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Resumo Periodontia

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Sarah Ferreira 
Atendimento as 
Urgências – Periodontia 
Gengivite e Periodontite: doenças 
inflamatórias crônicas. 
Dor na gengiva: pode ser 
hipersensibilidade ou dor de origem 
periodontal -> Inflamação aguda -> 
agir prontamente! 
 
CLASSIFICAÇÃO AAP/EPF 
(2017): 
 
Abscessos Periodontais 
 
Quando há uma agressão mediada 
por bactérias (gengivite, 
periodontite), as células de defesa 
buscam combater essa agressão. Há 
um extravasamento de líquido e 
edema. Quando o edema é maior, 
pode ocorrer a diminuição da luz do 
sulco gengival, com isso, os 
neutrófilos e células mortas não 
conseguem “sair” do sulco -> 
formação de pus. 
 
Abscesso = Acúmulo localizado de 
pus na gengiva (aumento de volume), 
com marcante destruição ocorrendo 
durante um período de tempo 
limitado e com sinais e sintomas 
clínicos facilmente detectados. 
Os abscessos podem acontecer em: 
paciente com periodontite (mais 
comum) e paciente sem periodontite. 
 
Sinais e sintomas do abscesso: dor 
forte que diminui com o uso de 
analgésicos, dor pulsátil, 
localizada e espontânea, 
sensação de “dente crescido” 
(aumento de volume). 
➔ Os abscessos 
endodônticos/periapicais estão 
relacionados a uma lesão 
endodôntica. 
Exame radiográfico só para 
diferenciar se é periapical ou 
periodontal. 
 
Tratamento: 
Sempre que possível, drenar o 
abscesso (acúmulo de pus causa dor). 
Anestesia (articaína – técnica de 
bloqueio regional -> área inflamada, 
pH baixo). 
Perfurar com a lâmina de bisturi no 
ponto de flutuação ou com a sonda 
exploradora -> pus começa a drenar. 
Aperta a região para retirar todo o 
pus -> quando começa a sair apenas 
sangue, já drenou todo o pus. 
Medicação: analgésico (sempre), 
antibiótico depende do estado geral 
do paciente e volume do abscesso 
(paciente com febre e debilitado por 
Sarah Ferreira 
conta do abscesso e de volume muito 
grande). 
Amoxilina 500mg – 8/8h por 7 dias 
+ Metronidazol (Flagil) 250mg - 
8/8h por 7 dias. 
Associação: aumenta o espectro de 
ação dos antibióticos. Cuidado: flagil 
+ bebida alcoólica = acúmulo de 
aldeído no organismo -> sudorese, 
taquicardia, vertigem (reação 
antabuse). 
 
Doenças Periodontais 
Necrosantes 
Pode acontecer em pacientes 
temporariamente ou 
moderadamente comprometidos 
(gengivite necrosante/ + comum) ou 
em pacientes comprometidos 
cronicamente e severamente 
(periodontite necrosante). 
Gengivite necrosante (GUN) – 
normalmente acontece em pacientes 
que apresentavam a gengiva 
inflamada (predisposto). 
Necrose -> falta de oxigênio -> pode 
ser causada pelo fumo => paciente 
fumante mais predisposto 
(vasodilatação e vasoconstrição que 
dificulta a chegada de oxigênio). 
Também pode ser causada pelo 
estresse -> vasoconstrição pela 
liberação de adrenalina. 
➔ Não tem um padrão para a 
necrose. 
Características: halitose (morte 
celular), presença de membrana 
branco-amarelada, inversão de 
papila, dor. 
 
Tratamento: 
Bolinha de algodão embebida em 
clorexidina 0,12% ou soro fisiológico, 
removendo com cuidado a 
membrana branco-amarelada. Se o 
paciente estiver sentindo dor, 
anestesiar. 
Após, uso de laser de forma pontual 
(1J) -> acelerar processo de 
cicatrização + analgesia. 
Medicação: analgésico (sempre), 
antibiótico (se necessário, depende 
da extensão da lesão e condições 
sistêmicas do paciente) -> amoxilina 
e metronidazol. 
 
➔ Observação: pacientes que 
estão sob quimioterapia, com 
diagnostico de HIV positivo -> 
podem desenvolver gengivite 
necrosante. 
 
Periodontite necrosante - as mesmas 
características da gengivite 
necrosante, porém, com 
comprometimento de outros tecidos 
além da gengiva. 
 
 
 
 
 
 
Sarah Ferreira 
Reavaliação e Terapia 
Periodontal de Suporte 
(manutenção) 
Diagnóstico -> Plano de Tratamento 
-> Execução do plano de tratamento 
-> Reavaliação. 
 
Reavaliação: deve ser feita pelo 
menos 21 dias após a raspagem do 
último hemi-arco -> depois da 
raspagem do último hemi-arco, com 
21 dias há a formação completa do 
tecido epitelial. Antes, pode 
acontecer sangramento devido ao 
processo de cicatrização. 
➔ Preenche a ficha de exame 
periodontal simplificado, calcula o 
índice de biofilme e índice de 
sangramento. 
Exame Periodontal Simplificado: 
examina todos os dentes, porém, 
transcreve para a ficha apenas a pior 
condição de cada quadrante da boca, 
de acordo com os critérios clínicos: 
0 – Saúde 
1 – Sangramento a sondagem 
2 – Cálculo supra e subgengival 
3 – Bolsa 4 ou 5 mm 
4 – Bolsa maior ou igual a 6 mm. 
 
Índice de biofilme -> registra o 
momento: 
 
Índice de sangramento: registra o 
histórico do paciente. 
 
 
RESULTADO DA REAVALIAÇÃO: 
Score 0: terapia periodontal de 
suporte. 
Score 1, 2, 3 ou 4: reforço na 
instrução de higiene oral, controle de 
biofilme, nova instrumentação onde 
for necessário. Pode ser usado 
também: PDT (terapia 
fotodinâmica), antibiótico ou outras 
terapias complementares não 
cirúrgicas -> nova reavaliação após 
30 dias. 
Sangramento + bolsa: atividade da 
doença. 
Apenas bolsa > 4 mm: doença não 
está ativa. 
 
Terapia Periodontal de Suporte 
ou Manutenção: procedimentos 
periodontais realizados em um 
determinado intervalo de tempo para 
ajudar o paciente periodontal na 
manutenção da saúde bucal. 
Pacientes que fazem manutenção 
regularmente têm melhores índices 
periodontais e menores perdas de 
dente por problema periodontal -> 
colaboradores. 
Objetivos: 
1- Prevenir ou minimizar a 
recorrência da progressão da 
doença em pacientes que 
foram previamente tratados 
para periodontite e gengivite 
Sarah Ferreira 
ou outras doenças 
periodontais. 
2- Prevenir ou reduzir a 
incidência de perda de dentes 
pelo monitoramento da 
dentição. 
3- Aumentar a possibilidade de 
localizar ou tratar outras 
doenças ou condições na 
cavidade bucal em tempo 
adequado. 
 
Intervalo entre as sessões – 1 ano 
após tratamento. 
 
 
Intervalo entre as sessões - posterior 
a 1 ano de tratamento: 
CLASSE A - tem excelentes 
resultados mantidos por 1 ou mais 
anos:boa higiene oral, cálculo 
mínimo, nenhum problema oclusal, 
nenhuma prótese complicada, 
nenhuma bolsa restante e nenhum 
dente com menos de 50% de osso 
alveolar remanescente => Intervalo 
de 6 meses a 1 ano. 
CLASSE B - resultados geralmente 
bons e mantidos razoavelmente por 1 
ano ou mais, porém, exibe alguns dos 
seguintes fatores: higiene oral ruim 
ou irregular, grande formação de 
cálculo, doença sistêmica que 
predispõe a destruição periodontal, 
algumas bolsas remanescentes, 
problemas oclusais, próteses 
complicadas, terapia ortodôntica em 
andamento, cáries dentarias 
recorrentes, alguns dentes com 
menos que 50% de suporte ósseo, 
tabagismo, historia familiar positiva 
ou teste genético positivo, mais de 
20% das bolsas sangram => 
Intervalo de 3-4 meses 
(dependendo da quantidade e 
gravidade de fatores negativos). 
CLASSE C – resultados geralmente 
ruins e após a terapia periodontal 
e/ou vários fatores negativos: 
higiene oral ruim ou irregular, 
grande formação de cálculo, doença 
sistêmica que predispõe a destruição 
periodontal, muitas bolsas 
remanescentes, problemas oclusais, 
próteses complicadas, terapia 
ortodôntica em andamento, cáries 
dentárias recorrentes, cirurgia 
periodontal indicada mas não 
realizada por razões médicas, 
psicológicas ou financeiras, muitos 
dentes com menos que 50% de 
suporte ósseo, condição avançada 
demais para melhorar por meio de 
cirurgia periodontal, tabagismo, 
história familiar positiva ou teste 
genético positivo, mais de 20% das 
bolsas sangram => Intervalo de 1-2 
meses (dependendo da quantidade 
e gravidade de fatores negativos). 
 
Manutenção: revisão de 
anamnese, exame extra-oral, exame 
dental, exame radiográfico (se + 2 
anos), preenche a ficha deexame 
periodontal simplificado, calcula o 
índice de biofilme e índice de 
sangramento. 
 
 
 
 
 
Sarah Ferreira 
Princípios Básicos de 
Cirurgia Periodontal 
Cirurgia periodontal: sempre em 
periodonto clinicamente saudável. 
Cirurgias dependem mais da vontade 
do paciente do que do profissional. 
 
Diferenças entre gengiva e mucosa 
alveolar: gengiva é queratinizada e a 
mucosa não; a mucosa não está 
inserida ao osso. 
 
 
ETAPAS DE UMA CIRURGIA: 
Pré-operatório: planejamento – 
data, técnica cirúrgica, anestesia. 
Trans-operatório: execução da 
técnica. 
Pós-operatório. 
 
Retalhos em Periodontia 
Retalho é uma secção da gengiva ou 
mucosa cirurgicamente separada dos 
tecidos subjacentes para fornecer 
visibilidade e acesso ao osso e 
superfície radicular. 
Indicações: 
- Acesso a superfícies 
radiculares para remoção de 
biofilme e cálculo; 
- Reduzir ou eliminar bolsas; 
- Ganhar acesso ao osso para 
recontorno (cirurgia óssea); 
- Procedimentos regenerativos 
(enxerto ósseo); 
- Procedimentos cosméticos 
(enxertos gengivais); 
- Objetivos restauradores 
(aumento de coroa clínica); 
- Visualização e tratamento de 
fraturas, perfurações e outros 
danos a raiz. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
o Quanto a espessura: 
 
- Total ou mucoperiósteo 
(acesso direto ao osso, sem 
gengiva e sem periósteo 
recobrindo). 
 
 
- Dividido, parcial ou mucoso. 
Deixa o periósteo protegendo 
o osso. Vantagem de deixar o 
periósteo: irrigação e nutrição 
para o enxerto. 
 
 
➔ A escolha da técnica de retalho 
está diretamente relacionada ao 
objetivo da cirurgia. 
 
 
Sarah Ferreira 
o Quanto a posição ao final da 
cirurgia: 
 
- Reposto 
- Deslocado - pode ser 
coronalmente (em casos de 
retração), lateralmente ou 
apicalmente. 
 
DIÉRESE DOS TECIDOS MOLES 
Tipos: Incisão, Corte, Divulsão, 
Exérese. 
Instrumentos: Bisturi manual ou 
elétrico, Tesouras, Laser de alta 
potência. 
 
INCISÃO – PRINCÍPIOS: 
Incisão é a manobra cirúrgica na qual 
os tecidos são separados pela 
penetração da lâmina cortante do 
bisturi. 
Lâmina afiada e tamanho adequado 
(15C); 
Corte firme, único e cuidado com 
estruturas anatômicas; 
 
Planejamento correto das incisões 
(área de interesse no centro); 
Desenho do retalho (preservação de 
papilas); 
➔ Não realizar cirurgias 
estéticas em pacientes com bolsas 
periodontais; 
LEVANTAMENTO DO 
RETALHO 
Utilizar instrumentais delicados: 
espátula 7. 
Por vestibular é mais fácil descolar o 
retalho do que por lingual (faixa de 
gengiva e mucosa, no palato apenas 
gengiva inserida). 
 
SUTURA 
Porta agulha castroviejo (é mais 
delicado), pinça, agulha com ¼ a ½ 
de volta e triangular. 
 
 
Tipos de Fios: 
Absorvíveis (categurt cromado) 
Não absorvíveis (mononylon) 
 
CICATRIZAÇÃO 
0-24 horas: o coagulo sanguíneo é 
formado entre o retalho, o dente e o 
osso. 
1-3 dias depois: células epiteliais 
migram sobre a borda do retalho, o 
espaço entre o retalho e osso é fino, 
resposta inflamatória menor. 
1 semana depois: a inserção epitelial 
é estabelecida, o coagulo sanguíneo é 
substituído por tecido de granulação. 
Sarah Ferreira 
2 semanas depois: fibras colágenas 
começam a aparecer, a união do 
retalho ao dente ainda é fraca. 
1 mês depois: um sulco gengival 
totalmente epitelizado é 
estabelecido, há o início do arranjo 
funcional das fibras supracristais.

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