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Considerações sobre proteínas para otimizar a massa muscular esquelética em adultos e idosos saudáveis Revista: Nutrients /Ano de publicação: Mar. 2016 Resumo: OBJETIVO: O principal objetivo desta revisão foi avaliar as evidências mais recentes para otimizar a fonte de aminoácidos ou proteínas, a dose, o tempo, o padrão e a co-ingestão dos macronutrientes para aumentar ou preservar a massa muscular esquelética em adultos jovens e idosos saudáveis. I N T R O D U Ç Ã O O músculo esquelético é crucial para a saúde metabólica e o desempenho desportivo. Além da relação positiva entre massa muscular, força e desempenho atlético, o músculo também desempenha importante papel na prevenção de doenças, como a obesidade, doenças cardiovasculares, resistência à insulina, osteoporose e diabetes. A plasticidade do tecido muscular permite a adaptação e o crescimento do músculo. A proteínas são constantemente remodeladas por processos simultâneos de síntese de proteínas musculares (MPS) e degradação de proteínas musculares (MPB). O exercício e a nutrição adequada permite que a síntese seja maior do que a degradação, promovendo o aumento da massa muscular esquelética. Portanto, a revisão refere-se à remodelação de proteínas musculares esqueléticas no contexto de otimização da massa muscular. A alimentação com proteínas ou aminoácidos estimula a MPS em repouso e na recuperação do exercício. Portanto, a ingestão de proteínas é um estímulo para preservar a massa muscular esquelética. A figura demonstra o papel da disponibilidade de aminoácidos na regulação da síntese proteica em resposta ao exercício e ingestão de proteínas. A disponibilidade de aminoácidos é modulada pela fonte, a forma de ingestão, a dose, o tempo de digestão e absorção, a co-ingestão com outros nutrientes. Figura 1. Diagrama simplificado detalhando o papel da disponibilidade de aminoácidos na regulação da MPS com ingestão de aminoácidos / proteínas e exercício. MATERIAIS E MÉTODOS Os 5 fatores que regulam a síntese proteica muscular: A fonte (proteína do soro do leite, caseína, proteína animal ou vegetal); A forma (líquida ou sólida); A dose (quantas gramas de proteínas por porção); O tempo de digestão e absorção; O padrão de distribuição; A co-ingestão com outros nutrientes. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: - Classificados como saudáveis, sem contra-indicações médicas. - Participantes jovens (idade média da coorte ≤ 35 anos) e idosos (idade média da coorte de ≥ 65 anos) - Homens e mulheres treinados (≥ 2 treinos/semana) CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO: - Estudos que não respondiam aos fatores específicos analisados. -Estudos de caso e descritivo, sem um grupo controle. - Estudos com objetivos de perda de peso. - Estudos que a ingestão proteica não fossem por método oral. - Estudos incluindo participantes não saudáveis. Em uma busca sistemática na literatura, foram incluídos os estudos, pesquisados no PubMed e Web of Science, acordo com o critério de elegibilidade: RESULTADOS E DISCUSSÃO O uso de blends proteicos, ou seja, uma mistura de proteínas que combina duas ou mais proteínas intactas, visando potencializar a digestibilidade de aminoácidos para aumentar a amplitude e duração do estimulo a MPS. Os estudos sugerem que a ingestão de proteína de soro de leite é igualmente eficaz em comparação com uma mistura de proteínas, de acordo com a dose (para o conteúdo de leucina) para o estimulo da MPS. Quanto ao uso de mix de aminoácidos para estimular a MPS, o conteúdo de leucina foi extremamente importante para o estímulo da resposta. Visto que, além de substrato para a síntese proteica, também atua como um importante sinal anabólico para o músculo esquelético, ativando enzimas da via mTOR. Quanto a forma de aminoácidos e proteínas (líquida ou sólida), os estudos sugerem que, no período pós-prandial de repouso, a taxa de disponibilidade de aminoácidos no sangue não se traduz em um maior estímulo para a MPS. No entanto, este contexto representa apenas uma refeição isolada, deve-se considerar se uma disponibilidade mais rápida de aminoácidos no sangue estimula uma maior resposta da MPS no contexto alimentar diário e / ou durante a recuperação do exercício. Quanto a dose, a resposta está bem estabelecida em adultos jovens, sendo uma ingestão padrão contendo em média 30 g de proteína demonstrou melhor estímulo, sendo uma ingestão de 0,24 g/kg/refeição. Em idosos, a dose não é bem estabelecida na literatura, mas estima-se uma ingestão de 0,40 g/kg/refeição. Quanto à composição de aminoácidos: O Escore de Aminoácidos Indispensáveis Digestíveis (DIAAS) é o índice mais utilizado para diferenciar as fontes de proteínas. O escore DIAAS reflete o conteúdo de aminoácido essencial (EAA) e as propriedades de digestão de qualquer fonte de proteína. A comparação mais frequente é entre a proteína de soro de leite (rapidamente digerida) com alto teor de leucina (~12,5% da proteína total) e proteína de caseína (lentamente digerida) com teor relativamente baixo (~8,5% da proteína total) de leucina. Em resumo, os estudos demonstram que a ingestão de proteína de soro de leite estimula maior estímulo a MPS no período pós-prandial, comparada à caseína em adultos jovens e idosos. R E S U L T A D O S Quanto ao tempo dos aminoácidos e proteínas, os estudos demonstram que o exercício resistido estimula a MPS por pelo menos 48 horas durante a recuperação, sendo que a magnitude da resposta pós-exercício da MPS diminui com o tempo (3 > 24 > 48 h). Os estudos sugerem que o tempo de aminoácidos / proteínas deve considerar o tempo de outros nutrientes ingeridos e a proximidade do exercício. Em relação à “janela de oportunidade anabólica”, os estudos não apoiam a necessidade da ingestão proteica imediatamente após o exercício como fundamental para otimizar a resposta anabólica muscular. Os estudos comprovam uma resposta semelhante com a ingestão após 1, 2 ou 3 horas do exercício resistido. A literatura argumenta que a “janela de oportunidade anabólica” permanece estendida além da 1° hora após o exercício. Em adultos jovens, é bem comprovado na literatura que o músculo esquelético ainda responde à ingestão de proteínas por pelo menos 24 horas após o exercício, sendo fundamental o fracionamento adequado ao longo do dia. Quando à ingestão de proteína no período pré-sono, recomenda-se que seja uma fonte de absorção lenta, para aumentar a síntese, sendo fundamental manter aminoácidos circulantes no período de descanso. Quanto ao padrão de aminoácidos, este é responsável pela dose, momento e frequência da ingestão. Um padrão equilibrado é caracterizado pela distribuição igual de proteínas entre todas as refeições diárias. A co-ingestão com outros nutrientes altera a resposta fisiológica que regula a síntese. Sendo que o consumo de proteínas e carboidratos aumenta as concentrações plasmáticas de insulina, favorecendo estímulo a MPS e suprimindo o estímulo para MPB. Quanto ao consumo de lipídeos, a ingestão de ômega-3 mostrou-se efetiva no aumento da MPS e da massa muscular esquelética. A adequação proteica para a manutenção da massa muscular envolve diversos fatores, sendo fundamental entender a interação entre estes, para contextualizar as recomendações de proteínas para aumentar ou preservar a massa muscular esquelética em adultos e idosos saudáveis. CONCLUSÃO
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