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Gustavo Moreno T19 Aula 10: Obstipação intestinal: -Uma das queixas mais comuns -50% nos pacientes que vivem nas ILP (instituições de longa permanência) -15 - 20% em comunidade -Mais frequentes em mulheres** -Normalmente é multifatorial (Medicamentoso, falta de exercício, dietas…) -Funcional ou primária – sedentarismo, imobilidade, dieta inadequada, perda do reflexo da evacuação, idiopática. -Orgânica ou secundária – doenças neurológicas, metabólicas, medicamentos e doença do cólon. Obs: Medicamentos: (+) → carbonato de cálcio (causa mais calculo renal), tricíclicos e serotoninérgicos, AINES, antiácidos (hidróxido de alumínio), uso prolongado de laxantes (deterioração do intestino) Quadro clínico: -Diminuição do número e esforço excessivo nas evacuações -Obs – 1 dia sim e outro não → pode ser normal!! -Sensação de evacuação incompleta -Fezes endurecidas Diagnóstico: –Clínico para obstipação funcional: Ter pelo menos 2 ou mais critérios abaixo pelos últimos 3 meses do inicio dos sintomas e pelo menos 6 meses antes do diagnóstico. 1. Esforço para evacuar 2. Sensação de evacuação incompleta ou bloqueio anorretal 3. Fezes em cíbalos 4. Necessidade de manobras manuais 5. Menos de 3 evacuações semanais Critério de Roma IV: –Manobras manuais para facilitar pelo menos 25% das defecações (por exemplo, evacuação digital, suporte do assoalho pélvico) –Menos de 3 evacuações por semana Anamnese: Quanto tempo ? 1. Início recente – causa mais orgânica, a crônica é mais funcional 2. Pesquisar sobre a dieta, pobre em fibras 3. Hidratação 4. Atividade física, sedentarismo 5. Postura inadequada na evacuação 6. Indagar emagrecimento, apatia, dor abdominal, sangramento intestinal, tenesmo 7. Pesquisar medicamentos → opiáceos (tramadol / codeína / metadona / morfina), antidepressivos, cálcio 8. Pesquisar patologias existentes – AVC, demências, parkinson, hipotireoidismo 9. Toque retal e ectoscopia perianal 10. Alternância de diarreia e obstipação (doença diverticular → complicações: diverticulite e hemorragia digestiva baixa) 11. Histórico de CA GI Suspeitar de causas secundária: 1. Anemia 2. Sonolência, dores musculares 3. Dificuldade para deglutição 4. Histórico familiar de CA intestino 5. Aumento ou diminuição do peso 6. Dor abdominal ou perianal 7. Enterorragia 8. Histórico recente de mudança do hábito intestinal 9. Mudança do calibre das fezes 10. Obstipação alternada com diarreia Escala de Bristol Complicações: -Crônico ⇒ Fecaloma → tenesmo, incontinência fecal, anorexia, náuseas, dor e desconforto abdominal, confusão mental, incontinência urinária, úlceras estercorais. (pode ter diarreia paradoxal – cuidar → fazer o toque) // (devido ao fecaloma que está machucando o reto) -Crônico ⇒ Megacólon idiopático ⇒ distensão abdominal, impactação e incontinência fecal Exame físico -Fácies mixedematosa, parkinsoniana -Hálito fétido e alterações da cavidade oral -Grau de hidratação -Presença de massas abdominais, cicatrizes, timpanismo, hérnias -Movimentos peristálticos -Toque retal, exames retal Exames complementares: -Para ver se tem doenças orgânicas -Hemograma, glicemia de jejum, TSH, uréia, creatinina, potássio, cálcio, magnésio, pesquisa de sangue oculto nas fezes -Rx simples de abdômen -Enema opaco -Trânsito colônico -Colonoscopia -Manometria anorretal – defecação dissinérgica: contração paradoxal ou relaxamento inadequado dos músculos do assoalho pélvico durante a tentativa de defecação. → Volvo de sigmóide ⇒ sinal do grão de café ⇒ tratamento é cirúrgico! (quadro obstrutivo que cursa com náuseas e vômitos – vômito com conteúdo fecal) →CA do intestino ⇒ + no lado esquerdo Tratamento: -Tratar as causas secundárias -Dieta rica em fibras e líquidos, atividade física, fazer uma rotina, postura adequada -Farelo de trigo -Estimular o reflexo gastrocólico -Óleo mineral → não se usa no idoso!!** Laxativos: 1. Osmóticos -Sais de magnésio e sódio, lactulose, sorbitol** e Macrogol -Salinos – retenção de água e liberação de colecistocinina -Cuidar com o sais de magnésio → hipomagnesemia, ir grave, diminuição na absorção fármacos -Manitol -Lactulona – boa indicação no idoso -Polietilenoglicol → PEG (se usa bastante) 0. Formadores de bolo fecal: -Metilcelulose, carboximetilcelulose, plantago ovata, ágar, psyllium, farelo, policarbofila cálcica. -Flatulência, desconforto abdominal -Orienta boa hidratação concomitante -Evitar em pacientes demenciados, megacólon, confinados ao leito (pouco movimento / sem atividade física) 0. Estimulantes (evitar em usar): -Antraquinonas – senne, cáscara sagrada → evitar: (piora a obstipação, dar cólica intestinal, e dão um melanosis coli ….), distúrbios hidroeletrolíticos, carcinogênese, cólon catártico. -Difenilmetanos – fenolftaleína, bisacodil, picossulfato de sódio, dermatite, stevens-johnson, lesões hepática (fenolftaleína) 0. Lubrificantes e emolientes: Obs: cuidar pois se o paciente tiver disfagia pode desenvolver pneumonia lipoídica que pe grave) -Óleos minerais e emolientes -Evitar em pacientes com disfafia e demenciados, no periodo noturno -Diminuem a absorção de vitaminas lipossolúveis (B12) -Óleo minerais → evitar o uso -Óleo minerais → cuidar para não broncoaspirar → pneumonia 0. Enemas, supositórios e clister: -Enemas (fosfato de sódio) – impactação fecal e tratamento intermitente da constipação -Supositório de glicerina – pode fazer de 2 a 3 vezes por semana, mas nem todos os pacientes respondem ao tratamento. -Clister glicerinado – 150 a 500 ml via retal em 60 minutos 0. Drogas procinéticas: Domperidone, bromoprida (pouca eficácia, mas pode ajudar) 0. Outros – colchicina, orlistat, acupuntura 0. Secretagogos colônicos: lubiprostone (retirada do mercado!!) OBS – as vezes se faz combinações de laxantes (exp: lactulona com supositório de glicerina)