Buscar

Resumo Código de ética da profissão biomédica


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Código de ética da profissão biomédica
Introdução
As mais diferentes sociedades humanas, que viveram em eras passadas ou que existem na atualidade, possuem (ou possuíam) um código de conduta: aquilo que é aceitável ou reprovável, respeitável ou abominável. Embora a maioria das sociedades reconheça alguns atos como certos - por exemplo, ajudar alguém que precise - ou errados - como roubar ou matar -, alguns aspectos cruciais podem diferir entre culturas, de acordo com a época e com os costumes da comunidade.
A Filosofia tenta explorar, discutir e entender como as sociedades regem seus costumes e hábitos a partir do estudo da ética. Ligada com a moralidade das ações, a ética articula os costumes e hábitos sociais e aquilo que é considerado certo ou errado - bem ou mal - nas sociedades. Seu estudo busca, no processo ético, a melhoria da própria sociedade. Nesse ponto, todas as profissões devem ter princípios éticos de atuação para que o desenvolvimento de sociedades melhores e mais justas possa ser alcançado.
Direitos e deveres do profissional biomédico
Os conceitos de ética e de moral
O funcionamento das sociedades humanas, não importa em qual cultura, época ou região geográfica, é pautado em uma série de considerações filosóficas que reflete os valores daquela sociedade quanto à justiça, ao comportamento, aos costumes e às regras.
Desde a antiguidade até os tempos atuais, pensadores têm ponderado na formação, condução e mentalidade das sociedades. Apesar de as sociedades anteriores terem tido seus próprios sábios e líderes intelectuais e exibirem regras de conduta claras, os gregos foram os pensadores mais conhecidos e, dedicados à expansão do conhecimento humano sobre os mais diversos temas, dos sociais aos medicinais, por assim dizer, fundaram o que atualmente estudamos como Filosofia.
Mas você sabe o que é Filosofia?
O termo “Filosofia” tem origem no grego antigo e significa amor (Philos) e sabedoria (Sophia) e pode, portanto, ser livremente traduzida como o amor pela sabedoria.
A princípio, tanto gregos como outros filósofos extraíam da religião e da mitologia os parâmetros de conduta social, tendo como os maiores exemplos de regras sociais entrelaçadas com religiões:
· Código de Hamurabi
· Os dez mandamentos
Com o passar dos séculos, e em especial a partir e decorrente da filosofia grega antiga, vimos emergir um padrão de pensamento que busca se basear no mundo natural e na racionalidade, e não no sobrenatural e na espiritualidade, para explicar as razões e os comportamentos humanos individuais e coletivos.
Além disso, o nascimento da filosofia grega antiga alicerçou o surgimento de correntes de pensamento sobre os costumes sociais que, em última instância, significaram o nascimento do estudo filosófico da ética.
A ética é um ramo filosófico que, a princípio, estuda os padrões de costumes e comportamentos sociais.
Um dos primeiros filósofos gregos a estudar a ética como objeto filosófico e a desdobrá-la para além da descrição e análise dos costumes sociais foi Sócrates. Séculos antes do início da Era Comum - cerca de 2.500 anos atrás - Sócrates fundamentou a ética como o estudo do certo ou errado, ou “virtuoso ou vicioso”.
Atualmente, quando pensamos em ética, é a visão socrática que nos vem à mente: questionamos sobre a conduta humana e sobre as regras sociais baseadas em códigos morais (ou condutas morais).
Enquanto o termo ética deriva da palavra grega que pode significar “a natureza dos costumes”, a moral deriva do termo latim que reflete “maneiras ou costumes”. Dessa forma, a ética se relaciona intimamente com a moral, podendo inclusive haver intercâmbio dos termos em diversas situações e por vários autores.
Ao longo dos séculos - especialmente no estudo da ética moderna e contemporânea - tanto a moral quanto a ética passaram a representar não apenas o conjunto de comportamentos sociais, mas também os padrões de conduta social certa ou errada. Em outras palavras, os conceitos de ética e moral se sobrepõem e, atualmente, incluem valores de juízo: uma ação, um comportamento ou até mesmo uma pessoa podem ser considerados bons ou maus, de acordo com o julgamento valorativo efetuado com base nesse conjunto de regras sociais, comunitárias e humanitárias.
Conseguimos ver que, apesar de as sociedades serem extremamente plurais quanto aos costumes e quanto às práticas culturais, existe uma série de regras fundamentais que são comuns à maioria delas. Tais regras, quando quebradas, são passíveis de punições sociais variáveis de perda de status a encarceramento.
Desse conjunto de regras sociais, portanto, derivam as leis impostas à sociedade, como forma de garantir a aplicação dos aspectos morais mais fundamentais àquela comunidade. Com isso, vemos que a ética tem um aspecto prático na sua aplicação no mundo real e concreto.
Para tornar mais claros os conceitos de ética e moral, vamos a um exemplo?
Em 2021, o Afeganistão voltou a estar sob domínio do Talibã, um movimento fundamentalista islâmico. Essa retomada ao poder gerou uma grande comoção e preocupação mundial, em especial para as mulheres afegãs. Isso porque, durante cinco anos (1996-2001), o país foi assolado por um regime brutal, em que as mulheres foram submetidas à violação dos diretos humanos, tiveram seu direito a emprego e educação revogados, foram forçadas à escravidão sexual, ao uso da burca e proibidas de sair de casa sozinhas, sem a presença de um homem. Além disso, mulheres que cometiam adultério eram condenadas à morte por apedrejamento. Quaisquer violações das regras impostas por esse governo levavam a punições severas como prisão, torturas e mortes.
Todos esses costumes fazem parte da moral dessa parcela fundamentalista da sociedade, ou seja, estão relacionados aos costumes, à cultura, à religião, ao modo de vida, ao acesso que parte da sociedade tem à informação e ao uso que as pessoas de determinado recorte social fazem da informação. É importante relatar que a moral, ou seja, os costumes de uma sociedade, muda em relação ao tempo. Voltando ao exemplo das mulheres afegãs, em 2001, depois da queda do Talibã, elas puderam escrever, sair sozinhas na rua, ser atletas e estudar, trabalhar, dirigir, chegar ao poder e tudo isso sem nenhuma represália. Isto é, os costumes e as práticas morais da sociedade mudaram nos últimos 20 anos. Por isso, boa parte dos afegãos vê seus direitos adquiridos ameaçados.
 Comentário
Vale lembrar que, conforme a Convenção de Genebra, forçar mulheres à escravidão sexual sobre pretexto de um casamento forçado com guerrilheiros é um crime de guerra e contra a humanidade. Assim, quando a
população mundial se preocupa com esse golpe e tenta ajudar a sociedade afegã, ela está indo contra a moral daquele regime, mas agindo de forma eticamente correta.
A importância dos códigos de ética profissionais
Como podemos perceber, a ética - especialmente sua faceta filosófica relacionada com a moral - permeia nossas atividades cotidianas. A conduta ética vai além da simples obediência a leis e estatutos, por vezes punitivos. Como mencionado antes, as leis solidificam aspectos morais cruciais da sociedade. No entanto, existem inúmeras situações em que pode ser considerado legal agir de certa forma, mas não ser ético. Por exemplo, legalmente você não é obrigado a ajudar alguém em óbvia dificuldade física ou financeira, mas é virtuoso (ou moralmente correto) fazê-lo. Em outras situações, pode ser necessário ignorar a lei para atingir um bem maior - por exemplo, não parar em um sinal amarelo para evitar a morte de alguém que você esteja levando no carro.
Diversos dilemas éticos são propostos, usualmente seguindo esse princípio do pragmatismo (ou da praticidade) em que a ética e a moral devem buscar o bem e a virtude maiores e em última instância, por vezes às custas de outros valores sociais mais inflexíveis e, até mesmo, de cunho pessoal.
As profissões não escapam à regra da ética social. Cada carreira tem seu próprio conjunto de valores morais, geralmente relacionados à atuação profissional e ao impacto da sua carreirana sociedade. Na maioria dos casos, a profissão tem por objetivo servir à sociedade como um todo, ou a um grupo dentro da sociedade.
Talvez o exemplo mais conhecido, e antigo, seja o juramento hipocrático efetuado na Medicina (ou no qual os códigos de ética em Medicina se baseiam), notadamente o juramento de praticar a medicina honestamente, nunca com intenção de causar dano ou mal a alguém (RESOLUÇÃO CFM nº 1931/2009).
Diversos outros conjuntos de regras morais foram definidos para cada profissão. Na Bioética, temos a proposição de princípios éticos fundamentais aplicados à vida: a autonomia, a beneficência, a não maleficência e a justiça.
Para ajudar a orientar os profissionais na atuação mais virtuosa possível, a ética das profissões surge, a princípio, como uma indicação dos deveres dos profissionais daquela carreira. Claramente, valores sociais universais como honestidade, justiça, respeito, entre outros, permeiam os fundamentos éticos de diferentes profissões.
A ética profissional vai além dos valores morais que naturalmente são encontrados na sociedade e busca aperfeiçoar a atuação profissional, direcionando quais condutas são adequadas, esperadas, certas e louváveis em situações profissionais práticas, de forma generalizada ou especificamente.
O exemplo do juramento de Hipócrates que mencionamos acima tem sido aplicado no exercício da Medicina há séculos, em diversas regiões de vários países. Ao longo desse tempo, ele foi debatido e melhorado para abranger de forma mais plena os aspectos dessa ciência em contínua evolução.
Atualmente, temos o Código de Ética Médica. De forma semelhante, outras profissões também desenvolveram seus códigos de ética baseados em conceitos sociais, morais e focados no exercício profissional.
O Código de Ética do Profissional Biomédico
Assim como outras carreiras e profissões no Brasil, o órgão responsável pela organização do código de ética biomédica é o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), ao qual essa responsabilidade foi outorgada pela legislação brasileira (Lei no 6.684/1979).
O CFBM foi fundado em 1979, juntamente com o Conselho Federal de Biologia (CFBio) e seus respectivos conselhos regionais que, no caso da Biomedicina, só foram criados de fato no final da década de 1980.
Depois de anos de luta dos profissionais biomédicos, bem como das instituições de formação e empregadoras de biomédicos, em trabalho intenso junto ao Poder Legislativo da época, o CFBM foi criado após a aprovação, anos antes, do projeto que regulamentava as duas profissões.
Ao longo dos anos, tivemos grandes avanços na formação acadêmica e no espectro de participação profissional do biomédico. Vimos, portanto, o nascimento de uma profissão com alta demanda científica, acadêmica e de ensino florescer em áreas especializadas da saúde no apoio à Medicina.
A fundação do CFBM veio para regulamentar a atuação profissional do biomédico. Um dos princípios norteadores da atividade biomédica é seu caráter de serviço à saúde humana, animal e à coletividade. Cabe ao Conselho a orientação, a disciplina e o zelo em favor da atividade biomédica, sob o escopo legal, administrativo, técnico e ético.
O CFBM regulamenta o exercício profissional de indivíduos e empresas de serviço biomédico nas mais diversas esferas, inclusive determinando a formação técnica e acadêmica necessária ao exercício de cada habilitação.
Em 5 de novembro de 2020, o CFBM instituiu a Resolução nº 330, para consolidar a conduta biomédica em um código de ética revisado e moderno. O Código de Ética do Profissional Biomédico é dividido em 12 capítulos, são eles:
· Capítulo I: Princípios Gerais: Artigos 1º ao 3º. 
· Capítulo II: Deveres Profissionais do Biomédico – Artigo 4º. 
· Capítulo III: Do Exercício Profissional – Artigo 5º.
· Capítulo IV: Direitos do Biomédico - Artigo 6º. 
· Capítulo V: Dos Limites para Propaganda, Publicidade e Anúncio da Atividade Biomédica – Artigo 7º ao 11º. 
· Capítulo VI: Das Relações com os Colegas – Artigo 12. 
· Capítulo VII: Das Relações com a Coletividade – Artigo 13.
· Capítulo VIII: Das Relações com o Conselho Federal e os Regionais de Biomedicina. Artigos 14 e 15. 
· Capítulo IX: Das Infrações Disciplinares – Artigos 16 e 17. 
· Capítulo X: Responsável Técnico e Legal – Artigo 18.
· Capítulo XI: Sanções Éticas e Disciplinares – Artigos 19 a 31. 
· Capítulo XII: Disposições Finais – Artigos 32 a 41.
Capítulo I: Princípios Gerais
Segundo o artigo primeiro do Código de Ética do Profissional Biomédico:
“A Biomedicina é uma profissão a serviço da saúde humana, animal e da coletividade e deve ser exercida sem discriminação de qualquer natureza.
(BRASIL, 2020)”
Junto com os demais regulamentos, o Código de Ética do Profissional Biomédico é um instrumento necessário para diminuir os riscos à sociedade e aos pacientes decorrentes da atuação profissional ilegal, proteger os profissionais capacitados, habilitados e legalizados no exercício profissional pelos conselhos regionais, e garantir que o exercício profissional seja conduzido sem discriminação de qualquer natureza.
Para exercer as atividades inerentes à Biomedicina, é obrigatória a graduação em curso reconhecido pelo Ministério da Educação, inscrição no conselho regional e apresentação de todos os documentos que provam a habilitação na área (como estágio, cursos de especialização). O biomédico só pode realizar as atividades em área que tenha formação específica comprovada e cadastrada no conselho regional, caso contrário é configurada a prática ilegal da profissão.
Atenção!
A prática irregular da profissão acarreta punições e, para o caso do exercício ilegal, o indivíduo é passível de punição criminal de acordo com a legislação penal. Biomédicos respondem pelos atos que praticam ou pelos que autorizam durante o exercício da profissão.
Capítulo II: Deveres Profissionais do Biomédico
Para que os regulamentos expedidos pelo Conselho sejam observados, os biomédicos têm deveres morais determinados pelo próprio Código de Ética, que devem ser cumpridos para garantir o bom (e virtuoso) funcionamento da profissão.
Na verdade, esses deveres são regras éticas que dispõem sobre a forma de conduta profissional e pessoal do biomédico de forma prestigiosa, íntegra e proativa que foram solidificadas em regulamentos. Resumidamente, podemos categorizar os deveres do biomédico em três grandes responsabilidades, como vemos a seguir:
I - Zelo profissional:
Zelo profissional quanto à conduta da profissão com integridade, honestidade, legalidade, e observância das normas técnicas e científicas frente à sociedade e em respeito ao Conselho e ao Código de Ética. Nesse ponto, destacamos o zelo pelo prestígio da Biomedicina e de sua boa prática, e das instituições, suas instruções normativas e regulamentadoras, e conduta pessoal e privada ilibada e respeitável.
II - Comunicação aos conselhos ou autoridades competentes
Comunicação ao CRBM (em que se está inscrito), ao CFBM ou às autoridades competentes (quando for o caso), em virtude de: quaisquer impedimentos no exercício da profissão; em casos de funcionários, autoridades ou empresas que descumpram o bom exercício e os deveres da profissão, ou em vistas a fatos que contradigam o código de ética da profissão, incluindo danos ao meio ambiente decorrente da atividade profissional - vale destacar que a comunicação ou denúncia deve ser acompanhada de fundamentação; informar vínculos profissionais, afastamentos de cargos de responsabilidade técnica, transferência de Conselho Regional, e documentação que comprovem habilitações adquiridas; manter em dia seu pagamento ao Conselho Regional de Biomedicina no qual inscrito, para ajudar na manutenção das funções de fiscalização e na ampliação da visibilidade da profissão, além da defesa dos direitos já alcançados.
III - Sigilo profissional
Guarda do sigilo profissional, quando aplicável, alinhando-se a normas determinadas por outros conselhos profissionais, como o de Medicina.
Capítulo III: Do Exercício Profissional
Agora que já estabelecemos os princípios básicos que dirigem a atuaçãomoral da profissão, podemos olhar, de forma mais prática, para como os preceitos éticos do biomédico modelam sua atuação profissional.
No quesito zelo profissional, podemos destrinchar uma série de comportamentos e práticas que o profissional deve observar, seja para fazê-los, seja para evitá-los.
Em nossa atuação profissional, além de cumprirmos com as determinações administrativas do CFBM quanto ao registro e ao código de conduta profissional, precisamos buscar o prestígio da instituição, com a seleção de outros profissionais que atuem em suas carreiras de forma honrada e honesta. Nesse mesmo sentido, devemos buscar o prestígio da nossa profissão sem difamar outras profissões, atuando em harmonia e retidão junto com outros colegas biomédicos e de outras profissões.
O zelo do biomédico também permeia sua atividade profissional no respeito à dignidade da vida e na proteção do meio ambiente, bem como da saúde pública e individual dos usuários e seus serviços. Fazemos isso desempenhando boas práticas profissionais, como a ética em pesquisa, seguindo regulamentações ambientais, e defendendo o uso de técnicas científicas adequadas e comprovadas, sem ultrapassar os limites dos métodos científicos e dos resultados obtidos por experimentação.
Em outras palavras, somos responsáveis e responsabilizáveis por nossa atuação profissional, pela nossa divulgação de dados e informações, e pelas conclusões a que chegamos. Além disso, inclui (por mais óbvio que seja) a proibição da participação do biomédico em experimentos com ética repreensível ou questionável, antiéticos ou imorais, como, por exemplo, no desenvolvimento bélico (podemos discutir nesse ponto o desenvolvimento de armas químicas e biológicas), eugenistas (que visem ao melhoramento genético de parcelas sociais), ou qualquer outro tipo de conduta que fira os direitos inalienáveis à vida e à dignidade humana.
O Código de Ética do Profissional Biomédico impede que o profissional atue em procedimentos sem comprovação científica, ou que não façam parte do repertório de procedimentos autorizados dentro das várias habilitações, mediante cursos e regulamentação pelo CFBM.
É importante destacar que, quando ocorrem danos físicos, morais ou psicológicos a usuário de serviço decorrentes da atuação do biomédico que possam ser caracterizados como imperícia, negligência ou imprudência, punições variadas podem ser aplicadas, como veremos mais à frente.
Da mesma forma, a ética biomédica previne o profissional de participar de fraudes, da prática em habilitações que não possua, de trabalhar em estabelecimentos que não estejam corretamente regulamentados para sua atuação, ou qualquer outra forma de associação para exercício ilegal da profissão ou com profissionais que pratiquem ilicitudes, ou seja, algo que é condenado por lei.
Atenção!
Todas as práticas suspeitas, irregulares, ilícitas e ilegais que o profissional tiver fundamentação do ocorrido podem e devem ser denunciadas aos órgãos competentes, seja na esfera do Conselho Federal de Biomedicina, Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), polícia, entre outros.”
Capítulo IV: Direitos do Biomédico
Se temos deveres a serem cumpridos no nosso exercício profissional, claramente também temos direitos que nos são garantidos para tal exercício. Alguns desses direitos se assemelham com os direitos universais, garantidos em nossa Constituição, como o exercício da profissão de forma livre e digna, sem discriminação quanto a raça, sexo, sistema religioso, nacionalidade, orientação sexual, idade, opinião política, entre outros.
Outros direitos são mais específicos do exercício da profissão, como o direito a receber remuneração apropriada e condigna de sua função, seu cargo e suas responsabilidades, e a liberdade de indicar falhas e erros nas instituições em que trabalhe.
O biomédico também pode se reservar ao direito de recusar o exercício profissional ou suspendê-lo em instituições ou situações que considere indigna ou prejudiciais quando, por exemplo, estiver pleiteando melhores condições de trabalho. Podemos, quando o Código de Ética não estiver sendo corretamente observado, redigir reclamações formais ao Judiciário, para que os regulamentos sejam cumpridos.
Também temos o direito (e o dever) de ter o sigilo profissional resguardado, incluindo a prevenção ao acesso de nossas informações, arquivos, correspondências, comunicações e do nosso próprio local de trabalho - a não ser que autorização judicial para tal tenha sido expedida.
Podemos, além de usar os símbolos profissionais, requerer desagravo público do Conselho Regional em defesa do biomédico, o que significa que podemos pedir ao Conselho que apresente nota pública em nossa defesa caso tenhamos sido publicamente (e injustamente) ofendidos em função do exercício da função. Caso nossa integridade física, honra e nossa própria vida estejam iminentemente e gravemente ameaçadas, temos o direito de, em defesa própria, revelar segredos que, de outra forma, são completamente protegidos pelo sigilo profissional.
Finalmente, temos o direito de não sermos usados, coagidos ou submetidos a exploração profissional de qualquer teor, juntamente com o de trabalhar com dignidade e receber remuneração condizente com a profissão (respeitando o piso salarial estabelecido pelo Conselho Regional) e de exercer a profissão em mais de uma região (ou jurisdição), desde que regularmente inscritos nas mesmas, todos garantidos pelo nosso Código de Ética.
Curiosidade
O biomédico tem como direito atuar em duas jurisdições diferentes, ou seja, em um local que seja respaldado pelo Conselho Regional de Biomedicina da primeira região e outro da segunda, por exemplo. Mas atenção: você tem que estar inscrito nos dois conselhos!
Da exposição e publicidade às relações profissionais
Ética do biomédico
Como aprendemos, o biomédico deve comportar-se de forma louvável frente à sociedade e promover o respeito e prestígio da profissão. Nossa conduta pessoal e profissional deve estar em harmonia com o prestígio e a honra que caracterizam a Biomedicina em seu trabalho de ensino e promoção da saúde, incluindo a saúde pública e animal, e a proteção e preservação do meio ambiente.
É responsabilidade do biomédico prezar por relações dignas, respeitosas e civilizadas com colegas biomédicos ou de outras profissões. A ciência, o ensino e a saúde são áreas vastas, ricas, com grande transdisciplinaridade, possível apenas com a articulação de diversas profissões e conhecimentos. Tais contatos devem sempre ser orientados pelo respeito e pela dignidade humana e solidariedade profissional.
Outra relação que devemos manter é aquela estabelecida com os Conselhos de Biomedicina (Federal e Regionais), que nos ajudam regulando a profissão e lutando para que nossa atuação seja garantida e protegida diante da lei. É nosso dever apoiar e cumprir nossas obrigações e compromissos junto ao Conselho Federal e Regional de Biomedicina, conforme dita o Código de Ética.
Tendo todos esses caráteres da Biomedicina em mente, o profissional deve promover seus serviços à sociedade e, consequentemente, à própria Biomedicina, em consonância e harmonia com os preceitos ditados no Código de Ética do Profissional Biomédico.
Capítulo V: Dos Limites para Propaganda, Publicidade e Anúncio da Atividade Biomédica
Uma das facetas mais delicadas da promoção biomédica é a propaganda e a publicidade de serviços e profissionais.
Você já se deparou com uma propaganda enganosa? Já foi induzido a entender que determinado produto ou serviço promovia certo benefício ou resultado, apenas para descobrir depois de pagar por ele que o resultado não é garantido, ou que o produto entregue não é o publicado?
Diversos exemplos de má conduta profissional em diferentes carreiras ligadas à saúde podem causar danos graves aos usuários ou pacientes, como ocasionalmente vemos nos noticiários. Muitas vezes, uma das formas mais eficazes de combatermos a má prática profissional é evitar que maus profissionais atuem, impedindo que publicidade reprovável seja veiculada.
Tendo em vistaque, por vezes, a publicidade mal-intencionada pode flertar com a desinformação e a indução de entendimentos errôneos sobre o produto ou serviço oferecidos, é dever do Conselho e do Código de Ética delinear limites do uso da propaganda e publicidade. Os objetivos podem ser vários, e podemos destacar que a proteção da sociedade, da saúde pública e dos usuários de serviços biomédicos ou pacientes contra má prática profissional está no centro das preocupações.
A proteção da idoneidade da Biomedicina e dos profissionais íntegros que a compõem também é importante motivadora das delimitações da propaganda e publicidade. Por fim, a proteção de quem pratica a propaganda de seus serviços, sejam biomédicos ou empresas de serviços relacionados à Biomedicina, também é central. Isso porque, por vezes, evita que “erros honestos” - sem indício de deslealdade com o usuário, mas que podem levar a interpretações e entendimentos errôneos quanto ao serviço ou produto - sejam cometidos.
Atenção!
O biomédico é responsável por qualquer divulgação da atividade profissional exercida ou promovida por ele ou pela empresa de serviços biomédicos em que trabalhe. Isso é especialmente verdadeiro caso o biomédico seja o administrador, o representante legal ou o responsável técnico da empresa. Portanto, o biomédico deve informar seus dados profissionais na publicidade ou propaganda.
Devido à grandeza de nossa profissão e das responsabilidades a nós atribuídas, devemos prezar pela aplicação dos princípios éticos em toda e qualquer matéria publicitária ou de divulgação. Para isso, devemos nos embasar em evidências científicas e priorizar a educação da coletividade a respeito dos serviços.
É proibida a autopromoção e, obviamente, qualquer prática considerada enganosa, abusiva ou que contrarie os direitos do consumidor.
É autorizada a divulgação de títulos, cursos e habilitações que tenham sido incluídas no Conselho, assim como o uso de mídias eletrônicas, contanto que cumpridas as exigências legais e éticas estabelecidas acima.
Como exemplo, podemos citar a plataforma LinkedIn, uma rede de profissionais de mais de 756 milhões de usuários distribuídos pelo mundo. Lá você consegue procurar empregos ou estágios, encontrar pessoas que você conhece, compartilhar conhecimentos, aprender novas competências profissionais. Mas, ao cadastrar seu currículo (títulos, cursos e habilitações) e divulgar resultados e dados, lembre-se de ter cuidado e seguir o Código de Ética profissional.
Saiba mais
Segundo o artigo 9º do Código de Ética do Profissional Biomédico (2020), “na propaganda, publicidade ou anúncio individual ou coletiva, deverão constar:
a) nome do biomédico, da pessoa jurídica e seus respectivos números de inscrições no Conselho; 
b) habilitações devidamente registradas; 
c) títulos do profissional; 
d) endereços e horários de trabalho.”
Mas e quando utilizamos imagens de terceiros?
Você certamente já viu a divulgação de procedimentos estéticos nas redes sociais, os famosos “antes” e “depois” para divulgação dos procedimentos realizados pelos biomédicos estetas. Mas será que isso é legal pelo Código de Ética?
Para utilização de sua imagem e, especialmente, da imagem dos usuários de seus serviços, os pacientes e/ou clientes devem autorizar expressamente o uso de imagem mediante assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Caso publique resultados de procedimentos com a autorização mediante TCLE de seu usuário, o biomédico deve obrigatoriamente declarar os dizeres legais: “Esta imagem não representa, em hipótese alguma, garantia de resultado. Cada ser humano tem características anatômicas e fisiológicas únicas”, prescritos no Código de Ética.
Assim, imagens de “antes” e “depois” são permitidas, mas ainda devem vir acompanhadas pelos dizeres de “Divulgação autorizada pelo usuário”, autorização essa expressamente contida no TCLE.
Além disso, toda atividade passível de autorização do usuário (como a utilização de imagem do paciente após procedimento estético, por exemplo) deverá ser obrigatoriamente encaminhada ao respectivo conselho pela via digital, sob responsabilidade exclusiva do Responsável Técnico – RT.
A seguir, um exemplo de publicidade permitida pelo Código de Ética do Profissional Biomédico.
A adulteração de dados quaisquer é expressamente proibida, caracterizando quebra da ética profissional e podendo incorrer em crime de fraude. Também é vedado o uso de expressões que possam induzir ao erro, sensacionalismos, promessas ou garantias de resultados (sem a devida comprovação científica), qualquer expressão de autopromoção (por exemplo, ser chamado de “o melhor”), a prática de concorrência desleal e a mercantilização da Biomedicina.
A seguir, um exemplo de uma publicidade de serviços estéticos não permitida segundo o Código de Ética do Profissional Biomédico.
Jamais devemos divulgar imagens que identifiquem equipamentos e outros materiais com intuito de autopromoção, divulgar imagens e vídeos de procedimentos técnicos para sujeitos leigos, fazer afirmações ou alegações sem embasamento científico ou por órgãos oficiais, divulgar valores de procedimentos, pacotes promocionais ou formas de pagamento.
Veja a seguir simulações de publicações retirada de rede social de um biomédico esteta — Dr. Estética.
Você acha que estas publicações estão de acordo com o nosso código de ética?
Não! Conforme já vimos, o Código de Ética determina que os biomédicos não podem realizar publicações e divulgar imagens que contenham marca de produtos para se autopromover, a exemplo da publicação com frascos de toxina botulínica, nem divulgar imagens sobre procedimentos técnicos para leigos, com aconteceu na publicação sobre o volume e o local de aplicação da mesma toxina.”
Também é contrário ao Código de Ética do Profissional Biomédico oferecer a terceiros vantagens e benefícios financeiros por retribuições ou trocas de serviços, negar informações científicas de qualidade e confiáveis sobre procedimentos.
Finalmente, divulgar título que não possua, publicar artigos e trabalhos científicos dos quais não tenha participado ou excluir os demais participantes do trabalho e plagiar os trabalhos de outros também são ações antiéticas e expressamente vetadas ao biomédico.
Atenção!
O plágio em trabalhos acadêmicos, além de antiético, também é crime segundo a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. De acordo com o artigo 184 do Código Penal, a confirmação de plágio gera uma multa ou até mesmo detenção de três meses a um ano, e o plagiador pode perder títulos e ter o diploma cassado, o que prejudica a imagem do profissional no meio acadêmico e no mercado de trabalho!”
Capítulo VI: Das Relações com os Colegas
O biomédico é um profissional que articula suas habilidades e competências entre diversos campos da saúde. Atuamos na atenção a pacientes e usuários de nossos serviços, em conjunto com profissionais de saúde de outras carreiras.
Também participamos na saúde coletiva e comunitária - incluindo a saúde animal e ambiental - e no meio acadêmico em que, por vezes, todas essas facetas convergem com o ensino, a extensão (ou seja, o serviço focado na comunidade fora da instituição) e a pesquisa científica.
É imprescindível que nos comportemos com civilidade, urbanidade, dignidade, respeito e solidariedade com nossos colegas, sejam eles biomédicos ou outros profissionais que laborem conosco. É fundamental tratá-los com cortesia, educação e respeito merecidos por todos os profissionais, independentemente da posição na hierarquia que nossos colegas ou nós mesmos possuamos.
Consideramos, assim, proibida a crítica pública por razões profissionais, ou a obtenção de usuários de nossos serviços de formas não permitidas e em descumprimento da lei ou do regulamento. É vedada a prática de concorrência desleal sob qualquer forma, incluindo obtenção de vantagem irregular para si próprio ou para outra pessoa em disputas de empregos e cargos. Em adição, qualquer denúncia que não tenha comprovação ou fundamentos não deverá ser feita.
Atenção!
Fazer uma denúnciasem elementos comprobatórios pode gerar ao denunciante uma multa e até mesmo a suspensão pelo período máximo de 12 meses!
Capítulo VII: Das Relações com a Coletividade
Como mencionamos, a Biomedicina é comprometida com a saúde coletiva. É nosso dever profissional prezar por medidas que melhorem as condições de saúde da sociedade, incluindo aquelas que promovem a saúde e o bem-estar animal, assim como a preservação e proteção do meio ambiente.
Por isso, nosso Código de Ética também nos instrui a respeito de nossas responsabilidades quanto à saúde coletiva, como podemos sumarizar a seguir: 
Prejuízos à saúde coletiva ou de indivíduos:
Somos moralmente obrigados a não praticar nem permitir a prática ativa ou passiva (por ação ou por omissão) que gere danos ou prejuízos à saúde coletiva ou a indivíduos. Jamais devemos nos alinhar a terceiros que os causem. Ampliamos esse entendimento para nossa obrigação moral em assistir profissionalmente a quem precisar, excetuando-se situações de recusa de assistência por motivos relevantes.
Temos a responsabilidade de atuar contra o exercício ilegal da profissão e contra instituições que desrespeitem princípios éticos, comunicando ao Conselho Federal e Regional e às autoridades competentes quaisquer violações de regulamentos, da ética no exercício da profissão, ou da falta de condições minimamente dignas de trabalho.
Parece loucura pensar que atualmente ainda temos o exercício ilegal da profissão, mas em 2020, no município de Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, tivemos um caso. Vamos conhecê-lo? 
Sobre o exercício ilegal da profissão
Após uma denúncia anônima ao Conselho Regional de Biomedicina (CRBM) da 1ª Região, a assistente de fiscalização flagrou um “falso biomédico” pelo exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica, fato que culminou na prisão dele. No momento do flagrante, o profissional, que não era formado em Biomedicina, estava com um jaleco com a inscrição “Biomedicina estética” e com o carimbo contendo o registro profissional de um biomédico. Além disso, foram encontrados produtos vencidos e ainda produtos usados em procedimentos que apenas médicos e dentistas estão capacitados a realizar, extrapolando a atividade biomédica.
Aqui vale lembrar que, para atuar na área de Biomedicina Estética, o profissional biomédico deve ter habilitação em Biomedicina Estética, seguindo todos os pré-requisitos estabelecidos pelo CFBM para adquirir essa habilitação e realizar a comprovação desses requisitos e o registro no seu respectivo Conselho Regional.
Sigilo das informações:
Devemos, a todo tempo (salvo exceções judiciais e de ameaça iminentes, como a prática ilegal da profissão), manter o sigilo das informações de usuários ou de qualquer outra natureza que forem confidenciais. Sempre devemos colaborar com as autoridades sanitárias constituídas na atuação em prol da saúde pública e do meio ambiente.
Práticas ilícitas:
É expressamente proibido o uso de mandato eletivo ou administrativo para obtenção de proveito próprio, vantagem pessoal ou prática de atos ilícitos, assim como qualquer forma de discriminação de pessoas por qualquer pretexto ou preconceito - podendo, inclusive, incorrer em punição penal. A prática, a conivência da prática por terceiros, ou o provimento de qualquer objeto que seja usado em tortura, ou qualquer forma de procedimento cruel, degradante, desumano ou humilhante é expressa e terminantemente proibido, conforme dita o artigo 5º da Constituição Federal (1988).
O biomédico jamais deve envolver-se ou participar da execução de penas de morte, seja na forma de conhecimento, fornecimento de substância ou instrumentos - lembrando que, no Brasil, não há pena de morte, salvo a exceção de guerra declarada.
Boa conduta profissional:
O biomédico também não deve corromper os bons costumes da sociedade, envolvendo-se com crimes e atividades ilegais. Devemos manter conduta pessoal e profissional ilibada e íntegra, sempre prezando pela aplicação das leis e da justiça. É, desse modo, vetada qualquer forma de manipulação de dados ou resultados, como a falsificação de dados científicos, manipulação estatística ou deturpação da interpretação do conhecimento científico.
Saiba mais
Em 2013, um biomédico, ex-pesquisador da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, foi desligado da universidade e condenado a 4 anos de prisão após a comprovação de que houve a falsificação de dados durante o ensaio clínico de vacina contra o HIV.
A manipulação de dados ou resultados é mais comum do que se imagina. Segundo Else e Noorden (2021), de janeiro a março de 2021, 370 artigos científicos publicados foram removidos após comprovação de fraude pelas editoras científicas, e 1.300 artigos estavam sendo avaliados por serem suspeitos de algum tipo de alteração de dados.
Capítulo VIII: Das Relações com o Conselho Federal e Regional de Biomedicina
O Conselho Federal de Biomedicina é a entidade reguladora da profissão do biomédico. Suas funções de orientar, disciplinar e zelar pela Biomedicina facilitam o exercício livre de vícios e nos ajudam a navegar o mercado de trabalho e nossas amplas atribuições. Então, é dever do biomédico o cumprimento dos regulamentos, das obrigações e dos compromissos firmados com ou pelo CFBM, com respeito e fidelidade.
O bom exercício da profissão exige que tratemos com civilidade, dignidade e respeito os funcionários dos Conselhos (Federal e Regionais). Devemos acatar e comparecer a convocações sempre que forem requeridas, bem como denunciar ao Conselho qualquer conduta que fuja das boas práticas profissionais e dos comportamentos antiéticos, lembrando que sempre devemos fazê-lo com fundamentação e comprovação.
Segundo o artigo 38 do Código de Ética do Profissional Biomédico, são considerados “canais oficiais de comunicação” dos Conselhos:
· Diário Oficial da União, dos estados e dos municípios
· Endereço eletrônico dos Conselhos Federal e Regionais
· Serviços on-line que constam nos sites oficiais dos Conselhos Regionais
· Serviço de Informação ao Consumidor – SIC
· Serviços de correio
Aos funcionários que trabalham ou trabalharam nos Conselhos, é vedada a divulgação de informações obtidas em virtude de seu trabalho no Conselho, salvo situações específicas. A divulgação de informações pertinentes ao Conselho é exclusivamente exercida pelo presidente, quando assim considerar necessário, ficando, portanto, vetada aos demais funcionários a veiculação delas por quaisquer meios.
Infrações e sanções disciplinares
Infrações em Biomedicina
Agora que conhecemos os princípios éticos gerais da nossa profissão e vimos quais são nossas responsabilidades, deveres e direitos, precisamos explorar o que pode acontecer conosco caso falhemos em nosso comportamento ético.
De maneira em geral, é considerada uma infração quando deixamos de cumprir algum dos regulamentos que normatizam a prática da biomedicina. Como as leis, as resoluções do CFBM determinam a forma como a biomedicina deve ser praticada.
É papel do Conselho Federal e Regional a fiscalização do exercício do biomédico, bem como a elaboração dos regulamentos e das punições a serem executadas caso o profissional os infrinja. Além disso, também podem ser aplicáveis os códigos legais, cíveis e penais, dependendo da gravidade da infração.
Atenção!
Nós, quando no cargo de responsáveis técnicos, compartilhamos responsabilidade com os representantes legais do serviço ou empresa. Com isso, devemos fiscalizar ativamente o serviço ou a empresa, primando pela aplicação das boas práticas técnicas e éticas da profissão, segundo o capítulo X do Código de Ética do Profissional Biomédico.
Nossa participação sempre deve ser no intuito da orientação documentada para, ao mesmo tempo, estarmos protegidos legalmente e eticamente e ajudarmos nosso empregador a ter as melhores práticas possíveis, em cumprimento ao nosso Código de Ética.
Destacam-se, nesse sentido, nossas devidas orientações quanto aos trabalhos de divulgação, publicidade e propaganda - não importa se a empresa é pública ou privada, a orientação e fiscalizaçãoé dever do biomédico. Caso irregularidades ou desconformidades sejam notadas, devemos relatá-las ao Conselho Regional, juntamente com o representante legal e, é claro, a documentação comprobatória que fundamente o relato.
É importante ressaltar que, a depender da transgressão cometida, processos penais e cíveis, na Justiça Comum, podem ser instalados.
Um exemplo é uma ocorrência, em março de 2018, onde um biomédico e o dono de um laboratório foram presos em flagrante por fraudar exames do Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiânia. Eles responderam judicialmente por furto, em relação às faturas enviadas ao SUS, falsificação de documentos e crime contra a saúde pública. Podemos citar também o caso de um falso biomédico que, em julho de 2021, após denúncia apresentada pela fiscalização do CRBM em um laboratório de Amparo, no interior de São Paulo, foi preso em flagrante!
Saiba mais
Os biomédicos ficarão suspensos das atividades profissionais enquanto durar a pena privativa de liberdade, com cumprimento de regime fechado, caso esse profissional seja condenado por sentença criminal, por crime praticado no uso do exercício profissional.
Classificação das infrações e das circunstâncias atenuantes e agravantes
De acordo com o Código de Ética do Profissional Biomédico, podemos definir as infrações como a desobediência ou a inobservância dos termos regulamentares e normativos legais do Código de Ética e de outras regulamentações pertinentes à atividade biomédica.
Cada infração ética e disciplinar tem a penalidade ajuizada (definida) pelo Conselho, de acordo com a conduta e as punições dispostas no Código de Ética, e sem prejuízo a sanções legais cíveis ou penais cabíveis.
O artigo 16 do capítulo XI do Código de Ética do Profissional Biomédico mostra 34 tipos diferentes de infrações disciplinares. Vamos reproduzir apenas alguns incisos. São eles:
· I – Transgredir preceito do Código de Ética Profissional, não acatar, não respeitar, inobservar, não cumprir as resoluções, as portarias e os atos baixados pelo CFBM ou CRBM.
· II – Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo, facilitar, omitir-se e/ou acumpliciar-se, por qualquer meio, com não inscritos ou impedidos que exercem ilegalmente a profissão biomédica ou com os profissionais ou instituições que pratiquem atos ilícitos.
· III – Manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos na legislação em vigor.
· IV – Valer-se de agenciador, mediante participação nos honorários a receber.
· XIV – Exercer a profissão biomédica quando estiver sob sanção disciplinar de suspensão.
· XXVII – Exercer a profissão em estabelecimento sem registro obrigatório no Conselho Regional.
· XXX – Deixar de pagar anuidade, taxas, emolumentos e multas ao CRBM.
· XXXII – Oferecer denúncia sem possuir elementos comprobatórios, capazes de justificá-la.
As infrações éticas e disciplinares decorrentes do exercício profissional podem ser classificadas de acordo com a gravidade, segundo o artigo 21 do Código de Ética. As infrações consideradas leves são aquelas em que há circunstâncias atenuantes. As graves e gravíssimas, por outro lado, são aquelas em que há uma ou mais circunstâncias agravantes, respectivamente.
Circunstâncias atenuantes:
São aquelas que diminuem a gravidade da transgressão. É considerado, por exemplo, se as ações do infrator não forem fundamentais para o desfecho; ou seja, se o ato do infrator não tiver sido essencial para o acontecido, isso pode ser considerado atenuante. Situações em que o infrator tente corrigir ou reparar seus atos infracionais voluntariamente, ou caso ele tenha sido gravemente coagido a cometer a transgressão também podem ser consideradas circunstâncias atenuantes. Finalmente, se a infração for de natureza leve, e tiver sido a primeira da carreira, o biomédico também poderá se beneficiar e ter a circunstância classificada como atenuante.
Circunstâncias agravantes:
São aquelas que adicionam peso à transgressão, tornando-a mais séria. Podem ser consideradas situações agravantes a ação com intento deliberado de quebrar a lei ou o regulamento, como a premeditação da infração, a prática de má-fé, fraudes, coação de outros profissionais a cometer infração. É considerado agravante quando o ato infracional for cometido com a intenção de vantagem financeira, e quando o biomédico deixa de agir contra a infração -ou seja, a não ação ou a omissão podem ser consideradas um agravante, o que pode adicionalmente caracterizar a formação de conluio para execução da infração.
Conluio
É uma combinação maliciosa realizada entre duas ou mais pessoas com o objetivo de enganarem uma terceira pessoa ou de se furtarem ao cumprimento da lei.
Somado a esses pontos, o acúmulo de infrações cometidas ao mesmo tempo, a reincidência infracional contra o Código de Ética, e possuir antecedentes na justiça comum são agravantes.
Por fim são circunstâncias agravantes aquelas infrações profissionais com consequências para o exercício da biomedicina, ou com repercussão na saúde pública e coletiva, ao meio ambiente e aos cidadãos.
Saiba mais
A reincidência só é assim considerada caso o biomédico tenha sido processado e penalizado de acordo, e que a reincidência específica ou contínua possa ser considerada infração gravíssima, acarretando a punição máxima, que consiste na perda do registro profissional.”
Tipos de penalidades
Os tipos de penalidades variam de acordo com as circunstâncias atenuantes e agravantes, assim como em relação à própria natureza da transgressão. Esta última leva em consideração as consequências do ato infracional para a coletividade, a saúde pública, o ambiente e a comunidade profissional biomédica.
Ocasionalmente, situações atenuantes e agravantes podem ocorrer ao mesmo tempo; nesses casos, será considerada a circunstância de maior força ou mais importante.
Exemplo
No caso de um infrator primário (sem antecedentes) que cometa ato gravíssimo com dano à coletividade ou ao meio ambiente, pode ser considerado mais importante o impacto da infração na sociedade do que o histórico do biomédico - dessa forma, pode preponderar o agravante.
Ressaltamos que as sanções do Conselho profissional não substituem as punições legais da Justiça, quando cabíveis. Portanto, pode haver acúmulo de penalidades em múltiplas esferas, dependendo da gravidade da transgressão.
As penalidades aplicáveis, de acordo com as gradações explicadas, podem variar entre advertências, repreensões, multas, suspenção temporária do exercício profissional e cancelamento do registro.
A advertência e a repreensão são feitas por ofício escrito do presidente do CRBM. As diferenças entre advertências e repreensões estão principalmente na publicidade das correspondências: enquanto na primeira a comunicação é confidencial, na repreensão há divulgação ou publicação que traga tal fato à luz da sociedade. Na repreensão, é obrigatório o uso do termo “censura” no ofício por parte do presidente do CRBM.
A punição por multa se refere a pagamento de no máximo dez anuidades do CRBM pelo infrator. O número de anuidades pode variar de acordo com a gravidade da infração. Também é feita a divulgação à sociedade quanto à transgressão praticada.
A suspensão da atividade da Biomedicina pelo infrator pode também ser instaurada. Nesse caso, o direito de exercer a profissão pode ser removido por até 3 anos, a depender da gravidade da transgressão e, mais uma vez, fazendo notório à sociedade o ato infracional cometido.
Por fim, o cancelamento do exercício e do registro profissional pode ser aplicado na punição de faltas gravíssimas, como forma de penalização máxima executada pelo Conselho. A divulgação para a sociedade é feita, bem como ao Departamento de Fiscalização (Defis) dos CRBMs, às autoridades sanitárias de interesse, ao empregador do infrator, e o cancelamento é publicado no Diário Oficial da União.
Todas as decisões da comissão de ética, responsável pelos julgamentos das infrações no Conselho Federal e nos Regionais de Biomedicina, devem ser comunicadas ao infrator, que deverá tomar ciência pessoalmenteou por meio de procurador.
Capítulo XI: Sanções Éticas e Disciplinares
Conforme vimos, as infrações podem ser classificadas em leves, graves e gravíssimas. Ainda, as punições podem variar para cada infração segundo a existência das circunstâncias agravantes e atenuantes. Portanto, notamos que cada infração não vai ter apenas uma punição associada, é possível a variação conforme as circunstâncias da ofensa. Além disso, o Código de Ética declara que outras transgressões podem ser consideradas, juntamente com aquelas exemplificadas em seu texto.
Dentre as infrações com penalidades mais brandas, temos a falha em comunicar ao Conselho transgressões que forem cometidas contra o Código de Ética, juntamente com a documentação fundamentadora da denúncia. Da mesma forma, a falha em prover condições dignas de trabalho e remuneração, ou ainda a não exigência desses direitos pode ser punida com advertência e/ou multa de três anuidades, assim como deixar de oficializar junto ao Conselho todos os vínculos profissionais e dados pessoais.
Profissionais que dificultem ou impeçam o trabalho fiscalizador do Conselho podem ser penalizados com repreensão e, por vezes, multa de até três anuidades. Além disso, aqueles que falsamente declararem titulação acadêmica que não possuam, ou que permitam sua exploração profissional com propósitos políticos ou religiosos, são passíveis de repreensão, podendo incorrer na aplicação de multa de três anuidades.
O exercício da profissão em locais não registrados no CRBM, o plágio em trabalhos científicos e a desobediência às resoluções e a outros instrumentos legais do CFBM e CRBMs também geram repreensão e aplicação de multas que variam de três até cinco anuidades, no caso da última infração. A infração da desobediência pode ser penalizada ainda mais, chegando a ocasionar a suspensão do profissional.
Por outro lado, a suspensão (que pode variar entre seis meses e três anos) e multa de até dez anuidades são sanções que podem ser aplicadas quando o profissional:
· 1. Tornar-se cúmplice ou se omitir sobre a prática ilegal da Biomedicina, em conjunto com outros profissionais ou instituições e estabelecimentos. 
· 2.. Exercer atividade profissional incompatível com a habilitação conferida pelo CRBM. 
· 3. Desobedecer e desrespeitar as resoluções, portarias, acórdãos e outros instrumentos legais de autoria do CFBM ou CRBM. 
· 4. Não pagar as anuidades e outras contribuições devidas, o que, associando-se a circunstâncias, pode levar ao cancelamento do registro profissional. 
· 5. Ter conduta desleal na obtenção de emprego, cargo ou função contra colegas biomédicos - nesse ponto, incluímos a concorrência desleal praticada no mercado.
· 6. Denunciar sem apresentar provas suficientes que embasem o relato. 
· 7. Desrespeitar os funcionários do CFBM ou CRBM no exercício de suas funções.
· 8. Não informar aos órgãos competentes, com veracidade e sinceridade, informações pertinentes ao exercício profissional.
· 9. Não atender a convocações do CFBM e CRBM, salvo por motivo de força maior. 
· 10. Praticar publicidade ou propaganda de forma irregular e em desobediência ao Código de Ética.
Por fim, nosso Conselho determina a penalidade que varia de multas ao cancelamento de nosso registro profissional, por vezes somados, como penalidade, caso nos envolvamos com práticas que causem danos a usuários dos serviços biomédicos. Nessa situação, os danos podem ser materiais, morais e físicos, e adicionalmente podem ser caracterizadas imprudência, imperícia ou negligência profissionais.
Outra infração passível de penalização máxima - isto é, ou cancelamento do registro - é a prática ou participação em experiências eugênicas ou bélicas, ou em qualquer situação na qual a conduta em pesquisa aponte para desrespeito aos direitos inalienáveis da vida. Caso o profissional exerça a Biomedicina durante seu período de suspensão disciplinar e ética, ou caso ele falhe em pagar suas contribuições e outros encargos do CRBM, também será punido com o cancelamento.
Atenção!
Reiteramos que as infrações e punições descritas no Código de Ética são exemplos de como as transgressões ao Código podem ser julgadas e penalizadas.
O profissional que possuir algum julgamento ético-disciplinar proferido pode, após cinco anos de a sanção ter sido determinada, solicitar que o registro das infrações seja cancelado, caso ele não tenha sido reincidente no período subsequente ao julgado. De forma semelhante, as infrações em si prescrevem (ou seja, não podem mais ser punidas) após cinco anos de ocorridas.
Agora que entendemos as sanções disciplinares, vamos a um exemplo prático?
Durante uma fiscalização do Conselho de Biomedicina a uma clínica estética, foi verificado o seguinte anúncio:
Agora vamos analisar o exemplo, segundo o Conselho de Ética do Profissional Biomédico (2020).
Primeiro, vamos avaliar os dados do biomédico. De acordo com o capítulo V, artigo 9º:
Na propaganda, publicidade ou anúncio individual ou coletiva, deverão constar: 
a) nome do biomédico, da pessoa jurídica e seus respectivos números de inscrições no Conselho; 
b) habilitações devidamente registradas; 
c) títulos do profissional; 
d) endereços e horários de trabalho.”
Como vemos no anúncio, nem todos os dados estão contemplados. No anúncio, o biomédico usou a expressão “resultado garantido”, colocou o valor e a forma de pagamento. Nesse caso, o biomédico violou o artigo 11, que diz que é vedado ao biomédico:
“b) usar expressões que caracterizem ou garantam, prometam ou induzam a determinados resultados do procedimento, sem efetiva comprovação, bem como utilizar-se de expressões como (...) ‘resultado garantido’ ou outras capazes de induzir o usuário ao erro, sensacionalismo, a autopromoção, a concorrência desleal, a mercantilização da Biomedicina ou a promessa de resultado.
Parágrafo único - São consideradas práticas de mercantilização indevida a divulgação de pacotes de serviços, promoções, ofertas, e/ou benefícios financeiros de qualquer natureza.
l) divulgar preços de serviços ou formas de pagamento para captação de usuário em desacordo aos direitos do consumidor e com o código de ética, evitando assim a mercantilização e a concorrência desleal.”
Assim, de acordo com o capítulo XI, artigo 30, são infrações éticas e disciplinares:
“XXIX – Realizar propaganda, anúncio ou publicidade em desacordo com este Código de Ética. “
Nesse caso, o biomédico poderá receber uma multa (até cinco anuidades) e/ou suspensão de até doze meses.
Procedimento de fiscalizações pelo conselho regional
Segundo a Resolução do CFBM nº 276, de 28 de agosto de 2017, que regulamenta o procedimento de fiscalização do CRBM e dá outras providências, as fiscalizações são realizadas pelo departamento de fiscalizações do conselho regional e, caso uma irregularidade seja constatada, sanções deverão ser aplicadas de acordo com o nosso Código de Ética.
Normalmente, durante uma fiscalização, são verificados os dados da inscrição no conselho, a responsabilidade técnica, as habilitações, o pagamento de anuidades e a conduta profissional em relação ao preconizado pelo Código de Ética.
Saiba mais
Os conselhos regionais também são responsáveis pela averiguação de denúncias, que podem ser anônimas ou identificadas, em formulário específico e endereçado ao presidente do conselho.
Após a constatação da infração pelo biomédico, esse profissional será notificado por um termo de visita, que é um documento preenchido de forma manual ou eletrônica pelo fiscal biomédico durante visitas/inspeções. Segundo a Resolução CFBM nº 276, de 28 de agosto de 2017, existem alguns tipos de termo de visita, são eles:
Auto de infração:
Destinado à notificação de infração e da possibilidade de imposição de penalidade aos estabelecimentos e/ou profissionais que não apresentem regularidade no exercício das atividades. Após recebimento desse termo, a situação deve ser regularizada em até 30 dias. Caso a regularização seja realizada e verificada no próprio site do conselho regional (como por exemplo a regularização da anuidade), a situaçãonão precisa de comprovação ao Defis. Entretanto, no caso da comprovação seja feita apenas por meio de informação prestada (como propagandas irregulares), ele deverá encaminhar ao Defis o comprovante da regularização. Caso o biomédico não consiga regularizar sua situação, deverá apresentar defesa administrativa, por escrito, à comissão de ética em até 30 dias. Essa defesa deve ser preenchida em formulário próprio, obtida no site do conselho e pode ser deferida ou não.
Termo de intimidação:
Documento que visa à adoção de medidas imediatas ao estabelecimento ou ao profissional biomédico, referente às atividades profissionais, bem como sobre a consolidação do auto de infração. Nessa fase, o profissional biomédico ou o representante legal do estabelecimento pode apresentar defesa administrativa por escrito à comissão de ética. Essa defesa deve ser preenchida em formulário próprio e pode ser deferida ou não.
Termo de imposição de penalidade:
Documento destinado à imposição de penalidade aos estabelecimentos e/ou profissionais que não regularizaram o exercício das atividades relativas à Biomedicina. O biomédico ou o estabelecimento tem 30 dias para regular a infração ou entrar com pedido de recurso no CFBM. Para isso, ele deve entregar, além do requerimento de recurso, os documentos comprobatórios. Se for indeferido o recurso, o biomédico ou estabelecimento deverá cumprir com a penalidade!
Notificação para recolhimento de multa:
Documento destinado à notificação para o recolhimento da sanção de multa aos estabelecimentos e/ou profissionais que não regularizaram o exercício das atividades relativas à Biomedicina.