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Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Apendicite aguda Cirurgia Introdução Apendicite aguda é a causa mais comum de abdome agudo não traumático Incidência elevada no mundo ocidental – 8% Mais prevalente na faixa etária de 10 – 30 anos de idade, com discreto predomínio no sexo masculino Diagnóstico é EXCLUSIVAMENTE clínico Anatomia – apêndice vermiforme o Estrutura tubular, alongada, de aproximadamente 2 a 20cm de comprimento o Origem na parede posteromedial do ceco, no local onde ocorre confluência das tênias cólicas o Mobilidade – conferida pelo mesoapêndice Artéria e veias apendiculares Ramos dos vasos ileocólicos o Base fixa o Possíveis localizações anatômicas de sua ponta (o que justifica manifestações clinicas distintas da apendicite aguda clássica) Anterior Pélvico ou pré-ileal Posterior Retrocecal (mais comum) ascendente e/ou subseroso Retroileal Classificação o Não complicada – apêndice macroscopicamente normal/ inflamatório (hiperemia, discreto exsudato fibrinopurulento, líquido peritoneal em pequena quantidade_ o Complicada Necrose Flegmão Abscesso Perfuração Fisiopatologia Patogênese o Obstrução do lúmen apendicular, sendo por fecalito a causa mais comum. Outras condições – hiperplasia de folículos linfoides/obstrução por áscaris/bário e corpos estranhos (sementes e restos vegetais), além de tumores o Secreção luminal se acumula = estase = meio de cultura = supercrescimento bacteriano – E.coli e B.fragilis os principais microrganismos identificados o Ocorre aumento da P. intraluminal e distensão do órgão Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Comprometimento de Retorno venoso Suprimento arterial o Resultado de tudo isso Isquemia Necrose o Perfuração (ocorre por volta de 48h do início dos sintomas) o O intestino delgado e o omento podem bloquear a perfuração do órgão = abscesso localizado ou periapendicular Clínica A distensão do órgão estimula fibras viscerais = dor periumbilical ou epigástrica (dor visceral) – fase inicial da apendicite Horas depois o Dor referida (FID) Somente quando o processo inflamatório ultrapassar a serosa e entrar em contato com o peritônio parietal ocorrerá estimulação da inervação aferente parietal = sinais de irritação peritoneal Apresentação clínica clássica o Inicia-se com dor abdominal inespecífica, inicialmente em epi ou mesogástrio, de moderada intensidade que logo em seguida é tipicamente acompanhada de anorexia e náuseas o Cerca de 12h após inicio Dor passa a se localizar em FID, no ponto de McBurney Essa migração da dor é o sintoma mais confiável para diagnosticar apendicite aguda o Outros sintomas/sinais associados Alteração do trânsito intestinal Vômitos Febre Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Raramente ultrapassa 38,3°C na ausência de complicações Hipo/anorexia Obs: sintomas atípicos podem ocorrer dependendo da localização do apêndice Exame físico o Paciente imóvel no leito por conta da dor o Febril o Abdome Hipersensibilidade à palpação, sobretudo no ponto de McBurney, com defesa abdominal inicialmente voluntária e depois involuntária Perfuração do apêndice o 2 QC distintos Perfuração bloqueada = formação de abscesso periapendicular Paciente tende a estar oligossintomático, queixando-se de algum desconforto em FID, podendo haver plastrão (massa palpável) Perfuração para peritônio livre = peritonite generalizada Dor abdominal de grande intensidade e difusa, com presença de abdome em tábua Temperatura elevada (39 – 40°C) Pct pode evoluir para sepse Diagnóstico É CLÍNICO APENAS Exames laboratoriais o Leuco moderado (10k a 15k) com neutrofilia e desvio à esquerda = 75% dos casos Contagens superiores a 20k se relacionam à gangrena e à perfuração o Sedimentoscopia eventualmente se encontra alterada, nos casos em que o apêndice se localiza próximo ao ureter ou à bexiga Hematúria e/ou piúria, mas sem bacteriúria Exames de imagem o TC com contraste é o método de melhor acurácia diagnóstica para apendicite aguda Achados Inflamação periapendicular Espessamento do apêndice e distensão do órgão (diâmetro AP > 7mm) Borramento da gordura mesentérica Recomendada em casos duvidosos, sobretudo em idosos Escore de Alvarado – representa a probabilidade de um paciente ter apendicite aguda tendo como base sinais e sintomas e a presença ou não de leucocitose o 0 – 3 = baixa probabilidade o 4 – 6 = admissão para observação. Se o escore permanecer o mesmo após 12h = cirurgia o 7 – 9 + homem = apendicectomia Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Diagnóstico diferencial DIP Linfadenite mesentérica (ocorre após IVAS seguindo- se de GECA) Ruptura de folículo ovariano (dor de Mittelshmerz) Cisto ovariano torcido GECA Intussuscepção intestinal Diverticulite de Meckel Gravidez ectópica rota Diverticulite aguda DII Úlcera péptica perfurada Pielonefrite aguda Tratamento Laparoscopia – diagnóstica e tratamento Laparotomia Antibioticoterapia (se altera dependendo da gravidade do quadro do paciente) Apendicite em situações especiais Criança o Urgência/emergência mais comum em crianças o Quadro atípico na maioria das vezes o Febre alta + letargia + vômitos intensos + episódios diarreicos frequentes o Progressão da clínica é mais rápida, ocorrendo taxas maiores de perfuração que nos jovens e adultos o Peritonite generalizada é mais comum Omento maior ainda é imaturo e incapaz de conter a perfuração Alta morbimortalidade Idoso o Grave, assim como na criança o Clínica atípica o Temperatura menos elevada e dor abdominal mais insidiosa = diagnostico tardio = grande incidência de perfuração (maior ainda que nas crianças) Gestantes o Emergência cirúrgica extrauterina mais comum o Mais frequente nos primeiros 2T o Localização da dor é diferente do esperado, principalmente por conta do deslocamento que ocorre do apêndice para cima com o aumento do volume uterino Paciente em AIDS o Possível encontrar causas específicas de apendicite Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Linfoma não Hodgkin e sarcoma de Kaposi Cryptosporidium e CMV – infecção e inflamação diretas do órgão
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