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Gustavo Moreno T19 AULA10: Cesariana: A cesariana, definida como o nascimento do feto mediante incisão na parede abdominal e uterina, é uma das cirurgias abdominais mais comumente realizadas em mulheres no mundo todo. Epidemiologia: As estimativas globais indicam grande variação no índice de cesariana, partindo de 3,5% na África e chegando a 2902% na América latina e Caribe Os levantamento nos EUA, Reino Unido e China registram índices entre 20 a 25% Taxa de cesariana no Brasil é de 56% – segunda posição ranking mundial Não há consenso quanto à taxa ideal para cesarianas de um país. Baseando-se nas taxas de países com baixa mortalidade perinatal, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu como 15% o índice máximo adequado Obs – quem já fez uma cesariana provavelmente vai precisar de outra Classificação de Robson: **** –Em 2011, a OMS realizou uma revisão sistemática e concluiu que a classificação criada por Michael Stephen Robson era a mais apropriada para comparar as taxas de cesariana em diferentes instalações, cidades, países ou regiões de forma útil e orientada para a ação. –A classificação de Robson foi com o objetivo de identificar prospectivamente grupos de mulheres clinicamente relevantes, nos quais haja diferenças nas taxas de cesárea e dessa forma permitindo comparações em uma mesma instituição ao longo do tempo ou entre diferentes instituições. –Classificação de Robson → Usa 6 conceitos obstétricos: Paridade (nulípara, multípara) Cesárea anterior (sim, não) Início do trabalho de parto (espontâneo, induzido, cesárea antes do trabalho de parto) Idade gestacional (termo, pré-termo) Apresentação fetal (cefálica, pélvica, transversa) Número de fetos (única ou múltipla) Taxa de cesariana em diversos locais Divisões – todas as pacientes que internam é realizado essa classificação Grupo 1: nulíparas com feto único, cefálico, > ou = 37 semanas, em trabalho de parto espontâneo. Grupo 2: nulíparas, com feto único, cefálico, > ou = 37 semanas, cujo parto é induzido ou que são submetidas à cesárea antes do início do trabalho de parto. Grupo 3: multíparas sem cesárea anterior, com feto único, cefálico, > ou = 37 semanas, em trabalho de parto espontâneo. Grupo 4: multíparas sem cesárea anterior, com feto único, cefálico, > ou = 37 semanas, cujo parto é induzido ou que são submetidas à cesárea antes do início do trabalho de parto. Grupo 5: todas multíparas com pelo menos uma cesárea anterior, com feto único, cefálico, > ou = 37 semanas. Grupo 6: todas nulíparas com feto único em apresentação pélvica. Grupo 7: todas nulíparas com feto único em apresentação pélvica, incluindo aquelas com cesárea(s) anterior (es). Grupo 8: todas mulheres com gestação múltipla, incluindo aquelas com cesárea(s) anterior(es). Grupo 9: todas gestantes com feto em situação transversa ou oblíqua, incluindo aquelas com cesárea(s) anterior(es). Grupo 10: todas as gestantes com feto único e cefálico, < 37 semanas, incluindo aquelas com cesárea(s) anterior(es). Por que usar essa classificação? –Simples uso, aplicando em todas as pacientes –É utilizado praticamente em todos os Países –Em 2015, a OMS recomendou que a classificação de Robson seja usada como instrumento padrão em todo o mundo para avaliar, monitorar e comparar taxas de cesáreas ao longo do tempo em um mesmo hospital e entre diferentes hospitais. –Em 2017, foi lançado um manual pela OMS para ajudar na implementação da classificação de Robson. A OMS espera que essa classificação ajude os hospitais a: (objetivo) –Otimizar o uso das cesáreas ao identificar, analisar e focalizar intervenções em grupos específicos que sejam particularmente relevantes em cada local –Avaliar a efetividade de estratégias ou intervenções criadas para otimizar o uso de cesáreas –Avaliar a qualidade da assistência, das práticas de cuidados clínicos e os desfechos por grupo; –Avaliar a qualidade dos dados colhidos e chamar a atenção dos funcionários para a importância desses dados e do seu uso. Fatores que elevam o índice de cesarianas: *** –Maior nível de escolaridade da paciente –Mulheres com cesariana anterior tendem a realizar cesariana nas próximas gestações *** –Tendo a cesariana eletiva hora e duração previstas, ela se torna monetariamente mais vantajosa no regime de atendimento privativo, ao passo que no SUS, em que grande parcela da população é atendida pelo regime de plantão médico, a vantagem econômica da marcação eletiva não prevalece. Fatores que reduzem o índice de cesariana: –Evitar a admissão na fase latente do trabalho de parto –Suporte à gestante ao longo do trabalho de parto (conforto para a paciente – equipe multiprofissional) –Evitar o uso irracional das tecnologias para avaliação fetal –Incentivos financeiros ao acompanhamento do trabalho de parto –Versão cefálica externa nos fetos em apresentação pélvica –Analgesia obstétrica no trabalho de parto (peridural / pode ter uma maior chance de sofrimento fetal / aumenta a chance de parto instrumentado) –Programas institucionais para controle do índice de cesarianas Indicações de cesarianas: **** –Solicitação materna x indicação médica –As indicações médicas são divididas em absolutas e relativas. ressalta-se que a maioria delas é relativa. –As indicações mais frequentes são a falha na progressão do trabalho de parto, os sinais de alteração na vitalidade fetal, cesarianas prévias e as posições fetais anômalas. Morbidade relacionado a cesariana: –Desfechos materno imediatos (sangramentos, lesão de bexiga, intestino, vascular) –Desfechos perinatais (desconforto respiratório) –Desfechos materno a médio e longo prazos – assoalho pélvico (protetor) Obs – Chance de lesão vesical, lesão de intestino, aumento risco de trombose, TEP, embolia do líquido amniótico e etc. Indicações de cesariana: Absolutas (P)**** –Desproporção cefalopélvica*** –Cicatriz uterina corporal prévia –Placenta prévia oclusiva –Situação transversa –Herpes genital ativo (caso se as lesões estejam ativas!!) –Procidência de cordão (cordão que saiu antes do neném - sofrimento fetal) –Morte materna com feto vivo Indicações de cesariana: Relativa *** –Condições fetal não tranquilizadora –Gestante HIV positivo (conforme a carga viral) –Mais de uma cesariana segmentar prévia –Descolamento prematuro de placenta (tem que nasce de maneira mais rápida possível esse neném) –Apresentação pélvica –Gestação múltipla – depende da relação entre as situações fetais –Macrossomia fetal em gestante diabética (feto maior que 4,5 kg) –Colo desfavorável à indução do parto em paciente com cesariana prévia –Psicopatia Cesárea a pedido: –No dia 17/01/2020 foi sancionada e publicada pelo governador do estado a lei 20127 e deputada Mabel Canto que altera a lei de combate a violência obstétrica e dá o direito à todas as gestantes do Paraná escolher sua via de parto, seja ele normal ou cesáreo –Discutir de forma exaustiva no pré natal sobre riscos e benefícios do parto cesáreo –Termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelo médico do pré natal e pela paciente –Cesariana eletiva após as 39 semanas de gestação –Nos casos de urgência e emergência, a tomada de decisão deve caber à equipe de assistência, obedecidos os critérios de classificação de risco do Ministério da Saúde. Técnica de cesariana: –A técnica de cesariana evoluiu ao longo dos séculos no intuito de minimizar os riscos para a mulher, reduzindo sangramento, infecção, morbidade a curto e longo prazos e mortalidade. Não há uma técnica padrão para o procedimento –Aspectos pré operatórios: -Antissepsia -Tricotomia -SVD – sonda vesical de demora (não é usado em todas – diminuir a chance de lesão vesical) -ATB profilático (em todas as cesarianas, 1 hora ou na indução anestésica, cefazolina) Anestesia (Raqui) Abertura abdominal: –Incisão da pele –Abertura do tecido subcutâneo –Aponeurose –Músculos retos abdominais –Abertura do peritônio Procedimentos intra-abdominais: –Proteção da cavidade –Afastamento vesical –Histerotomia –Nascimento –Cuidados com o recém nascido –Dequitação Fechamento: –Histerorrafia –Revisãoda cavidade abdominal –Fechamento do peritônio (não se faz mais) –Fechamento dos músculos e aponeurose (não fechar com ponto muito forte devido a dor) // (Aponeurose fechar com pontos firmes para evitar hérnias) –Fechamento do subcutâneo e pele
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