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Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) Diogo Messias de Miranda Sousa da Silva RA: 1768630 APS – Teoria do Delito e Princip. Constit. Penais Professora: Tatiana Freire de Andrade Diogenes Alves Liberdade / Matutino Proposta APS Ler crítica, analítica e reflexivamente a partir de diferentes suportes de conteúdo o livro Dos Delitos e das penas – Beccaria e notícias de jornais locais sobre segurança pública; relacionar os conteúdos e institutos jurídicos apresentar resenha. Resenha / Desenvolvimento É indiscutível que Cesare Beccaria foi um autor de eximia importância para o direito penal, e que sua obra “Dos Delitos e das Penas” é uma grande base dos códigos penais no mundo. Na visão de Becarria, o roubo sem violência e o roubo com violência tem gigantes distinções, assim como suas penas. Becarria demonstra também, como uma punição de forma igual a outras classes sociais, podem acarretar especialmente em desequilíbrio social e prática contínua do mesmo ato. • Capítulo XXX – Do Roubo: No tema em questão. Em sua visão um roubo cometido sem violência deveria haver uma pena monetária (Multa), na visão de Beccaria se o bem foi retirado, é de certa forma justa que o infrator pague a recuperação em forma de multa. Entretanto se o crime em questão advém das classes mais pobres, a forma de pena monetária acarretará a mais crime do mesmo sentido, causando assim um desequilíbrio social ao longo prazo. Com tudo na perspectiva de Beccaria a punição para tal ato, nas classes mais baixas, não se vê outra maneira que não seja supressão da liberdade individual e uma forma de servidão ao estado, para a reparação de tal dano. Outro fator existente nesse capítulo em questão, é o roubo com violência, qual para ele além da punição da servidão, também propõem as penas corporal. Com o posicionamento do autor, podemos perceber a influência de tal conceito em nossa legislação vigente no Código Penal Brasileiro, do qual os Art.157 e Art.155 demonstra uma base no quesito das penas. Iniciaremos a analogia pelo Art 155 “Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.” (Brasil, 1940) Podemos percebe que a punição prevê multa e o cessamento da liberdade do indivíduo, com tudo diferente do proposto por Beccaria, o crime do roubo sem violência (conhecido como furto no Brasil) não prevê uma forma de servidão ao estado, somente o cessamento da liberdade e multa, a busca pelo trabalho é algo voluntário do condenado, não obrigatório. Em determinados casos somente ocorre a multa. No momento analisaremos o Art. 157 um dos artigos mais conhecido do nosso país. “Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.” (Brasil, 1940). É notório que o crime de roubo com violência/grave ameaça, tem pena mais severa que o de furto, como Beccaria em seu livro demonstra essa diferença, porém a punição corporal que ele sugere não ocorre desde a era contemporânea, da qual se aboliu a punição corporal. E que historicamente, os escravos no tempo imperial sofreram de forma grande e cruel. Atualmente a pena de privação de liberdade se faz como maior punição para tal ato. • Capítulo XXXI – Do Contrabando: No tema em questão. O contrabando é um verdadeiro delito, mas um delito que inflama a união e não há população porque na perspectiva de Beccaria “Os delitos que os homens não consideram nocivos aos seus interesses não afetam o bastante para excitar a indignação pública” (Beccaria,1764). É comum que a população tire até vantagem de tal ato ilícito. Sobretudo o contrabando nasce por conta da união, quanto mais difícil seja importar, exportar ou pagar certo tributo, mais atrativo se torna o crime, sendo assim mais atrativo ao futuro receptador. Verifica-se ainda que a pena que Becarria, propõe é a de confisco da mercadoria e prisão de liberdade, até mesmo uma servidão ao estado, porém ligadas a natureza do delito, ele explica que a prisão de um contrabandista não deve ser a mesma de um ladrão ou assassino. No Brasil o artigo ligado ao contrabando é o Art. 334 “Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida, Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.” (Brasil, 1940). Podemos analisar que o delito de contrabando, segue a pena de prisão de liberdade, e que o crime em questão tem penas diferente do delito de roubo. Importante analisar, as mercadorias apreendidas no Brasil que não sejam ilícitas no país, que foram aprendidas por questões regulamentares, seja processo alfandegário ou imposto devido. São leiloadas ou doadas sendo realizadas pela Polícia Federal ao qual toda população pode participar. CONCLUSÃO Dessa forma, podemos entender que na visão de Beccaria as penas são uma forma de punir, mas não somente punir, em resumo conscientizar o infrator do porquê aquele delito atingi a sociedade, considerando também que Cesare Beccaria foi um pensador iluminista em 1764, onde penas com punições corporais eram de forma aceita pela sociedade ou pelo menos não questionadas, mesmo com a diferença de 258 anos o texto de Beccaria é uma base muito sólida e milenar para os Códigos Penais atuais, o que também ocorre no nosso código penal. Bibliografia: A HISTÓRIA das prisões e dos sistemas de punições. [S. l.], 2020. Disponível em: http://www.espen.pr.gov.br/Pagina/historia-das-prisoes-e-dos-sistemas-de- punicoes. Acesso em: 31 out. 2022. BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 31 dez. WESTIN , Ricardo. Há 190 anos, 1º Código Penal do Brasil fixou punições distintas para livres e escravos: Sociedade. Arquivo, Brasília, DF, n. Edição 74, p. 1- 2, 4 dez. 2020. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/ha-190-anos-1o-codigo- penal-do-brasil-fixou-punicoes-distintas-para-livres-e-escravos. Acesso em: 31 out. 2022. LEILÕES e doações da Receita Federal: Nesta seção são divulgadas as informações sobre os leilões de mercadorias apreendidas ou abandonadas realizados pela Receita Federal.. [S. l.], 1 jul. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/receitafederal/pt- br/assuntos/leilao. Acesso em: 31 out. 2022.
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