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Gustavo Moreno T19 Aula 01: Introdução a Farmacologia: (Clarissa) Revisão farmacocinética e farmacodinâmica: Farmacocinética: estudo dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação dos fármacos. Absorção – passagem do fármaco de seu local de administração até chegar na corrente sanguínea Fatores interferentes: Via de administração Obs – VO (estômago → (Ph) → intestino → sistema porta → fígado → metabolização 1º passagem → Circulação sanguínea) Obs – EV → passagem direta Fármacos Organismo Formulação Fatores ligados a via de administração: Área da superfície absortiva Circulação no local de administração Obs – cada fármaco tem sua via própria de administração Fatores ligada ao fármacos: Peso molecular e conformação estrutural Coeficiente de participação e lipo/hidrossolubilidade Grau de ionização (relação entre pka do fármaco e pH do compartimento de absorção) pH ácido pH básico Ácido Não ionizado (absorção) Ionizado (não absorvido) Básico Ionizado (não absorvido) Não ionizado (absorção) Fatores ligado ao organismo: Superfície de absorção Fluxo sanguíneo local pH do comportamento de absorção Taxa de esvaziamento gástrico Motilidade gastrointestinal Patologia Fatores ligados a formulação: Variáveis de fabricação Adjuvantes farmacotécnico Envelhecimento do produto ⇒ Tempo de desintegração / Velocidade de dissolução Biodisponibilidade: Fração do fármaco inalterado que alcança a circulação sistêmica logo depois da administração por qualquer via (Quanto de fármaco que realmente alcança a via) A única via que oferece biodisponibilidade de 100% é a EV (via endovenosa) Exp → Se 100 mg de um fármaco spa adm VO, e 70 mg desse são absorvidas inalteradamente, a sua biodisponibilidade é de 70%) Fatores que influenciam na biodisponibilidade: Solubilidade do fármaco Natureza da formulação do fármaco Instabilidade química – pH gástrico, inativação enzimática Metabolismo de primeira passagem Metabolismo de primeira passagem: Fenômeno pelo qual a quantidade de um fármaco que atinge a circulação sistêmica é significante reduzida devido ao extenso metabolismo Implicações: Dose maior quanto o fármaco é administrado por VO, em relação a outras vias Imprevisibilidade da dose requerida → variação individual Obs: Variações na terapêutica com o mesmo fármaco com diferentes pacientes – devido ao metabolismo!! Distribuição: Refere-se ao suprimento de fármacos aos tecidos; a passagem do fármaco de um compartimento corporal para outro (ocorre com moléculas livres) Fatores que influenciam a distribuição das drogas: -Permeabilidade capilar e barreiras fisiológicas (capilares) -Taxa de perfusão local (“quanto mais perfundido - mais fármaco vai”) -Ligação da droga a proteína plasmáticas ("lipossolúveis → ligam a proteínas albumina e glicoproteínas") -Acúmulo seletivo das drogas nos tecidos (“constituintes teciduais – tetraciclinas [antibiótico: tuberculose, brucelose, clamídias], tendem a depositar em tecidos ricos em cálcios [dentes e ossos], pois tem afinidade ao cálcio, pode levar efeitos tóxico ao organismo (evitar em crianças menores de 8 anos → malformação))" Biotransformação: Modificação química de um fármaco por um organismo vivo Droga ativa → metabólico ativo (fluoxetina), metabólico inativo, metabólico tóxico (paracetamol – reagem a hepatócitos [cuidar para não passar de >3 gramas - danoso]) Droga inativa → metabólico ativo (pró fármacos - exp: enalapril [inibidor da ECA - angiotensina II], metabólico inativo, metabólico tóxico Alguns fármacos que produzem metabólitos ativos ou tóxicos: Biotransformação: Ocorre em 2 fases Fase 1 Fase 2 Droga → Conjugado → Droga Metabólicos com atividade modificada → Conjugado → Droga → → Lipofílico → → Hidrofílico Principal responsável pela biotransformação → citocromo P450** Presente no fígado Metabolismo de esteróides e xenobióticos 74 famílias de genes CYP (Isoenzimas – sistema enzimático do citocromo p450) Fármacos CYP1*, CYP2* e CYP3* (principais responsáveis pela metabolização dos fármacos) Fatores que interferem na biotransformação: -Espécie -Idade -Sexo (biotransformação é maior no sexo masculino) -Estados patológicos (hepatopatias → biotransformação comprometida) -Polimorfismos genéticos (variedade a resposta com o mesmo fármaco em população distintas; Exp: IECA tem resposta terapêutica diferente na população negra) -Indutores / inibidores enzimáticos (indutores → indução das enzimas, no sentido do aumento da quantidade, logo aumento da atividade das mesma; Inibidores → provocam a diminuição das atividades das enzimas Citocromo P450) Indutores e inibidores enzimáticos: Indução enzimática: aumento na quantidade de CYP (rifampicina, etanol, carbamazepina) Aumenta a biotransformação ⇒ aumenta a produção dos metabólicos e diminui as concentrações plasmáticas ⇒ diminui ou aumenta efeitos farmacológicos / tóxicos (metabólicos inativos x ativos) Inibição enzimática: diminuição na atividade da CYP (neostigmina, cimetidina, cetoconazol) Diminui a biotransformação ⇒ diminui a produção dos metabólicos e aumenta as concentrações plasmáticas ⇒ aumenta ou diminui efeitos farmacológicos/tóxicos (metabólicos inativos x ativos) Exemplos de fármacos que induzem as enzimas metabolizadoras de fármacos: Fármacos que induzem a ação das enzimas: Fármacos com o metabolismo alterado: Fenobarbital Rifampicina Griseofulvina ⇒ Fenitoína Etanol carbamazepina Varfarina Contraceptivos orais Corticosteróides Ciclosporina Eliminação: Remoção do fármaco do organismo, podendo ser o fármaco inalterado (sem sofrer metabolismo) ou eliminação de seu metabólico. Vias de eliminação: Rins (principal via de excreção. Se têm queda da função renal, pode-se reduzir a dose e aumentar o espaçamento entre elas, mas no caso de comprometimento importante, são contraindicados esses fármacos. Bile Fezes Pulmões (substâncias voláteis) Secreções – lágrimas, suor, saliva, leite; Obs – eliminação hepática vai para o ducto biliar e intestino delgado Obs – eliminação renal vai para a urina Fatores que influenciam a eliminação das drogas: Renal: Concentração de proteínas plasmáticas e taxa de ligação Volemia – desidratação, choque hipovolêmico Pressão sanguínea pH e grau de ionização Influência do pH urinário na eliminação renal de fármacos Farmacocinética clínica: Os quatro parâmetros mais importantes que governam a disposição dos fármacos são os seguintes: biodisponibilidade, volume de distribuição, depuração e meia vida de eliminação. Volume de distribuição: O volume de distribuição (Vd) correlaciona a quantidade de fármaco no corpo à concentração do fármaco (C s/p) no sangue ou no plasma: É uma medida extremamente eficiente para determinar a quantidade total de um fármaco no organismo. Sabendo-se o Vd de um fármaco, e sua concentração sanguínea, é possível determinar a concentração do fármaco em todo o organismo QFC = C s/p . Vd Fármacos com Vd elevados → aumento da concentração extravascular (exp: aumento lipossolubilidade – tecido adiposo) Fármacos com Vd menores → aumento da concentração no compartimento vascular Fármacos Vd = 42L → distribuição pelo organismo todo Obs – volume de distribuição ⇒ ideia de quantidade total do fármaco no organismo Depuração ou Clearance (CL): Clearance é um parâmetro farmacocinético usado para descrever a eficiência da eliminação de um fármaco do organismo Mais especificamente, clearance é definido como o volume de sangue a partir do qual o fármaco pode ser completamente removido do organismo por unidade de tempo (ml/min/kg) O clearance será determinado quando atingirmos um equilíbrio entre a velocidade de administração e a velocidade e eliminação de um fármaco Quando a depuração for constante, a taxa de eliminação de um fármaco será diretamente proporcional a sua concentração no organismo Tempo de meia vida: T1/2: Tempo gasto para que a concentração plasmática de um fármaco no organismose reduza À metade em um dado instante A cada intervalo de meia vida,o fármaco decai 50% Janela Terapêutica: Faixa de concentrações do fármaco que produzem eficácia terapêutica com efeitos tóxicos mínimos Farmacocinética / dinâmica Cálculo da meia vida: Obs: ↑K: ↓T1/2 ///// ↓K: ↑T1/2 Fármacos lipossolúveis: ↓K: ↑T1/2 Tempo de meia vida e estado de equilíbrio: o estado reflete um valor constante obtido em relação a taxa de administração e a depuração de um fármaco após múltiplas doses Estado de equilíbrio: Tempo para atingir o platô – cinética de 1ª ordem: 4-6 Tempos 1/2 ** Esquemas de doses repetidas → orienta o regime posológico “Determina o horário do medicamento” Uso irregular do medicamento → respeitar posologia é fundamental Farmacodinâmica: Estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação ⇒ refere-se aos efeitos de um fármaco no organismo Relação entre efeito produzido e quantidade administrada do fármaco Alvos moleculares / farmacológicos: As moléculas dos fármacos precisam exercer alguma influência química sobre um ou mais constituintes das células para produzir uma resposta farmacológica Corpora non agunt nisi fixata: Um fármaco não agira, a menos que esteja ligado Macro molécula – (ou complexo macromolecular) – com o qual o fármaco interage para produzir uma resposta celular Ação depende da interação (alteração conformacional) Fármaco x Alvo molecular (receptor) F + R ←→ RF ⇒ Resposta biológica Ligantes: Agonista – ativam o alvo molecular Antagonistas – ligam no alvo molecular sem causar ativação e bloqueiam a ação dos agonistas Obs – agonista parcial: serve como antagonista competitivo reversível para um agonista pleno, deslocando a curva dose/resposta para a direita, pois é necessário que a dose do agonista pleno seja maior para se ter a mesma resposta/compensar. Alvos moleculares/ farmacológicos: Proteínas alvo para a ligação das drogas: -Canais iônicos (cada canal é seletivo para determinados íons devido ao tamanho do seu poro e natureza do seu revestimento. Muitos fármacos atuam de forma direta ou indiretamente , assim, influenciando a concentração do cálcio intracelular, canais, fatores de transcrição, proteínas das vesículas de armazenamento contráteis) -Receptores – metabotrópicos / nucleares / tirosina-quinase -Enzimas (fármacos podem agir por inibição direta da atividade enzimática, como os AINES e IECAs. Mas, podem agir como falsos substratos, como no casos das estáticos e 5-FU, que sofrem ação da enzima, mas geram metabólico diferente, competindo com o verdadeiro substrato enzimático) -Transportadores (fármacos inibem/bloqueiam o transporte, como os diuréticos, ISRS) Índice terapêutico: Relação entre efeitos terapêuticos e efeitos adversos Efeito terapêutico → consequência da ação farmacológica, observável ou que pode se mensurar. IT = DL50 / ED50 Quanto maior o IT, mais seguro é o medicamento, pois a diferença de uma ED50 para um Dl 50 é maior. Dose letal (DL50) – dose capaz de causar 50% de mortalidade na população em estudo Dose eficaz mediana (ED50) – dose do fármaco necessária para produzir determinado efeito em 50% da população Índice terapêutico:
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