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KAMILE FERREIRA - M42 Glicocorticóides São anti-inflamatórios, antialérgicos e imunossupressores. São anti-inflamatórios hormonais. O córtex da suprarrenal libera corticosteróides (mineralocorticoides, glicocorticoides – cortisol – e androgênios). O cortisol participa do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos, regula a resposta imune e tem ação anti-inflamatória, imunossupressora e antialérgica. Receptor mineralo – aldosterona Receptor glico – cortisol Alguns corticoides estimula o GR e o MR, esses são pouco seletivos e, por estimular o MR, o acúmulo de líquido é maior do que os que são seletivos para GR. Prednisona é o que tem menor seletividade. Precursor dos GC – colesterol O cortisol é fisiológico e depende do ciclo hipotálamo-hipófise-suprarrenal. O hipotálamo libera o CRF, que estimula a hipófise a liberar o hormônio adrenocorticotrófico, o ACTH metaboliza o colesterol em pregnenolona e ela pode produzir: cortisol, aldosterona ou estradiol. Depois que a suprarrenal produz os hormônios, dependendo do ciclo circadiano, ela libera no sangue. Quando a quantidade não é suficiente, precisa de glicocorticoide exógeno. O cortisol possui maior produção durante a noite, tendo seu pico de liberação por volta das 8 da manhã, após isso, a concentração vai caindo até a pessoa dormir novamente. Quando alguém não tem o ciclo sono vigília regular, a liberação do cortisol fica bagunçada, ou seja, quem não dorme direito, tem maior propensão a adoecer, maior probabilidade de ter infecções. O estresse aumenta a produção de cortisol. Lesões e infecções aumentam o cortisol. Calor gera aumento da produção de cortisol e frio diminui essa produção. Opiniões aumentam a produção de cortisol. A prednisolona é a forma ativada da prednisona. É a forma que hepatopatas devem ingerir. O melhor horário para consumo de corticoides é de manhã, que é o horário do pico da liberação e o corpo confunde o endógeno do exógeno. Se tomar de tarde, o ciclo de liberação de cortisol vai ficar bagunçado e a pessoa não vai dormir direito. O tempo da duração do tratamento é muito importante. Não é recomendado tomar por mais de 10 dias. Quando o corticoide exógeno chega no receptor, o corpo não identifica se ele é exógeno ou endógeno, então, ao tomar o exógeno, o organismo entende que não precisa produzir mais, após 2 semanas, começa o feedback negativo para o hipotálamo, que para de produzir o corticoide e gera insuficiência da suprarrenal. Então, se passar de 15 dias tomando corticoide, é necessário fazer um desmame para que o corpo entenda que precisa aumentar a produção de corticoides. O cortisol é carregado pelo sangue através da CBG, que é mais comum em carregar corticoides endógenos. A albumina carrega mais exógenos. Os receptores são nucleares. O receptor, sem estar ligado a nada, fica no citoplasma, quando se liga ao corticoide, entra no núcleo. O corticoide pode realizar aumento ou diminuição da produção de uma proteína. Corticoide diminui produção de COX2; aumenta a produção de ANEXINA1, que vai inibir a fosfolipase A2. Depois do processo agudo (manifestação precoce da inflamação), que é dor, rubor, calor e edema, tem o processo mais tardio (manifestação tardia da inflamação), que a cicatrização, reparação e reação proliferativa. Os AINES mexem nas manifestações precoces, o corticoides mexem nos dois processos. O corticoide consegue fazer 8sso independentemente do agente etiológico. Ações sobre células inflamatórias: Redução da ativação da célula T-helper – imunossupressor e antialérgico. KAMILE FERREIRA - M42 Redução de neutrófilo no sangue – anti- inflamatório Redução de leucócitos no sangue – anti- inflamatório e imunossupressor. Redução da ativação de macrófago – anti- inflamatório e imunossupressor. Redução dos osteoblastos e aumento dos osteoclastos – efeito adverso: osteoporose. Redução da função do fibroblasto e menor produção de colágeno, diminuindo reparo – pode ser efeito adverso (maioria das situações), mas é terapêutico para queloide. Ação sobre mediadores inflamatórios e imunes: Redução da liberação de histamina, IgG e IgE – antialérgico. Redução de componentes do sistema complemento – imunossupressor. Produção de anexina1 e IL10 – anti-inflamatório. Redução da COX2, IL2, IL3, TNF-alfa – anti- inflamatório. Farmacocinética: Liberação fisiológica de 10 a 20 mg/dia, mais ligados com a globulina de ligação de corticosteróides (CBG). Albumina se liga aos exógenos. Via de administração: Oral, endovenosa e intramuscular – possuem mais efeitos adversos. Efeitos adversos: Ocorre em doses elevadas por muito tempo; síndrome de addisson (o paciente precisa utilizar o cortisol durante a vida toda, pois não produz, mas a dose é baixa, então não há efeito adverso - não ocorre em terapia de reposição. Pode ocorrer diminuição da resposta imunológica (uma infecção simples pode se tornar grave); insônia; úlceras pepticas (porque inibe o Ácido araquidônico); síndrome de cushing (uso prolongado de corticoides) Obs.: na síndrome de addisson, o GC é pouco produzido; na síndrome de cushing, o CG é muito produzido. Podem ser congênitos ou iatrogênicos. Aumento de sal e água pode causar hipertensão; o corticoide mobiliza a gordura do corpo para três lugares mais específicos – barriga, rosto e dorso; tendência a hiperglicemia, porque o corticoide diminui a liberação de insulina; o corticoide aumenta o catabolismo e diminui o anabolismo das proteínas – cabelos unha frágeis, pele delgada (queratina é proteína). A pele fica mais fácil de ser machucada, mas o corticoide diminui a cicatrização (!!). Tudo isso (exceto hipertensão, diabetes e osteoporose) é revertido facilmente. Não pode suspender o tratamento de forma abrupta, principalmente se o uso for acima de 15 dias, pois causa insuficiência da suprarrena. Uso clinico: Doença de addisson – usa corticoide pouco potente: hidrocortisona, dose baixa para repor o que o paciente não produz. Hiperplasia suprarrenal congênita. Teste de supressão do cortisol após dexametasona – ingere dexametasona (que é muito mais potente que o cortisol) antes de dormir. Ao acordar, o cortisol deve estar suprimido, se não estiver, indica síndrome de cushing, ou seja, pode diagnosticar síndrome de cushing. Estimulação da maturação pulmonar do feto – utiliza betametazona (porque possui alta penetração na placenta) para acelerar a maturação pulmonar fetal, pois estimula a produção de surfactante, diminuindo, assim, a síndrome do desconforto respiratório em prematuros. Distúrbios não suprarrenais: asma, conjuntivite (cuidado se for bacteriana, precisa usar com antibiótico), renal, alergias graves, quadros de inflamação aguda, artrite reumatoide, ruptura trombocitopenica, LES, prevenção de rejeição de enxertos/transplantes. KAMILE FERREIRA - M42 Câncer hematológico: leucemia linfocitária aguda, mieloma múltiplo. Redução de edema cerebral (tumores cerebrais). Hidrocortisona e cortisol tem a mesma potência. A prednisona é um pró fármaco, vai ser ativada no fígado para ser metabolizada em prednisolona. Só pode ser utilizada via oral. Dexametasona e betametasona são corticoides de alta potência e praticamente não causam retenção de líquido. Triancinolona – uso tópico; para afta; sistemicamente é muito tóxica; não deve ser utilizado quando o paciente tiver candidiase, pode baixa a imunidade.