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1 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Considerações iniciais Conceito de farmacocinética Descrição quantitativa e qualitativa do que o corpo faz com o fármaco; Descrição dos padrões temporais e espaciais de um fármaco no organismo. Alvos da farmacocinética 1. Absorção; 2. Distribuição; 3. Metabolismo (biotransformação); 4. Eliminação/ excreção. Efeitos Efeito antipirético/ antitérmico: Inibe o mecanismo que eleva a temperatura corporal. Utilizado para combater febre. Efeito anestésico: Impede a transmissão de sinais entre uma parte específica do corpo e o cérebro e inibe a transmissão de impulso nervoso para o cérebro. Efeito anti-inflamatório: Inibe a ação da enzima COX, a qual permite o aumento da produção de prostaglandina, responsável pelo surgimento do quadro inflamatório. Absorção Processo no qual um fármaco se move do local onde foi administrado até a corrente sanguínea. OBS: Medicamentos intravenosos não são absorvidos, pois vão direto para corrente sanguínea. Fatores que influenciam na absorção Características do órgão: Superfície de absorção (⬆ superfície de absorção, ⬆ absorção); Vascularização (⬆ vascularização, ⬆ absorção); pH (⬆pH, ⬆ absorção). 2 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO PAPEL DO TGI: Estômago: -Seu papel é reduzir os alimentos ao “quimo”, transferindo-os ao duodeno em velocidade constante; -Mínima superfície de absorção (menor no jejum); -Menos vascularizado; -pH baixo (muito ácido, limitando a absorção de alguns fármacos); -Tempo de esvaziamento mais rápido. Intestino delgado: -É a zona preferencial de absorção; -Maior superfície (microvilosidades e vilosidades); -Muito vascularizado; -pH entre 5 e 8; -Tempo de esvaziamento mais devagar (mais rápido durante o jejum). OBS: O muco dificulta a absorção. OBS: Alguns medicamentos irritam o TGI, por isso é indicado ingerir depois de refeições Mecanismos de transporte: Processos passivos: Não há interferência ativa das membranas; Não há gasto de energia; Mais fácil de ocorrer; Difusão simples: Mecanismo mais comum. Os medicamentos hidrossolúveis atravessam as membranas através de canais ou poros aquosos, enquanto os lipossolúveis atravessam facilmente a maioria das membranas biológicas sem precisarem de um canal, devido a sua solubilidade na bicamada lipídica. Processos ativos: Há interferência ativa das membranas e/ou gasto energético. Definem qual será o tipo de absorção do fármaco. Características do fármaco: Coeficiente de partição: Relação de solubilidade (se o fármaco é lipossolúvel ou hidrossolúvel). OBS: ⬆ coeficiente de partição ⬆ lipossolúvel o fármaco é. 3 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Lipossolubilidade: Melhor para absorção. Ionização –pH/pKa: Forma molecular do fármaco é mais lipossolúvel, facilitando a absorção. Enquanto o fármaco ionizado vai estar com cargas elétricas e é mais hidrossolúvel, dificultando a absorção. Massa molecular: É o tamanho do fármaco. Fármacos grandes tem dificuldade de passar pelas membranas celulares. Quando menor a massa molecular, melhor a absorção. Biodisponibilidade: Fração da dose que atinge a circulação sistêmico de forma intacta após a administração. Metabolismo pré-sistêmico: Fármaco vai para o fígado ou pulmão antes de ir para circulação sistêmica. Isso diminui a biodisponibilidade do fármaco. Circulação enterro-hepática: Conjugados hidrofílicos de fármacos são concentrados na bile e transportados ao intestino, onde são metabolizados. Depois, os fármacos retornam à forma ativa, a partir da hidrólise de glicuronídeo, e podem ser reabsorvidos. Distribuição Processo pelo qual um fármaco, reversivelmente, abandona o leito vascular e entra nos tecidos, ou seja, sai dos vasos e vai para os tecidos e órgãos. Depende de alguns fatores: 1. Taxa de perfusão dos órgãos: Quantidade de fluxo sanguíneo que chega em determinado tecido. ⬆ taxa de perfusão, ⬆ a distribuição dos fármacos. Ex de órgãos com perfusão alta: Cérebro, rins e fígado. 2. Permeabilidade capilar: Estruturas dos capilares: Capilares com junção/ fenestra mais estreita dificulta a distribuição. Ex local com junções estreitas: capilar cerebral. Ex local com junções largas: Células endoteliais do fígado. 3. Características do fármaco: Tamanho: Moléculas menores se distribuem mais facilmente. Peso molecular: Alto peso molecular dificulta atravessar as membranas. Lipossolubilidade: Lipossolúveis tem facilidade de passar pelas membranas celulares. ⬆ lipossolubilidade ⬆ distribuição Grau de ionização: Moléculas não ionizadas (forma molecular) são mais apolares e se distribuem mais facilmente. Relação pH do meio/pKa da molécula: 4. Taxa de ligação as pp (Proteínas plasmáticas): Essas proteínas sequestram os fármacos de forma não-difusível (devido a elevada MM do complexo), 4 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO retardando sua transferência para fora do compartimento extra- vascular (reserva); Afinidade do fármaco pela proteína; Principais proteínas: Albumina: Se liga preferencialmente a fármacos ácidos (diazepam, aines, penicilina); Alfa1-Glicoproteína Ácida (GP); Beta-globulina Lipoproteína: Se ligam preferencialmente à fármacos básicos (anestésicos locais, beta-bloqueadores, amitriptlina). OBS: Somente o fármaco livre está disponível para atuar no alvo (tecidos), assim como sofrer processos de biotransformação e excreção do organismo. Fatores que determinam a quantidade de ligação do fármaco às proteínas: Concentração das proteínas plasmáticas: Concentração molar da proteína; Número de sítios de ligação por proteínas. Força de ligação/afinidade: Constante de associação (K1/K2). Concentração do fármaco livre: Natureza química do fármaco (ácido/base/neutro). OBS: Fármaco livre é o fármaco que exerce função terapêutica. 5. Volume aparente de distribuição (Vd): É o volume necessário para solubilizar a dose do fármaco (Q) na mesma concentração detectada no plasma (Cp); ⬆ concentração plasmática, ⬇ volume de distribuição. Informa se o fármaco está em maior concentração no plasma ou nos tecidos. Volume de distribuição alto = fármaco em maior quantidade nos tecidos Imagem: Disputa por proteína plasmática: Tipo de interação medicamentosa Situação 1: Fármaco administrado de forma isolada dentro da sua margem terapêutica. Situação 2: Foi administrado o fármaco amarelo junto com o verde. O fármaco amarelo se liga a mesma proteína 5 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO plasmática do fármaco verde, disputando o mesmo sitio de ligação. Porém o fármaco amarelo tem maior afinidade pela a proteína e a maior parte de sua fração se liga a ela, se tornando parcialmente inativo e não conseguirá exercer função terapêutica eficaz. Desse modo, o fármaco amarelo deslocada o fármaco verde, deixando ele com uma maior concentração de seu fármaco livre (podendo ter toxidade), porém ele estará na sua forma ativada e pode exercer sua função terapêutica eficaz caso ele tenha um volume de distribuição alto (ou seja, tem alta afinidade pelo tecido, conseguindo entrar mais facilmente nele), correndo risco de causar toxidade. Caso o fármaco esteja livre e tenha uma afinidade pequena pelo tecido, provavelmente ele será eliminado, pois não irá conseguir exercer sua função terapêutica de maneira eficaz. Eliminação: biotransformação (metabolismo) e excreção Processo no qual o organismo promove a remoção do fármaco; Excreção: Remoção de uma substância na sua forma inalterada. Saída irreversível do fármaco do organismo; Metabolismo/biotransformação:Conversão enzimática de um composto em seus metabólitos. Biotransformação Alterações químicas em compostos, causadas por reações bioquímicas que geram metabólitos. Funções: Inativar um fármaco e finalizar sua atividade biológica; Tornar um fármaco adequado para excreção do corpo; Ativar um pró-fármaco. Metabolização geralmente inativa o fármaco (com exceção do pró-fármaco) Órgãos metabolizadores (boa perfusão e grande quantidade e variedade de enzimas) O fígado é o principal metabolizador; Excreção in natura: Não é biotransformado, não sofre metabolização; Moléculas suficientemente polares nos fluidos corporais. Metábolitos: Moléculas precisam ser metabolizadas em estruturas mais polares. OBS: Composto muito lipossolúvel, tende a ser muito metabolizado e compostos muito hidrossolúveis tendem a ser eliminados. Tipos de reação: Reação de fase 1: Oxidação, hidrolise e redução. Geralmente prepara a molécula para sofrer a reação de fase 2; Introduz grupos funcionais reativos: Citocromo P450: Principal mecanismo de metabolização de ligantes endógenos xenobióticos. 6 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Variabilidade no metabolismo dos fármacos. Interação medicamentos; MAO: é alvo de uma classe de imunodepressivos. Reação de fase 2: Reação de conjugação. Nessa etapa é inserida moléculas hidrofílicas nas moléculas do fármaco, aumentando sua hidrossolubilidade, tendendo assim a inativar o fármaco. Ex: Glicuronil transferase e glutamil transferase. OBS: O fármaco pode pular etapa ou inverter, mas não é o que normalmente acontece. O fármaco pode ser metabolizado por outras isoformas. Fatores que modificam o metabolismo 1. Características do fármaco: Estrutura química (grupos funcionais); Coeficiente de partição. 2. Individuais: Idade (criança tem sistema enzimático imaturo e idosos tem menor eficiência metabólica); Fatores genéticos (polimorfismos em enzimas metabolizadoras); Patologias (insuficiência cardíaca, hepatopatias). 3. Bioquímicos: Indução enzimática: Aumenta a velocidade de biotransformação hepática dos fármacos; Diminui a meia-vida sérica do fármaco; Diminui os efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos; Aumenta a toxicidade se os metabólitos forem tóxicos (exp.: paracetamol); O citocromo P450 é rapidamente induzido por muitos fármacos. Inibição enzimática: Diminui a velocidade de biotransformação resultando em efeitos farmacológicos prolongados e maior incidência de efeitos tóxicos do fármaco; Esta inibição em geral é competitiva. Pode ocorrer, por exemplo, entre duas ou mais drogas competindo pelo sítio ativo de uma mesma enzima. Excreção Coeficiente de excreção (E): Capacidade de um órgão extrair o fármaco da corrente sanguínea, por excreção ou biotransformação. Clearance ou depuração: Indica a remoção completa de um fármaco de um volume específico de plasma na unidade de tempo; 7 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Representa a eficiência de remover fármaco. Tempo de meia vida (t1/2): É o tempo necessário para que a concentração plasmática do fármaco reduza à metade. Excreção: Filtração Característica do processo: Mecanismo passvio; Pressão hidrostática é a força motriz. Característica dos fármacos: Baixa massa molecular; Baixa ligação às proteínas plasmáticas; Hidrossolubilidade. Filtração das substâncias nos capilares sanguíneos: Água, sódio, glicose e insulina: 100 por cento. Reabsorção tubular: Difusão passiva dependente do pH da urina; Fármacos de baixa massa molecular, coeficiente de partição e grau de ionização. Processos hepáticos de excreção. Excreção: Secreção Secreção tubular: Transporte ativo, processo saturável depende de proteínas carreadoras não- seletivas; Fármacos na forma ionizada.
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