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AULA 14: Disfagia e dispnéia “alta”: É experiência subjetiva de desconforto respiratório “Fome de ar” Muito relacionada a sintomas e patologias pulmonares é de suma importância recordar duas causas “alta” Quando o paciente se apresenta com falta de ar: 1º classificar se é uma urgência! Sinais de estresse respiratório: Fala? agitação ? confusão mental ? Sinais vitais , saturação O2, esforço respiratório Obs – no adulto pode apresentar dificuldade de reconhecer, logo na criança é mais fácil Clínica: Respiração ruidosa ⇒ Inspiração → nariz, faringe, laringe Expiração → traquéia, brônquios, pulmão Falta de ar Estridor Alteração de voz Cianose Adjunto a sintomas disfágicos – salivação excessiva Edema labial + placas pelo corpo (pensar em reação alérgica – angioedema) Sinais de alerta: Estresse respiratório Tosse com sangue Palpitações Cianose Alterações neurológicas Causas: Asma Hipoventilação associada a obesidade Apneia obstrutiva do sono Insuficiencia cardiaca Ansiedade Cuidar: Obstrução das vias aéreas superiores** Obs – fazer manobra de Raicher Engasgo Aspiração de corpo estranho Tumorações Doenças laríngeas Abcessos parafaríngeos Má formação laríngea (sintomas no início – dispneia alta) Secreção – muco, pus, sangue (muito comum na emergência) Infecções → difteria / Haemophilus influenzae tipo B (Hib) Disfagia: Definição: É a inabilidade de ingerir ou transportar da boca ao estômago o alimento ou secreção endógena É um sintoma de alguma doença na faringe ou sistêmica – neurológica, estrutural Acomete de 16 a 22% da população acima dos 50 anos (disfagia recorrente) Deglutição: Obs – Problema Principal – falta de dentes*** Disfagia ⇒ Dificuldade para iniciar a deglutição → disfagia orofaríngea. O alimento entala após a deglutição ⇒ Disfagia para sólidos apenas ⇒ Intermitente → anel esofágico Progressiva → estreitamento / malignidade Disfagia para sólidos e líquidos → distúrbios de motilidade ⇒ Intermitente → espasmo esofágico Progressiva → acalasia / esclerodermia A deglutição: Ocorre dividida em fases: 1. Fase oral preparatória + fase oral (ver dentição / mastigação / preparo do alimento) 2. Fase faríngea (palato mole e língua - “disparo”) / (ocorre a passagem do alimento para o esofago) 3. Fase esofágica (passagem do alimento do esofago para o estomago) Complicações da disfagia: Desidratação → devido ao desconforto do engasgo Desnutrição Aspiração → dificuldade da elevação da laringe Pneumonia aspirativa (mais crônica – principalmente em acamados) Penetração x aspiração Penetração – tosse competente, então, quando tem entrada errada do alimento ou do líquido no ádito laríngeo, tem mecanismo de defesa e limpeza Aspiração – é quando ultrapassa das pregas vocais e não tem mecanismo de defesa, a complicação é mais grave como a pneumonia aspirativa. A disfagia: A disfagia pode ser classificada como orofaringe ou esofágica, possibilitando a melhor avaliação Na anamnese devemos questionar Tipo de alimento ocorre, tempo de duração, curso e sintomas associados Disfagia a sólidos – lesões estruturais O tempo de duração auxilia na diferenciação entre processos benignos e malignos (se sintomas > 2 meses – interessante solicitar TM) Odinofagia pode representar causas neoplásicas, infecciosas ou inflamatórias Quando a queixa ocorre após a deglutição normal = disfagia esofágica Quando ocorre para iniciar, ou seja, tem aspiração, tosse e regurgitação nasal = oro-faringe. Exame físico: Exame otorrinolaringológico: Cavidade oral e estado de conservação da arcada dentária, desvios, assimetrias e tônus do palato, musculatura mastigatória e língua Pescoço deve ser examinada para detecção de massas, linfonodopatias e presença de bócio Exame neurológico detalhado: Pois na maioria das vezes déficits neurológicos focais apontarão para uma causa neurológica de disfagia Pares cranianos: (P)**** Obs: nervos envolvidos na deglutição são V, VII, IX, X XI e XII (motoras) e V, VII, IX e X (sensoriais) V ⇒ sensibilidade geral da face, de parte da língua e até mesmo da meninge dura-máter e, além disso, possui sua função motora, sendo importantíssimo para a inervação de músculos responsáveis pela pela mastigação** VII ⇒ função sensitiva se dá pela inervação das glândulas salivares. Já a sua função sensorial corresponde à inervação dos 2/3 anteriores da língua, conferindo a gustação. E, por fim, a função motora, realizada pela inervação dos músculos da mímica facial** IX ⇒ sensibilidade 1/3 posterior da língua, tonsilas e mucosa da faringe. As sensações de vômito e reflexo da deglutição são desencadeadas por fibras do IX par craniano. X ⇒ 1/3 posterior da língua, tonsila e faringe. Reflexo da deglutição, sensação de vômito. XI ⇒ auxiliar o vago e inerva vísceras torácicas. Ação de raiz craniana do vago XII ⇒ mm extrínseco e intrínseco da língua. Motricidade da língua Como diagnosticar a Dof? Ausculta cervical Avaliação complementar: Videofluoroscopia da deglutição Videoendoscopia da deglutição Videofluoroscopia da deglutição ou videodeglutograma – Padrão ouro Envolve radiação e oferta de contraste de bário Realizado em departamento radiológico Equipe multidisciplinar – médico radiologista / fonoaudiólogo Avalia todas as fases da deglutição Videofluoroscopia da deglutição Avaliação funcional da deglutição por fibronasofaringolaringoscopia Equipe multiprofissional – médico otorrinolaringologista / fonoaudiólogo Pouco invasivo, tecnologia barata, simples e prática Utilização na prática clínica / amplas aplicabilidade e confiabilidade Boa concordância diagnóstica com VFC para avaliação da fase faríngea. Videoendoscopia da deglutição Simula uma refeição, com oferta de alimentos em diferentes consistências e quantidades, mantendo uma visão direta pelo nasofibrofaringolaringoscópio. Avaliação qualitativa: estrutural (integridade das estruturas anatômicas, estases salivar, sinais de aspiração de saliva, sensibilidade faringo-laríngea, fechamento glótico) e funcional (diminuição da mobilidade língua, escape precoce, refluxo nasal, residuos após a deglutição, reflexo de tosse, penetração laríngea, aspiração laringo-traqueal) Avaliação complementar: Radiografia de tórax ajuda na detecção de aspiração pulmonar já instalada, visto a já citada baixa sensibilidade da avaliação clínica isolada Endoscopia digestiva ajuda a afastar coisas estruturais de disfagia, sendo especialmente importante na avaliação de disfagia esofágica. Disfagia mecânica: Fatores de risco: IOT, TQT, VMI, CxT Cabeça e pescoço, FAF, mal formações congênitas; Obs – cuff muito cheio → estenose traqueal (cuidar) Disfagia Neurogênica: Fatores de risco: AVE, TCE, Demência, parkinson, EM, ELA, Miastenia, polineuropatia, tumores de SNC Disfagia psicogênica: História de angústia obs – diagnóstico de exclusão Avaliação clínica + 3 avaliações objetivas (exames) Fatores de risco: transtorno de humor, depressão ansiedade Potencializadores da disfagia: Estado mental alterado Nível reduzido de consciência Convulsões Presença de TQT + cuff Tosse ineficaz – Doenças pulmonares que dificultam a defesa (DPOC, fibrose cística, doenças neuromusculares, enfisema) Ventilação mecânica Esofagite – DRGE Medicações – sialorréia, alteram o estado de consciência (antipsicóticos) Dependência motora para VO DOF Como diagnosticar a DOF? Histórico: Histórico alimentar: Condição nutricional Perda de peso Presença de via alternativa de alimentação (dieta enteral / horários) Dieta enteral / volume / horários Etiologia: Diagnóstico médico Antecedentes Comorbidades História pregressa da moléstia atual Surgimento e evolução dos sintomas fonoaudiológico Intercorrências clínicas Intervenções cirúrgicas Conduta: Prognosticar: doença de base, estado cognitivo, contração faríngea, reflexos de proteção laríngea, risco de aspiração laringo-traqueal Tratamento da doença de base e afecções associadas – equipe multiprofissional Manter bom status nutricional Evitar pneumonia de aspiração Orientações de alterações dietéticas Fonoterapia: reabilitação / manobras facilitadoras e protetivasIndicar via alternativa de alimentação: SNE / Gastrostomia / jejunostomia Traqueotomía em casos específicos / balonete insuflado / válvula de fala
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