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Patologia /ARA0074 Degeneração Celular – Morte Celular Professora Drª Glauce Batista de Souza Silva Angra dos Reis – 2022.2 Degenerações São caracterizadas por acúmulos intracelulares de várias substâncias em quantidade anormal. É um processo reversível, resultante de lesões não letais, em que são manifestadas alterações morfológicas ou funcionais da célula. Estado temporário, tem como objetivo recuperar a homeostase. Degeneração Celular São lesões celulares decorrentes de alterações bioquímicas que resultam no acúmulo de substâncias no interior da célula, podendo evoluir ou não para morte celular. Degenerações ❖Alterações hidrópicas (edema celular) ❖hialina ❖Gordurosas ❖Mucoide Degeneração hidrópica Denominada de tumefação celular; 1 Inchação turva ou edema celular; 2 Ocorre um distúrbio no metabolismo onde acontece um acúmulo de água intracelular. 3 Degeneração hidrópica A degeneração hidrópica ocorre devido o comprometimento do controle de Sódio (Na+) e potássio (K+) no citoplasma. Como funciona a bomba Na+/K+ Em condições normais, a concentração de sódio é mais baixa dentro da célula do que no ambiente extracelular, enquanto isso a concentração de potássio é mais alta dentro da célula do que no ambiente extracelular. Nessa situação naturalmente o sódio entra na célula e o potássio sai da célula por difusão, isso porque os solutos tendem a se manter em equilíbrio de concentração, entretanto para realizar o seu metabolismo, a célula precisa manter as diferenças de concentração dos dois íons. Isso quer dizer que o sódio precisa se manter em baixa concentração dentro da célula e o potássio em alta concentração. Bomba de Na+/K+ Na bomba de Na+/K+, a ATP (energia) é responsável por retirar Na+ e manter e/ou colocar K+ dentro da célula, e para este funcionamento é necessário gasto de ATP. Qualquer fator que impeça o correto funcionamento da bomba, podendo ser por destruição da bomba ou alteração de produção e/ou consumo de ATP, acarreta na retenção de Na+ intracelular, levando ao aumento da água no citoplasma para tentar manter a concentração de solutos, tendo como consequência o inchaço da célula. Degeneração Hidrópica O Na+ retido no interior da célula provoca a rápida entrada de água na célula e a retenção de K+ externamente. Ausência do potássio no meio intracelular leva a diminuição da atividade mitocondrial, queda maior dos níveis de ATP, e agravamento do quadro de edema celular. Causas mais comuns: Hipóxia: a falta de oxigênio interfere na produção do ATP, levando a sua queda, afetando consequentemente os processos que necessitam do ATP, como a Bomba de Na+/K+. Nos estados de vômitos e diarreias há uma perda constante de eletrólitos podendo refletir em uma alteração da Bomba Na+/K+. Degeneração hidrópica Os tecidos acometidos pela degeneração hidrópica tem volume aumentado e apresentam palidez devido a compressão da microcirculação, entretanto a função do órgão continua preservada e pode ser reversível se retirada a causa. Ex: isquemia. Degeneração Hialina Acúmulo de proteína no interior da célula ou em tecidos. Pode ser caracterizada como extracelular (acúmulo de material no espaço intersticial), e intracelular (acúmulo de material dentro das células). As proteínas tem histologicamente aspecto homogêneo e brilhante, que lembra um vidro. Cicatrizes antigas A hialinização do colágeno é mais encontrada em cicatrizes antigas pós organização de processos inflamatórios. Acúmulo de proteínas, do exsudato inflamatório, na lesão recruta os fibroblastos que produzirão as fibras de colágeno; Quando a produção de colágeno se dá em excesso temos o quelóide. Hipertensão arterial A hipertensão estimula as células endoteliais a produzirem componentes da membrana basal sob a forma de colágeno. A presença de material hialino nas arteríolas, traz como consequência uma diminuição da luz vascular, o que prejudica a irrigação sanguínea do local afetado. A evolução das manifestações pode caminhar para o acometimento de vasos maiores. Degeneração mucoide Acontece nas células epiteliais que produzem muco. Há um acúmulo excessivo de mucinas (glicoproteínas) nas inflamações da mucosa e em alguns cânceres (como estômago, intestino e ovário) em que é observado uma produção exagerada de material mucinoso pelas células malignas que os compõem; Como consequência desse extravasamento de muco para o interstício e lhe confere aspecto de tecido mucoide. Degeneração Gordurosa Acúmulo anormal de lipídios no interior das células, provocado por desequilíbrio metabólico. Esteatose = acúmulo anormal gordura É um processo degenerativo por acúmulo de lipídios, o órgão mais acometido é fígado, devido o envolvimento no metabolismo lipídico; sendo que o coração também podem ser afetado. Degeneração Gordurosa Fígado: o acúmulo progressivo de gordura, leva o aumenta de tamanho e se torna cada vez mais amarelo, mole e gorduroso. Esteatose hepática ou gordura no fígado. Coração: os lipídios se mostram no músculo cardíaco na forma de gotículas. Aterosclerose Acúmulo de gorduras nas paredes das artérias e dentro delas. Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA http://aterosclerose.blogspot.com/ https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/ Aterosclerose – fatores de risco Hipertensão arterial; Colesterol sanguíneo; Tabagismo; Diabetes; Idade e sexo; Inatividade física e estresse; Complicações da Aterosclerose Oclusão aguda: trombose Formação de aneurismas (perda de células lisas e fibras elásticas) Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA https://conspiracionglobal20.blogspot.com/2013/05/kickstarter-biologia-sintetica-y.html https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/ Morte Celular Mecanismo que ocorre para remoção de células desnecessárias ou prejudicadas; em resposta a um grave dano ou lesão irreversível. Quando a célula deixa de realizar sua função. Tipos de Morte celular Apoptose Necrose Autólise AUTÓLISE Autodigestão da célula; Nesse tipo de morte as células se autodestroem, pela ação de suas próprias enzimas; Ocorre em células danificadas ou tecidos lesionados. Autólise • Os lisossomos englobam algo que não conseguem digerir, e acabam se rompendo digerindo toda a célula. • Silicose (doença pulmonar): o indivíduo inala a sílica, essa vai parar dentro das células pulmonares onde os lisossomos acabam estourando e digerindo as células pulmonares. • Provocando dificuldades respiratórias. Apoptose • Processo de morte celular programada; • Quando as células sofrem estímulos e se programam para morrer, assim não propaga a mutação gênica. • O processo de apoptose é tão importante quanto o de divisão celular. • Simbolizando a renovação da vida enquanto algumas morrem por apoptose outras vão se dividindo. Função da apoptose Tem um papel importante no desenvolvimento humano; Está presente desde o início da vida da implantação do embrião, até as esculturas das estruturas do corpo. Função da apoptose • Formação das mãos: no embrião nossos dedos estão ligados por membranas interdigitais e durante esse momento essas membranas entram em apoptose dando o formato normal dos nossos dedos. Função da apoptose Apoptose • Ex: remodelamento de órgãos e tecidos durante o desenvolvimento, como a morfogênese normal das mãos e dos pés, onde a falha na apoptose resultam em dedos com membranas semelhantes às encontradas em aves. • Mal de Alzheimer: é desencadeado por apoptose excessiva, que se inicia provavelmente por causa da quantidade de neurônios alterados. NECROSE ✓Morte celular ou parte de um tecido, é a manifestação final de uma célula que sofreu uma lesão irreversível. ✓Causa danos às células próximas, acontecendo uma reação inflamatória local. ✓Pode decorrer por problemascirculatórios e infecções. ✓Ocorre a morte celular daquele local. NECROSE • Após uma degradação enzimática dos componentes celulares por enzimas da própria célula liberadas dos lisossomos. • Lisossomos: organela membranosa com a função de digerir substâncias. Característica da Necrose • Tem como característica o tamanho aumentado (edema), membrana plasmática danificada e extravasamento de conteúdo celular; • Destruição tecidual (destrói todo o tecido). Fatores que podem causar Necrose • Agentes físicos e químicos que alteram a função da célula; • Agentes físicos: estão relacionados a variações de temperatura, radiação e choque elétrico. • Agentes químicos: químicos que podem gerar uma lesão celular, como formol. Tipos de Necrose ✓Necrose por coagulação ✓Necrose por liquefação ✓Necrose gordurosa ✓Necrose caseosa Necrose de coagulação ❖O processo de coagulação é o resultado da transformação do estado sólido das proteínas celulares em um estado mais sólido; ocorrendo assim uma desnaturação das proteínas com inativação das enzimas proteolíticas tornando o tecido mais firme, pálido e ressecado. ❖É característico da morte celular decorrente de hipóxia das células; ❖Temos uma obstrução vascular, frequentemente encontrada nos infartos isquêmicos, como nos rins (infarto renal) e coração (infarto do miocárdio). Necrose por Liquefação • Necrose por liquefação: que é causada pela liberação de grande quantidade de enzimas lisossômicas, podemos observar em necrose de tecido nervoso, na glândula suprarenal e na mucosa gástrica. Necrose Gordurosa • Necrose gordurosa: destruição de gordura que ocorre como resultado da liberação de lipases pancreáticas, o tecido necrosado apresenta aspecto gorduroso, e é observado na pancreatite aguda. Necrose Caseosa • O nome é devido à aparência de massa de queijo (esbranquiçada e quebradiça) na área necrótica, esse tipo de necrose é comumente encontrado em focos de infecção tuberculosa. • As células vão se transformando em uma massa amorfa sendo sua composição de proteínas e lipídeos. Gangrena • São necroses que ocorrem com isquemia e liquefação, devido a ação de bactérias e leucócitos. • Pode ser classificada em seca, úmida e gasosa. Gangrena seca • É caracterizada pela necrose isquêmica por coagulação das extremidades. • O aspecto do tecido fica mais escuro e seco devido as alterações da hemoglobina e perda de água. Gangrena seca Desidratação do tecido necrosado; Comum em extremidades (pernas e pés); Normalmente devido a processos isquêmicos como na diabetes; Lesões vasculares; Tecido escuro, azulado ou negro; Seco e duro. Gangrena úmida Invasão da região necrosada por microorganismos anaeróbicos produtores de enzimas que tendem a liquefazer os tecidos e produzir gases de odor pútrido. Causam putrefação e amolecimento dos tecidos, levando ao aspecto úmido. Comum em necrose do intestinos, pulmão e pele. Gangrena gasosa Infecção secundária a contaminação do tecido necrosado com microorganismos do gênero Clostridium (clostridium tetani - tétano). Comum em ferimentos sujos com terra contaminada. Tecidos ficam com aspectos bolhoso e se pode ouvir barulhos das bolhas no subcutâneo. Evolução da Necrose • Como consequência a necrose ocorre um processo inflamatório; • Digestão das células mortas para reabsorção e substituição; • Regeneração. • Tecido fibroso (Cicatrização). Evolução da necrose – Regeneração • Os restos celulares são reabsorvidos e fatores de crescimento são liberados pelas células vizinhas e pelos leucócitos exsudados, induzindo a multiplicação das células parenquimatosas; • Restos celulares absorvidos por células inflamatórias; • Se o tecido conjuntivo que dá sustentação ao órgão/tecido é pouco alterado, há regeneração completa do tecido. Evolução da necrose – Cicatrização • Quando o tecido não tem capacidade de regenerar, teremos a substituição de um tecido necrosado por um tecido cicatricial. Referências bibliográficas Minha Biblioteca: Fundamentos de Rubin – Patologia Esteatose Hepática | Sociedade Brasileira de Hepatologia (sbhepatologia.org.br) https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978-85-277-2491-3/epubcfi/6/26%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dhansel-12%5d!/4%5bhansel%5d/2/336/3:5%5buxi%2Clia%5d https://sbhepatologia.org.br/imprensa/esteatose-hepatica/ Obrigado!
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