
Apresentação
Você já se perguntou como se estruturam as estratégias de exploração, gestão e comercialização 
dos recursos naturais entre os países do mundo? A dinâmica desse processo não depende apenas 
do detentor dos recursos, mas de todo um jogo político, econômico, social e cultural, dos interesses 
das grandes potências mundiais e corporações transnacionais.
Há séculos, a busca pela ampliação de território e por recursos impulsionou a navegação marítima, 
incorporando outras regiões globais além da Europa no quadro mundial. O mundo passou por 
tantas mudanças históricas, acordos, tratados, guerras, e a disputa por fontes naturais perpassou 
muitos momentos como esses, sendo inclusive o cerne de algumas situações.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender as relações entre a geopolítica e os recursos 
naturais, compreendendo a relevância desses itens para a soberania dos países que os detêm, as 
disputas e articulações estabelecidas na busca pelo seu domínio, as estratégias de controle e 
preservação adotadas pelas nações, bem como a centralidade desse debate na configuração global 
atual.
Bons estudos!
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as tendências e perspectivas da geopolítica contemporânea.•
Explicar a função estratégica dos recursos naturais e as disputas que os cercam.•
Comparar as ações das grandes potências mundiais frente ao controle dos recursos escassos.•
Desafio
Durante muito tempo, o Brasil foi conduzido por uma exploração maciça de seus recursos 
naturais sem um plano de recuperação ou legislação ambiental mais rígida. Primeiro foi a madeira 
que deu nome ao país, o pau-brasil; depois vieram outros ciclos de exploração: o ouro, a cana-de-
açúcar, o algodão, o café; hoje a soja e o alumínio.
Atualmente corre-se o risco de perder bens fundamentais, como o solo e a água, diante de atuais 
acordos com o capital estrangeiro, da fragilização das leis ambientais e da utilização indiscriminada 
de agrotóxicos.
Ratzel, ao formular suas ideias sobre o Estado-nação e o território, alertou sobre a relevante 
integração entre a gestão política e os recursos naturais, já que o Estado está organicamente ligado 
ao território pelo princípio da própria vida, pois o povo depende do solo para se alimentar, ou ainda 
deste e demais recursos para produzir seus produtos, gerar divisas e estabelecer negócios com 
outros países (CASTRO, 2005; COSTA, 1992).
Por isso é importante ter amplo conhecimento dos recursos naturais brasileiros e sua dinâmica no 
âmbito da geopolítica, compreendendo como os países ao longo dos anos têm utilizado seus 
recursos e quais medidas protetivas ou tecnológicas as nações têm adotado na sua exploração, 
utilização e comercialização.
Acompanhe a seguinte situação:
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/0666a621-9312-44f0-9049-b8de160c315d/12a2fd55-ef0e-4ae2-aaa4-99d65a23e636.jpg
Descreva as diferenças que podem ser observadas pelos estudantes e exemplos de atividades 
didáticas que poderiam ser exploradas com base no tema em questão.
Infográfico
Você sabia que os recursos naturais têm diferentes tipos de classificações e subdivisões? Essa 
forma de organização é importante para que as nações possam estudar e compreender as 
características dos elementos disponíveis em seu território. Destarte, poderão explorar melhor 
esses recursos e compreender como extraí-los, manipulá-los, transformá-los, comercializá-los no 
mercado global, mas também estabelecendo maneiras de economizá-los (quando não renováveis e 
escassos), reutilizá-los e preservá-los.
Neste Infográfico, compreenda as principais classificações dos recursos naturais e os tipos de uso, 
os países mais concentradores e, assim, entenda a função estratégica dos recursos naturais para os 
países na atual fase do mundo globalizante.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/4401b89a-c711-4894-a153-63159faf4bfa/f3c7c60d-973f-4cff-971c-eb39a7e480cf.jpg
Conteúdo do livro
Os recursos naturais são apontados por muitos autores relevantes da geografia internacional e 
nacional, como Ratzel, Raffestin, Costa, entre outros, como elementos estratégicos fundamentais 
para construir um Estado-nação forte e autônomo.
Em sua maior parte, os recursos são escassos e, diante da impossibilidade de seguir o modo de 
produção das sociedades atuais, na ausência de um recurso importante, há confrontos, guerras e 
sanções entre os países. Por isso é importante compreender como os recursos se constituíram 
enquanto ferramentas fundamentais para a produção humana, bem como as ações dos países no 
sentido de preservação e disputa.
No capítulo Geopolítica dos recursos naturais, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, 
conheça um referencial teórico sobre geopolítica e recursos naturais. O intuito é que você seja 
capaz de compreender e diferenciar as estratégias adotadas por diferentes países nas etapas de 
exploração, produção e comercialização de suas riquezas naturais.
Boa leitura.
GEOGRAFIA 
POLÍTICA
OBETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Identificar as tendências e perspectivas da geopolítica contemporânea.
 > Explicar a função estratégica dos recursos naturais e as disputas que os 
cercam. 
 > Comparar as ações das grandes potências mundiais frente ao controle dos 
recursos escassos.
Introdução
Neste capítulo, você verá noções gerais sobre as atuais perspectivas da geopo-
lítica, e poderá articular essas informações com o uso estratégico de recursos 
naturais de diferentes países do mundo. Você identificará quais são as funções 
dos recursos naturais e a postura adotada pelas nações diante do controle por 
esses itens; assim, será capaz de diferenciar suas estratégias de apropriação, 
exploração e preservação mundial.
As relações geopolíticas perpassam diferentes dimensões das estratégias 
internas e externas de um país. Isso explica por que as decisões e os delineamentos 
de projetos consistem em resultados de um conjunto de características políticas, 
econômicas, sociais, culturais e ambientais. Neste aspecto, o propósito deste 
capítulo é apresentar ideias gerais sobre os recursos naturais e a geopolítica.
Geopolítica dos 
recursos naturais
Larissa Araújo Coutinho de Paula
A geopolítica contemporânea e sua relação 
com os recursos naturais
Para pensarmos a geopolítica contemporânea dos recursos naturais, é ine-
vitável recorrer ao pensamento de clássicos, como as teorias de Ratzel, por 
exemplo. Quando consideramos o conteúdo de qualquer obra, devemos ter 
em mente que o material foi elaborado a partir de determinados contextos 
temporais e espaciais vividos pelos(as) autores(as). Ratzel criou suas teorias 
em um momento de extrema fragilidade social e territorial alemã, propondo 
a reflexão sobre a função do Estado diante de tal situação, por isso muitas 
vezes sua obra é associada a fins imperialistas (COSTA, 1992).
O geógrafo Wanderley Messias da Costa explica que, em sua visão orgânica 
do território, a partir de conceitos da biogeografia, Ratzel pensa o Estado como 
um organismo vivo, e, nesta analogia, de acordo com as leis da natureza, há 
fases e processos indispensáveis à vida: nascer, avançar, recuar, estabelecer 
relações, proteger, declinar. O autor chegou a essa analogia a partir das 
articulações entre o solo e o povo — o primeiro é permanente, enquanto o 
segundo, que incorpora o Estado, é transitório (COSTA, 1992).
Os Estados tendem a articular internamente e externamente o seu espaço 
de domínio, de acordo com seus interesses e com possíveis ameaças de 
invasões inimigas, de modo a valorizarem nós e redes que configuram sua 
geopolítica.
O termo geopolítica foi utilizado pela primeira vez pelo cientista sueco 
Rudolf Kjéllen,em meados da década de 1900. Para ele, a geopolítica consistia 
em um ramo autônomo da ciência política. De acordo com Costa (1992), a ge-
opolítica é, antes de tudo, um subproduto técnico e pragmático da geografia 
política, permitindo a aplicação de seus pressupostos em situações concretas, 
avaliando o jogo das forças estatais projetadas no espaço.
 O geógrafo estadunidense David Harvey já havia nos alertado para o fato 
de que a riqueza e o bem-estar de alguns países aumentam às custas de 
outros (HARVEY, 2004). As assimetrias e condições socioeconômicas díspares 
não resultam apenas das condições geográficas, da dotação de recursos 
naturais ou das vantagens de localização, mas são produzidas e reforçadas 
pelas relações assimétricas de poder nas relações de troca.
A geógrafa Iná Elias de Castro argumenta que, para Ratzel, a geografia 
política tinha como base a atividade de demonstrar que o Estado só se 
completa para a realidade humana sobre o solo de um país. Por isso a ideia 
de um organismo que necessita manter relações diretas com o solo. A obra 
do autor permite a compreensão de que o sentido geográfico sempre esteve 
Geopolítica dos recursos naturais2
presente na história de acumulação do capital sob expressões como “instinto 
espacial” e “vocação colonial”, “sentido inato de poder” (CASTRO, 2005).
Como ressalta Castro (2005), o projeto intelectual de Ratzel ia além da 
construção de uma disciplina científica, mas ele pretendia elaborar um pro-
jeto de Estado para a sociedade. É claro que devemos considerar o contexto 
expansionista europeu no qual o autor alemão estava envolvido. Por isso, a 
geografia serviu, a princípio, para consolidar as ideias do mercantilismo na 
Europa, sendo uma ciência política e bélica desde a sua origem. A geopolítica 
vinculava-se, então, à expressão e ao modo de controle dos conflitos sociais 
dos Estados sobre seus territórios.
A geógrafa Bertha Becker destaca que, ao término da Guerra Fria, bem 
como com a queda do muro de Berlim, o mundo passa a viver uma nova fase da 
política mundial, na qual o espaço não era mais dividido em blocos mundiais 
e suas áreas de influência; ao contrário, vemos diferenciações espaciais das 
mais distintas ordens: política, econômica, cultural, religiosa, ideológica, 
entre outras (BECKER, 2000).
Castro (2005) ressalta que, atualmente, os conflitos e interesses localizados 
regionalmente compõem a nova agenda de regiões que se beneficiam das 
diferenças de níveis tecnológicos e tentam combater a isonomia intrínseca 
do Estado nacional. Como exemplos, a autora menciona o caso de regiões 
ricas de alguns países europeus: Emília Romana (Itália), Catalunha e País 
Basco (Espanha) e Flandres (Bélgica). Há, nesses casos, a luta contra ações 
compensatórias que prejudicam o território dessas área e, ainda, em alguns 
deles, reivindicações pelo separatismo e a criação de novos Estados.
A abordagem da autora supracitada dialoga com as observações de Becker 
(2000, p. 297):
A globalização, conduzida pelos grandes bancos e corporações transnacionais, 
retira do Estado o controle sobre o conjunto do processo produtivo e afeta a 
integridade do território nacional e a autonomia do Estado, afetado igualmente 
por nacionalismos separatistas e movimentos sociais apoiados na afirmação da 
identidade e na tradição do lugar.
Nesses casos, os regionalismos locais pressionam os Estados nacionais 
mais antigos e podem enfraquecê-los, como ocorreu com movimentos sepa-
ratistas do Québec ou da Escócia. O próprio Estado-nação pode organizar seu 
território com o intuito de tirar vantagens da competitividade imposta pela 
globalização, criando assim zonas econômicas e culturais — são exemplos a 
região em torno de Hong Kong, o Norte da Itália, o vale do Silício, na Califórnia, 
e a região em torno de Barcelona e o País Basco, na Espanha (CASTRO, 2005).
Geopolítica dos recursos naturais 3
É interessante pensar em como as estratégias globais têm se redesenhado 
em função da crise ambiental. Becker (2000) destacou que a produção em 
larga escala gerou conflitos ecológicos e sociais por todo o mundo. A ten-
dência de valorização do Estado-nação fortemente arraigada na geografia 
passa, então, a ser tensionada. Na visão da autora, não devemos pensar no 
Estado como unidade única de poder; é uma instância privilegiada, porém 
não é a única a executar a negociação de forças, tanto é que os conflitos não 
se concentram apenas entre os Estados, como antigamente, mas também 
internamente. Como a própria autora nos adverte, O Estado não é uma forma 
acabada, está sempre em processo.
O crescimento do Estado-nação depende, além de condições econômicas, 
da incorporação de novos espaços, sendo tarefa do Estado a proteção de seus 
espaços, por meio da política territorial. Na atual perspectiva, o espaço global 
tem uma racionalidade cuja interferência de grupos de diferentes segmentos 
se faz presente — tecnoestrutura estatal, interesses de grandes empresas, 
agências e instituições multilaterais —; tem-se, então, sobre o espaço, um 
efeito simultâneo de globalização e fragmentação dos lugares (CASTRO, 2005).
A produção se tornou cada vez mais globalizada, com diferentes etapas 
do processo produtivo espalhadas por diferentes cantos do mundo, e a in-
formação e a tecnologia são hoje características permanentes da mediação 
do ser humano na natureza.
Há, ainda, um novo zoneamento do espaço mundial; como explicou Becker 
(2000), o avanço tecnológico aprofundou a distinção entre áreas desindus-
trializadas, áreas de difusão da indústria e da agroindústria convencionais e 
áreas que devem ser ambientalmente preservadas. A intervenção de agentes 
econômicos e financeiros nos territórios nacionais afeta diretamente a gestão 
política dos países. Há uma dualidade entre a ideia da proteção de recursos 
naturais, com o uso reduzido de matérias-primas e de energia, e a natureza 
transmutada em capital, passível de utilização atual ou futura por meio de 
tecnologias que a transformam em fonte de informação (codificação da vida) 
para a ciência e a tecnologia (BECKER, 2000).
Se aplicarmos a geopolítica para pensarmos as estratégias territoriais 
dos Estados em termos de uso e controle de seus recursos naturais, vemos 
que essa ramificação de nossa ciência pode contribuir positivamente para a 
compreensão e a solução de problemas de diversas escalas — local, regional, 
nacional, mundial — e de diferentes ordens — energia, recursos naturais, 
biodiversidade (RODRIGUES, 2015).
Geopolítica dos recursos naturais4
Kjellén havia concebido a geopolítica como uma ferramenta para o estudo 
do Estado enquanto um organismo geográfico. Ele a subdividiu em três tópicos 
(RODRIGUES, 2015):
 � topopolítica (área que se ocupa das questões naturais, como a altitude, 
relação continental, rotas comerciais, hidrologias e recursos naturais);
 � morfopolítica (relaciona-se restritamente com dimensão física, tama-
nho, forma e localização);
 � fisiopolítica (concentra-se no planejamento e na exploração dos re-
cursos naturais presentes no território).
Ao compreendermos a importância dos recursos naturais para os países, 
podemos ter maior clareza sobre as configurações históricas e atuais de poder 
sobre a natureza no quadro mundial, incluindo as motivações das disputas 
que envolvem esse recurso.
Os recursos naturais como função 
estratégica para o Estado: acordos e 
confrontos 
O geógrafo francês Claude Raffestin explicou que uma matéria (ou substância) 
é como um dado puro resultante de forças que agiram sobre a terra ao longo 
de anos sem a intervenção humana. Qualquer matéria dependerá da relação 
que a sociedade tem com ela. O trabalho humano sobre a matéria atribui 
propriedades a ela (RAFFESTIN, 1993).
Essa valorização ou indiferença em relação à matéria sofre alterações 
de acordo com as dinâmicas espaciais e temporais. O autor supracitado nos 
ilustra essa situação com o exemplo do carvão, que por muito tempo era uma 
matéria qualquer, até se tornar um combustívelem várias regiões europeias 
medievais, e hoje é uma matéria-prima da indústria química. Por meio do 
avanço do trabalho humano, podem surgir novas descobertas sobre as pro-
priedades do carvão. Todos os recursos estão sujeitos a isso (RAFFESTIN, 1993).
Um recurso surge não somente pela técnica empregada sobre ele, mas pela 
política, como nos adverte Raffestin (1993, p. 225): “Toda relação com a matéria 
é uma relação de poder que se inscreve no campo político por intermédio 
do modo de produção.” Logo, os recursos são produtos de uma relação, a 
partir de uma mediação externa (humana) que lhe dotará de propriedades. 
Às vezes, as matérias deixam de ser recursos porque perdem suas proprie-
Geopolítica dos recursos naturais 5
dades, tornando-se inoperantes, sem utilização para o trabalho humano; um 
exemplo é o sílex, uma espécie de sedimentar silicatada muito usada por 
hominídeos durante os períodos do Paleolítico e Mesolítico/Epipaliolítico 
para a fabricação de armas e utensílios de corte.
A técnica empregada sobre a matéria pode ser simétrica (relações não 
destrutivas) ou dissimétrica (relações destrutivas), e o tipo dessa relação pode 
implicar a preservação ou escassez de matérias no futuro. Diante da ausência 
de uma matéria, buscamos formas de substituí-la, em razão da sobrevivência, 
como a substituição de cerdas vegetais ou de animais por cerdas de fibras 
sintéticas. Esta é uma substituição desejável, e não imposta, decorrente do 
uso exaustivo de um recurso (RAFFESTIN, 1993).
Dentre os recursos renováveis, os mais imprescindíveis são o solo, a água, 
a energia solar e a eólica. No que se refere à terra (solo), este é o maior bem 
renovável de uma nação, pois sobre ela cada sociedade delimitará seu territó-
rio, a base material e simbólica da vida (CASTRO, 2005). Além disso, é da terra 
que vem a alimentação de um povo, condição essencial para a sobrevivência.
Em relação à água, Raffestin (1993) já apontava a importância de seu uso 
consciente, qualitativa e quantitativamente. A água é alvo de confrontos 
das mais diversas escalas, desde relações continentais até a disputa entre 
municípios pela propriedade de uma bacia hidrográfica, por exemplo.
Já os recursos não renováveis são constituídos pelas matérias que são 
apropriadas e transformadas por meio de técnica. Geralmente, encontram-
-se armazenados no solo ou subsolo, sendo acúmulo da história da natureza 
(dimensão geológica) sobre o planeta Terra. Temos como exemplos o carvão, 
o petróleo, o gás natural e o ferro. Vale mencionar que os países de indus-
trialização precoce, que hoje, em sua maioria, lideram a economia mundial, 
desperdiçaram grandes reservas de seus recursos não renováveis. Atualmente, 
são dependentes de países periféricos, pois “[…] quando a exploração do-
méstica não é suficiente para cobrir o consumo, volta-se para o exterior, com 
o fim de completá-la” (RAFFESTIN, 1993, p. 235). 
No que tange à mobilização de recursos, Raffestin (1993) explana que 
existem três principais perspectivas: 
 � o exploracionismo (exploração intensa sem a preocupação com o nível 
de esgotamento);
 � o preservacionismo (que apesar de coincidir com uma tendência eco-
lógica, pode advir de razões puramente econômicas);
 � o conservadorismo (exploração mediada pela otimização entre presente 
e futuro, considerando a gestão a longo prazo).
Geopolítica dos recursos naturais6
Por estarem intrinsecamente ligados a um território, os recursos naturais 
são foco de disputas entre os países do mundo. Os confrontos envolvem 
diferentes ideologias e perspectivas. Um país de poder no cenário mundial, 
que detenha em demasia um determinado recurso, se dedicará a controlar 
o mercado global para dominar seu preço e negociações. Pode agir de forma 
direta ou indireta, por meio de companhias multinacionais ou agrupamentos 
regionais, concentrando e organizando suas estratégias de domínio. Mesmo 
aqueles países que recuperaram suas matérias-primas após muito tempo de 
colonização, por meio da independência e da nacionalização de seus recursos, 
precisam se articular para fazer frente a essas questões (RAFFESTIN, 1993).
Há um jogo assimétrico de relações entre os países. Isso é um fato que 
nós, como latino-americanos(as), conhecemos bem. Raffestin (1993) apontou 
com segurança a relação de dominação dos Estados Unidos sobre a América 
Latina. Por muito tempo, a América Latina esteve dependente dos EUA até 
mesmo para a aquisição de cereais, item essencial na alimentação de muitos 
países latinos. Essa situação reflete diretamente sobre a soberania alimentar 
de uma nação.
A soberania alimentar de países pobres, envolvidos em guerras, ou cuja 
elite dominante escolhe depender de importações, é efetivamente colocada 
em risco. Alguns, estrategicamente, se especializam em determinados pro-
dutos, com os quais geram divisas, podendo, assim, adquirir alimentos ou 
demais recursos.
Segundo Becker (2000), o desenvolvimento sustentável, perspectiva criada 
a partir da relação sociedade-natureza na geopolítica contemporânea, tem 
como preceitos o conteúdo do Relatório Brutland (documento datado de 
1987 que previa o planejamento de um futuro comum entre os países), cujo 
objetivo consiste em ajustar o sistema capitalista em termos de conciliação 
com a lógica cultural do movimento ambientalista. Todavia, não é possível se 
referir a essas relações sem considerar os instrumentos de pressão usados no 
sentido Norte-Sul, além de imposições sobre o uso dos territórios nacionais.
Becker (2000) esclarece que há, no cerne dos conflitos, o quadro da desi-
gual distribuição de dois itens imprescindíveis para a produção capitalista: a 
natureza (recursos naturais) e a tecnologia (técnica, ciência, conhecimento). Há 
uma questão tecno(ecológica) que perpassa os valores atribuídos à natureza. 
As fontes de recursos renováveis indicam um estoque de vida e bem-estar, 
porém, sob a inserção tecnológica, esses elementos adquirem o valor de 
capital. Logo, a apropriação de territórios ambientais é uma estratégia como 
reserva de capital futuro.
Geopolítica dos recursos naturais 7
Há, de fato, uma preocupação legítima com os recursos naturais do pla-
neta. A sociedade se deu conta de que não tem mantido um controle sobre 
o equilíbrio da exploração da natureza, dotando-se da consciência de que é 
necessário preservá-la. Um marco regulatório foi a Conferência de Estocolmo, 
em 1972 (primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente). A 
perspectiva ecológica, neste aspecto, se configura ainda como uma utopia ao 
assumirmos “[…] que os Estados mudam de natureza, mas não se extinguem, 
e que as relações assimétricas permanecem, é lícito reconhecer que não 
há um presente comum e, dificilmente, haverá um futuro comum” (BECKER, 
2000, p. 294).
Mas Becker (2000) frisa que há um aspecto não menos relevante: a ideologia 
ecológica. A ecologia é hoje um dos itens da agenda de interesses dominantes, 
e a coerção de países centrais da economia global sobre os países periféricos 
se dá sob diversas formas: pela mídia, pela absurda redução de crédito, por 
propostas de conversão de dívidas por natureza, pela formação de áreas 
para a exploração da biotecnologia e pela retirada de porções de territórios 
nacionais do circuito produtivo.
Assim, o desenvolvimento sustentável não prevê a harmonia entre eco-
nomia e natureza, mas coloca-se como um mecanismo de regulação do uso 
do território e como instrumento político que configura uma versão contem-
porânea para seu ordenamento. Há um novo paradigma para a qualidade de 
um produto, com base no rastreamento de seu ciclo de vida e no quanto ele 
permite sua reutilização como matéria-prima para novas linhas de produções 
ao seu término. Isso nos coloca diante de uma nova lógica global de consumo 
— o consumo sustentável (BECKER, 2000).
A nova face das relações globais, conduzida não somente pelo Estado-
-nação, mas por bancos e corporações transnacionais, altera o controle 
deste último sobre o processoprodutivo e sua unicidade territorial, social 
e ambiental.
O uso progressivo de ferramentas tecnológicas modifica o valor político e 
econômico de determinados territórios, seja a partir do uso de novas fontes 
de recursos ou da elaboração de modernas técnicas de produção. Diante 
disso, cada país definirá sua estratégia para a exploração e a preservação de 
seus recursos — alguns fazem acordos, harmoniosos ou coercitivos, outros 
apelam para confrontos bélicos.
Geopolítica dos recursos naturais8
Entre a preservação e a exploração: as 
estratégias geopolíticas para os recursos 
naturais 
Em relação aos recursos não renováveis, como o cobre e o alumínio, metais 
não ferrosos, Raffestin (1993) já havia descrito características de uma “guerra” 
econômica. Muitas empresas, sobretudo as de capital estadunidense, se in-
ternacionalizaram, reconfigurando a divisão internacional do trabalho (DIT) e 
dotando as elites dos países produtores com infraestrutura. No entanto, ainda 
controlam a tecnologia empregada, mantendo o controle da produção, sobre-
tudo quando ocorre a integração de multinacionais, formando oligopsônios.
Se observarmos com atenção a ação das mineradoras, perceberemos 
que há um longo período elas mantêm o domínio sobre a produção mundial, 
porém sem possuir minas em seus territórios. Essa estratégia possui inúmeras 
vantagens aos países possuidores de tecnologia: diminui os riscos financeiros, 
garante uma renda de nível satisfatório, diversifica com recursos mínimos 
(RAFFESTIN, 1993) e evita a poluição e crimes ambientais em seus territórios 
— haja vista o desastre da barragem de Mariana (MG), em 2015, envolvendo 
a empresa Samarco, ou, mais recentemente, o rompimento da barragem de 
Brumadinho, em 2019, também no território mineiro.
Esse ciclo de dependência dificilmente é rompido, pois trata-se de uma 
estratégia histórica usada pelas grandes potências mundiais para manterem 
os países produtores e periféricos sob o seu domínio. Conforme explana 
Raffestin (1993, p. 265):
Se contestamos as relações de poder dissimétricas, é porque elas contribuem 
para manter o subdesenvolvimento, do qual são vítimas numerosos países. Em 
nossa opinião, se o desenvolvimento depende de planos muito precisos, depende 
sobretudo da eliminação progressiva das relações dissimétricas impostas pelos 
atores que dispõem dos meios financeiros e das tecnologias aos atores que só 
dispõem das matérias-primas, artigo menos apreciado que o dinheiro e a infor-
mação no processo.
As relações cada vez mais assimétricas permitem que condições imperialis-
tas continuem a orquestrar inclusões e exclusões e vantagens e desvantagens 
aos países do mundo. Impérios, de acordo com Harvey (2004), podem ser 
concebidos, implantados e administrados de distintas formas.
Harvey (2004) explica que até a ocorrência da II Guerra Mundial, a ideia de 
um império britânico era dominante para a maioria das pessoas; no entanto, 
após a guerra, a Grã-Bretanha cedeu seu poder global aos Estados Unidos, o 
Geopolítica dos recursos naturais 9
que também foi reforçado graças ao processo de descolonização e indepen-
dência de muitos países. Os Estados Unidos elevaram sua liderança mundial, 
ao passo que a Inglaterra e a França diminuíam a sua influência global.
É inquestionável o poderio bélico e militar dos Estados Unidos: armas, 
soldados, agentes secretos, forças especiais. As guerras travadas pelo país 
são exemplos concretos de seu imperialismo. Nos anos 1960, já havia análises 
que apontavam o domínio estadunidense sobre a América Latina e o Sudeste 
Asiático. Na guerra contra o Iraque, os EUA contaram com o apoio de países 
como a Austrália e a Espanha, mas também sofreram oposição da França e 
da Alemanha, além de, obviamente, Rússia e China (HARVEY, 2004).
A interferência estadunidense na economia e na gestão política de um 
país pode ser mais bem observada a partir de sua relação com a América 
Latina. Sob o discurso de levar democracia, estabilidade e crescimento a 
esse conjunto de nações, os EUA têm, ao longo de décadas, incentivado 
golpes de Estado sorrateiramente, como fez com Salvador Allende, no Chile, 
e tentou fazer com Hugo Chávez, na Venezuela. Não se trata de teorias de 
conspiração; vários documentos oficiais de suas agências de inteligência já 
foram expostos, e sabemos bem o que ocorreu com os denunciadores, tidos 
como ativistas por alguns e detratores pelos EUA. Quantos às guerras, que 
são intervenções diretas, vemos hoje que o principal alvo é um conjunto de 
países do Oriente Médio.
Uma estratégia pouco imaginada, exposta por Harvey (2004), é a de simula-
ção de conflitos externos visando a construção de uma solidariedade interna. 
Os EUA viviam uma recessão iniciada em 2001, que apenas se agravou no 
decorrer dos anos, com altos índices de desemprego, escândalos corporativos, 
corrupção, dívidas externas, desigualdade social, negligência sobre as ações 
ambientais, condições que desmoralizavam a capacidade política e econômica 
da grande potência. Assim, o confronto com o Iraque seguramente mudaria o 
foco sobre o país. Outro ponto destacado pelo autor diz respeito à dinâmica 
interna dos EUA, que é um país extremamente multicultural, porém de forte 
incentivo ao individualismo e à competição, o que torna a sua democracia 
instável e difícil de ser controlada.
A guerra contra o Iraque é frequentemente associada pelos opositores 
como uma tentativa de apropriação sobre o petróleo do país. Alguns países, 
inclusive os que se opuseram à guerra, tinham concessões de exploração 
autorizadas naquelas regiões, como França, Rússia e China, acirrando ainda 
mais as disputas. Harvey (2004) explica que o controle sobre o Oriente Médio 
envolvendo estratégias de relações geopolíticas com países como Irã, Síria 
e Arábia Saudita é uma tática relevante no capitalismo global, uma vez que, 
Geopolítica dos recursos naturais10
desde a década de 1950, os EUA têm efetuado ações encobertas e declaradas 
nesta região, comprovadamente a maior área de reservas de petróleo no 
mundo.
Desde a década de 1980 tem ocorrido uma exploração muito intensa de 
petróleo no mundo, de modo que a extração avança mais do que as desco-
bertas de novas reservas. Aliás, muitos reservatórios estarão esgotados em 
um curto período de tempo. Isso coloca o Oriente Médio como fornecedor 
destacado de petróleo a longo prazo. Portanto, garantir o acesso ao petróleo 
é essencial não somente para a segurança estadunidense, mas para todos 
os países (HARVEY, 2004).
A Europa e o Japão, bem como as partes leste e sudeste da Ásia (incluindo, 
hoje, a China — o que é crucial), dependem de modo vital do petróleo do Golfo, 
e são essas configurações regionais de poder político-econômico que repre-
sentam em nossos dias um desafio à hegemonia global dos Estados Unidos 
sobre produção e finanças. Que melhor forma de os Estados Unidos evitarem 
essa competição e garantirem sua posição hegemônica do que controlar o 
preço, as condições e a distribuição do recurso econômico decisivo de que 
dependem esses competidores? (HARVEY, 2004).
Ainda no plano mundial, outro país que passou por problemas na explo-
ração e comercialização de seus recursos naturais é a Rússia. Nos últimos 
anos, o país tem sofrido sanções dos EUA e da União Europeia, o que o forçou 
a desenvolver outras estratégias para a sua geopolítica do petróleo (ENG-
DAHL, 2017).
Engdahl (2017) explica que a Rússia realizou uma venda de sua petro-
leira estatal, até então a maior do mundo, para uma empresa de mineração, 
porém, conservando 60% de controle sobre ela e estabelecendo parcerias 
com a CEFC Energy, grande empresa chinesa. Esse fato tende a reconfigurar 
a comercialização mundial do petróleo e estabelecer novas geometrias de 
poder sobre esse recurso ainda tão disputado pelas nações.
Butts (2015) traz reflexões interessantes sobre a geopolítica das grandes 
nações e a relação com os recursos naturais. De acordo com o autor, existe 
o que ele cunhou como a geopolítica daescassez dos recursos. Independen-
temente do nível e da colocação de um país na economia mundial, toda e 
qualquer nação poderá sofrer com os graves efeitos da escassez de recursos, 
desde os mais básicos, como água e solo, até os mais complexos, mas que 
também são imprescindíveis para a sobrevivência da sociedade moderna. 
Com o iminente aumento da população global, se não houver medidas de 
conservação, desenvolvimento de produtos alternativos e ações para mi-
Geopolítica dos recursos naturais 11
tigação das mudanças climáticas, poderemos, em breve, vivenciar novos 
confrontos e guerras mundiais.
É necessário pensar nos recursos naturais estratégicos da América La-
tina. Nosso continente, ao longo de décadas, tem buscado um intercâmbio 
comercial, regulação tarifária e uma política de agenda comum que nos 
fortaleça e que também favoreça a nossa inserção política e econômica no 
mundo globalizado (RODRIGUES, 2015). A questão da geopolítica dos recursos 
minerais na América do Sul constitui um fator de longa data, tanto no período 
da colonização, como no pós-independência, acalentando debates e disputas 
político-econômicas até a atualidade. Historicamente, em raríssimas ocasiões, 
a exploração desses recursos naturais por potências estrangeiras beneficiou 
as populações locais de onde os recursos eram extraídos. Foi assim durante 
os mais de três séculos em que a região foi colonizada por portugueses e 
espanhóis, que inundaram a Europa com o ouro e a prata extraídos de suas 
colônias americanas (RODRIGUES, 2015).
Tendo em vista a localização e a extensão territorial do Brasil, nosso país 
poderia exercer um papel importante nesta construção coletiva e continental; 
todavia, é necessário romper com a concepção limitadora de uma geopolítica 
apenas guiada por um Estado autoritário e opressor (RODRIGUES, 2015).
No sentido de nosso patrimônio ambiental, temos um longo caminho a ser 
trilhado na consolidação de uma soberania, no uso e na proteção de nossos 
recursos naturais e hidroenergéticos, na preservação de nossa biodiversidade 
e recursos biogenéticos (RODRIGUES, 2015).
Bernardo Rodrigues, doutor em Economia Política Internacional, alerta 
que apesar de a América Latina possuir vastas extensões ricas em recursos 
naturais, não pode ter sua soberania garantida enquanto não dispuser de 
inovação científica e tecnológica para a extração, o uso, as transformação e 
o consumo desses recursos. É preciso romper a dependência tecnológica de 
nosso continente (RODRIGUES, 2015).
O autor supracitado traz considerações relevantes sobre alguns recursos 
energéticos que a América Latina possui, pensando em possíveis estratégias 
para sua exploração. Com a descoberta do pré-sal no Brasil, do óleo ultra-
pesado na bacia do Orenoco na Venezuela e as possibilidades de exploração 
do gás de xisto na Patagônia argentina, a América do Sul tende a exercer 
uma função relevante no âmbito internacional de hidrocarbonetos (petróleo 
e gás natural) em um futuro próximo. Há um grande interesse de potências 
mundiais sobre esses recursos, e os países latino-americanos devem reunir 
esforços para que essas explorações gerem desenvolvimento endógeno, e 
não apenas exploração externa.
Geopolítica dos recursos naturais12
A América Latina possui grandes quantidades de nióbio, lítio, cobre, prata, 
estanho, ferro, zinco e alumínio (bauxita). Especificamente, no que tange ao 
lítio e ao nióbio, sob os quais se concentrou a análise do autor, as reservas dos 
dois recursos na América Latina correspondem a mais de 90% das reservas 
mundiais. Trata-se de recursos que possuem um caráter energético capaz de 
proporcionar usos diferenciados em termos tecnológico e científico.
O lítio é uma espécie de metal e suas utilidades são das mais diversas, 
desde a metalurgia, a fabricação de cerâmicas e lentes de telescópios, a 
produção de pilhas e baterias elétricas (celulares e notebooks) até a me-
dicina, mais precisamente na indústria farmacêutica, que usa os seus sais 
para a produção de remédios no tratamento da depressão e do transtorno 
bipolar. Além disso, há a tendência de que o lítio seja inserido em uma nova 
tecnologia de baterias recarregáveis para veículos elétricos, a hybrid electric 
vehicle (HEV) (RODRIGUES, 2015).
As maiores reservas de lítio encontram-se em regiões salares, os chamados 
desertos de sal. Logo, países como Bolívia (Salar de Uyuni), Chile (Salar de 
Atacama) e Argentina (Salar del Hombre Muerto) formam o triângulo do lítio, 
a maior reserva mundial do recurso. Na Bolívia, o governo, em parceria com 
várias instituições mundiais, tem desenvolvido pesquisas científicas sobre 
o lítio (RODRIGUES, 2015).
De acordo com Rodrigues (2015, p. 74):
A disputa global pelo lítio, devido ao crescimento sustentado e abrupto de sua 
demanda como consequência da inovação tecnológica na produção de baterias 
recarregáveis, modificará o eixo da geopolítica energética mundial colocando a 
América do Sul no centro do debate, criando possíveis novas tensões geopolíticas 
na região andina do subcontinente.
O nióbio é um metal através do qual é produzido o ferro-nióbio, que pode 
ser usado na produção de veículos mais leves e que consumam menos energia 
e combustível, além de ser um dos metais mais resistentes à corrosão e a 
temperaturas extremas. No Brasil, temos a maior taxa de produção, por meio 
da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), e a maior reserva 
de nióbio, com mais de 90% do total mundial. Há décadas este mineral não é 
mais comercializado em sua forma bruta. O ferro-nióbio, por sua vez, obtido 
por meio de processamento, ainda é comercializado (RODRIGUES, 2015). Na 
Figura 1, você pode ver a distribuição de minérios e outros recursos naturais 
no Brasil.
Geopolítica dos recursos naturais 13
Figura 1. Recursos minerais no Brasil.
Fonte: Comissão... (2013, documento on-line).
Dentre as curiosidades sobre o nióbio compartilhadas por Rodrigues (2015), 
uma diz respeito à alimentação; há alguns anos, a Faculdade de Engenharia 
de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu 
um novo tipo de açúcar, que não engorda, nem provoca cáries, desenvolvido 
a partir do nióbio. Nos documentos secretos vazados pelo WikiLeaks (orga-
nização transacional sem fins lucrativos sediada na Suécia, que publica em 
sua página on-line, postagens de fontes anônimas, documentos oficiais e 
confidenciais de governos ou empresas), em 2010, o Departamento de Estado 
dos EUA havia incluído as minas brasileiras de nióbio na sua lista de recursos 
estratégicos. No ano seguinte, 2011, um grupo de empresas asiáticas (japone-
Geopolítica dos recursos naturais14
sas, coreanas e chinesas) adquiriu 30% do capital da CBMM por 4 bilhões de 
dólares. Trata-se de empresas superespecializadas que utilizam este recurso.
A água é, sem dúvidas, um dos recursos mais ricos para o mundo e é abun-
dantemente encontrada no Brasil. A geopolítica da água orienta as políticas 
do Estado no que tange à gestão, à preservação e à solução de conflitos 
envolvendo os recursos hídricos. Em razão da intensidade de consumo da água 
e sua futura escassez, por ser um item indispensável à vida, a água tornou-
-se uma questão de segurança e defesa os Estados. Ademais, há grandes 
corporações interessadas na privatização desse recurso (RODRIGUES, 2015).
Rodrigues (2015) explica que há em curso duas visões conflitivas sobre a 
disputa hídrica mundial. Uma delas pretende mercantilizar a água, tornando-a 
uma commodity. A outra defende a água como um direito humano inalienável, 
ao qual associam-se movimentos sociais, ativistas e intelectuais em uma 
articulação global. Um exemplo de conflito que merece ser mencionado 
refere-se ao evento conhecido como Guerra da Água, na Bolívia, uma tentativa 
de privatização de recursos hídricos no município de Cochabamba — o que 
felizmente não ocorreu, graças às manifestações populares, embasadas na 
própria Constituição Plurinacional da Bolívia.
Pesquisas científicas indicamque 99% da água potável do planeta en-
contra-se em aquíferos de água doce. São sistemas hídricos dinâmicos que 
dependem de chuvas para sua reposição, sendo, portanto, em sua maior parte, 
renováveis. Na América do Sul existem três grandes aquíferos: as bacias do 
Amazonas, a bacia do Maranhão e o Aquífero Guarani. Este último se estende 
por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A América Latina possui, assim, a 
maior reserva mundial de água doce. Por isso se faz urgente uma estratégia 
latina para a descontaminação, a preservação e a segurança estatal de suas 
fontes de água, pois já existem discursos de internacionalização desse nosso 
recurso tão precioso, sob a justificativa de bem coletivo da humanidade 
(RODRIGUES, 2015).
Nas palavras de Rodrigues (2015, p. 81), “As grandes potências começam 
a posicionar-se no tabuleiro geopolítico global de tal forma que a água, os 
minerais e a energia, cada vez mais, passam a ser vistos como uma questão 
de segurança estratégica”.
A América Latina precisa organizar uma estratégia continental para prote-
ger seus recursos, necessita “integrar para não entregar”, estabelecer pautas 
em comum, unir investimentos em termos de pesquisa e aprimoramento 
tecnológico, além de fortalecer seu corpo e instrumentos militares. Tudo isso 
deve incorporar um projeto de médio a longo prazo; do contrário, seguiremos 
perecendo às lógicas do capital internacional e sem condições de utilizarmos 
Geopolítica dos recursos naturais 15
nossos recursos para a geração de divisas de nossos países e a amenização 
dos problemas sociais que nos afligem.
Há, na internet, uma página interativa que traz o mapeamento de 
conflitos mundiais sobre a água ao longo da história. Busque por 
“Water Conflict Chronology Map” para acessar.
Referências
BECKER, B. K. A geopolítica na virada do milênio: logística e desenvolvimento sus-
tentável. In: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. C.; CÔRREA, R. L. (org.). Geografia: conceitos e 
temas. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. p. 271–307.
BUTTS, K. H. Geopolitics of resource scarcity. Penn State Journal of Law and International 
Affairs, State College, v. 3, n. 2, p. 1–9, Feb. 2015. Disponível em: https://elibrary.law.
psu.edu/jlia/vol3/iss2/3/. Acesso em: 17 fev. 2021.
CASTRO, I. E. Geografia e política: território, escalas de ação e instituições. Rio de 
Janeiro: Bertand Brasil, 2005. 299 p.
COMISSÃO de Minas e Energia discute prazo para concessão de lavras. Câmara dos 
Deputados, Brasília, 8 out. 2013. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/atividade-
-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cme/noticias/comissao-de-minas-e-
-energia-discute-prazo-para-concessao-de-lavras. Acesso em: 17 fev. 2021.
COSTA, W. M. Geografia política e geopolítica: discursos sobre o território e o poder. 
São Paulo: Hucitec; Edusp, 1992. 374 p. (Geografia, Teoria e Realidade, 17).
ENGDAHL, F. W. A interessante nova geopolítica russa do petróleo. Notícia Final, [S. l.], 
set. 2017. Disponível em: https://www.noticiafinal.com.br/2017/09/a-interessante-
-nova-geopolitica-russa.html#. Acesso em: 17 fev. 2021.
HARVEY, D. O novo imperialismo. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2003. 201 p.
RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993. 269 p. (Série Temas, 29).
RODRIGUES, B. S. Geopolítica dos recursos naturais estratégicos na América do Sul. 
Perspectivas: Revista de Ciências Sociais, Araraquara, v. 45, p. 63–87, jan./jun. 2015. 
Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/perspectivas/article/view/6248. 
Acesso em: 17 fev. 2021.
Leituras recomendadas
FREITAS, J. M. C. A escola geopolítica brasileira: Golbery do Couto e Silva, Carlos de 
Meira Mattos e Therezinha de Castro. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2004. 135 p. 
(Coleção General Benício, 405).
MATTOS, C. M. A geopolítica e as projeções do poder. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977. 
147 p. (Coleção Documentos Brasileiros, 178).
Geopolítica dos recursos naturais16
MELLO, L. I. A. Quem tem medo da geopolítica? São Paulo: Hucitec; Edusp, 1999. 228 p. 
(Geografia, Teoria e Realidade, 45).
VIANA, A. R.; BARROS, P. S.; CALIXTRE, A. B. (org.). Governança global e integração da 
América do Sul. Brasília: Ipea, 2011. 314 p.
WATER Conflict Chronology. The World’s Water – Information on the World’s Freshwater 
Resources – Pacific Institute, Oakland, 2018. Disponível em: http://www.worldwater.
org/conflict/map/. Acesso em: 17 fev. 2021.
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publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
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declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Geopolítica dos recursos naturais 17
Dica do professor
Os biomas são verdadeiras riquezas, mas infelizmente têm sido intensamente explorados ao longo 
do tempo sem um plano efetivo de proteção e recuperação. Ao todo, o Brasil tem seis biomas, que 
integram características de solo, vegetação, relevo, clima e fauna em porções delimitadas 
regionalmente pelo território nacional.
Nesta Dica do Professor, aprenda sobre os recursos naturais dos biomas brasileiros.
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Exercícios
1) O mundo atual é resultado de significativas alterações empreendidas ao longo de séculos em 
termos econômicos, políticos, culturais, sociais e ambientais. Esses fenômenos produziram 
diferentes tipos de relação entre as nações e também sobre nossa forma de interpretá-las.
Destarte, assinale a alternativa que melhor descreve a atual tendência geopolítica do mundo 
global.
A) Um mundo cuja emergência da potência mundial China tem provocado articulações políticas 
intensas com os EUA.
B) Um quadro político bipolar, marcado pelo predomínio dos EUA e de potências europeias, 
como Alemanha, França e Inglaterra.
C) Um mundo que, apesar da ampla disputa entre as nações, prevalece sob o controle 
hegemônico de um único país, os EUA.
D) Um quadro político bipolar com o predomínio dos EUA e da China, no qual ambos os países 
disputam o controle global.
E) Um cenário político múltiplo, com destaque de potências como os EUA, alguns países 
Europeus, China e potências árabes.
2) Rudolf Kjellén é considerado o precursor da geopolítica por muitos pesquisadores de 
relações internacionais e geografia.
A proposta do autor sueco para consolidar estratégias para os estados era subdividida em:
A) localização, vegetação e cultura.
B) topopolítica, morfopolítica e fisiopolítica.
C) regionalismos, redes e globalização.
D) topopolítica, cultura e geomorfologia.
E) geomorfologia, circulação e fisiopolítica.
3) 
Biomas são áreas do território que apresentam certa homogeneidade em termos de 
geologia, pedologia, clima, flora e fauna. São riquezas de valor inestimável para um país, já 
que oferecem ao seu povo recursos naturais indispensáveis à vida, como a água.
Desse modo, identifique a alternativa que apresenta a informação correta sobre as 
características dos biomas brasileiros.
A) O pantanal, considerado um dos patrimônios mundiais, localizado no sul do Brasil, é o menor 
bioma do país.
B) A caatinga, predominante no semiárido nordestino, tem uma paisagem marcada por savanas.
C) O pampa, bioma composto de pradarias e cerradões, ocupa cerca de metade do estado do Rio 
Grande do Sul.
D) A Mata Atlântica é um bioma importante devido ao seu potencial hídrico e concentra-se 
apenas na região Sudeste.
E) O cerrado, bioma que perpassa diferentes regiões do país, é conhecido pela ausência de 
recursos hídricos.
4) Considerando a política imperialista dos EUA, o geógrafo David Harvey levanta algumas 
hipóteses no que tange às motivações e característicasque impeliram a potência a entrar em 
confronto bélico com o Iraque.
Assinale a alternativa que corresponde às ideias do autor.
A) Preocupação em manter um acordo comercial sobre as reservas de petróleo dos países 
árabes, dominando o controle global desse recurso.
B) O multiculturalismo estadunidense é algo positivo e uma grande virtude do país, pois propicia 
a elaboração de políticas mais plurais.
C) Surgimento de um intenso confronto bélico com países árabes, como Irã, Síria e Arábia 
Saudita.
D) Conjunto de problemas internos de cunho político, econômico e social somado ao interesse 
em ampliar suas reservas de petróleo.
E) A estabilidade da política e economia estadunidense provoca o sentimento de ameaça às 
demais nações.
5) 
A América Latina, apesar de ser considerada por muitos um "celeiro mundial", fornecedor de 
matérias-primas e produtor agrícola de commodities, tem um importante reservatório 
mundial de recursos naturais que poderia ser mais bem aproveitado para o desenvolvimento 
endógeno.
Logo, o melhor aproveitamento desses recursos, pensando num projeto continental, se 
estruturaria com base em quais ações?
A) Construção coletiva de um plano para coadunar interesses, estratégias de exploração dos 
recursos naturais, investimento em educação e pesquisa tecnológica e melhor preparo de 
suas forças armadas.
B) Investimento nas forças armadas para fins de segurança e proteção dos recursos naturais, 
propostas mais atrativas para o investimento do setor privado internacional e venda de 
territórios estratégicos, como as reservas de lítio.
C) Maior aproximação com as novas potências mundiais, como China e países de destaque da 
economia árabe, visando a obter mais investimentos com empreendimentos que explorem 
esses recursos.
D) Construção coletiva de um plano para coadunar interesses, maior flexibilidade da legislação 
ambiental para explorar capital estrangeiro nos territórios dos biomas e investir em 
tecnologia.
E) Criar instituições parceiras de pesquisa e tecnologia e buscar relações mais estreitas com os 
EUA, de modo a implantar indústrias e centros de pesquisa para elaborar energia sustentável 
e tecnológica.
Na prática
Os recursos naturais são alvos de disputa nos mais diversos âmbitos e em diferentes escalas. Um 
recurso natural encontrado ou produzido no Brasil pode ser pivô de confrontos e estratégias 
econômicas entre diversos países. Dependendo do arranjo das forças de poderes e dos interesses 
envolvidos, se o Estado detentor dos recursos não tiver uma estratégia efetiva para proteger a 
natureza e seu povo nem estabelecer comercializações justas, o povo pode sofrer drasticamente.
Como geógrafo e professor de geografia, você deve observar tais situações e esmiuçá-las, 
procurando contextualizá-las para compreender as discussões do plano teórico. Como docente, é 
necessário dominar o conteúdo, mas saber integrá-lo à realidade e aplicá-lo na prática. Como 
bacharel em geografia, você terá oportunidades de trabalhar em ONGs, repartições públicas e 
movimentos sociais, devendo mediar conflitos, avaliar o impacto ambiental, enfim, ocasiões em que 
deverá aplicar esse conhecimento.
Na Prática, veja como a relação entre os recursos naturais e a globalização reverbera nas escalas 
mais próximas de nossa realidade, expondo disputas e jogos de interesse da geopolítica atual que 
se refletem nas realidades locais.
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código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ad8bfae7-87ad-483e-8fe5-ce3181901bc2/0fa27367-2e6d-4050-9896-0e0c8fcc51cb.jpg
Saiba +
Para ampliar seu conhecimento no assunto, veja a seguir as sugestões do professor:
A Lei da Água
Este documentário explica as mudanças no Código Florestal e os impactos sobre a água, o solo, as 
florestas e a produção de alimentos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Desmatamento atual da Amazônia
Neste link, você encontra uma reportagem atual sobre o desmatamento na Amazônia. Nos últimos 
anos tem sido intensa a destruição desse bioma em prol da exploração de madeira, tráfico de fauna 
e flora, bem como a retirada de vegetação para o cultivo de soja e atividade pecuária.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Especial Mineração de Bauxita — como é feita a extração e qual 
é a importância dessa atividade para o Brasil
Este texto apresenta uma breve explicação sobre um dos minerais mais explorados na América 
Latina, sobretudo no Brasil: a bauxita.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/jgq_SXU1qzc
https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2021/01/18/desmatamento-na-amazonia-em-2020-e-o-maior-dos-ultimos-10-anos.ghtml
https://revistaaluminio.com.br/especial-mineracao-de-bauxita-como-e-feita-a-extracao-e-qual-a-importancia-da-atividade-para-o-brasil/
Floresta Amazônica
Você tem curiosidade de conhecer a Amazônia? Navegar por seus rios, ver o topo de suas árvores? 
Então clique neste link e aprecie essa riqueza nacional.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Gestão sustentável dos recursos naturais
Clique para conhecer este material que reúne uma série de artigos que exploram a questão da 
gestão participativa de recursos naturais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Home — nosso planeta, nossa casa
Este filme explora de maneira didática a formação da Terra, a diversidade da natureza e os impactos 
da ação humana sobre os recursos naturais. Acesse para saber mais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Novo amor — birthplace
A música e o videoclipe a seguir apresentam de modo sensível e impactante a questão da poluição 
marinha e seus efeitos sobre a sociedade.
https://artsandculture.google.com/streetview/amazon-rainforest-trail/SAHO2n24Dg7C5w?sv_lng=-60.67623708057738&sv_lat=-2.945070753140977&sv_h=306&sv_p=10&sv_pid=YETFM_LVtG9vvRH_NAOI-A&sv_z=1.0000000000000002
https://static.scielo.org/scielobooks/bxj5n/pdf/lira-9788578792824.pdf
https://www.youtube.com/embed/4vg_dl_f2rI
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https://www.youtube.com/embed/MGslEcmVurg