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Valva aórtica Área da valvar: 2,5cm² a 3cm². Qual a função da valva aórtica: Durante a sístole é se manter aberta, sem apresentar resistência a passagem do sangue do VE para a aorta. Durante a diástole é ficar fechada, para que não haja refluxo de sangue da aorta para o VE. ➢ Insuficiência aórtica É um distúrbio anatomofisiológico que se caracteriza pelo refluxo do sangue da aorta para o VE. A valva não consegue fechar direito e o sangue volta. Causas: qualquer alteração nas estruturas da valva podem causar a insuficiência. Alterações do anel valvar, degeneração dos folhetos (pode ser pelo envelhecimento), aneurisma de aorta, dissecção de aorta, doenças que acometem a própria valva (doença reumática, endocardite infecciosa), envelhecimento, trauma torácico. Classificação: Aguda: quando acontece abruptamente. Exemplo: dissecção da aorta, trauma torácico, rompimento dos folhetos. Crônica: quando ocorre gradualmente. Exemplo: doença reumática. Gravidade: leva em consideração a fração regurgitante (quanto de sangue passou e quanto de sangue voltou, exemplo: se passou 100mL e voltou 20mL, a fração regurgitante é 20%). FR menor que 20% é mínima. FR entre 20% e 40% é leve. FR entre 40% e 60% é moderada. FR acima de 60% é severa. Quadro clínico da insuficiência aórtica aguda: é uma emergência médica. Paciente apresenta edema agudo de pulmão e choque cardiogênico. Quadro clínico da insuficiência aórtica crônica: De leve à moderada, permanecem assintomáticos durante muitos anos. Alguns graves podem se manter assintomáticos por um tempo. Quando começa a apresentar sintomas, entra na fase descompensada, paciente começa a apresentar astenia, dispneia aos esforços, ortopneia, DPN (sinais de insuficiência cardíaca). Quem determina a pressão diastólica é o fechamento da valva aórtica, quando essa valva não fecha direito, a pressão diastólica pode chegar a 0. Isso produz pulsos muito altos. Exame físico: O paciente pulsa por completo, as carótidas pulsam (dança das artérias), a cabeça do paciente balança de acordo com o pulsar do coração (sinal de Musset), a úvula do paciente pulsa (sinal de Muller), a base da língua pulsa (sinal de Minervine), canhão femoral – ausculta a região femoral e escuta uma pulsação muito forte (sinal de Traube), se comprimir um pouco mais dá pra ouvir o duplo sopro Duroziez, se ausculta o pulso pedioso dá pra escutar o Pistol Shot (tiro de pistola), o coração dilata e o precórdio pulsa. Presença de um SOPRO DIASTÓLICO DE REFLUXO, MAIS AUDIVEL EM FOCO AORTICO OU AORTICO ACESSÓRIO, QUE IRRADIA EM DIREÇÃO A PONTA DO CORAÇÃO, TEM CARÁTER ASPIRATIVO E VAI DIMINUINDO DE INTENSIDADE NO SEU TRRAJETO, MUITAS VEZES ACOMPANHADO DE UM SOPRO SISTÓLICO POR HIPERFLUXO. ECG: Na insuficiência aórtica aguda vai estar normal. Na insuficiência aórtica crônica vai ter desvio do eixo para esquerda, sobrecarga de VE e, mais tardiamente, sobrecarga de AE. Radiografia de tórax: Nos casos leves o coração tá normal e tem muita congestão pulmonar. Nós casos crônicos o coração vai estar aumentado e vai ter congestão pulmonar, a aorta pode aparecer dilatada. Ecocardiograma: diz se tem insuficiência aórtica leve, moderada ou severa, se o VE tá aumentado, se a função do VE tá alterada ou não, se o AE tá aumentado ou não, diz a etiologia. Tratamento para a aguda: Estabilização e UTI, quando compensar o paciente, manda para a cirurgia. Tratamento para a crônica: se for leve ou moderada, se for assintomático e o coroação estiver funcionando normal, só acompanha o paciente, faz profilaxia para endocardite infecciosa e pra doença reumática, não tem indicação para usar medicamento. Se for um paciente assintomático com comprometimento da função do coração já utiliza medicamentos (principalmente IECA), acompanhamento clínico e ecocardiográfico a cada 6 meses e as profilaxias se forem necessárias, indicação para cirurgia. Se for sintomático, utiliza tratamento para insuficiência cardíaca e programa para cirurgia. Procedimentos: é difícil fazer plastia na valva aórtica, geralmente faz a troca. Implante transcateter da valva aórtica (TAV), coloca uma prótese atrás do cateter, mas não tem pelo SUS. ➢ Estenose aórtica É o estreitamento na via de saída do VE por comprometimento do aparelho valvar aórtico. Causas: Congênita (valva aorta bicúspide), doença reumática ou degenerativa (pode ser pelo envelhecimento). Gravidade: Leve (entre 2,5cm² e 1,5cm²; GM menor que 25%), moderada (entre 1,5cm² e 1cm²; GM entre 25% e 40%) ou severa (abaixo de 1cm², GM acima de 40%). Utiliza mais o gradiente médio do que a área valvar. Quadro clínico: paciente pode se manter assintomático durante muitos anos (fase compensada), quando apresenta sintomas inicia a fase descompensada. Sintomas: dispneia aos esforços, angina pectoris, síncope e morte súbita. Exame físico: pulso parvus e tardus são encontrados com pouca frequência. Ictus tipo HVE é frequente. Aparece SOPRO SISTÓLICO DE EJEÇÃO, MAIS AUDÍVEL EM FOCO AÓRTICO E AÓRTICO ACESSÓRIO, COM IRRADIÇÃO PRA FÚRCULA E PRA CARÓTIDA. O sopro começa na B1, cresce e decresce até B2, SOPRO EM DIAMANTE. ECG: Sobrecargas de VE e, menos frequentemente, de AE. Radiografia de tórax: área cardíaca geralmente normal, as vezes aparece calcificação e dilatação após a estenose da valva (mas é raro). Ecocardiograma: É indispensável. Vai dizer se a estenose eleve, moderada ou severa, vai dizer a etiologia. Tratamento: não há tratamento medicamentoso específico para pacientes assintomáticos, faz o acompanhamento com ecocardiograma e as profilaxias necessárias. Quando o paciente apresentar sintomas, é indicado fazer intervenção, não existe tratamento clínico para esses pacientes, o tratamento é intervencionista (pode fazer um diurético, IECA). Procedimentos: Troca valvar, TAV (indicado para pacientes com estenose severa, mas que não possam realizar uma cirurgia), valvoplastia por balão (menos utilizado).
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