Buscar

Liberdade provisória e alegações finais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

 FIANÇA E LIBERDADE PROVISÓRIA 
 Fiança 
 É uma garantia, na forma de caução em dinheiro ou bens, efetuada 
pelo réu em favor do Estado, para substituir provisoriamente sua 
prisão cautelar nas hipóteses previstas em lei, e objetivando 
assegurar o pagamento das custas do processo, multa e 
indenização à vítima no caso de condenação. Em resumo, é uma 
maneira civilizada de substituir a prisão cautelar daquele que ainda 
não foi definitivamente condenado, por determinado bem de valor 
(dinheiro ou bens preciosos), enquanto não transitar em julgado a 
sentença. 
 Quem pode conceder: 
 CPP, Art. 322. A autoridade policial somente poderá 
conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa 
de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será 
requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
o A autoridade policial, nos crimes em que a pena 
máxima não exceda 4 anos 
o juiz, em qualquer espécie de crime afiançável. 
 
 Valor: 
 CPP, Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade 
que a conceder nos seguintes limites: (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar 
de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau 
máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; (Incluído 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando 
o máximo da pena privativa de liberdade cominada for 
superior a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, 
a fiança poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
 Finalidade: 
 CPP, Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança 
servirão ao pagamento das custas, da indenização do dano, 
da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 Crimes Inafiançáveis 
 CPP, Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes 
hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 Hipossuficiência do réu: 
 CPP, Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, 
verificando a situação econômica do preso, poderá 
conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às 
obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a 
outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 Se o réu for extremamente pobre e não puder arcar com o 
pagamento da fiança, o juiz poderá conceder a liberdade 
provisória eximindo--o de prestá--la (art. 350 do CPP). O 
réu, todavia, ficará sujeito às mesmas condições dos arts. 
327 e 328 — obrigação de comparecer a todos os atos do 
processo para os quais for intimado e proibição de mudar de 
residência sem autorização judicial ou de ausentar--se de 
comarca por mais de 8 dias sem comunicar o local em que 
poderá ser encontrado. Poderá o juiz, ainda, aplicar 
qualquer das medidas cautelares previstas no art. 319 do 
CPP, caso entenda necessário. O descumprimento de 
qualquer dessas obrigações fará com que o juiz determine 
a substituição da medida imposta, que imponha outra em 
cumulação ou que decrete a prisão preventiva (art. 350, 
parágrafo único, c.c. art. 282, § 4º, do CPP). 
 Quem pode prestar fiança: 
 Próprio preso; ou 
 Terceiro, em seu favor 
 Objeto da fiança: 
 CPP, Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, 
consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou 
metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual 
ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. 
§ 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais 
preciosos será feita imediatamente por perito nomeado pela 
autoridade. 
§ 2o Quando a fiança consistir em caução de títulos da 
dívida pública, o valor será determinado pela sua cotação 
em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se 
acham livres de ônus. 
 A fiança consistirá no depósito de dinheiro, pedras, objetos 
ou metais preciosos, títulos da dívida pública ou hipoteca de 
imóvel. 
 A avaliação de imóveis ou de pedras, objetos ou metais 
preciosos dados em fiança será feita imediatamente por 
perito nomeado pela autoridade (art. 330, § 1º). No caso de 
pedras ou outros objetos preciosos, o juiz determinará a 
venda por leiloeiro ou corretor (art. 349 do CPP). No caso 
de hipoteca, a execução dar--se--á no juízo cível pelo órgão 
do Ministério Público (art. 348). 
 Reforço da fiança 
 CPP, Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: 
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança 
insuficiente; 
II - quando houver depreciação material ou perecimento dos 
bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos 
metais ou pedras preciosas; 
III - quando for inovada a classificação do delito. 
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será 
recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, 
não for reforçada. 
 Quebra da fiança 
 CPP, Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de 
quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia 
permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por 
mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar 
àquela autoridade o lugar onde será encontrado. 
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de 
comparecer, sem motivo justo; (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento 
do processo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente 
com a fiança; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído 
pela Lei nº 12.403, de 2011). V - praticar nova infração penal 
dolosa. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará 
na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir 
sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for 
o caso, a decretação da prisão preventiva. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as 
deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor 
restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da 
lei. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (leia-
se: do saldo restante, metade será recolhida ao fundo 
penitenciário e o valor remanescente, se existir, será 
devolvido ao réu ou a quem tenha prestado a fiança em seu 
favor.) 
 A quebra da fiança implica perda de metade de seu valor, 
devendo o juiz decretar a prisão preventiva ou aplicar 
qualquer das outras medidas cautelares do art. 319. 
 Cassação da fiança 
 CPP, Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível 
na espécie será cassada em qualquer fase do processo. 
Art. 339. Será também cassada a fiança quando 
reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de 
inovação na classificação do delito.Art. 340. (...) 
(...) 
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será 
recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, 
não for reforçada. 
 É a hipótese de reconhecimento do não cabimento da 
fiança, ou seja, do seu deferimento de forma indevida, 
porquanto não era possível o seu deferimento. A cassação 
da fiança implica a devolução integral do valor ao acusado, 
que deverá ser recolhido à prisão. 
 Restituição da fiança 
 CPP, Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou 
passar em julgado sentença que houver absolvido o 
acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a 
constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o 
disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 Em resumo, a fiança deverá ser restituída, corrigida 
monetariamente, se o réu for absolvido em definitivo ou se 
for declarada extinta a ação penal, 
 Perda da fiança 
 CPP, Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor 
da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para 
o início do cumprimento da pena definitivamente imposta. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, 
deduzidas as custas e mais encargos a que o acusado 
estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na 
forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
 Em resumo, haverá perda do valor da fiança se o réu for 
condenado irrecorrivelmente e não se apresentar à prisão. 
Nesse caso, após serem descontadas as custas e demais 
encargos, o valor remanescente será recolhido ao fundo 
penitenciário. Se o réu for condenado em definitivo e não 
houver decretação de perda da fiança (réu que se 
apresentou para cumprir pena), os valores remanescentes 
após os descontos das custas e dos encargos serão 
restituídos ao condenado. 
 Liberdade Provisória 
 Previsão legal: CPP, Arts. 321 até 350 
 CPP, Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a 
decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder 
liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas 
cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados 
os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 A Liberdade Provisória com ou sem fiança é um instituto de Direito 
Processual Penal que concede liberdade, sob certas 
circunstâncias, ao réu que está na iminência de ser preso, ou foi 
preso, legalmente em flagrante. Ela é aplicável sempre que se 
estiver diante de uma prisão em flagrante, legal, mas 
desnecessária. Trata-se da liberdade concedida, em caráter 
provisório, ao indiciado ou réu, preso em decorrência prisão em 
flagrante, que, por não necessitar ficar segregado, em homenagem 
ao princípio da presunção de inocência, deve ser liberado, sob 
determinadas condições. Em resumo, concede-se liberdade 
provisória quando houver prisão em flagrante válida, mas o 
indiciado/acusado não necessitar ficar detido enquanto transcorre 
o processo, o que ocorrerá quando os requisitos para a decretação 
da prisão preventiva não estiverem presentes. 
 A princípio, qualquer crime admite liberdade provisória sem fiança. 
Isto porque deve prevalecer o Princípio Constitucional da 
Presunção de Inocência, que diz que ninguém é culpado até que 
seja condenado por uma sentença penal condenatória transitada 
em julgado, então, a regra é a liberdade, e deve ser respeitada 
sempre. A liberdade provisória é um direito subjetivo do acusado. 
 Em resumo, a liberdade provisória é um instituto adstrito, restrito, 
à prisão em flagrante, não sendo aplicável à prisão preventiva ou 
temporária; 
 
 Requisitos: 
 Para que a liberdade provisória seja concedida, é 
necessário que NÃO estejam presentes os requisitos 
autorizadores da prisão preventiva – art. 312 do CPP. 
Ademais, possuir o réu circunstâncias pessoais favoráveis 
(primariedade, bons antecedentes, emprego fixo, residência 
fixa) contribuirá. 
 A regra é que a liberdade provisória será concedida mediante o 
recolhimento de fiança. 
 Infrações de menor potencial ofensivo 
 Nos termos do art. 61 da Lei n. 9.099/99, são todos os 
crimes com pena máxima não superior a 2 anos e todas as 
contravenções penais. Nesta modalidade de infração penal, 
o ato da prisão em flagrante é possível; porém, de acordo 
com o art. 69, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95, quando o 
preso for apresentado à autoridade policial, esta não lavrará 
o auto de prisão nem exigirá fiança se o autor do fato for 
imediatamente encaminhado ao Juizado Especial Criminal 
ou assumir o compromisso de lá comparecer quando 
intimado para tanto (na última hipótese deverá assinar termo 
de compromisso). Nestes casos, a autoridade policial se 
limita a lavrar termo circunstanciado do qual deve constar 
um resumo das circunstâncias do fato criminoso e, em 
seguida, deve libertar o autor da infração — sem lhe exigir 
fiança. Ex.: pessoa é presa em flagrante por crime de 
desacato porque ofendeu um policial no exercício da função. 
É levada à delegacia e lá assume compromisso de 
comparecer ao Juizado. O delegado lavra o termo 
circunstanciado e imediatamente a libera. Apenas se o 
agente recusar--se a assumir o compromisso de 
comparecer ao Juizado — o que é raríssimo — é que a 
autoridade deverá lavrar o auto de prisão e, em seguida, 
conceder a fiança. 
 Crimes inafiançáveis 
 CPP, Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes 
hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 A Constituição e as leis penais, ao estabelecerem que 
certos crimes são inafiançáveis, conferiu legalmente a eles 
a característica de delitos de maior gravidade. Por isso, 
tendo havido prisão em flagrante, em regra, haverá 
conversão em prisão preventiva, salvo se alguma 
circunstância do caso concreto levar o magistrado a concluir 
que a custódia cautelar não se faz necessária. Em caso de 
concessão de liberdade provisória, o juiz não poderá arbitrar 
fiança, pois se trata de crime inafiançável; contudo, no atual 
regime, poderá impor qualquer das outras medidas 
cautelares diversas da prisão. Além disso, o réu deverá, sob 
pena de decretação da prisão, comparecer a todos os atos 
do processo para o qual seja intimado, não poderá mudar 
de endereço sem prévia autorização judicial e nem 
ausentar--se de sua residência por mais de 8 dias sem 
comunicar onde poderá ser encontrado, obrigações de 
todos os réus que estão em liberdade provisória, e não 
apenas dos que estão sob regime de fiança. 
 Em se tratando de infrações inafiançáveis, como crimes 
hediondos, racismo, tráfico de drogas etc., não havendo 
necessidade de prisão preventiva, nem de providências 
cautelares alternativas, também caberá liberdade 
provisória. Só que aqui não existe a possibilidade de o juiz 
optar pela fiança, já que esta é vedada para tais crimes. 
Deverá, portanto, impor outra medida restritiva. 
 Outros casos em que é impossível a fiança 
 CPP, Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança 
anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, 
qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 
deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - quandopresentes os motivos que autorizam a 
decretação da prisão preventiva (art. 312). (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 Após a reforma introduzida pela Lei n. 12.403/2011, todos 
os crimes que não forem expressamente declarados 
inafiançáveis pela legislação serão considerados 
afiançáveis, independentemente da quantidade de pena 
cominada. 
 Liberdade provisória sem fiança 
 CPP, Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, 
no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a 
realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de 
custódia com a presença do acusado, seu advogado 
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro 
do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, 
fundamentadamente: 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, 
que o agente praticou o fato em qualquer das condições 
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao 
acusado liberdade provisória, mediante termo de 
comparecimento obrigatório a todos os atos 
processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do 
parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, 
verificando a situação econômica do preso, poderá 
conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às 
obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a 
outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
o Presença de excludentes de ilicitude e compromisso 
de comparecimento obrigatório aos atos processuais. 
A prova deverá ser contundente, forte, não 
precisando ser absoluta; 
o Ausência de hipóteses que possibilitem a prisão 
preventiva e não cabimento de fiança; 
o Infrações penais às quais não se comine pena 
privativa de liberdade (CPP, art. 283, § 1º) e infrações 
de menor potencial ofensivo, quando a parte se 
comprometer a comparecer à sede do Juizado 
Especial Criminal (Lei n. 9.099/95, art. 69, parágrafo 
único). 
o Quando o réu for hipossuficiente e não tiver 
condições de arcar com a fiança. 
 Como regra geral, a liberdade provisória, sem arbitramento 
de fiança, é cabível sempre que os requisitos da prisão 
preventiva não estiverem visíveis, sendo válida a situação 
para qualquer delito. 
 Somente o juiz pode conceder liberdade provisória sem 
fiança, devendo antes ouvir o Ministério Público. 
 Liberdade provisória com fiança 
 A opção entre a liberdade provisória com ou sem fiança não 
é aleatória, mas condicionada à garantia dos atos 
processuais e de sua efetividade. Por isso, a lei diz que o 
juiz imporá, se for o caso, as medidas cautelares previstas 
no art. 319 (cf. CPP, art. 321, segunda parte); 
 Desse modo, a liberdade provisória será concedida 
obrigatoriamente, mas a fiança, assim como qualquer outra 
medida cautelar alternativa à prisão provisória, somente 
será imposta, se necessária para garantir o processo. Toda 
medida restritiva precisa ser justificada 
fundamentadamente, sob pena de padecer de justa causa. 
 A liberdade provisória, com arbitramento de fiança, destina-
se aos delitos considerados afiançáveis (consultar os arts. 
323 e 324 do CPP, expondo as situações em que é vedada 
a fiança), encontrando-se os valores da fiança no art. 325 
do Código de Processo Penal. 
 Momento para a concessão da fiança: 
o Desde a prisão em flagrante (antes de lavrar o auto, 
quando a atribuição for da autoridade policial e vinte 
e quatro horas após a sua lavratura, quando for 
competência do juiz) até o trânsito em julgado da 
sentença condenatória. 
 Resumo: 
 Obrigatória: trata-se de direito incondicional do acusado, 
não lhe podendo ser negado e não está sujeito a nenhuma 
condição. É o caso das infrações penais às quais não se 
comina pena privativa de liberdade e das infrações de 
menor potencial ofensivo (desde que a parte se comprometa 
a comparecer espontaneamente à sede do juizado, nos 
termos da Lei n. 9.099/95, art. 69, parágrafo único). 
 Permitida: ocorre nas hipóteses em que não couber prisão 
preventiva. Assim, ausentes os requisitos que autorizam a 
decretação da aludida prisão, o juiz deverá conceder 
liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas 
cautelares previstas no art. 319 do CPP, observados os 
critérios constantes do art. 282 do mesmo Diploma (art. 321 
do CPP). 
 É inconstitucional qualquer lei que proíba a concessão de 
liberdade provisória quando não estiverem presentes os 
motivos autorizadores da prisão preventiva, pouco 
importando a gravidade ou a natureza do crime imputado. 
 Estrutura: 
 O pedido de liberdade provisória deve se ater aos requisitos 
autorizadores da prisão e da concessão da liberdade 
provisória postulada. É importante frisar que na liberdade 
provisória nunca será discutido o mérito da ação, isto é, 
nunca se discutirá se o indivíduo preso é inocente ou 
culpado. O que se deseja é a obtenção da liberdade em 
virtude de expressa permissão legal; 
 Petição simples, instruída com documentos, quais sejam: 
o certidão de antecedentes criminais; 
o comprovante de residência e de trabalho, dentre 
outros. 
 Endereçada ao juiz; 
 Qualifica-se o indivíduo preso em flagrante. O fundamento 
constitucional é o art. 5º, LXVI, da Constituição Federal. O 
fundamento legal é o art. 310, III, c/c o art. 321, ambos do 
Código de Processo Penal. 
 Fatos; 
 Direito; 
 Pedido; 
o É necessário fazer menção aos dispositivos legais 
que fundamentam o pedido. Na peça de liberdade 
provisória, deverá ser requerida a expedição do 
alvará de soltura mediante termo de comparecimento 
a todos os atos do processo. Caso a liberdade 
provisória seja com fiança, deve-se requerer seu 
arbitramento. 
 Modelo: 
COM FIANÇA 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA 
CRIMINAL (Vara do Júri / Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a 
Mulher / Juizado Especial Criminal) DA COMARCA DE _____ DO ESTADO 
DE _____, 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA 
CRIMINAL (Vara do Júri / Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a 
Mulher / Juizado Especial Criminal) DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _____ 
(pular 1 linha) 
Autos do Inquérito Policial nº ___ 
(pular 8 linhas) 
_____, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e 
domiciliado em (endereço/cidade), através de seu advogado que esta 
subscreve (procuração inclusa – doc. 1), vem, respeitosamente à presença de 
Vossa Excelência, requerer LIBERDADE PROVISÓRIA com arbitramento 
de fiança com fundamento no artigo 5º, inc. LXVI, da Constituição Federal, c/c 
art. 321, do Código de Processo Penal, pelos motivos a seguir expostos: 
(pular 1 linha) 
DOS FATOS 
(pular 1 linha) 
– narrar em parágrafos de até 5 ou 6 linhas; 
– não repetir a mesma palavra, muitas vezes, dentro do mesmo parágrafo; 
– não discutir tese(s); 
– narrar de maneira organizada – início/meio/fim. 
(pular 1 linha) 
O requerente foi preso em flagrante delito, por infringir o disposto 
no artigo ___ do _____, relatando o auto de prisão flagrante que (inserir os 
fatos com suas próprias palavras). 
(pular 1 linha) 
DO DIREITO 
(pular 1 linha) 
O requerente (falar sobre residência fixa – comprovante de 
residência – doc. 2). 
Ademais, (falar sobre ser primário – folha de antecedentes – doc. 
3). 
Acrescentando-se ao quanto exposto (falar sobre emprego fixo – 
cópia da carteira de trabalho – doc. 4). 
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inc. LXVI (trabalhar o 
artigo). 
Nesse sentido, frise-se que o artigo 310, III (trabalhar o artigo 310). 
De acordo com o artigo 322, parágrafo único, do Código de 
Processo Penal (trabalhar o artigo 322). 
Assim, analisadas todas as condições pessoaisfavoráveis do 
requerente, conforme já explicadas acima, frise-se também não estarem 
presentes os motivos autorizadores da prisão preventiva, nos termos do que 
dispõe o artigo 312 do Código de Processo Penal, a saber, para a garantia da 
ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal 
ou para assegurar a aplicação da lei penal. Como já citado, o requerente é 
primário, possui bons antecedentes e tem endereço e emprego fixos. 
Por fim, conforme exige o artigo 321 (ausentes os requisitos que 
autorizam a prisão preventiva, o juiz deverá conceder a liberdade provisória), 
não havendo motivos para que o requerente seja preventivamente detido, é 
de ordem a concessão da liberdade provisória ora pleiteada. 
DICA! 
Sempre citar, quando cabível, para construir e fundamentar a tese: artigo da 
Constituição Federal, artigo do Código Penal, artigo do Código de Processo 
Penal, Legislação Penal Especial e Súmulas. 
(pular 1 linha) 
DO PEDIDO 
(pular 1 linha) 
Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência o arbitramento da 
fiança e a concessão da liberdade provisória consoante o disposto no artigo 
5º, LXVI, da Constituição Federal e artigos 310, III, c/c 321, ambos do Código 
de Processo Penal, expedindo-se o alvará de soltura mediante termo de 
comparecimento a todos os atos do processo. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
(pular 1 linha) 
Local e data 
(pular 1 linha) 
Advogado __________ 
OAB / _____ nº _____ 
ou 
“Assinatura” 
OAB / _____ nº _____ 
 
SEM FIANÇA 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA 
CRIMINAL (Vara do Júri / Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a 
Mulher / Juizado Especial Criminal) DA COMARCA DE _____ DO ESTADO 
DE _____, 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA 
CRIMINAL (Vara do Júri / Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a 
Mulher / Juizado Especial Criminal) DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _____ 
(pular 1 linha) 
Autos do Inquérito Policial nº ___ 
(pular 8 linhas) 
_____, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e 
domiciliado em (endereço/cidade), através de seu advogado que esta 
subscreve (procuração inclusa – doc. 1), vem, respeitosamente à presença de 
Vossa Excelência, requerer Liberdade Provisória com fundamento no artigo 
5º, inc. LXVI, da Constituição Federal, c/c art. 310, III, do Código de Processo 
Penal, pelos motivos a seguir expostos: 
(pular 1 linha) 
DOS FATOS 
(pular 1 linha) 
– narrar em parágrafos de até 5 ou 6 linhas; 
– não repetir a mesma palavra, muitas vezes, dentro do mesmo parágrafo; 
– não discutir tese(s); 
– narrar de maneira organizada – início/meio/fim. 
(pular 1 linha) 
O requerente foi preso em flagrante delito, por infringir o disposto 
no artigo ___ do _____, relatando o auto de prisão flagrante que (inserir os 
fatos com suas próprias palavras). 
(pular 1 linha) 
DO DIREITO 
(pular 1 linha) 
O requerente (falar sobre residência fixa – comprovante de 
residência – doc. 2). 
Ademais, (falar sobre ser primário e bons antecedentes – folha de 
antecedentes – doc. 3). 
Acrescentando-se ao quanto exposto (falar sobre emprego fixo – 
cópia da carteira de trabalho – doc. 4). 
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inc. LXVI (trabalhar o 
artigo 5º). 
Nesse sentido, frise-se que o artigo 310, III, do Código de Processo 
Penal determina que o Magistrado conceda a liberdade provisória com ou sem 
fiança. 
A Lei 8.072/1990, em seu artigo 2º, II, veda a fiança para a situação 
analisada. Ainda, de acordo com o disposto no artigo 323 (o aluno deverá 
selecionar o inciso I, II ou III e indicar o conteúdo), o crime em tela é 
inafiançável. No entanto, presentes os requisitos legais e constitucionais, é 
possível a liberdade provisória sem fiança. 
Assim, analisadas todas as condições pessoais favoráveis do 
requerente, conforme já explicadas acima, frise-se também não estarem 
presentes os motivos autorizadores da prisão preventiva, nos termos do que 
dispõe o artigo 312 do Código de Processo Penal, a saber, para a garantia da 
ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal 
ou para assegurar a aplicação da lei penal. Como já citado, o requerente é 
primário, possui bons antecedentes e tem endereço e emprego fixos. 
Por fim, conforme exige o artigo 321 – ausentes os requisitos que 
autorizam a prisão preventiva, o juiz deverá conceder a liberdade provisória –
, não havendo motivos para que o requerente seja preventivamente detido, é 
exigência legal a concessão da liberdade provisória ora pleiteada. 
(pular 1 linha) 
DICA! 
Sempre citar, quando cabível, para construir e fundamentar a tese: artigo da 
Constituição Federal, artigo do Código Penal, artigo do Código de Processo 
Penal, Legislação Penal Especial e Súmulas. 
(pular 1 linha) 
DO PEDIDO 
(pular 1 linha) 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência, após a oitiva do 
representante do Ministério Público, a concessão da liberdade provisória sem 
fiança, consoante o disposto no artigo 5º, LXVI, da Constituição Federal e 
artigo 310, III, c/c o artigo 321, ambos do Código de Processo Penal, 
expedindo-se o alvará de soltura e mediante termo de comparecimento a todos 
os atos do processo. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
(pular 1 linha) 
Local e data 
(pular 1 linha) 
Advogado __________ 
OAB / _____ nº _____ 
ou 
“Assinatura” 
OAB / _____ nº _____ 
 
 RELAXAMENTO DE PRISÃO 
 Conceito: O relaxamento da prisão é a petição cabível nos casos de 
decretação ilegal de prisão em flagrante ou preventiva. Quando a prisão 
for ilegal, será caso de relaxamento. Agora, quando a prisão preventiva 
for legal, mas desaparecer a causa que a justificava, será o caso de 
pedido de revogação. 
 Fundamentos legais: 
 CPP, Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no 
prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização 
da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a 
presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da 
Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa 
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada 
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
I - relaxar a prisão ilegal; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 CF, Art. 5º (...) 
(...) 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade 
judiciária; 
 Prisão em flagrante: 
 CPP, Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por 
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da 
infração; 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos 
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá 
esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando 
a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, 
procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao 
interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, 
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, 
a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº 11.113, 
de 2005) 
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o 
conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no 
caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos 
do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, 
enviará os autos à autoridade que o seja. 
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de 
prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão 
assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a 
apresentação do preso à autoridade. 
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não 
puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas 
testemunhas, que tenham ouvidosua leitura na presença deste. 
(Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005) 
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a 
informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se 
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual 
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa 
designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o 
compromisso legal. 
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre 
serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao 
Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, 
será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em 
flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, 
cópia integral para a Defensoria Pública. (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, 
a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, 
o nome do condutor e os das testemunhas. 
 Para que o flagrante seja legal, deve ter sido realizado em uma das 
hipóteses arroladas no art. 302 do CPP, e o auto de prisão em 
flagrante deve ser elaborado seguindo as disposições do art. 304 
até 309, do Código de Processo Penal. São elas: 
 Atuarão na lavratura do auto de prisão em flagrante a 
autoridade policial, escrivão, condutor e testemunhas. Não 
é obrigatória a presença de defensor técnico na lavratura do 
auto de prisão em flagrante, devendo a autoridade que o 
lavra informar o preso de seus direitos. Contudo, se o preso 
indicar que tem advogado e a autoridade policial não 
permitir sua atuação no flagrante haverá nulidade. 
 O auto de prisão em flagrante será lavrado pela autoridade 
policial do local em que ocorrer a prisão captura, pouco 
importando o local da competência para julgamento do feito. 
 O flagrante será conduzido pela autoridade policial com a 
ajuda do escrivão e o código dá solução distinta caso não 
haja autoridade policial e caso não haja escrivão. Se não 
houver autoridade policial no local da captura, será o preso 
apresentado à autoridade do lugar mais próximo em que 
efetuada a prisão, nos termos do art. 308 do CPP. Por outro 
lado, caso não haja escrivão no local, qualquer pessoa 
designada pela autoridade lavrará o auto, depois de 
prestado o compromisso legal, nos termos do art. 305 do 
CPP. É importante lembrar que a autoridade policial não é a 
única com atribuição para lavrar o flagrante. Assim, por 
exemplo, podemos destacar a Súmula 397 do STF: O poder 
de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, 
em caso de crime cometido nas suas dependências, 
compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante 
do acusado e a realização do inquérito. Também é exemplo 
a hipótese em que o crime é cometido na presença do 
magistrado em razão de suas funções, sendo então sua a 
atribuição para lavratura do auto de prisão em flagrante, nos 
termos do art. 307 do CPP. Entendemos que a medida não 
viola o sistema acusatório desde que, é evidente, o 
magistrado seja afastado do caso e não julgue-o, devendo 
o feito ser encaminhado para seu substituto lega 
 O condutor é a pessoa que conduz o preso à autoridade 
policial. Normalmente trata-se de policial militar mas não há 
nenhuma obrigatoriedade de que seja sempre ele. Será ele 
a primeira pessoa a ser ouvida na lavratura do auto de 
prisão em flagrante, nos termos do art. 304 do CPP. 
 Após deverão ser ouvidas as testemunhas e por último o 
conduzido, nos termos do art. 304 do CPP. Normalmente 
surgem aqui dois questionamentos. Devem ser ouvidas no 
mínimo duas testemunhas, no entanto prevalece o 
entendimento de que o condutor pode ser considerado para 
fins da contagem deste número mínimo de testemunhas. 
fato de o código exigir que sejam ouvidas duas testemunhas 
não significa que a ausência de testemunhas impeça a 
lavratura do auto de prisão em flagrante. Nesta hipótese, 
deverá haver duas testemunhas também, mas 
evidentemente que não serão testemunhas presenciais, ou 
seja, testemunhas que viram o cometimento do crime. Trata-
se de testemunhas da apresentação do preso à autoridade, 
chamadas de testemunhas instrumentais, instrumentárias, 
da apresentação ou fedatárias. 
 Após a lavratura do auto de prisão em flagrante deverão ser 
feitas as comunicações nos termos do art. 306 do CPP: 
o CPP, Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local 
onde se encontre serão comunicados imediatamente 
ao juiz competente, ao Ministério Público e à família 
do preso ou à pessoa por ele indicada. 
§ 1.º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a 
realização da prisão, será encaminhado ao juiz 
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o 
autuado não informe o nome de seu advogado, cópia 
integral para a Defensoria Pública. 
§ 2.º No mesmo prazo, será entregue ao preso, 
mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela 
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do 
condutor e os das testemunhas. 
o Todas estas comunicações deverão ser feitas no 
prazo de 24 horas. Assim, o preso deverá receber a 
chamada nota de culpa que indicará o motivo da 
prisão, o nome do condutor e o das testemunhas. Daí 
porque se entende que este prazo é o prazo máximo 
para a lavratura do auto de prisão em flagrante. No 
entanto, a jurisprudência tem entendido que, em 
situações excepcionais, é possível superar este 
prazo, desde que observado o parâmetro da 
razoabilidade: 
 “III – In casu, a prisão em flagrante ocorreu de 
forma regular, ademais, ainda que não tivesse 
sido comunicada de forma imediata à 
autoridade judiciária, o atraso desde que não 
seja demasiado – na comunicação da prisão 
ao juiz competente, por si só, não gera mácula 
do flagrante, se observados os demais 
requisitos legais. Além do mais, tal alegação 
fica superada em face da decretação 
superveniente da prisão preventiva, o que 
ocorreu na presente hipótese (precedente).” 
(STJ, HC 375488/SP, 5ª T., rel. Min. Felix 
Fischer, DJe 15.03.2017) 
 O Juiz e o Promotor deverão receber o auto de prisão em 
flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu 
advogado, cópia integral deverá ser encaminhada para a 
Defensoria Pública. 
 Modalidades de flagrante: 
 Flagrante próprio: O flagrante previsto nos incs. I e II é o 
chamado flagrante próprio, flagrante real ou flagrante 
propriamente dito. Foram equiparadas duas figuras distintas 
a) a da pessoa que está cometendo a infração penal e b) a 
da pessoa que acaba de cometê-la. As duas figuras são 
muito próximas do ponto de vista temporal: enquanto na 
primeira a ação do agente se desenvolve (está cometendo 
a infração penal), na segunda ela acabou de se encerrar 
(acaba de cometer a infração penal). 
 Flagrante impróprio: o inciso III traz a figura do flagrante 
impróprio, imperfeito, irreal ou quase flagrante. Trata-se da 
hipótese em que a pessoa é perseguida logo após o 
cometimento da infração, pela autoridade, pelo ofendido ou 
por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser 
autor da infração. 
o O conceito de perseguição é dado pelo art. 290, § 1º, 
do CPP: Entender-se-á que o executor vai em 
perseguição do réu, quando: a) tendo-o avistado, for 
perseguindo-o sem interrupção, embora depois o 
tenha perdido de vista; b) sabendo, por indícios ou 
informações fidedignas, que o réu tenha passado, há 
pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em 
que o procure, for no seu encalço. É assente na 
doutrina a lição de que enquanto houver a 
perseguição haverá o flagrante, ainda que o agente 
tenha sido perdido de vista. Diz-se ainda que desde 
que não tenha havido solução de continuidade da 
perseguição (interrupção da perseguição),haverá o 
flagrante. 
 Flagrante presumido: o inciso IV traz o chamado flagrante 
presumido, assimilado ou ficto, em que a pessoa é 
encontrada, logo depois, com instrumentos, armas e objetos 
ou papéis que façam presumir ser ela a autora da infração. 
Nesta hipótese temos o sujeito que é encontrado logo 
depois da prática criminosa com o objeto que fora subtraído 
da vítima. 
 Duração: 
 A prisão em flagrante terá duração até que o magistrado 
análise a prisão do suspeito e tome uma das medidas 
previstas no art. 310 do CPP. Vale dizer, o magistrado ao 
receber o auto de prisão em flagrante poderá relaxar a 
prisão (caso seja ilegal), conceder liberdade provisória ou 
outra medida cautelar ou ainda decretar a prisão preventiva. 
 Estrutura 
 Número de petições 
 Assim como a liberdade provisória, o pedido de relaxamento 
da prisão em flagrante é elaborado em uma única petição, 
dividida em endereçamento, preâmbulo, fatos, direito e 
pedido. 
 Endereçamento 
 A peça será endereçada ao Juiz de Direito ou ao Juiz 
Federal, a depender do crime cometido ser da competência 
da Justiça Estadual ou da Justiça Federal. 
 Qualificação e fundamentos constitucionais e legais 
 A peça conterá a qualificação do requerente, bem como os 
fundamentos legais e constitucionais utilizadas para o 
oferecimento do relaxamento. São eles o art. 5º, LXV, da 
Constituição Federal e o art. 310, I, do Código de Processo 
Penal c/c o dispositivo que aponte o aspecto material/formal 
desobedecido. 
 Dos fatos 
 Deve ser elaborada uma síntese dos fatos ocorridos. 
 Do direito 
 Desenvolvem-se as teses referentes a prisão ilegal. Nessa 
linha de raciocínio, o advogado demonstrará ao juiz as 
razões pelas quais o flagrante é ilegal. 
 Do pedido 
 Deve haver menção aos dispositivos legais que 
fundamentam o pedido. Não é necessário fazer menção ao 
conteúdo do artigo, devendo apenas apontá-lo. O 
requerimento será de relaxamento da prisão em flagrante 
com a consequente expedição do alvará de soltura. 
Também se deve requerer a oitiva do membro do Ministério 
Público. 
 Denominação 
 Requerente. 
 Prazo 
 O pedido de Relaxamento de Prisão em Flagrante não 
possui prazo fixo, podendo ser feito enquanto perdurar a 
situação de ilegalidade no flagrante. 
 Modelo 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA 
CRIMINAL (Vara do Júri / Juizado de Violência Doméstica e Familiar 
Contra a Mulher / Juizado Especial Criminal) DA COMARCA DE _____ 
ESTADO DE _____, 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA 
CRIMINAL (Vara do Júri / Juizado de Violência Doméstica e Familiar 
Contra a Mulher / Juizado Especial Criminal) DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE 
_____ 
 
(pular 1 linha) 
 
Inquérito Policial nº ___ 
 
(pular 6 linhas) 
 
_____, (nacionalidade), (estado civil), (profissão) residente e domiciliado 
em (endereço), através de seu advogado que esta subscreve, vem 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer o 
Relaxamento da Prisão em Flagrante com fundamento no artigo 5º, inc. 
LXV, da Constituição Federal, c/c art. 310, I, do Código de Processo 
Penal, pelos motivos a seguir expostos: 
 
(pular 1 linha) 
 
DOS FATOS 
 
(pular 1 linha) 
 
– narrar em parágrafos de até 5 ou 6 linhas; 
 
– não repetir a mesma palavra, muitas vezes, dentro do mesmo parágrafo; 
 
– não discutir tese(s); 
 
– narrar de maneira organizada – início/meio/fim. 
 
(pular 1 linha) 
 
O requerente foi preso em flagrante delito, por infringir o disposto no artigo 
___ do _____, relatando o auto de prisão flagrante que (deve-se 
especificar com as próprias palavras os motivos da prisão em flagrante e 
os vícios do auto de prisão, tudo conforme os dados fornecidos pelo caso). 
 
(pular 1 linha) 
 
DO DIREITO 
 
(pular 1 linha) 
 
Dispõe o artigo 5º, LXV, da Constituição Federal. 
 
Ademais, afirma o artigo 310, I, do Código de Processo Penal. 
 
Assim, tendo em vista a presença de vícios no flagrante, tais como 
(trabalhar os vícios – como visto antes, normalmente a discussão é acerca 
da ausência de situação flagrancial, o indivíduo foi preso em desrespeito 
ao artigo 302 do CPP, que traz as situações de flagrante, ou então não foi 
cumprida alguma formalidade do auto de prisão em flagrante – artigo 304 
do CPP) (deve-se então especificar a matéria de direito conforme o vício 
apontado). 
 
Desde logo, frise-se não estarem presentes os motivos autorizadores da 
prisão preventiva, os termos do que dispõe o artigo 312 do Código de 
Processo Penal, a saber, para a garantia da ordem pública, da ordem 
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a 
aplicação da lei penal. Como já citado, o requerente é primário, possui 
bons antecedentes e tem endereço e emprego fixos. 
 
Com efeito, dado que o presente flagrante é ilegal em virtude dos vícios 
antes expostos, deve ser concedido o presente relaxamento da prisão em 
flagrante de forma a cumprir determinações constitucionais e legais. 
 
DICA! 
 
Sempre citar, quando cabível, para construir e fundamentar a tese: artigo 
da Constituição Federal, artigo do Código Penal, artigo do Código de 
Processo Penal, Legislação Penal Especial e Súmulas. 
 
(pular 1 linha) 
 
DO PEDIDO 
 
(pular 1 linha) 
 
Ante o exposto, com base no art. 5º, inc. LXV, da Constituição Federal c/c 
o art. 310, I, do Código de Processo Penal, requer a Vossa Excelência, 
após a oitiva do representante do Ministério Público, determine o 
relaxamento da prisão em flagrante, colocando-se o requerente em 
liberdade através da expedição do competente alvará de soltura. 
 
Nestes termos, 
 
Pede deferimento. 
 
(pular 1 linha) 
 
Local e data 
 
(pular 1 linha) 
 
Advogado __________ 
 
OAB / _____ nº _____ 
 
ou 
 
“Assinatura” 
 
OAB / _____ nº _____ 
 ALEGAÇÕES FINAIS (MEMORIAIS) 
 Previsão legal: 
 Procedimento comum: CPP, Art. 403. Não havendo 
requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas 
alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela 
acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo 
o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a 
defesa de cada um será individual. (Incluído pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação 
desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por 
igual período o tempo de manifestação da defesa. (Incluído 
pela Lei nº 11.719, de 2008). 
§ 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o 
número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias 
sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, 
terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. (Incluído 
pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 Procedimento do júri: CPP, Art. 411. Na audiência de instrução, 
proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, 
à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela 
defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, 
às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, 
interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o 
debate. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 
§ 1o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio 
requerimento e de deferimento pelo juiz. (Incluído pela Lei nº 
11.689, de 2008) 
§ 2o As provas serão produzidas em uma só audiência, podendo 
o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou 
protelatórias. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 
§ 3o Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o 
caso, o disposto no art. 384 deste Código. (Incluído pela Lei 
nº 11.689, de 2008) 
§ 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, 
respectivamente, à acusação e à defesa, peloprazo de 20 (vinte) 
minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez). (Incluído pela Lei nº 
11.689, de 2008) 
§ 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a 
acusação e a defesa de cada um deles será individual. 
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 
§ 6o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação 
deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por 
igual período o tempo de manifestação da defesa. (Incluído 
pela Lei nº 11.689, de 2008) 
§ 7o Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à 
prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem 
deva comparecer. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 
§ 8o A testemunha que comparecer será inquirida, 
independentemente da suspensão da audiência, observada em 
qualquer caso a ordem estabelecida no caput deste artigo. 
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 
§ 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o 
fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam 
conclusos. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 
 Em regra, as alegações finais são apresentadas de forma oral. Contudo, 
considerando a complexidade do caso ou o elevado número de acusados, 
o juiz poderá convertê-las em memoriais escritos, a serem apresentados 
no prazo de 5 dias. 
 Momento: 
 O momento de apresentação dos memoriais é após o 
encerramento da instrução e antes da sentença. 
 Estrutura: 
 É elaborada em uma única petição, cuja estrutura é composta de 
endereçamento, preâmbulo, fatos, direito e pedido. 
 Endereçamento 
 É encaminhada a um juiz de Direito ou Juiz Federal 
competente da Vara Criminal (procedimento comum 
ordinário) ou da Vara do Júri (procedimento especial do júri 
– crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados e 
os crimes conexos) ou Juizado de Violência Doméstica e 
Familiar contra a Mulher ou até mesmo Juizado Especial 
Criminal (desde que haja a excepcional conversão de 
memoriais orais em escritos). 
 Qualificação e fundamento legal 
 Na elaboração do preâmbulo, não é necessária a 
qualificação do acusado. A previsão legal para a 
apresentação da peça é o art. 403, § 3º, do CPP, na 
hipótese de rito ordinário. Para o rito do júri, a possibilidade 
de oferecimento de memoriais escritos é oriunda da 
aplicação analógica do art. 403, § 3º, do CPP (cumulado 
com o art. 411 do CPP). Por fim, importa frisar que, para o 
rito sumário e sumaríssimo, não há previsão legal de 
apresentação de memoriais escritos, mas poderá ocorrer 
excepcionalmente em analogia ao art. 403, § 3º, do CPP. 
 Dos fatos 
 Neste tópico o advogado deve fazer um breve resumo dos 
principais fatos ocorridos no processo, inclusive com a 
menção aos fatos imputados ao acusado. 
 Do direito 
 A divisão no tópico pode ser feita em preliminares e mérito. 
Apenas para ilustrar, aqui vão algumas teses: 
o Desclassificação; 
o Afastamento de qualificadoras; 
o Circunstâncias judiciais favoráveis; 
o Reconhecimento de atenuantes; 
o Afastamento de agravantes e causas de aumento; 
o Reconhecimento de causas de diminuição; 
o Concurso de crimes mais favorável ao agente; 
o Regime inicial de cumprimento de pena menos 
gravoso; 
o Substituição da pena por restritiva de direitos, ou 
pena de multa; 
o Sursis; 
o Recurso em liberdade; 
o Negativa de indenização; 
o Negativa aos efeitos do art. 91 do Código Penal. 
 Tratando-se do rito especial da primeira fase do Júri, após a 
apresentação dos memoriais, poderá haver 
 decisão de pronúncia (art. 413 do CPP) 
 impronúncia (art. 414 do CPP), 
 absolvição sumária (art. 415 do CPP) ou 
 desclassificação (art. 419 do CPP). 
 Do pedido 
 O pedido sempre dependerá da tese desenvolvida no tópico 
“Do direito”. Assim, se a tese é de absolvição, deve ser feito 
o pedido de absolvição. Havendo preliminares, o pedido 
para que sejam reconhecidas deve ser feito antes dos 
pedidos relativos ao mérito. Cabe lembrar que o pedido 
deve estar sempre embasado em um dispositivo legal, 
sendo necessária a referência a tal dispositivo. Não é 
necessário, contudo, que seja feita a transcrição do artigo. 
Dessa forma, como exemplo, temos: “Ante o exposto requer 
seja decretada a absolvição de ‘B’ com fundamento no 
artigo 386, inc. I, do Código de Processo Penal”. 
 Denominação do postulante 
 Acusado, imputado ou réu. 
 Prazo 
 Quando há conversão de memoriais orais em escritos, são 
cinco dias sucessivos para cada parte. Primeiro manifesta-
se a acusação, depois a defesa. 
 Modelo: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _____, ESTADO DE _____, 
 
OU 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA 
CRIMINAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE _____, 
 
OU 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA 
DO JÚRI DA COMARCA DE _____, ESTADO DE _____, 
 
OU 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO 
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA 
COMARCA DE _____, ESTADO DE _____, 
 
Processo nº __/__ 
 
(pular 8 linhas) 
 
_____, qualificado nos autos da Ação Penal que lhe move a Justiça 
Pública, por infração ao artigo ___ do ou da _____, via de seu advogado 
e procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente à douta 
presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 403, § 3º, do Código de 
Processo Penal, apresentar MEMORIAIS ESCRITOS, expondo e 
requerendo o quanto segue: 
 
(pular 1 linha) 
 
DOS FATOS 
 
(pular 1 linha) 
 
– narrar em parágrafos de até 5 ou 6 linhas; 
 
– não repetir a mesma palavra, muitas vezes, dentro do mesmo parágrafo; 
 
– não discutir tese(s); 
 
– narrar de maneira organizada – início/meio/fim. 
 
(pular 1 linha) 
 
DA PRELIMINAR 
 
(pular 1 linha) 
 
DICA! 
 
Sempre citar, quando cabível, para construir e fundamentar a tese: artigo 
da Constituição Federal, artigo do Código Penal, artigo do Código de 
Processo Penal, Legislação Penal Especial e Súmulas. 
 
(pular 1 linha) 
 
DO MÉRITO 
 
(pular 1 linha) 
 
Por via de regra, este é o momento de articular tese que redunde na 
absolvição do cliente, nos termos do art. 386, em caso de rito comum ou 
absolvição sumária, sendo rito do júri. 
 
DICA! 
 
Sempre citar, quando cabível, para construir e fundamentar a tese: artigo 
da Constituição Federal, artigo do Código Penal, artigo do Código de 
Processo Penal, Legislação Penal Especial e Súmulas. 
 
(pular 1 linha) 
 
SUBSIDIARIAMENTE 
 
(pular 1 linha) 
 
Aqui o candidato deve mencionar todas as teses alternativas à anulação 
do processo e à absolvição pura e simples. A pertinência da tese 
dependerá do caso concreto, como, por exemplo, desclassificação do 
crime mais grave para menos grave, diminuição da pena, substituição da 
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, regime prisional mais 
brando, para início de cumprimento de pena etc. 
 
(pular 1 linha) 
 
DOS PEDIDOS 
 
(pular 1 linha) 
 
Por tudo o quanto foi exposto e inequivocamente provado, requer: 
 
preliminarmente a ... nulidade absoluta .......... 
 
Caso Vossa Excelência entenda de forma diversa, afastando a nulidade 
apontada, quanto ao mérito, postula-se a absolvição do acusado, com 
fulcro no inciso ___ do art. 386 do Código de Processo Penal. 
 
Apenas pela eventualidade, em caso do não acatamento da tese 
meritória, subsidiariamente requer a substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos, nos termos do art. 44 do CP (ou 
suspensão condicional da pena – art. 77 do CP; ou causa de diminuição 
de pena etc.). 
 
DICA! 
 
Sendo caso de rito especial do Júri, além de preliminares, a defesa poderá 
requerer a impronúncia (art. 414 do CPP); absolvição sumária (art. 415 do 
CPP) ou desclassificação (art. 419 do CPP). Em verdade, é plenamente 
possível requerer comotese principal a absolvição sumária (art. 415 do 
CPP) e, subsidiariamente, a desclassificação (art. 419 do CPP) ou 
impronúncia (art. 414 do CPP). 
 
(pular 1 linha) 
 
Pede deferimento. 
 
(pular 1 linha) 
 
Local e data 
 
(pular 1 linha) 
 
Advogado _________________ 
 
OAB / _____ nº _____ 
 
ou 
 
“Assinatura” 
 
OAB / _____ nº _____ 
 
 Bibliografia complementar 
 GONÇALVES, Victor Eduardo R.; REIS, Alexandre Cebrian A. 
Esquematizado - Direito Processual Penal. Editora Saraiva, 
2022. E-book. ISBN 9786553623101. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553623101/ 
 NUCCI, Guilherme de S. Curso de Direito Processual Penal. 
Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN 9786559646838. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559646838/ 
 RODRIGUES, Cristiano; CURY, Rogério. Série Método de 
Estudo OAB - Prática Penal, 2ª edição. Grupo GEN, 2018. E-
book. ISBN 9788530978617. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530978617/ 
 AVENA, Norberto. Processo Penal. Grupo GEN, 2022. E-book. 
ISBN 9786559645084. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559645084/ 
 NUCCI, Guilherme de S. Processo Penal e Execução Penal. 
(Esquemas & Sistemas). Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 
9786559645053. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559645053/ 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553623101/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559646838/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530978617/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559645084/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559645053/
 CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. Editora Saraiva, 
2022. E-book. ISBN 9786553620704. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553620704/ 
 NUCCI, Guilherme de S. Prática Forense Penal. Grupo GEN, 
2022. E-book. ISBN 9786559645220. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559645220/ 
 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553620704/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559645220/

Continue navegando