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Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS Interpretação Clínica Aula 01: Caso clínico: HPC, reg. 22.01.01, 5 anos, negra, sexo feminino, natural de Brasília-DF, procedente de São Sebastião-DF. Mãe: MFPR, 29 anos, doméstica. Pai: ENC, 33 anos, vigilante. Q.P.D : : “Inchaço nos olhos há uma semana”. • HDA: Pai refere que há uma semana criança iniciou aparecimento súbito, matutino, de edema periorbitário bilateral. Refere que procurou o Posto de Saúde de São Sebastião onde foi feito o diagnóstico de faringoamigdalite e prescrito Penicilina G Benzatina. Pai refere que houve manutenção do edema periorbitário até que há 3 dias iniciou quadro de distensão abdominal associado a 2 episódios de vômitos e oligúria. Procuraram novamente o Posto de Saúde sendo encaminhados para a emergência. Criança apresentou no PS aumento da PA e 1 episódio febril. Antecedentes gestacionais/parto/neonatal: • G2 P2 A0 C0, 10 consultas pré-natais, sorologias (VDRL e Anti-HIV) negativas. • Criança nasceu de parto hospitalar, normal, a termo, chorou ao nascer, Apgar 9-10, Peso=2715g, • Estatura=48 cm, PC=32 cm , alta com 1 dia de internação hospitalar. Antecedentes pessoais e patológicos: • Crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor normais. • Vacinação completa. • Nega internações, cirurgias, hemotransfusões prévias. • Nega alergias medicamentosas. • Pai refere que a criança apresenta episódios frequentes de faringoamigdalite (cerca de 6 episódios/ano). Antecedentes familiares • Mãe saudável. Nega tabagismo e etilismo. • Pai saudável. Nega tabagismo. Etilista social. • Irmão falecido com 1 mês e 22 dias por cardiopatia congênita. • Tio materno cardiopata e avô paterno com asma. Antecedentes socioeconômicos: • Moradia urbana, com 3 cômodos, 3 pessoas, água filtrada, rede de esgotos e luz elétrica presentes. Renda familiar mensal= 1400 reais Exame Físico • Sinais vitais: PA=100X70 mmHg. FR=28 irpm. FC=104bpm.Temp.=37,2°C • Peso=16 Kg • Paciente em BEG , lúcida e orientada no tempo e no espaço, hipocorada (+/4+), acianótica, anictérica, hidratada, eupnéica, afebril. • Cabeça e pescoço: Ausência de adenomegalias. Edema periorbitário bilateral (+/4+). • Exame cardíaco: Ictus não visível, não palpável. RCR 2T BNF, sem sopros e/ou desdobramentos. • Exame pulmonar: Expansibilidade pulmonar simétrica. Som claro pulmonar. Ressonância vocal normal. MVF sem RA. • Exame abdominal: Abdome globoso, edema de parede abdominal(+/4+), RHA +, Traube livre, ausência de massas palpáveis e/ou VMG. • Membros: simétricos, sem deformidades, sem edema. • Genitália externa: feminina, sem alterações. Síndrome nefrítica Síndrome nefrítica é caracterizada pela conjunção de: • Hematúria; o Essencial, não pode faltar em síndrome nefrítica. • Hipertensão arterial; • Oliguria; • Déficit de função renal; • Edema. Sinais e sintomas decorrentes de expansão do volume extracelular incluindo o subcompartimento intravascular, e das manifestações do processo inflamatório glomerular. Na pediatria síndrome nefrítica é igual a glomerulonefrite pós-estretocópica (GNPE). Sendo definida a síndrome nefrítica como uma hematúria glomerular com presença de hipertensão arterial sistêmica e edema somado a queda de complemento (c3). Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS Glomerulonefrite pós- estretocópica (GNPE) • É uma complicação renal autoimune que aparece semanas após uma infecção por estreptococos; • Causa mais comum de nefrite aguda em crianças; • Ocorre principalmente em países em desenvolvimento; • 97% ocorrem em regiões com baixo nível socioeconômico; • Má higiene, superlotação e baixo nível socioeconômico são importantes fatores de risco para surtos de estreptococos, e isso explica a maior incidência de GNPE nos países empobrecidos; • Maior risco em pacientes idosos e em crianças entre 5 e 12 anos de idade; • Incomum em crianças com menos de 3 anos; • Mais frequente no sexo masculino do que o feminino. Caracteriza-se fundamentalmente por processo inflamatório de origem imunológica que acomete todos os glomérulos de ambos os rins. Em sua maioria são estreptococos β-hemolíticos do grupo A, como Streptococcus pyogenes, que infectam a pele, no caso do impetigo, ou garganta na faringite estreptocócica. – Presença da proteína M, presente na parede celular. Os sorotipos mais comuns após um quadro de impetigo são M 2, 49, 55, 57 e 60. Já os sorotipos mais frequentes após faringites incluem M 1, 3, 4, 12, 18, 25 e 49. Agente mais frequente: Streptococcus B- hemolítico do grupo A, cepas mais frequentes são: 2, 4, 6, 12, 19, 25, 31 e 49; • Rápida deterioração da função renal em razão de uma resposta inflamatória, após infecção por estreptococos. O processo inflamatório e a resposta imune, de forma geral, que se forma para combater o estreptococo gera uma lesão na barreira de filtração glomerular, principalmente na membrana basal. Nesse processo há um consumo de complemento, principalmente o C3 (sistema de defesa inato). Esse C3 é consumido após a deposição de imunocomplexos na membrana basal glomerular. Os polimorfonucleares são recrutados e ampliam o processo inflamatório. Quadro Clínico: • Início abrupto; • Sintomas gerais inespecíficos; • Quadro precedido de uma infecção estreptocócica como: amidalite (escarlatina), faringite e impetigo; • 1-2 semanas após um quadro de faringite ou 2-6 semanas após uma infecção de pele (impetigo); o No slide do prof: piodermites 3 a 5 semanas / infecções de vias aéreas 7 a 15 dias • Edema, hematúria, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e oliguria; • Edema periorbitário é típico – mais proeminente pela manha e tende a regredir ao final do dia; • Edema, não muito exuberante, ocorre em 85% dos casos; • 2/3 possuem colúria; • HAS costuma ser moderada e depende da intensidade da hipervolemia; Muitas vezes, o estado geral da criança é bom, havendo queixas vagas como inapetência, indisposição e cefaleia. As possíveis complicações da GNPE incluem: congestão circulatória, encefalopatia hipertensiva e insuficiência renal aguda (IRA). Estas complicações podem se manifestar de forma isolada ou associada. Diagnóstico: • Anamnese e exame físico: - Questionar se a criança apresentou quadros prévios de faringite ou impetigo; - Atenção a presença de edemas, hematúria e manifestações extra renais. • Exames laboratoriais: - Sangue (ASO, dosagem de complemento, ureia e creatinina, sódio, potássio, bicarbonato, hematócrito e albumina) - Urina (EAS – elementos anormais e sedimentos) Alterações: ASO Pode estar aumentada Dosagem complemento OBRIGATÓRIO PARA DIAGNÓSTICO - Valores reduzidos; - Normalização em 4-10 semanas; Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS - Marcador de prognóstico e diagnóstico diferencial; - C3 diminuem durante a doença ativa; Ureia e creatinina Podem estar aumentadas (discreto ou moderado) Íons Dependem do grau de déficit da função renal Hematócrito Pode haver anemia disfuncional – pela hipervolemia Albumina Pode estar baixa (leve) EAS Hematúria macro ou microscópica; Cilindros hemáticos; Proteinúria (raramente acima de 50 mg/kg/dia) • Exames histológicos: - Biópsia raramente necessária. Apenas quando se tem características que tornem o diagnostico duvidoso; Indicada nas seguintes situações: ✓ Hematúria macroscópica por mais de 4 semanas; ✓ Uréia plasmática persistentemente elevada por mais de 4 semanas; ✓ HAS prolongada por mais de 4 semanas; ✓ Oligoanúria com duação >48-72 horas; ✓ C3 persistentemente baixo por mais de 8 semanas ✓ Síndrome nefrótica por mais de 4 semana - Microscopia eletrônica, com presença de corcovas, quesão depósitos de elétrons densos no espaço subepitelial próximo a membrana basal glomerular; - Microscopia de imunofluorescência, mostra depósitos de imunocomplexos com IgG e C3 em um padrão granular se a amostras for coletada nas primeiras 2 a 3 semanas da doença. Diagnóstico diferencial: • Glomerulonefrite membranoproliferativa; • Glomerulonefrite rapidamente progressiva; • Doença de Berger; • Síndrome hemolítico-urêmica; • Púrpura de Henoch-Schönlein; • Lúpus eritematoso sistêmico (glomerulonefrite lúpica). Tratamento: • Condição autolimitada Tratamento de suporte que visa controlar as complicações da sobrecarga de volume, como hipertensão e edema, que são proeminentes durante a fase aguda da doença. Deve-se dar preferência ao tratamento ambulatorial. Na maior parte das vezes, a internação não é necessária. Pacientes com oligúria intensa e/ou com sinais de insuficiência cardíaca ou de encefalopatia hipertensiva devem ser hospitalizados. • Repouso o Enquanto houver edema, hematúria macroscópica e HAS. • Cuidados dietéticos o Restrição do sódio – na fase aguda, na presença de edema, hipertensão e oliguria. o Restrição hídrica ▪ 20ml/kg/dia ou 300 a 400ml/m2 o Restrição de proteínas – em casos de insuficiência renal aguda o Restrição de potássio – em casos de oligúria • Medicamentoso o Para infecção estreptocócica – erradicação ▪ Penicilina V 25.000 a 50.000 UI/kg/dia, VO, a cada 6h por 8 a 10 dias ▪ Penicilina benzatina IM – peso <25kg: 600.000Ui – peso >25kg: 1.200.000 ▪ Alérgicos a penicilina – eritromicina 30mg/kg/dia por 10 dias Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS o Diuréticos – em casos de congestão cardiocirculatória importante, oligúria, hipertensão sintomática ▪ Furosemida 1,0 a 5,0 mg/kg/dia o Hipotensores ▪ Hidralazina 0,2 a 0,5 mg/kg/dose, IV, a cada 4 ou 6 horas ▪ Nifedipina 0,10 a 0,25 mg/kg/dose, a cada 3 ou 4h (monitorização rigorosa da FC, PA e reflexo pupilar, devido o risco de hipotensão) ▪ Anlodipino 0,1 a 0,2 mg/kg/dia ▪ Captopril/enalapril/losartana (risco de aumento dos níveis de potássio e/ou creatinina) ▪ Nitroprussioato de sódio (restrito a UTIP, em casos de encefalopatia hipertensiva) A GNPE apresenta prognóstico favorável, mas pode desenvolver insuficiência renal progressiva com necessidade de hemodiálise. Em geral, a terapêutica de suporte proporciona a recuperação da função renal. A melhora pode ser evidenciada, primeiramente, quando há aumento da diurese com diminuição do edema e normalização da pressão arterial. A hematúria macroscópica regride entre a primeira e a segunda semanas. Já a hematúria microscópica pode persistir por 18 meses, o que não significa que haja um prognóstico ruim. A proteinúria nefrótica desaparece em quatro semanas. A proteinúria discreta pode permanecer por alguns meses. Em geral, a GNPE apresenta bom prognóstico. Apenas 5% dos pacientes se tornam crônicos. O prognóstico em longo prazo é pior nos pacientes, principalmente adultos, que apresentam proteinúria persistente após seis meses. Óbitos por GNPE são raros, relacionados a condução inadequada ou tardia das complicações. Aula 02: Caso clínico: A.P.L., sexo feminino, 32 anos, parda, professora, natural e procedente de Jaboatão dos Guararapes encaminhada ao ambulatório de gastroenterologia com história de ‘'azia'' há 5 anos. Anteriormente o sintoma se apresentava de forma esporádica, mas nos últimos 2 meses, a frequência e a intensidade dos episódios aumentaram. Atualmente apresenta episódios todos os dias da semana com piora após refeições volumosas e após deitar-se, além de ser acompanhada de ‘'gosto amargo na boca''; sem fator de melhora. Refere que associado a esses sintomas, tem apresentado tosse seca e rouquidão. Nega náuseas, vômitos, diarreia, odinofagia, disfagia, hematêmese e perda ponderal. Nega uso de medicamentos contínuos e alergias. Nega tabagismo e etilismo. Refere que possui uma alimentação bem desregulada, abusando de pães, fast food e comidas processadas. Ao exame físico: bom estado geral, lúcida e orientada, vigil, sem linfadenomegalias, afebril (36,3ºC), corada, hidratada, anictérica, acianótica, normopneica (12 irp), normocárdica (78 bpm) e normotensa (120×80 mmHg). Peso: 77 kg. Altura: 1,60m. IMC: 30. Exame de cabeça e pescoço apresenta erosão do esmalte dentário e irritação na faringe. Aparelho respiratório com expansibilidade preservada, FTV preservado, murmúrio vesicular bem distribuído sem ruídos adventícios. Aparelho cardiovascular sem alterações. No exame abdominal, apresenta abdômen plano, flácido, depressível, RHA normais, timpânico, espaço de Traube livre, hepatimetria sem alterações, indolor à palpação DRGE O refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago resulta em sintomas e/ou complicações. A DRGE é definida objetivamente pela presença de lesão mucosa característica observada na endoscopia e/ou exposição anormal ao ácido, no esôfago demonstrada em um estudo de monitoramento de refluxo. Todo mundo tem refluxo, fisiológico, principalmente após as refeições. Definição: é quando os refluxos fisiológicos se tornam mais frequentes, com maior duração e sintomas associados; Epidemiologia: muito comum, até 40% da população mundial pode ter, a prevalência aumenta muito ao longo da vida, não existe predileção quanto ao sexo; Fisiopatologia: Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS • Mau funcionamento da junção esofagogástrica: EEI e diafragma crural (relaxamento/hipotensão e hérnia hiatal); • Peristalse anormal • Salivação reduzida • Retardo no esvaziamento gástrico • Glutonaria • Esofagite de refluxo -> suco gástrico -> liberação de quimiocinas -> inflamação Fatores de risco: • Obesidade o (principal) afeta muito o manejo • Gestantes o Mecanismo hormonal – pode aumentar o risco o 30-50% das gestantes • Medicações o Bloqueadores de canal de cálcio, nitratos, antidepressivos • Alimentos (sem evidência muito forte) o Cafeína, álcool, gordura, chocolate, hortelã • Tabagismo • Idade avançada, sexo aparentemente mais em mulheres, fatores genéticos. Quadro clínico: Sintomas típicos: os dois sintomas comitantemente aumentam a chance de diagnostico correto para DRGE em 90% • Pirose – queimação retroesternal que se irradia do epigástrio a base do pescoço, podendo atingir a garganta. 30 a 60 minutos após as refeições, principalmente se são ricas em gordura e volumosas. • Regurgitação – sensação do gosto ácido na boca ou até o próprio alimento. Sintomas atípicos: • Asma; • Fibrose pulmonar idiopática; • Apneia do sono; • Sinusite crônica; • Otite média; • Rouquidão; • Tosse crônica; • Pigarro; • Sensação de “globus” faríngeo; • Dor torácica (diagnostico diferencial de angina pectoris) o Hipercontratilidade Diagnóstico • Clínico • Pacientes com sintomas clássicos que não apresentam sintomas de alarme, recomenda- se um teste de 8 semanas de IBPs (omeprazol, pantoprazol) empíricos uma vez ao dia; • Descontinuar os IBPs em pacientes cujos sintomas clássicos respondem a um estudo empírico de 8 semanas de IBPs; • Recomenda-se endoscopia digestiva, após a interrupção dos IBPs, em pacientes cujos sintomas não respondem adequadamente a um teste empírico de 8 semanas de IBPs ou cujos sintomas retornam quando os IBPs são descontinuados; • Pacientes com dor torácica sem pirose (excluída cardiopatia) recomenda-se o teste objetivo para DRGE (endoscopia e/ou monitorização do refluxo); • O diagnóstico de DRGE apenas por sintomas extraesofágicos ou por sua resposta aos IBPs NÃO são confiáveis devido à baixa sensibilidade e especificidade. Quando solicitar os exames complementares?Quando houver os pacientes com os sintomas atípicos, sinais de alarme (odinofagia, vômitos, perda ponderal, disfagia, sangramento), pacientes refratários ao tratamento inicial e pacientes que tem fator de risco para Barrett (50 anos, sexo masculino, obesidade e sintomas prolongados). 1. pHmetria – de 24 horas Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS a. Convencional – somente diagnostica o refluxo ácido, cada vez menos utilizada, é diagnosticada pelo índice de De Meester > 14,7 b. Impedanciometria (melhor) – diagnostica refluxos ácidos, não ácidos, pirose funcional, hipersensibilidade esofágica, cada vez mais utilizada. Tempo de exposição ácida (TEA) > 6% já é diagnostico de DRGE ou TEA 4-6% + >80 episodios de refluxo em 24h 2. Endoscopia – Para diagnostico de DRGE é procurado esofagite erosiva (classificação de Los Angeles), hernia hiatal, Barret, estenose péptica. Pode vir normal ou com alterações discretas. Os achados endoscópicos de esofágica erosiva e esôfago de Barrett são específicos para DRGE. a. Classificação de Los Angeles Graduado através dos tamanhos das erosões, grau A: erosões <5mm não confluentes, grau B: erosões >5mm não confluem, grau C: erosões confluentes em <75% da circunferência, grau D: erosões confluentes em >75% da circunferência. b. Hernias hiatais Onde acontece a junção escamocolunar ou a transição esôfago gástrica e o diafragma (mesmo nível) no caso das hernias de hiato parte do estômago invade a cavidade torácica por meio de uma abertura onde o tubo alimentar (esôfago) liga-se ao estômago. Classificada em tipos de 1 a 4. Tipo 1: Ocorre um deslizamento, o estomago vai para cima; Tipo 2: Onde o fundo gástrico vai para cima do diafragma; Tipo 3: Misto, tanto o fundo como o estomago é puxado para cima; Tipo 4: Além do estomago outros órgãos podem estar envolvidos, como o intestino. c. Esôfago de Barrett – endoscopia sugere quando se ver esses prolongamentos digitiformes, o que afirma é o histopatológico. • Substituição —> epitélio estratificado escamoso por epitélio colunar metaplásico • Gênese —> DREG (exposição prolongada à acidez gástrica) • Comumente apresenta displasia —> Lesão precursora de adenocarcinoma de esôfago • Diagnóstico por EDA —> Mucosa de aspecto aveludado, cor salmão, com projeções digitiformes na junção esofagogástrica d. Estenose péptica – o orifício está bem reduzido, fibrosado, pode está associado com ulceras, pacientes com sintomas mais prolongados. Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 3. Manometria – não diagnostica, porém, faz diagnostico diferencial a. Alguém pode ter o refluxo e não ter um resultado positivo; b. Sugere alterações como por exemplo hernia hiatal; c. Consegue ver alguns distúrbios motores associados; d. A de alta resolução está sendo cada vez mais utilizada. Diagnóstico diferencial • Descartar etiologia cardíaca isquêmica; • Esofagites (infecciosa, medicamentosa) • Outros distúrbios esofagianas (motilidade) • Doença ulcerosa péptica • Cólica biliar Tratamento • Perda de peso, cessação do tabagismo e alcoolismo • Evitar alimentos 2/3 horas antes de dormir, elevação da cabeceira para melhora sintomas noturnos • Tratamento com IBPs (omeprazol) em vez do tratamento com antagonistas do receptor de histamina-2 (ranitidina) o IBPs – bloqueio irreversível da via final de secreção gástrica. o Principal classe • Terapia de manutenção com IBP por tempo indeterminado ou cirurgia antirrefluxo para pacientes com esofagite LA grau C ou D (alto grau) • Terapia específica para lesões de natureza neoplásica. Medicamento Posologia Omeprazol 20-40mg 1-2x ao dia Pantoprazol 20-40mg 1-2x ao dia Esomeprazol 20-40mg 1-2x ao dia Lansoprazol 15-30mg 1-2x ao dia Dexlansoprazol 30-60mg 1x ao dia (mesma meia vida, porém, de liberação prolongada, pode ser tomada com mais flexibilidade) Rabeprazol 10-20mg 1-2x ao dia Aula 03: Sangramento Uterino Anormal Sangramento uterino anormal (SUA) é caracterizado por diferentes padrões de sangramento menstrual que variam de alteração no volume, irregularidades na duração e no ciclo menstrual. A condição costuma impactar na qualidade de vida das mulheres, sendo um problema de saúde frequente no atendimento da Atenção Primária à Saúde, acometendo cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva. As principais causas do sangramento uterino anormal são disfunções ovulatórias, gravidez, anormalidades estruturais, distúrbios de coagulação e causas iatrogênicas. Classificação: A International Federation of Gynecology and Obstetrics (FIGO) apresentou o novo sistema de classificação das causas de sangramento uterino anormal afim de evitar termos inespecíficos e confundidores (como menorragia, menometrorragia, oligomenorreia). Esta classificação tem a sigla PALM- COEIN (quadro 1). Quadro 1 - Classificação do sangramento uterino anormal (PALM-COEIN): P Pólipo C Coagulopatias A Adenomiose O Disfunção ovulatória L Leiomioma E Disfunção endometrial M Malignidade e hiperplasia I Iatrogênica N Não-classificada (outras) PALM – Causas estruturais COEIN – Causas não estruturais O termo iatrogênico se refere ao uso de anticoagulantes, contraceptivos hormonais, dispositivo intrauterino. No item não-classificado, encontram-se doenças benignas do colo uterino (como ectopia), endometrites, malformações arteriovenosas, defeitos na cicatriz da cesariana, entre outras. Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS Etiologias comuns por faixa etária Infância: vulvovaginite é a causa mais comum. Alterações dermatológicas e trauma (acidente, abuso ou corpo estranho) também devem ser considerados; Adolescência: predominam o sangramento uterino disfuncional (anovulação) e as coagulopatias. Não ignorar gravidez, abuso sexual e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) nesta população. Idade reprodutiva: prevalecem sangramentos relacionados à gravidez e às ISTs. Com o avanço da idade, aumenta a chance de neoplasias benignas (leiomiomas e pólipos endometriais). Perimenopausa: novamente, o sangramento uterino disfuncional se torna o achado mais prevalente, seguido das neoplasias benignas e malignas. Menopausa: atrofia endometrial é a causa mais prevalente, seguido dos pólipos endometriais e neoplasia maligna do endométrio. Sempre devemos considerar o diagnóstico de gestação nas pacientes em idade reprodutiva. Uma gestação não diagnosticada é a causa mais comum de um sangramento abrupto e anormal neste grupo. Casos de neoplasia maligna sempre devem ser considerados em pacientes com sangramento uterino que estão na menopausa. Essa etiologia também deve ser pesquisada especialmente em mulheres com sangramento uterino aumentado ou persistente que apresentam fatores de risco para câncer de endométrio Fatores de Risco para Câncer de Endométrio: • Idade (entre 50 a 70 anos) • Terapia estrogênica sistêmica sem progestogênio • Tratamento com tamoxifeno • Menarca precoce • Menopausa tardia (após 55 anos) • Nuliparidade • Síndrome dos Ovários Policísticos • Obesidade • Diabetes • História familiar de neoplasia de endométrio, ovário, mama ou cólon Avaliação diagnóstica: O diagnóstico de SUA deve basear-se na modificação do padrão menstrual normal da paciente, aumento do volume diário de sangramento e/ou dos dias de fluxo menstrual, surgimento de coágulos e o aumento do número de absorventes utilizados diariamente. Complementarmente, a presença de anemia e outras anormalidades no exame físico e em exame de imagem indicam a gravidade e potenciais causas para o sangramento uterino anormal. História Clínica e Exame Físico Dados importantesa serem levantados na história clínica da paciente são a idade, o histórico menstrual, o tempo de evolução do sangramento anormal, o uso de medicações concomitantes (como anticoagulantes, anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal), sintomas associados (como dor pélvica, distensão abdominal), os tratamentos realizados para a condição e as cirurgias prévias. História do Sangramento Menstrual Auxilia a identificar possíveis etiologias e a definir a investigação inicial. Padrões normais de sangramento: - Volume sanguíneo em cada menstruação: 20 a 80 ml. Informação difícil de quantificar, portanto, a presença de coágulos, o aumento no número de absorventes utilizados e a presença de anemia indicam sangramento excessivo. - Ciclos regulares a cada 28 dias (+/- 7 dias). Padrões de sangramento anormal: Sangramento uterino intenso: em volume (> 80 ml) ou duração (> 7 dias). Associado a ciclos ovulatórios e causas estruturais como miomas, adenomiose, hiperplasia de endométrio ou neoplasia maligna, pólipo endometrial, múltiplas cicatrizes cesarianas ou desordens hemorrágicas. Sangramento intermenstrual: sangramento que ocorre entre os ciclos e pode estar associado a uso de contraceptivos, infecções (cervicites, endometrites), pólipo cervical ou endometrial, neoplasia (endometrial, cervical, vulvar e vaginal). Sangramento irregular: associado a disfunções ovulatórias. É caracterizado por períodos sem menstruação (2 ou mais meses) e períodos com escapes (spottings) ou episódios de sangramento intenso. Associado a condições como Síndrome dos Ovários Policísticos, doenças endocrinológicas (hipotireoidismo, hipertireoidismo, hiperprolactinemia) e uso de medicamentos (contraceptivos hormonais, antidepressivos e antipsicóticos, corticoesteróides, quimioterápicos). Sintomas associados Sintomas associados ao sangramento como dismenorreia, dispareunia ou infertilidade sugerem Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS causas anatômicas como endometriose ou adenomiose. Presença de dor abdominal baixa, febre ou corrimento vaginal podem indicar infecção (endometrite, doença inflamatória pélvica). Outros sintomas como galactorreia, hirsutismo, intolerância a calor ou frio devem ser considerados para iniciar uma investigação para causas endocrinológicas secundárias. Situações de estresse, exercício físico excessivo ou distúrbios alimentares também devem ser lembrados na avaliação integral da paciente. Exame físico: O exame físico deve ser completo: • inspeção perineal (para identificar lesões vulvares e em região anal); • exame especular, quando possível (para avaliar paredes vaginais e do colo uterino); • toque bimanual (a fim de avaliar a consistência e a forma do colo uterino, além de estimar o tamanho, contornos e dor a mobilização do útero e dos anexos) Exames complementares Os exames adicionaissubsidiários devem sersolicitados e direcionados conforme a suspeita clínica. • Teste de gravidez: pacientes em idade fértil. • Hemograma: sangramento intenso com suspeita de anemia. • Provas de coagulação: mulheres com menorragia desde a menarca ou com história familiar de distúrbios da coagulação. Considerar esse diagnóstico especialmente em crianças e adolescentes. Nesta faixa etária, a anovulação continua sendo a principal causa, mas alterações de coagulação respondem por 20% dos casos de sangramento. • Ecografia pélvica ou transvaginal: deve ser solicitada se sintomas sugestivos de causa estrutural (sangramento intenso ou intermenstrual ou pós-coital, presença de dor pélvica ou sensação de pressão abdominal), útero aumentado de volume ou massa pélvica, falha do tratamento clínico. Mulheres na menopausa ou com fatores de risco para neoplasia de endométrio (quadro 3) também devem ser avaliadas inicialmente com exame de imagem. • Biópsia do endométrio*: indicada para mulheres com sangramento uterino aumentado e endométrio espessado (endométrio ≥ 5 mm na menopausa ou ≥ 12 mm na perimenopausa, quando ecografia realizada na primeira fase do ciclo). * O rastreamento de neoplasia de endométrio não é indicado. Porém, se a ecografia foi realizada em uma mulher na menopausa, a biópsia do endométrio costuma ser indicada quando endométrio ≥ 12 mm ou quando existe liquido livre na cavidade uterina Tratamento O SUA engloba um grupo heterogêneo de condições clínicas com etiologias e tratamentos diversos. Para início do tratamento deve-se considerar: etiologia, gravidade do sangramento, sintomas associados, outras comorbidades, necessidade de contracepção ou desejo de gestar, riscos para tromboembolismo venoso e preferências da paciente. Idealmente a investigação etiológica deve preceder ao início do tratamento ou ocorrer concomitantemente. Contudo, mulheres com provável sangramento uterino disfuncional (que não apresentam características clínicas que sugiram etiologia estrutural ou hiperplasia de endométrio) e sem risco para neoplasia de endométrio, o tratamento farmacológico pode ser iniciado sem avaliação complementar. Para a maioria das mulheres, o tratamento de primeira linha é realizado com anticoncepcionais hormonais. Contudo, mulheres com sangramento uterino volumoso por etiologia estrutural (como pólipos endometriais, miomas submucosos) geralmente necessitarão de ressecção por histeroscopia. Farmacológico O tratamento farmacológico é a medida inicial para pacientes que não apresentam alterações estruturais ou histológicas e para mulheres com leiomiomas pequenos (inferiores a 3 cm) que distorcem a cavidade uterina. Mulheres com leiomiomas grandes (≥ 3 cm) podem fazer tratamento farmacológico inicialmente na APS, porém geralmente necessitam de intervenção cirúrgica (histerectomia, miomectomia) para controle dos sintomas (sangramento, dor ou desconforto por compressão de órgãos adjacentes). Outros tratamentos como agonistas do GnRH podem ser indicados previamente a cirurgia, conforme avaliação do serviço especializado. Métodos não-hormonais (indicados nos períodos de sangramento): Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS Utilizar preferencialmente em mulheres que desejam engravidar ou que tenham contraindicações ao tratamento hormonal, sangramento por escape ou que não desejam utilizar tratamento hormonal. • AINEs: Apresentam a vantagem de não aumentar o risco de trombose, reduzir dismenorreia e apresentam baixo custo. o Ibuprofeno 600mg 1 a 2x ao dia; o Acido mefanamico 500mg, 1 a 3x ao dia; o Naproxeno 500mg, 1 a 2x ao dia Ácido tranexâmico: Usar com cuidado em mulheres com risco de trombose. Uso concomitante com anticoncepcional hormonal deve ser evitado, bem como tratamento por tempo prolongado. Métodos hormonais: Costumam ser o tratamento de primeira linha para a maioria das mulheres e diferentes vias de administração e formulações podem ser utilizados. Antes de recomendar tratamento hormonal, é necessário considerar riscos envolvidos com a medicação, desejo de gestar e a opção da paciente. Anticoncepcionais orais combinados (estrógeno + progestágeno): Primeira linha para a maioria das mulheres. Fornecido de maneira cíclica ou contínua. Tornam o sangramento mais regular, mais claro e reduzem dismenorreia, além de promover contracepção. Pode ocorrer sangramento por escape (perda sanguínea irregular e em pequena quantidade), que tende a reduzir nos primeiros 3 meses de uso. Progestágenos Os progestágenos mais comuns utilizados para tratamento da SUA são: • Acetato medroxiprogesterona 150 mg IM trimestral; • Desogestrel 0,075 mg VO contínuo; • DIU liberador de levonorgestrel; • Norestisterona 5 mg, 1 a 3 comprimidos ao dia, do 5º ao 26º dia do ciclo. Pode ocorrer irregularidade menstrual e sangramento por escapeno início do tratamento com medroxiprogesterona injetável. Nesses casos, se a mulher desejar a conduta pode ser expectante. Estudos apontam que a medroxiprogesterona injetável produziu redução do sangramento após 2 meses de uso, além de produzir amenorreia após seu uso prolongado. Tratamento do SUA na fase aguda com sangramento uterino volumoso: Tratamento hormonal é a primeira escolha para mulheres com sangramento uterino anormal volumoso sem origem determinada. Em caso de instabilidade hemodinâmica ou anemia grave, o atendimento em serviços de emergência se faz necessário. Tratamento hormonal: • anticoncepcional oral combinado com estradiol 30 a 35 mcg: fornecer 1 comprimido 3 vezes ao dia por 7 dias. Outras doses também podem ser efetivas. • medroxiprogesterona oral (10 mg): fornecer 2 comprimidos, 3 vezes ao dia por 7 dias. O uso do ácido tranexâmico (250 a 1000 mg, até 3 vezes ao dia por 5 dias) pode ser considerado no tratamento agudo de sangramento volumoso, porém não se recomenda uso concomitante com anticoncepcionais hormonais. Encaminhamento ao serviço especializado: A abordagem secundária é usada para pacientes em que o tratamento medicamentoso falhou, para aquelas que apresentam efeitos colaterais muito intensos e para aquelas que possuem anormalidades anatômicas estruturais muito relevantes ou suspeita de malignidade. Condições em que há indicação de encaminhamento ao ginecologista: Mulheres na menacme • Sangramento uterino disfuncional sem resposta ao tratamento clínico otimizado por 3 meses (excluídas causas secundárias como alteração tireoidiana, hiperprolactinemia, escape por anticoncepcional hormonal de baixa dosagem); • Sangramento uterino anormal associado a mioma, refratário ao tratamento clínico otimizado por 3 meses; • Sangramento uterino anormal associado a pólipo ou hiperplasia de endométrio (espessura endometrial maior ou igual a 12 mm por ecografia pélvica transvaginal realizada na primeira fase do ciclo menstrual); • Sangramento uterino anormal aumentado persistente em mulheres com fator de risco Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS para câncer de endométrio (idade superior a 45 anos e, pelo menos, mais um fator de risco, como: obesidade, nuliparidade, diabete, anovulação crônica, uso e tamoxifeno). Mulheres na pós-menopausa • Sangramento uterino associado a espessura endometrial maior ou igual a 5,0 mm evidenciada na ecografia pélvica transvaginal; • Sangramento uterino persistente em mulheres na menopausa, quando ecografia não disponível. Condições em que há indicação de encaminhamento ao hematologista: • Mulheres com suspeita de discrasia sanguínea Aula 04: SÍNDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO Grupo de patologias que ocorrem durante a gestação Associadas a alta morbimortalidade materno fetal • Elevada chance de morbidade materna • Elevadas taxas de mortalidade • Aumento das chances de prematuridade Epidemiologia: • Ocorre em até 10% de todas as gestações no mundo • Mais frequentes – países com baixa renda* • Variedade de dados pelo mundo • 2ª causa de morte materna por causas diretas no mundo o Mais de 4 milhões de casos de PE/eclâmpsia anualmente o 70-80.000 mortes maternas e 500.000 mortes perinatais/ano o 15% das mortes maternas do mundo o 99% em países de baixa renda Nos países de baixa renda pré-eclâmpsia é 7x maior, a evolução 3x maior, chance de óbito 14x e o risco de morte por síndromes hipertensivas 300x Classificação: Formas Clínicas: • Hipertensão Crônica Presente em 0,9 - 1,5% das mulheres grávidas Pode ser essencial (86%) ou secundária (14%) Forte associação com obesidade e ascendência africana Definição: PAS ≥ 140 mmHg E/OU PAD ≥ 90 mmHg. Aferido sentado, repouso 5 minutos - 02 aferições com intervalo de 4 horas Diagnostico na gravidez: ✓ Hipertensão presente antes da gestação ✓ Hipertensão diagnosticada antes de 20ª semana ✓ Hipertensão que persiste após 12 semanas após o parto FATOR DE RISCO PARA Pré-Eclâmpsia • Hipertensão Gestacional Distúrbio hipertensivo mais comum na gestação Ocorrendo em 6 – 17% das nulíparas saudáveis Até 2-4% das gestantes multíparas Definição: PAS ≥ 140 mmHg E/OU PAD ≥ 90 mmHg Aferido sentado, repouso 5 minutos - 02 aferições com intervalo de 4 horas Diagnóstico na gestação: ✓ Hipertensão diagnosticada após de 20ª semana ✓ Sem lesões de órgãos alvos ou proteinúria ✓ Desaparece até 12 semanas após o parto ✓ Mais comum em gestante com antecedente de PE ✓ 15% da HAS gestacional evolui para Pré- eclâmpsia ✓ 80% das mulheres repetem a HAS gestacional na próxima gestação • Pré-eclâmpsia Doença progressiva multissistêmica Componente inflamatório Ocorre em 4,6% das gestantes ✓ 10-15% das mortes maternas ✓ 12 – 25% dos casos de restrição de crescimento fetal ✓ 15-20% dos partos prematuros Fisiopatogenia da pré-eclâmpsia: Teoria da Imunogênica: Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS ✓ Herança materna – predisposição genética ✓ Excesso de carga antigênica fetal (corpo estranho) ✓ Maior frequência na primeira gestação ✓ Maior frequência na primipaternidade Teoria da Placentação Anormal: ✓ Tecido trofoblástico – desenvolvimento fetal ✓ Invasão da decídua e do tecido uterino ✓ Tecido trofoblástico – desenvolvimento fetal ✓ Invasão da decídua e do tecido uterino ✓ Ondas de migração o Primeira onda – 6ª - 10ª semana (decídua) o Segunda onda – 16ª - 20ª semana (miométrio) ✓ Onda de migração – destruição camada muscular do vaso ✓ Perda do controle do sistema nervoso autônomo ✓ Fluxo sanguíneo constante para o feto o Ideal para o feto o Necessidade crescentes o Maior crescimento depois de 20 semanas ✓ Onda de migração inadequada ✓ Não ocorre diminuição da resistência arterial ✓ Fluxo sanguíneo reduzido – Hipofluxo ✓ Aumento de fatores anti-angiogênicos ✓ Inflamação vascular difusa ✓ Disfunção endotelial Teoria da Disfunção Endotelial: ✓ Endotélio lesado – efeito pró-coagulante ✓ Liberam mais mediadores inflamatórios ✓ Vasoespasmo arteriolar – Hipofluxo Diagnóstico: Hipertensão – após as 20 semanas - RVP Proteinúria > 300 mg/24h ou Relação P/Cr > 0.3 Lesão de Órgãos Alvos ✓ PE SEM sinais de gravidade Hipertensão – após as 20 semanas – elevada RVP Proteinúria > 300 mg/24h OU Relação P/Cr > 0.3 OU proteinúria de fita 2+ ✓ PE COM sinais de gravidade Hipertensão – após as 20 semanas – elevada RVP Lesões de órgãos alvo • Eclâmpsia Crise convulsiva Tônico-clônica Generalizada Autolimitada – duração entre 2- 3 min Fase pós-ictal mais longa – irritabilidade ou sonolência Presença de Síndrome hipertensiva • Hipertensão Agravada (PE superposta) HAS crônica associada a Pré-eclâmpsia Hipertensão crônica Proteinúria ou lesões de órgão alvo ✓ HAS crônica SEM sinais de gravidade: HAS crônica associada a Pré-eclâmpsia Hipertensão crônica Proteinúria > 300 mg/24h OU Relação P/Cr > 0.3 OU proteinúria de fita 2+ ✓ HAS crônica COM sinais de gravidade: HAS crônica associada a Pré-eclâmpsia Hipertensão crônica Lesões de órgãos alvos Tratamento: As síndromes hipertensivas se beneficiam do parto O momento do parto dependerá: Idade gestacional; Bem estar materno; Bem estar fetal. Formas Leves: ✓ Hipertensão Crônica (HASC) ✓ Hipertensão Gestacional (HASG) ✓ PE sem sinais de gravidade Acompanhadas no pré-natal de alto risco (obstetra) / Dieta normossódica – HASG e PE / Dieta hipossódica – só para HASC / Atividade física não extenuante / Uso de hipotensores orais – PAS > 150 E/OU PAD > 100 mmHg / Rastreio de lesões de órgão alvo / Rasteio da vitalidade fetal (USG, CTG) Interpretação Clínica - P6 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS PARTO: ✓ HipertensãoCrônica (HASC) – 38 semanas ✓ Hipertensão Gestacional (HASG) – 38 semanas ✓ PE sem sinais de gravidade – 37 semanas o Parto vaginal é melhor que a cesariana o Acompanhamento no pós-parto o Acompanhamento ambulatórial após a alta Formas Graves: ✓ Pré-eclâmpsia com sinais de Gravidade ✓ HASC agravada pela gestação ✓ Eclâmpsia ✓ HELLP Sugere-se internamento hospitalar; ✓ Definir o momento do Parto ✓ Uso de Anti-hipertensivos o Recomendado para prevenir AVC o PAS > 160mmHg e/ou PAD > 110mmHg o Nifedipino 10mg VO – repetir a cada 30 min S/N – melhor o Hidralazina 5mg IV repetir a cada 30 min S/N ✓ Uso de anti-convulsivante o Sulfato de magnésio o Avaliação do efeito (Magnésio x Diazepam x Fenitoína) ▪ Abortar crise: Diazepam = Fenitoína > Magnésio ▪ Recorrência: Magnésio > = Fenitoína > Diazepam ▪ Efeitos fetais: Diazepam > Fenitoína > Magnésio o Gluconato de cálcio ▪ Antidoto da intoxicação por magnésio ▪ Muito raro PARTO: ✓ Pré-eclâmpsia com sinais de Gravidade – 34 s ✓ HASC agravada SEM sinais de gravidade – 37 s ✓ HASC agravada COM sinais de gravidade – 34 s ✓ Eclâmpsia – após o diagnóstico ✓ HELLP – após o diagnóstico PARTO VAGINAL É PREFERÍVEL Formas graves / Complicação: • 10% dos casos convulsiona mesmo em uso de magnésio • Inicialmente repetir o ataque (50% da dose)* • Usar Fenitoína (20mg/kg) se novo ataque não funcionar • Se entrar em mal convulsivo – protocolo adequado • Imagem sempre que fugir do habitual HELLP síndrome Forma grave de PE e Eclâmpsia Interrupção após o diagnóstico Quadro clínico: • Hemólise • Elevalação das enzimas hepáticas • Plaquetopenia Prevenção: Suplementação da Cálcio • População de alto risco de PE – Nível de evidência A • Redução da incidência e das formas graves • 1000 – 1500 mg dia (12 – 36 semanas) Uso do AAS • População de alto risco de PE – Nível de evidência B • Redução da incidência e das formas graves • 88 – 100 mg dia (12 – 36 semanas)