Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gustavo Moreno T19 AULA 14: Trauma torácico, abdominal Trauma torácico: É uma causa importante de morte, sendo que muitos morrem antes de chegar ao hospital Menos de 15 a 30% das lesões penetrantes necessitam de tratamento cirúrgico O trauma pode gerar hipóxia, hipercapnia e acidose Avaliação primária: Via aérea: lesões críticas (é a primeira coisa a se avaliar) Procurar corpos estranhos Lesões de laringe → estritor → OVACE (obstrução de vias aéreas por corpos estranhos) com modificações de voz (voz fica mais fina ou tem rouquidão) Ventilação – expor tórax (expansibilidade torácica presente? bilateral? simétrica?) Frequência respiratória Cianose – sinal tardio da hipóxia Pneumotórax Hipertensivo: É um dos 5Hs e 5Ts e pode levar a choque obstrutivo porque é uma situação aguda de aumento da pressão intratorácica Tem entrada de ar entre a pleura e o pulmão, mas o ar não consegue sair. O pneumotórax, portanto, funciona como uma válvula unidirecional. A pressão intrapleural aumenta progressivamente e o volume pulmonar diminui. Terá compressão dos grandes vasos, diminuindo o retorno venoso, diminuindo o débito cardíaco causando congestão do sistema venoso, por isso que um sinal será a turgência jugular. Quadro clínico: Dor torácica Dispneia Desconforto respiratório Desvio de traqueia contralateral MV abolido unilateral Redução da expansibilidade torácica Hipotensão (pelo choque obstrutivo) + taquicardia Distensão jugular Hipertimpanismo (porque está cheio de ar) Cianose (tardiamente) Raio X: No caso de instabilidade não pode fazer nenhuma exame de imagem pois pode piorar a sua situação O mediastino será empurrado para o lado contralateral comprimindo o pulmão saudável e o pulmão do lado do pneumotórax estará colabado. Onde está a seta é a parÊnquima pulmonar – o pulmão está colabado e o que está em preto é o ar. Causa mais comum ⇒ VPP (ventilação com pressão positiva) em doentes com lesão da pleura visceral. (aumenta a área de pneumotórax) Lembrando que a ventilação normal é pela ventilação negativa. Outras causas: Trauma fechado – depende da cinemática Trauma penetrante – mais comum Barotrauma – pela ventilação mecânica Pneumotórax espontâneo Ruptura de bolhas subpleurais – pode fazer a rotura da pleura visceral Em trauma aberto → ar entra pela cavidade (por meio de tiro – o ar entra pela cavidade que o tiro deixou) e não consegue sair pois quando o paciente inspira, a cavidade é fechada. Diagnóstico é clinico com o tratamento imediato. Tratamento – imediato Descompressão torácica 5º espaço intercostal na linha axilar anterior (é simplesmente furar a pleura e depois faz-se a toracotomia digital palpar a cavidade para ver se tem alguma lesão) Toracostomia digital Drenagem em selo-d'água – tratamento tardio Pneumotórax Aberto: Equilíbrio entre as pressões interna e externa O ar passa pelo local de menor resistência 2/3 diâmetro da traquéia fazem que o ar não entre mais pelo lugar certo (traqueia), por que para o ar é mais fácil entrar por essa lesão que é “maior” do que comparada a traquéia que é “menor” calibre Ventilação prejuedicada → gera hipóxia e hipercapnia Causas: trauma penetrante Trauma penetrante → nunca retirar (apenas no centro cirúrgico); Curativo de 3 pontas Tórax instável e contusão pulmonar: Múltiplas fraturas costais: 2 ou mais em 2 ou mais lugares Perda da pressão negativa – ventilação prejudicada, colapso alveolar → para por hipóxia Estabilização do paciente!! Toracotomia de emergência Tratamento → depende do volume e quantidade de fraturas Suporte – O2, corrigir hemodinâmico Analgesia /anestesia IOT em alguns casos – sedação e bloqueio neuromuscular Cirúrgico – junção dos fragmentos por fixação interna rigida com placa e parafuso Hemotórax maciço Acúmulo de 1.500 ml de sangue ou de 1/3 ou mais do volume de sangue na cavidade torácica (Quando passa dreno)** Causas: Traumas → penetrantes / contusos (cinemática importante / grave) Obs – colocar no prontuário os dados dos bombeiros Quadro clinico: MV ausente Choque hipovolêmico Jugulares colabados Macicez Diagnóstico: Presuntivo – como: cinética do trauma + percussão maciça Raio X de tórax Hemotórax direito totalmente opacificado, associado ao desvio da traqueia e da área cardíaca contralateral a opacidade. Sendo assim, compatível com derrame pleural maciço do hemotórax direito Sangramento ativo → levar para CC Tratamento: Reposição volêmica – cuidado com grandes volumes (hemodiluição e coagulopatia) Drenagem torácica → selo d’água (No 4 ou 5 EIC – dreno superoposterior Obs: Preferência para o ringer lactato!! Quando fazer toracotomia? Se tiver saída imediata de 1.500 ml de sangue Se a drenagem for de 200ml/hora por 2 a 4 horas Se tiver necessidade de hemotransfusão contínua Tamponamento cardíaco: Restrição ao enchimento das câmaras cardíacas Causado pelo acúmulo de líquidos e aumento progressivo da pressão no espaço pericárdico. Saco pericárdico → composto por fibras inelásticas, então, não consegue comportar grandes volumes Grace e potencialmente fatal Pode causar choque obstrutivo e a maioria dos pacientes estará taquicárdico para compensar a hemodinâmica Causado por um trauma penetrante ou contuso Mais comum em trauma aberto Tríade de Beck: 1. Abafamento de bulhas cardíacas 2. Hipotensão 3. Turgência jugular – elevação da pressão venosa Diagnóstico: Clínico ou pelo uso do US FAST (feito na sala de emergência – visualização de líquido livre e pode ser feita com o paciente instável). Tratamento: Pericardiocentese eco-guiada – aspiração Técnica de Seldinger – passa fio guia, vai até o ápice do ventrículo, coloca cateter e torneira para que o líquido saia ajudando a não aumentar a pressão. Toracotomia de reanimação – “extremo do extremo” Trauma Abdominal e Pélvico: Introdução: Na avaliação primária, ver circulação Causa de morte evitável Grandes volumes → poucas alterações físicas Mecanismo do trauma: conhecer o mecanismo do trauma pode facilitar a identificação precoce de possíveis lesões abdominais. Trauma fechado e trauma aberto Trauma fechado: Compressão ou esmagamento de vísceras abdominais e pélvicos Ruptura de vísceras → hemorragia secundária → contaminação pelo conteúdo intestinal → peritonite – abdome em tábua + instabilidade ? mandar para a cirurgia. Trauma por cisalhamento – pelo cinto de segurança: Como o intestino é móvel, geralmente o trauma arranca os ponto ligamentares ficos – locais de inserção de seus ligamentos de sustentação Tem laceração de fígado e baço – considerados órgãos móveis Sinal do cinto de segurança → lesão do intestino delgado Órgãos mais acometidos: Baço, fígado, intestino delgado e hematoma retroperitoneal Lesões mais comuns em trauma fechado ⇒ baço. Trauma penetrante: Ferimentos por arma branca ou projéteis de baixa velocidade → gera cortes e lacerações na pele Lesões mais comuns em trauma aberto → fígado Ferimentos por arma branca: Fígado 40%, Intestino delgado 30%, Diafragma 20%, Cólon 15% Trauma por arma de fogo – alta velocidade– gera danos ao longo do trajeto por causa das cavidades temporárias que são cavidades nos tecidos adjacentes devido ao trajeto e são muito grave Ferimentos por arma de fogo: Intestino delgado 50%, Cólon 40%, Fígado 30%, Estruturas vasculares 25% Arma de fogo lesa mais o intestino delgado Arma branca fere mais o fígado Exame físico: Sinais de irritação peritoneal ⇒ descompressão brusca positiva Defesa involuntária abdominal ⇒ sinal confiável de irritação peritoneal – indicação de cirurgia. Avaliação da estabilidade pélvica: Instabilidade mecânica Hipotensão Discrepância entre os comprimentos dos membros Deformidade rotacional da perna, sem fratura óbvia Estabilização da pelve → o procedimento deve ser feito apenas uma vez Atentar para queda de altura > 3,6 m Cinta pélvica, enrolar lençol e usar ataduras – precisa fazer compressão da pelve Exames adicionais: Quando fazer: Alteração do sistema sensorial Mudança da sensibilidade (potencial lesão de coluna vertebral) Lesão de estruturas adjacentes (arcos costais inferiores,pelve e coluna lombar) Exame físico duvidoso Sinal do cinto de segurança Exame de uretra, períneo e reto: Em homens pode ter: Deslocamento cranial da próstata Hematoma escrotal Sangue no meato uretral Lesão de uretra → avaliar tônus esfincteriano e mucosa real – suspeita de lesão uretral não pode sondar o paciente Lembrar ⇒ Fazer o toque retal em todos os pacientes com trauma – no caso do paciente hipotônico, pode ser um sinal de lesão de coluna vertebral. Fratura da pelve: Fratura em livro aberto é mais preocupante – disfunção do anel pélvico. Exames a solicitar: TC Melhor exame para solicitar. Paciente precisa estar estável hemodinamicamente Avalia retroperitônio Lavado peritoneal diagnóstico – LPD: Faz um buraco no peritônio, no caso de não sair nada, injeta soro, balança o paciente para os dois lados e depois vê se sai liquido do local – exame feito para ver se tem sangramento abdominal Pode fazer no paciente instável Quase não se usa porque pode fazer mais lesões abdominais FAST: Avalia espaços hepatorrenal e esplenorrenal, pelve, fundo de saco e saco pericárdico Como indicar laparotomia? Conceito de abdome cirúrgico: Trauma penetrante: Tem choque? peritonite? evisceração? No caso da resposta for sim para uma delas ⇒ Cirurgia Abdome é cirúrgico? sim → laparotomia Se o trauma é penetrante, mas não cirúrgico, pergunta-se qual o mecanismo do trauma Se for ferimento por arma de fogo, tem lesão intra-abdominal, então faz laparotomia Se for ferimento por arma branca, o abdome é cirúrgico? sim? → laparotomia Cirurgia de damage control – controle de danos 5 estágios: Seleção do paciente Operação abreviada Correção dos parâmetros fisiológicos na UTI Recuperação programada Fechamento da parede abdominal
Compartilhar