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Gustavo Moreno T19 Aula 05: Delirium No Idoso: “Comum nas enfermarias e UTI” Descrito por Hipócrates há 2500 anos Engel e Romano,1959 Definição Confusão mental aguda ou insuficiência cerebral aguda, com déficit cognitivo transitório de início agudo, caracterizado por desorientação, distúrbio de atenção, julgamento, percepção e alterações de comportamento e do ciclo sono-vigília. Epidemiologia: Menos da metade não é diagnosticada 15-20% dos idosos internados. Pós operatório 3 a 50% Cirurgia de quadril – 60% dos casos Obs – normalmente ocorre em cirurgia de quadril → prótese Fatores predisponentes: Obs – Normalmente no pós operatório (antibiótico, anestésico, internamento entre outros motivos) 1. Idade avançada Diminuição da cognição preexistente Deterioração dos órgãos dos sentidos Baixa escolaridade 2. Drogas: Senescência com modificações farmacológicas e farmacodinâmicas. 3. Fatores ambientais Estresse por ambiente desconhecido (ou estresse / briga familiares) Mudança constante de cuidadores (cada mês em uma casa de algum filho por exemplo) Procedimento invasivos mal explicados (por exemplo sonda vesical sem explicar o procedimento) 4. Outros: Baixa oxigenação cerebral Baixo aporte de glicose ao cérebro Aumento da demanda metabólica Lesão cerebral prévia Causas: Cirurgias → ortopédicas, cardíacas e oftalmológicas Medicamentos (causa que mais leva essa patologia em idosos) –Drogas com atividade anticolinérgica central (antidepressivos tricíclicos, neurolépticos, antihistamínicos, antiespasmódicos, colírios midriáticos) –Drogas cardiovasculares (Digitálicos, antiarrítmicos, anti-hipertensivos - reserpina, alfametildopa, clonidina, propranolol, hidralazina, diuréticos e bloqueadores de canal de cálcio) –Drogas de ação no TGI (bloqueadores de receptores H2, metoclopramida) –Drogas psiquiátricas (antidepressivos em geral, hipnóticos/sedativos, litio, neurolépticos, síndrome de abstinência medicamentosa - como barbitúricos, benzodiazepinicos) –Analgesico narcoticos (morfina e dextropropoxifeno) –Hipoglicemiantes (insulina e sulfoniluréias) –Antibióticos (penicilina, ciprofloxacino, cefalosporinas, gentamicina) –Anticonvulsivantes –AINES e corticoides Patologias: -Cardiopulmonares → ICC, intoxicação digitálica, pneumonia, IAM, embolia pulmonar, DPOC. -Neurológicas → AVC, AIT, Epilepsias, demência, hematoma subdural crônico -Gastrointestinais → fecaloma -Geniturinárias → insuficiência renal, retenção urinária, infecção urinária -Oftalmológicas → catarata, glaucoma, charles bonnet (paciente tem dificuldade visual – assim devido a isso o paciente acha que tem alucinação visual) -Reumatológicas – vasculites -Infecções – todas -Metabólicas → distúrbios hidroeletrolíticos, desnutrição e deficiência vitamínicas graves, desidratação, hiper ou hipoglicemia, hipo ou hipertireoidismo, distúrbios da paratireoide -Doenças psiquiátricas – depressão, ansiedade -Gerais – neoplasias extracranianas, hospitalização Quadro clínico: -Início súbito -Flutuação dos sintomas cognitivo → Normalmente o paciente piora no período noturno -Prejuízo da atenção -Distúrbios da consciência -Distúrbios da percepção – alucinações, ilusões e as ideias delirantes tipo perseguição. -Prejuízo da memória – mais recente -Alterações do ciclo sono-vigília. -Distúrbios emocionais → apatia, irritabilidade, terror, apreensão, euforia, depressão, desinibição sexual -Duração → curta, em torno de 1 semana, podendo chegar a 6 meses (neoplasias graves, hepatopatias crônicas) -Características pessoais → repetição do quadro de delirium (risco para um processo demencial) Tipo de delirium – atividade psicomotora: -Hipoalerta/Hipoativo – Mais frequente → confuso, sedado, lentidão ao responder -Hiperalerta/hiperativo – alucinações, idéias delirantes, agitado, desorientado. Como delirium tremens, abstinência de drogas -Misto – da agitação a letargia Diagnóstico: -DSM V e CID 10 -Anamnese -Exame físico -Exame neurológico -Exames complementares → eletrólitos, função renal, enzimas hepáticas e cardíacas, função tireoidianas, hemograma, parcial de urina + urocultura, Rx tórax, -Eletrocardiograma -Exames facultativos → hemoculturas, eletroencefalograma, dosagem sérica de B12, ecodopplercardiograma, gasometria arterial, TM do crânio, RM do encéfalo -Exames mais invasivos ou propedêuticos muito específicos → dosagem sérica de medicamentos e metais pesados; exames de líquido cefalorraqueano. Diagnóstico diferencial: -Demência – início insidioso, duração longa, de meses a anos, atenção menos prejudicada -Depressão maior – história de depressão anterior -Esquizofrenia – alucinações permanentes Complicações: -Aumenta os risco de queda -Institucionalização -Declínio funcional -Aumento da duração da hospitalização -Pneumonias aspirativas -Úlceras de decúbito -TVP e embolia pulmonar -Infecções do trato urinário Tratamento: -Identificar e tratar as causas médicas -Erradicar ou minimizar os fatores causadores -Manejos dos sintomas Tratamento não farmacológico: -Manter o ciclo sono vigília -Uso de próteses auditivas -Uso de óculos ou lentes apropriadas -Deambulação mais cedo possível, sentar nas refeições, exercícios ativos, minimizar as linhas de acesso e drenos. -Orientação frequentes quanto a pessoas, espaço e tempo -Uso de calendários, relógios, cartazes -Quarto individual com a família -Ajudar o paciente nas higienes diárias -Redução ou suspensão de medicamentos desnecessários -Levar em consideração função renal e hepática – quando for medicado -Evitar a contenção física (fazer isso quando paciente está agitado, manter o paciente seguro) Tratamento farmacológico: -Droga de escolha → Haloperidol (EV, IM ou oral) **** 0,25 - 30 mg – a cada 30 minutos Cuidar com hipotensão Faz sedação, parkinsonismo, hipotensão, retenção urinária, distonia aguda Dose de ataque – 0,25 - 1 mg cada 20 a 30 minutos Dose de manutenção – dose de ataque dividido por 2 cada 12 horas Obs – paciente que está em risco para ele e para a equipe de enfermagem! -Quetiapina Efeito sedativo e sobre o ciclo sono vigília (altera), ideal tomar de noite Apresentação oral somente Prolongamento do intervalo Q-T Dose: 12,5 a 25 mg -Olanzapina: Menos sintomas extrapiramidais Pode piorar a confusão, prolongamento do intervalo Q-T Dose: 2,5 - 5 mg, repetir a cada 20 minutos -Risperidona: Efeito sedativo VO e IM →No Brasil só tem apresentação VO Discinesia tardia Dose: 0,25 - 1 mg -Benzodiazepínicos: Para abstinência alcoólica e como sedativos Lorazepam Podem piorar a confusão Dose: 0,25 - 0,5 mg
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