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APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período PNEUMONIA Infecção de um ou ambos os pulmões, basicamente, é quando há infecção dos tecidos pulmonares e seus alvéolos. Infecção não contagiosa causada habitualmente por bactérias, vírus, fungos, micobactérias e parasitas. A maioria das pneumonias são de origem bacteriana. As bactérias que mais habitualmente provocam pneumonia são: Streptococcus pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiel la pneumoniae, Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis e Staphylococcus aureus. A infecção ocorre quando esse agente infeccioso chega ao espaço alveolar, onde ocorre troca gasosa e deve sempre ser um local muito limpo e livre de substâncias que possam impedir ou dificultar o contato do ar com o sangue oxigenado (hematose). Revisão anatomia O ar que respiramos entra pelo nariz e/ou boca e vai para a traqueia. A traqueia, ao chegar ao nível dos pulmões, bifurca-se, formando os brônquios principais, um para o lado esquerdo, outro para o direito; estes brônquios também se bifurcam, formando os bronquíolos, que por fim, acabam nos alvéolos. Cada vez que ocorre uma bifurcação, as estruturas vão se tornando progressivamente menores. Os alvéolos, que ficam no ponto final da árvore respiratória, são bolsas microscópicas que estão em contato com a corrente sanguínea. Através deles são feitas as trocas dos gases respirados (oxigênio e gás carbônico). O alvéolo entrega o oxigênio respirado para as hemácias (glóbulos vermelhos) no sangue e recebe delas o gás carbônico produzido pelas células do corpo. Portanto, inspiramos oxigênio e expiramos gás carbônico. Na pneumonia, os alvéolos ficam cheios de secreções purulentas, impedindo a entrada e saída dos gases. - Nesses alvéolos acometidos pela infecção não há troca de oxigênio por gás carbônico. - Quantos mais alvéolos acometidos pela pneumonia, mais grave é o quadro. - O paciente com pneumonia extensa pode apresentar insuficiência respiratória, precisando ser entubado e acoplado a um respirador artificial para conseguir manter o sangue adequadamente oxigenado. Na grande maioria dos casos, a pneumonia não é uma doença contagiosa como a gripe ou tuberculose (que pode até ser considerada um tipo de pneumonia). Os pulmões são órgãos expostos constantemente a micróbios do ar e da própria flora bacteriana da boca do indivíduo. O nariz e a garganta são cheios de bactérias e, às vezes, vírus, e as pessoas inalam pequenas quantidades desses organismos, regularmente, do ar ou de aspirado do trato digestivo, boca ou garganta. Normalmente os pulmões lidam prontamente com esses organismos através dos seus próprios mecanismos de defesa, que o mantém livre de germes. - Entre estes mecanismos há o reflexo de tosse (ajuda a expelir muco e substâncias estranhas), a presença de células do sistema imunológico ao longo de todo trato respiratório (previnem a invasão de micro-organismos nos pulmões e empurram o muco e substâncias estranhas de modo que possam ser expelidos pela tosse) e a existência de microscópicos cílios na árvore brônquica que “varrem” os agentes invasores para fora das vias respiratórias. Fisiopatologia I. Primeiro de tudo há uma colonização da orofaringe. Como temos o mecanismo de microaspiraração o tempo todo, o microorganismo, caso não sejam eliminados, chegam ao parênquima pulmonar, causando o fenômeno infeccioso. Infecção pulmonar após um patógeno ou microorganismo ter vencido as barreiras de defesa. Mecanismos que defendem a micro e macroaspiração: 1- divisão dicotômica (via aérea é toda bifurcada e a medida que se divide, o microorganismo vai sendo aglomerado nas quinas, nas áreas de divisão e o sistema mucociliar faz a limpeza. 2- sistema imunológico próprio da via aérea que ajuda combater o processo infeccioso in locu, produz imunoglobulinas. 3-Reflexo da tosse e espirro. II. O agente infeccioso causa uma DESBIOSE, ou seja, muda os agentes dentro do pulmão causando um desequilíbrio das bactérias e microorganismo já existentes (flora bacteriana). III. Inicio da multiplicação descontrolada do patógeno. IV. Macrófagos alveolares, são a 1 linha de defesa e agem localmente nesse primeiro foco pneumônico, liberando altas quantidades de citocina. V. Vai ocorrer um desencadeiamento de sinais pulmonares e sintomas como tosse, produção do escarro, dispinéia. VI. Ocorre recrutamento dos neutrófilos (estão na corrente sanguínea a princípio e fazem diapedese) no espaço alveolar através das citonas que haviam sido liberadas pelos macrófagos. As citonas inflamatórias produzidas pelas células vão para corrente sistêmica, ocasionando outros sintomas no paciente como prostração, dor, febre, taquicardia e leucocitose. VII. Geração do exsudado inflamatório alveolar, que faz com que haja um desacoplamento entre a ventilação e a perfusão dentro dos alvéolos, fazendo com o que paciente fique HIPOXÊMICO. O desenvolvimento da pneumonia depende da virulência do invasor, da quantidade de micróbios que conseguem chegar aos pulmões e das condições imunológicas do paciente. Em geral, uma pneumonia surge quando um germe agressivo consegue penetrar o trato respiratório e encontra o sistema de defesa comprometido. Quando os mecanismos de defesa não estão funcionando corretamente, uma grande quantidade de bactérias é inalada sobrecarregando as defesas normais, ocorrendo a entrada de um organismo particularmente infeccioso. Geralmente, a pneumonia começa após a aspiração de micro-organismos das vias aéreas superiores para os pulmões; mas, por vezes, a infecção é causada por um desequilíbrio nos micro-organismos nas vias aéreas e pulmões ou por micro-organismos inalados do ar, transportados para os pulmões pela corrente sanguínea ou que invadem os pulmões diretamente de um sítio infeccioso próximo. https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/estafilococos-aureus-mrsa/ APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período Obs: a localização das pessoas quando elas desenvolvem pneumonia é importante porque diferentes organismos tendem a estar presentes em diferentes lugares. Em geral, organismos em alguns lugares, como hospitais, são mais perigosos e mais resistentes a antibióticos comparados a organismos presentes em outros lugares. Além disso, é mais provável que pessoas em determinados lugares tenham distúrbios que as tornem mais propensas a desenvolver pneumonia. A estratificação de risco é feita pelo CURB - 65 Pacientes que não possuem nenhum critério de CURB possuem uma doença menos grave. Os que gabaritam precisam de uma atenção especial. - CURB 65 < 2 = tratamento em casa , fazer acompanhamento com o médico e em piora procurar o PS - CURB 65 : 3 = internação, nem se for curta, tomar antibiótico na veia e, se apresentar melhora, ir pra casa em 24-48h. - CURB 65 : 4-5 = unidade de terapia intensiva, mortalidade em 30 dias pode ultrapassar 40%. Ajuda definir o local e o tratamento diante do quadro. Classificação • Pneumonia adquirida na comunidade (PAC): acomete o paciente fora do ambiente hospitalar ou que surge nas primeiras 48h da admissão. - Em relação a ETIOLOGIA, o mais comum em todas as faixas etárias, exceto crianças pequenas, é o strep. Peneumoniae (pneumococo) mesmo que o paciente seja soropositivo. - Outro mais comuns só a chlamydea pneumoniae e o micoplasma pneumoniae, eles não causam sintomas e alterações radiológicas distintas, mas o esquema antibiótico voltado para eles é diferente. - Vírus e bactérias tem uma relação comum. À medida que há mais infeccao por bactéria, há mais infecção por vírus e vice -versa. Vírus e bactérias são superponíveis, ou seja, podem ser superpostos. • Pneumonia adquiridano hospital (nasocomial) • Pneumonia aspirativa - ocorre quando volumes ou partículas maiores (por exemplo, saliva, comida ou vômito) são aspirados e não são removidos dos pulmões. - a pneumonia aspirativa pode ocorrer em pessoas com dificuldade para engolir, como pessoas com histórico de AVC e em pessoas com nível diminuído de consciência devido ao uso de medicamentos sedativos, álcool ou por outros motivos. • Pneumonia obstrutiva - ocorre quando uma obstrução das vias aéreas nos pulmões (como um tumor) faz com que bactérias se acumulem por trás da obstrução. Obs: “Walking pneumonia" é um termo em inglês, não médico, usado para descrever casos leves de pneumonia adquirida na comunidade que não requerem repouso no leito ou hospitalização. Algumas pessoas podem até sentir- se bem o suficiente para trabalhar e participar de outras atividades diárias. Tipos: Pneumonia Viral: tem início gradual de 2 a 4 dias. Sinais associados são: Rinofaringite, conjuntivite, estado geral mais conservado, mialgia, rash e diarreia. A tosse do paciente viral é uma tosse seca irritativa e a febre é inferior a 39 graus. O leucograma da normal e o PCR NEGATIVO. Pneumonia Bacteriana: Tem início súbito, muito rápido. As sintomas associadas são: vômito, meningismo, dores abdominais, sensação da herpes labial com relação a diminuição da imunidade. A tosse do paciente é bem produtiva com expectoração purulenta e forte. Febre aguda maior de 39 graus e com calafrios. Leucograma: neutrofilia + leucocitose (aumento de leucócitos) e PCR aumentado. Pneumonia micoplasma: Geralmente acomete mais adolescentes. Tem início progressivo. Sinais e sintomas são: cefaleia, cansaço, odinofagia, estado geral conservado. Tosse se assemelha, no primeiro momento, a uma pneumonia viral, por ser seca e irritativa de início e, depois, produtiva. Sendo um pouco mais difícil o diagnóstico, porque no início tem característica viral e depois característica bacteriana. A temperatura costuma ser menor que 38,5 graus. Leucograma: normal e PCR negativo ou bem aumentado. Fatores de Risco • Pode ser subsequente a uma cirurgia, particularmente cirurgia abdominal, ou após uma lesão (trauma), particularmente uma lesão torácica, porque a dor desses quadros clínicos impede que as pessoas respirem profundamente ou tussam, logo, é mais provável que os micro-organismos permaneçam nos pulmões e causem infecção. • Pessoas debilitadas, acamadas, paralisadas ou inconscientes, uma vez que não respiram profundamente nem tossem. • Fumantes (pacientes que fumam apresentam uma irritação constante de toda árvore brônquica e disfunção dos cílios protetores. As células de defesa pulmonar também são afetadas pelo cigarro e não funcionam tão bem. Tudo isso favorece o aparecimento de infecções respiratórias). • Pacientes gripados (a lesão que o vírus da gripe provoca do sistema respiratório também favorece a invasão de bactérias, que se aproveitam da redução da capacidade de o paciente de combater os germes que chegam às partes mais interiores do sistema respiratório). • Idosos (por possuir sistema imunológico mais fraco). • Pessoas debilitadas com outras doenças, como: doenças imunossupressoras, IC, alcoolismo ou diabetes. • Usuários de drogas. Sintomas Os sintomas podem variar em função da extensão da doença e do micro-organismo causador. • Tosse com expectoração (muco espesso ou com coloração alterada); • Dor torácica (quando há derrame pleural); • Calafrios; • Febre (mais comum em pacientes jovens); • Falta de ar. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/pneumonia/pneumonia-adquirida-na-comunidade https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/pneumonia/pneumonia-adquirida-na-comunidade APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período • Às vezes, as pessoas com pneumonia apresentam sintomas digestivos, como náusea, diarreia e perda de apetite (anorexia). • Dor abdominal (quadros de diarreia - a depender do agente etiológico (bactéria LEGIONELLA) e idade do paciente + 50 anos idade - clínicas, hotéis, escritórios...ar cond ic ionado, umid ificadores de ar, p isc inas compartilhada e etc.) Os sintomas variam ainda mais em bebês e idosos. Pode não ocorrer febre. Pode não ocorrer dor torácica ou as pessoas podem não conseguir comunicar que estão com dor torácica. Algumas vezes, o único sintoma é a respiração rápida ou uma recusa súbita de comer. Algumas vezes, confusão súbita pode ser o único sinal de pneumonia em uma pessoa idosa. Broncotomia: o paciente ao falar 33, sua voz é exatamente e abso lu tamente igua l que d izer que há uma CONSOLIDAÇÃO no pulmão. Porque o normal (fisiológico) é que se escute o 33 na ausculta uma voz abafada. Pectorilóquia fônica: o paciente fala 33 como se estivesse sussurrando mas na ausculta o médico escuta 33 normal como se estive falando com voz normal e alto. Isso porque a onda mecânica passa pela consolidação e amplia o som. Complicações • Baixos níveis de oxigênio na corrente sanguínea; • Pressão arterial baixa com risco à vida; • Abscesso pulmonar ou empiema; • Lesão pulmonar grave (síndrome da angústia respiratória aguda [SARA]). Diagnóstico Um médico verifica a presença de pneumonia auscultando o tórax com um estetoscópio, uma vez que, a pneumonia geralmente produz sons característicos (causados pelo estreitamento ou fechamento das vias aéreas ou pelo preenchimento de partes dos pulmões, normalmente cheias de ar, com células e líquido inflamatórios), um processo chamado consolidação. Na maioria dos casos, o diagnóstico de pneumonia é confirmado com uma radiografia torácica; mas, às vezes, é feita uma TC do tórax. Em casos leves, os médicos podem decidir tratar com base nos sintomas e nos resultados dos exames. Em pessoas que estão doentes ao ponto de exigirem hospitalização, os médicos geralmente testam amostras de escarro, sangue e urina em uma tentativa de identificar o organismo causador da pneumonia. Em pessoas muito doentes, pessoas com um problema conhecido do sistema imunológico ou quando estiverem procurando por organismos incomuns, os médicos poderão colher amostras de escarro administrando um tratamento com vapor que faz com que a pessoa tussa profundamente (induzindo a produção de escarro) ou inserindo um broncoscópio (pequeno tubo flexível com uma câmera) nas vias aéreas. Amostras de escarro obtidas através da indução da tosse e, especialmente aquelas obtidas com um broncoscópio, são menos propensas a conter saliva e têm mais chances de permitir que os médicos identifiquem o organismo causador da pneumonia do que as amostras de escarro expectoradas. É particularmente importante que os médicos identifiquem o organismo causador da pneumonia quando as pessoas estão gravemente doentes, não têm um sistema imunológico normal ou não estão respondendo bem ao tratamento. No entanto, apesar desses testes, o organismo preciso não pode ser identificado de forma conclusiva na maioria das pessoas que têm pneumonia. Tratamento - Antibióticos e, por vezes, medicamentos antivirais, antifúngicos ou antiparasitários - Tratamentos de apoio à respiração As pessoas com pneumonia também precisam eliminar muco e secreções dos pulmões e podem se beneficiar de exercícios respiratórios profundos. As pessoas com pneumonia que estão com falta de ar ou têm baixos níveis de oxigênio no sangue recebem oxigênio suplementar, geralmente através de um pequeno tubo plástico nas narinas (cânula nasal). Apesar de o repouso ser uma parte importante do tratamento,o repouso absoluto pode ser nocivo e as pessoas são incentivadas a se movimentar frequentemente e sair da cama para uma cadeira. Geralmente, são iniciados antibióticos sempre que há suspeita de pneumonia bacteriana, mesmo antes do organismo ser identificado. O uso imediato de antibióticos reduz a gravidade da pneumonia e a possibilidade de desenvolvimento de complicações, algumas das quais podendo levar à morte. Antibióticos Ao escolher um antibiótico, os médicos levam em conta qual organismo tem mais chances de ser a causa. - Tipo de pneumonia - Idade - Se o sistema imunológico da pessoa está funcionando corretamente ou não ou se as pessoas têm outras doenças pulmonares - Gravidade da pneumonia - Uso de antibióticos administrados pela veia nos últimos 90 dias REFERÊNCIAS: • • https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/hipotens%C3%A3o-arterial-e-choque/hipotens%C3%A3o-arterial https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/abscesso-pulmonar/abscesso-pulmonar https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/fal%C3%AAncia-respirat%C3%B3ria-e-s%C3%ADndrome-da-ang%C3%BAstia-respirat%C3%B3ria-aguda/s%C3%ADndrome-do-desconforto-respirat%C3%B3rio-agudo-sdra https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/fal%C3%AAncia-respirat%C3%B3ria-e-s%C3%ADndrome-da-ang%C3%BAstia-respirat%C3%B3ria-aguda/s%C3%ADndrome-do-desconforto-respirat%C3%B3rio-agudo-sdra https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-pulmonares/broncoscopia https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/reabilita%C3%A7%C3%A3o-para-dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/fisioterapia-respirat%C3%B3ria#v724154_pt
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