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Visão Estratégica de Marketing Como já visto anteriormente, o processo de marketing tem como objetivo, seja qual for a situação de demanda, a satisfação de desejos e necessidades que quem compõe o mercado atendido. Na visão mercadológica, isso ocorre por meio da oferta de valor ao cliente, mediante à geração de lucro. Diante disso e de uma realidade cada vez mais competitiva no mundo dos negócios, que se efetiva pela oferta de inúmeros produtos/serviços semelhantes, o grande desafio passa pela capacidade em oferecer um valor superior em relação à concorrência e obrigatoriamente reconhecido pelo público-alvo. Valor é algo que precisa ser percebido de forma favorável pelo público- alvo que se pretende atender, tanto em função de aspectos racionais, quanto de aspectos emocionais. O processo de entrega de valor envolve esses dois aspectos, em maior ou menor grau, e culmina inevitavelmente na análise de uma relação custo-benefício. Vale lembrar que as variáveis “custo” e “benefício” também possuem aspectos racionais e emocionais. A entrega de valor é realizada por empresas (ou instituições) para o mercado, o que implica em criá-lo, fornecê-lo e comunicá-lo em função das necessidades e desejos de quem o compõe. Atualmente, isso parece ser algo óbvio, entretanto, nem sempre foi assim. A visão mercadológica tradicional remetia ao processo de se fabricar algo a ser vendido para alguém, não mais do que isso. Isso continua existindo, mas como parte de um processo maior de criação e entrega de valor. A transição ocorreu pela mudança gradativa do olhar: do “produto para o mercado” para do “mercado para o produto”. Em outras palavras, da saída do marketing de massa para o marketing de relacionamento. A vantagem competitiva ocorre, hoje, não por meio da capacidade de fabricação e venda, mas por meio da capacidade de criação e entrega do maior valor percebido. Levando esse conceito ao extremo, pode-se afirmar que empresas não fabricam produtos/serviços, elas fabricam valores a serem entregues a seus clientes. Nesse sentido, Michael Porter criou o conceito de cadeia de valor, uma ferramenta para identificar as maneiras pelas quais uma empresa pode criar mais valor para o cliente. Segundo esse modelo, uma empresa existe em função da síntese de atividades executadas para projetar, fabricar, comercializar, entregar e sustentar uma proposta de valor. A figura que vem a seguir ilustra esse conceito. A consequência imediata desse modelo é considerar que o sucesso mercadológico de uma empresa não está somente no grau de excelência com que cada um de seus departamentos desempenha suas atividades, mas também no grau de excelência com que tais atividades são coordenadas em função dos seguintes processos centrais de negócios: compreensão do mercado a ser atendido, realização de novas ofertas, conquista de clientes, gerência de relacionamento com os clientes e gerência da gestão de pedidos. Trata-se, então, de ter o cliente como centro de todas as atividades da corporação, executando processo para busca constante de criação e oferta de valor para a satisfação de seus desejos e necessidades. Isso se efetiva, inicialmente, por estabelecer um processo de planejamento de marketing que tenha esse princípio como alicerce fundamental. O plano de marketing é o instrumento decorrente desse processo, que visa coordenar todo esforço de marketing da corporação. Tal instrumento engloba, em seu diagnóstico e análise, questões de ordem estratégica e tática. Questões estratégicas estão relacionadas a determinação de mercados-alvo e a proposta de valor a ser ofertada, decorrentes da análise de cenários e oportunidades. Questões táticas determinam o encaminhamento de soluções relacionadas ao processo de marketing-mix. O processo de planejamento estratégico, que ocorre anteriormente ao processo de planejamento de marketing, tem como objetivo destrinchar, organizar, sintetizar as informações pertinentes às situações mercadológicas em que a corporação está inserida. As atividades de planejamento envolvem: a definição da missão corporativa, o estabelecimento das unidades estratégicas de negócio, a alocação de recursos para cada uma delas e a avaliação das oportunidades de crescimento. Vale destacar que o pensamento estratégico é dividido em três níveis: empresarial, da UEN (unidade estratégica de negócio) e funcional. O plano de marketing se insere num processo de planejamento de marketing de nível funcional. A consequência imediata do processo de planejamento estratégico é a determinação da missão, visão e valores corporativos, bem como a definição mercadológica do negócio. Ocorre nesse mesmo processo a avaliação de oportunidades de crescimento e a escolha pelo crescimento intensivo, integrado ou por diversificação. Vale lembrar que o objetivo estratégico de uma corporação pode estar não estar atrelado a um crescimento, mas também a manutenção do porte do negócio atual ou a redução pela eliminação de negócios antigos. Nesse processo, também se define o tipo de vantagem competitiva de cada UEN, segundo aquilo que for pertinente estrategicamente, e que define a opção por superar os concorrentes em função da oferta de valor ou pela liderança nos custos totais. Qualquer estratégia, seja qual for o nível estratégico que se considere, tem obrigatoriamente atrelado a ela um objetivo previamente definido, bem como a um conjunto de ações consequentes. A estrutura de um plano de marketing tem como fase inicial a análise do ambiente (interno, microambiente e macroambiente), que tem a função de fornecer informações para realização, por meio de ferramentas específicas, do diagnóstico da situação de demanda em questão. A partir daí se elabora o prognóstico de tal situação, afinal, um plano de marketing tem sempre uma perspectiva de futuro. A partir daí existe a construção dos objetivos, a determinação de estratégias e a definição das ações a serem executadas. Atividade extra Nome da atividade: assistir o filme “Amor por Contrato” e buscar reconhecer os conceitos dessa aula nas situações de consumo presentes no filme. http://www.adorocinema.com/filmes/filme-139372/ Referência Bibliográfica KANAANE, Roberto; RODRIGUES, Carlos Eduardo, Curso de Marketing - Cenários, Estratégias e Ferramentas. Rio de Janeiro: Atlas, 2016. LAS CASAS, Alexandre Luzzi, Marketing - Conceitos, Exercícios, Casos, 9ª edição. Rio de Janeiro: Atlas, 2017. GREWAL, Dhruv; Marketing. Porto Alegre: AMGH, 2017. AAKER, D. A. Marcas Brand Equity Gerenciando o Valor da Marca. São Paulo: Negócio, 1998. KELLER, K.L.; MACHADO, M. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing, 14ª edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. http://www.adorocinema.com/filmes/filme-139372/
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