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Pesquisa Acadêmica - Direito Processual Civil I

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PESQUISA ACADÊMICA – DIREITO PROCESSUAL CIVIL II – 2023/1
@claraferreirastudies
1º BIMESTRE
I - NOÇÕES GERAIS (Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
1. O cumprimento da sentença consiste em uma fase do processo de conhecimento e se desenvolve com o objetivo
de forçar o adimplemento de obrigação reconhecida em uma decisão.
Correto, o processo de cumprimento da sentença ocorre após o reconhecimento do direito, através de uma
sentença.
2. Os títulos executivos extrajudiciais estão sujeitos à execução por meio de processo autônomo.
Processo de execução autônomo, pois o cumprimento se dá após o reconhecimento legal de um título
executivo extrajudicial.
3. Apesar de suas diferenças, o cumprimento da sentença dos títulos executivos judiciais e o processo de execução
dos títulos executivos extrajudiciais buscam o mesmo objetivo que é a satisfação do direito do credor pelo
adimplemento da obrigação.
Correto, ambos visam a satisfação prática / concreta de um direito reconhecido, seja por lei, seja por decisão.
4. No processo de execução dos títulos executivos extrajudiciais há a necessidade de se realizar a citação do
executado devedor.
Correto, o executado precisa ser citado para tornar a coisa litigiosa, podendo o exequente desistir da
execução em qualquer momento. O autor, por sua vez, em um processo de conhecimento, somente poderá
desistir do processo, após citação do réu, caso haja anuência do mesmo.
5. A execução dos títulos executivos judiciais se desenvolve da mesma forma que a execução dos títulos executivos
extrajudiciais.
A execução dos títulos executivos judiciais se desenvolve após a decisão, reconhecendo o direito do autor,
homologada após o encerramento da 1ª fase do processo de conhecimento.
A execução dos títulos executivos extrajudiciais, por sua vez, ocorre de forma autônoma, instaurando o
processo de execução, tendo em vista o direito reconhecido de forma legal previamente.
6. Qualquer execução terá como objetivo a constrição do patrimônio do devedor para a satisfação da pretensão do
credor.
A execução tem por objetivo a satisfação prática de um direito reconhecido, mas, isso não significa que
necessariamente ocorrerá a constrição do patrimônio do devedor, pois o mesmo poderá sanar sua dívida de
forma monetária, por exemplo.
7. As regras que regulam o processo de execução autônomo apresentam aplicação subsidiária ao cumprimento da
sentença dos títulos executivos judiciais.
As regras do processo de execução serão aplicadas em caso de omissão legislativa.
8. Apesar de se desenvolver no mesmo processo de conhecimento, a fase de cumprimento da sentença exige a
citação do devedor para realizar o adimplemento da obrigação.
Como o direito havia sido reconhecido em sentença, não há necessidade de uma nova citação para ocorra o
adimplemento da obrigação.
9. Tanto o cumprimento de sentença como o processo de execução autônomo realizam-se por meios de sub-rogação
no sentido de constranger a liberdade do devedor.
O cumprimento de sentença, bem como o processo de execução autônomo, podem ser
realizados por meios de sub-rogação (quando há a constrição do patrimônio do devedor, como
se observa nas obrigações de entregar coisa ou pagar quantia) ou por meios coercitivos
(execuções indiretas) para forçar o adimplemento da obrigação (exemplo: obrigações de fazer).
10. A decisão proferida no processo que tramita no juízo cível que reconhece a exigibilidade de uma obrigação está
sujeita ao cumprimento no mesmo processo.
Não seria lógico e nem efetivo que o credor tivesse que instaurar um novo processo para executar a decisão
proferida no processo de conhecimento, portanto, a execução das decisões (título executivos judiciais)
passaram a ser realizadas no próprio processo de conhecimento, transformando-o em um processo
sincrético.
II - PRINCÍPIOS (Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
11. Mesmo que comprometa a satisfação do crédito do exequente, o princípio da menor onerosidade deve ser
obedecido, sob pena de ofender a própria dignidade da pessoa do devedor.
O princípio da menor onerosidade é a busca por uma execução menos desagradável, mas, ele deve ser
aplicado de forma que não prejudique a satisfação do direito, pois é esse o objetivo do processo de
execução.
12. Uma vez que o direito se mostra anteriormente reconhecido não sendo suscetível de discussão, na execução não
há razão para o exercício do contraditório.
Apesar de não caber contraditório quanto ao direito, pois este já foi previamente reconhecido, existem
possibilidades quanto ao questionamento relativo ao cumprimento da sentença.
13. Qualquer resultado no processo de execução que não venha a ser a satisfação da pretensão do exequente irá
significar uma extinção anômala da execução diante do princípio do desfecho único.
Ao contrário do processo de conhecimento, a única possibilidade dentro do processo de execução é a de
satisfação do direito do exequente, podendo este desistir quando bem entender.
14. Diferentemente do processo de conhecimento, o exequente pode desistir da execução sem a necessidade de
anuência do executado mesmo que este já tenha sido citado.
15. Em que pese não ser tão intenso como no processo de conhecimento, o princípio do contraditório está presente
na execução, não acerca do direito material anteriormente reconhecido, mas acerca de fatores que o circundam, tais
como a avaliação de um bem penhorado.
III - REQUISITOS DA EXECUÇÃO (Julgue os itens a seguir justificando os
falsos)
16. O credor no momento da propositura da execução deve comprovar que o devedor está inadimplente, uma vez que
isso se mostra como requisito da execução.
Incumbe ao devedor o ônus da prova em contrário, ou seja, demonstrar que ocorreu o adimplemento. O
inadimplemento é presumido pelo judiciário.
17. O ônus da prova quanto à exigibilidade do título executivo é do credor.
O credor tem o ônus de provar que o seu título é exigível. O inadimplemento é presumido. Deve haver
comprovação da exigibilidade.
18. A exigibilidade do título executivo se mostra como condição essencial para a sua execução.
O principal requisito para a execução é o meio de prova, ou seja, o documento. O título deve ser certo,
exigível e líquido.
19. A declaração de inconstitucionalidade da lei a qual o juiz se baseou para constituir o título executivo judicial afeta
a sua exigibilidade.
O título executivo judicial declarado inconstitucional afeta a exigibilidade.
20. O título executivo consiste no fato jurídico de reconhecimento de um direito comprovado por meio de um
documento.
Título executivo é o fato jurídico de reconhecimento de um direito por meio de uma decisão ou pela lei.
21. A liquidez do título extrajudicial não retira a viabilidade de sua execução, desde que no curso do processo se
realize a sua liquidação.
Não existe liquidação de títulos executivos extrajudiciais. Se o título for extrajudicial e não for
líquido, deve ser proposta uma ação de conhecimento e, na sequência, cumprimento de
sentença para aquela decisão.
22. Um título executivo que apresenta uma condição suspensiva somente será exigível quando tal evento futuro e
incerto ocorrer.
O título poderá ser exigido quando não estiver subordinado a condição suspensiva ou termo.
23. Um título subordinado a uma condição suspensiva não pode ser executado em razão da ausência de certeza.
Se o título encontra-se em condição suspensiva a sua não execução decorre da ausência de
exigibilidade.
IV - TÍTULOS EXECUTIVOS (Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
24. O trânsito em julgado é condição essencial para que a sentença penal condenatória seja considerada título
executivo judicial.
Conforme o artigo 515, inciso VI. De acordo com a legislação brasileira, o trânsito em julgado é condição
essencial para que a sentença penal condenatória seja considerada título executivo judicial.
25. A falta de liquidez do título extrajudicial impede o sucesso da execução, não impedindo, todavia, que o credor
proponha uma ação de conhecimento para ver seudireito reconhecido.
A liquidez do título é uma das condições necessárias para que um título executivo extrajudicial possa ser
executado. Se o título não for líquido, ou seja, se o valor da dívida não puder ser facilmente determinado a
partir das informações contidas no título, a execução poderá ser frustrada. Nesse caso, o credor poderá
optar por propor uma ação de conhecimento para ver seu direito reconhecido e obter uma sentença judicial
que fixe o valor da dívida e estabeleça outras obrigações a serem cumpridas pelo devedor.
26. O formal de partilha é título executivo judicial inclusive contra terceiros que não participaram do inventário.
O formal de partilha não é um título executivo judicial, e também não pode ser utilizado como título executivo
contra terceiros que não participaram do inventário. O formal de partilha é um documento que registra a
partilha de bens de uma pessoa falecida entre seus herdeiros, após a conclusão do inventário. Ele é utilizado
para formalizar a transferência dos bens do falecido para seus herdeiros e comprovar a titularidade desses
bens.
27. Somente as decisões de natureza condenatória podem ser consideradas títulos executivos judiciais.
Um título executivo judicial é um documento que possui força executiva, ou seja, que permite ao credor
executar uma obrigação de pagamento ou de fazer ou não fazer, sem a necessidade de um novo processo de
conhecimento. Se for uma decisão em um processo, reconhecendo qualquer exigibilidade de obrigação, é
título executivo judicial.
28. Um contrato garantido por hipoteca prescinde de testemunhas para ser considerado título executivo.
Conforme o artigo 784, inciso V.
29. A sentença arbitral está sujeita a instauração de processo de execução, uma vez que constitui um título
executivo extrajudicial.
Sentença arbitral é título executivo extrajudicial.
30. A sentença que reconhece a obrigação de fazer não pode ser considerada título executivo.
Conforme o artigo 51, do Código de Processo Civil, a sentença que reconhece a obrigação de fazer, não fazer
ou entregar coisa pode ser executada diretamente, sem a necessidade de um processo de conhecimento
posterior.
31. A sentença estrangeira depende da homologação para constituir um título executivo judicial com força executiva
no Brasil.
A sentença estrangeira depende de homologação pelo STJ para que possa ser considerada um título
executivo judicial com força executiva no Brasil. Art. 515, inciso VIII.
32. Crédito do perito judicial constitui título executivo judicial, desde que homologado pelo juiz.
Quando o perito judicial presta serviços para o processo, ele tem direito a receber remuneração pelos seus
serviços, que pode ser fixada pelo juiz. Essa remuneração, denominada "crédito do perito judicial", pode ser
executada diretamente, desde que homologada pelo juiz, o que confere a ela a natureza de título executivo
judicial.
33. O crédito documentalmente comprovado de despesas do condomínio, para ser exigido do condômino, deve ser
reconhecido por sentença em processo de conhecimento.
O crédito documentalmente comprovado de despesas do condomínio é título executivo extrajudicial, de
acordo com o artigo 784, X.
34. O documento público depende da assinatura de, pelo menos, duas testemunhas para configurar título executivo.
Para ter valor executivo, o documento público deve ser assinado somente pelo devedor. De acordo com o
artigo 585, VI, do Código de Processo Civil. Deve ser assinado por duas testemunhas o documento particular.
35. A sentença arbitral é considerada título executivo judicial, desde que homologada pelo Poder Judiciário.
A sentença arbitral não depende de homologação judicial, pois trata-se de um título executivo
extrajudicial, em razão de sua equivalência às sentenças proferidas pelo Poder Judiciário.
36. A certidão de dívida ativa está sujeita ao cumprimento da sentença.
Por se tratar de um título executivo extrajudicial, nos termos do artigo 585, IX, do CPC, a Certidão de Dívida
Ativa (CDA) não está sujeita ao cumprimento da sentença.
37. Compete ao juízo cível processar o cumprimento de sentença penal condenatória e de sentença arbitral que
reconheçam a obrigação de pagar quantia. Tais processos sujeitam-se a distribuição e podem ser impugnados pelos
executados nos mesmos moldes das sentenças condenatórias provenientes do juízo cível.
Os três são títulos executivos judiciais, portanto, são executados da mesma forma. Conforme o artigo 516,
inciso III, do CPC, o cumprimento da sentença efetuar-se-á perante o juízo cível competente, quando se tratar
de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo
Tribunal Marítimo.
38. O cumprimento da sentença penal condenatória exige a instauração do processo no juízo cível por meio de
petição inicial.
A sentença penal condenatória criminal teve fase cognitiva. Após a decisão judicial, instaura-se o processo
de cumprimento, citando o devedor.
39. Uma dívida documentalmente comprovada de aluguel permite a instauração de ação de execução autônoma
para se exigir as prestações não pagas.
O contrato de locação, quando devidamente formalizado, constitui título executivo extrajudicial, nos termos
do artigo 784, inciso VIII, do Código de Processo Civil.
40. O acordo extrajudicial consiste em título executivo extrajudicial mesmo que homologado em juízo.
Artigo 515, inciso III. Se foi homologado em juízo, é título executivo judicial.
41. Uma decisão interlocutória pode configurar um título executivo judicial desde que reconheça a exigibilidade de
uma obrigação.
Qualquer decisão que reconheça a exigibilidade da obrigação constitui título executivo judicial.
42. A certidão de dívida ativa, para ser considerada como título executivo, deve ser referendada pelo Poder
Judiciário.
A certidão de dívida ativa é um título executivo extrajudicial, portanto, não há necessidade de se comprovar a
existência da dívida em juízo.
V - LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (Julgue os itens a seguir justificando os
falsos)
43. A decisão judicial que depende da apuração dos cálculos para se chegar ao valor devido depende de liquidação
pelo procedimento comum.
Se só depende de cálculo, o título já é líquido.
44. A dependência de fato novo para a apuração do valor da condenação exige a liquidação de sentença seguindo o
procedimento comum.
Liquidação pelo procedimento comum - apuração de fatos novos.
45. A liquidação consiste no procedimento para conferir ao título judicial liquidez através de um arbitramento ou
seguindo o procedimento comum.
As duas espécies de liquidação de sentença.
46. Para o cálculo dos juros de mora impostos por uma sentença condenatória não há a necessidade de se efetivar a
sua liquidação.
Os juros de mora são uma forma de atualização do valor devido a partir da data em que a sentença foi
proferida até o efetivo pagamento. Eles são calculados com base na taxa de juros estabelecida na sentença
ou na lei aplicável ao caso.
47. Nada impede que, para a apreciação dos fatos novos na liquidação, seja reapreciada questão que foi objeto da
fase cognitiva.
Durante a liquidação de sentença não há discussões acerca do mérito do processo, ocorre apenas a
apuração de fatos que envolvam o valor devido.
48. Via de regra os processos de conhecimento exigem a fase de liquidação de sentença para a realização do seu
cumprimento.
A fase de liquidação deve ser excepcional, pois é dever das partes e do juízo a determinação
da extensão da obrigação desde logo, nos termos do art. 491 do CPC. Ou seja, deverá
decorrer a liquidação de sentença quando não for possível determinar, de modo definitivo, o
montante devido ou quando a apuração deste valor depender da produção de prova de
realização demorada ou excessivamente dispendiosa.
49. Caso o juiz criminal não tenha imposto o valor da indenização devida pelo acusado, o credor poderá instaurar
diretamente o cumprimento da sentença para que o juiz faça o arbitramento da importância devida.
O cumprimento de sentença não poderá serinstaurado se o título executivo judicial contemplar
obrigação ilíquida, devendo instaurar uma ação para liquidação da sentença.
50. Decisões judiciais subordinadas à condição suspensiva estão sujeitas à liquidação de sentença.
O título condicionado é inexigível.
51. A liquidação da sentença que condena o réu a pagar o valor correspondente a 10% da remuneração do autor por
um período de cinco anos deverá ser realizada por arbitramento.
Não precisa de liquidação, já é líquido. Há necessidade somente de cálculo aritmético, o que torna o título
executivo líquido.
52. Caso os pedidos de A sejam julgados procedentes e a sentença condene B em quantia ilíquida, a liquidação
poderá ocorrer tanto a requerimento de A quanto de B, sendo certo que se dará pelo procedimento comum quando
houver a necessidade de alegar ou provar fato novo.
Isto porque a liquidação é um procedimento necessário para que se apure o valor exato da condenação
imposta na sentença.
53. A decisão do juiz que resolve a liquidação de sentença apresenta natureza jurídica de decisão interlocutória.
A decisão proferida pelo juiz na liquidação de sentença é uma decisão interlocutória.
54. Uma liquidação de sentença realizada pelo procedimento comum não poderá dar o resultado zero, uma vez que
ofenderia a coisa julgada.
A liquidação de sentença pelo procedimento comum, ao contrário da liquidação por arbitramento, poderá
apresentar valor igual a zero, pois essa decisão interlocutória dependerá de apuração de fatos novos.
VI - LEGITIMIDADE (Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
55. Para que o novo devedor tenha legitimidade passiva para a execução há a necessidade que a assunção de dívida
se aperfeiçoe com a anuência da parte credora.
A assunção de dívida, que é a transferência da obrigação de pagar de uma pessoa para outra, exige a
anuência do credor para que o novo devedor possa ser legitimado passivamente em eventual ação de
execução. Art. 779, inciso III.
56. O sub-rogado apresenta legitimidade para prosseguir na execução no mesmo polo em que se encontrava
enquanto devedor.
Enquanto for devedor, possuirá legitimidade passiva. Ao pagar a dívida se sub-roga nos direitos de credor,
adquirindo a legitimidade ativa. Há uma troca de polo.
57. Os herdeiros apresentam legitimidade passiva limitada ao quinhão hereditário que possam receber.
Cada herdeiro é responsável apenas pelo pagamento das dívidas do falecido na proporção do seu quinhão
hereditário.
58. O cessionário somente apresenta legitimidade para suceder o credor originário no processo de conhecimento
caso a parte contrária assim consinta, salvo se tal sucessão se der na fase de cumprimento da sentença.
O cessionário apresenta legitimidade para suceder o credor originário no processo de conhecimento, sem a
necessidade de consentimento da parte contrária, desde que a cessão de crédito seja regularmente
comprovada nos autos do processo (novação subjetiva).
59. O fiador, por não ser o devedor principal indicado no título executivo, não pode figurar no polo passivo de uma
execução sem que a dívida tenha sido exigida inicialmente do devedor originário.
O fiador é considerado devedor, portanto, pode ser executado, caso tenha renunciado o benefício de ordem.
60. O herdeiro apresenta legitimidade ativa ordinária superveniente para prosseguir na execução proposta pelo credor
que veio a óbito. Podendo, também, instaurar o processo de execução se este não o realizou.
A legitimidade ativa ordinária superveniente é a transferência de crédito para um novo credor, podendo o
espólio, herdeiro ou sucessor, promover a execução ou prosseguir com a mesma.
61. O credor apresenta legitimidade ordinária primária para a propositura da execução.
O credor é a parte que apresenta a legitimidade ordinária primária para a propositura da execução, já que é o
titular do direito de crédito decorrente do título executivo extrajudicial ou da sentença judicial transitada em
julgado (artigo 771 do Código de Processo Civil).
62. O fiador não apresenta legitimidade para ocupar o polo passivo no cumprimento da sentença se este não
participou da fase de conhecimento.
É parte legítima de um cumprimento de sentença quem participou da fase cognitiva (1ª fase do processo).
63. O Ministério Público somente apresenta legitimidade extraordinária para a execução nos casos previstos em lei.
Artigo 778, inciso I:
“Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei”
64. O responsável tributário apresenta legitimidade ativa para exigir do devedor o adimplemento da obrigação
tributária.
O responsável tributário tem legitimidade passiva. Art. 779.
65. A legitimidade ativa ordinária superveniente está restrita à propositura da execução, não podendo substituir o
exequente nos processos já instaurados.
A legitimidade ativa ordinária superveniente permite a substituição processual do exequente nos processos
já instaurados. Isso quer dizer que, se o titular do direito reconhecido em uma sentença (ou título executivo
extrajudicial) vier a falecer, seus herdeiros ou sucessores poderão prosseguir na execução, em seu lugar, na
qualidade de legitimados ativos ordinários supervenientes.
VII - RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL (Julgue os itens a seguir
justificando os falsos)
66. Os bens do devedor quando em poder de terceiros apresentam responsabilidade patrimonial secundária.
Quando os bens do devedor estão em poder de terceiros, eles continuam sendo de propriedade do devedor e,
portanto, apresentam responsabilidade patrimonial primária.
67. Os materiais utilizados para o exercício da profissão não estão sujeitos à penhora.
Artigo 833, inciso V. Alguns materiais necessários para o exercício da profissão são considerados
impenhoráveis, como é o caso das ferramentas utilizadas por um trabalhador autônomo, por exemplo.
68. Em geral, o alcance do patrimônio dos sócios ou responsáveis depende da desconsideração da personalidade
jurídica.
Em regra, o patrimônio dos sócios ou responsáveis não responde pelas obrigações da empresa, pois a
personalidade jurídica as separa. No entanto, em certas situações em que se verifica abuso da personalidade
jurídica, como por exemplo, utilização da empresa para ocultar bens ou fraudar credores, é possível a
desconsideração da personalidade jurídica, com o objetivo de atingir os bens pessoais dos sócios ou
responsáveis para satisfazer as obrigações da empresa.
69. Os materiais de construção de uma obra podem ser penhorados, mesmo que o imóvel seja impenhorável.
Os materiais de construção de uma obra não podem ser penhorados, conforme o inciso VII, se o imóvel que
está sendo construído puder ser penhorado, o material também pode, se não puder, o material também não
pode.
70.
71. Bens dos sócios apresentam responsabilidade patrimonial secundária naqueles casos previstos em lei.
De acordo com o artigo 10-A do Código de Processo Civil, na hipótese de desconsideração da personalidade
jurídica, serão atingidos os bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica responsável
pelo débito. A responsabilidade patrimonial dos sócios é subsidiária e complementar à da pessoa jurídica, ou
seja, só se aplica após o esgotamento dos bens da pessoa jurídica devedora.
72. Bens alienados em fraude contra credores apresentam responsabilidade patrimonial secundária.
Bens alienados em fraude contra credores deve apresentar a ação pauliana, o bem retornar para o devedor e
tomar dele - responsabilidade primária.
73. Os bens do cônjuge apresentam responsabilidade patrimonial secundária pelas dívidas contraídas à bem da
família.
Art. 790, inciso IV. Os bens do cônjuge podem responder pela dívida contraída pelo outro cônjuge em
benefício da família, mesmo que o bem seja próprio. Isso é conhecido como responsabilidade patrimonial
secundária ou responsabilidade subsidiária. Essa responsabilidade se estende apenas aos bens comuns do
casal e aos bens particulares que foram adquiridos durante aconstância do casamento.
74. Valores superiores a quarenta salários mínimos depositados em poupança estão sujeitos à penhora para
pagamento de dívida.
75. Os bens do devedor respondem pelo inadimplemento de suas obrigações, salvo nos casos em que a lei afasta tal
responsabilidade primária.
Os bens do devedor são responsáveis pelo cumprimento de suas obrigações, salvo se a lei expressamente
excluir essa responsabilidade ou se o devedor tiver bens suficientes para o pagamento da dívida, mas a lei
permite a escolha do credor sobre quais bens devem ser utilizados para satisfazer a obrigação.
76. Os bens do fiador apresentam responsabilidade patrimonial secundária.
O fiador é considerado devedor, consequentemente, seus bens respondem de forma primária. A fiança tem o
condão de estender ao patrimônio do fiador a responsabilidade sobre a execução. Assim, estarão os
bens do fiador sujeitos à execução na hipótese de os bens do devedor forem
insuficientes.Portanto, os bens do fiador apresentam responsabilidade patrimonial primária.
77. Os bens dos sócios respondem pelas dívidas da empresa, salvo nos casos previstos em lei.
Nos termos do art. 795 do CPC, os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da
sociedade, senão nos casos previstos em lei.
78. Dívidas para a aquisição do bem de família não podem acarretar em sua penhora.
É lícita a penhora do único imóvel do devedor para pagamento do crédito de financiamento de construção ou
aquisição do próprio imóvel, nos termos do art. 3º da Lei nº 8.009/90.
79. Em prol da dignidade da pessoa humana o salário consiste em verba impenhorável para pagamento de dívidas
de natureza alimentícia.
§2º do artigo 833 - a dívida alimentícia poderá penhorar o salário. Via de regra, o salário é
impenhorável, contudo, há exceções, tais sejam: a) para pagamento de pensão alimentícia; e b)
quando o salário do devedor exceder a 50 (cinquenta vezes) o valor do salário-mínimo.
VIII - FRAUDE À EXECUÇÃO (Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
80. É exigida a propositura de ação pauliana para se alcançar o bem alienado em fraude contra credores.
Sim, para se alcançar um bem alienado em fraude contra credores, é necessária a propositura de uma ação
pauliana, que é uma ação judicial que tem como objetivo anular atos fraudulentos praticados pelo devedor em
prejuízo dos credores. A ação pauliana permite que os credores ataquem atos praticados pelo devedor que
tenham como objetivo prejudicar ou fraudar o recebimento dos créditos.
81. A alienação em fraude contra credores deixa o negócio jurídico anulável.
Sim, a alienação em fraude contra credores é um negócio jurídico que pode ser anulado. A fraude contra
credores ocorre quando o devedor, com a intenção de prejudicar os seus credores, realiza uma transferência
gratuita ou onerosa de seus bens para terceiros ou constitui ônus sobre esses bens, deixando-se insolvente
ou reduzindo-se a insolvência.
82. Para se alcançar o bem objeto de uma fraude à execução não há a necessidade da propositura da ação pauliana.
Na fraude à execução, diferentemente da fraude contra credores, não é necessária a propositura de ação
pauliana para se alcançar o bem objeto da fraude. Na fraude à execução, o bem alienado pelo devedor é
considerado ineficaz em relação ao credor que ajuizou a execução, devendo ser desconstituída a
transferência realizada.
83. A alienação em fraude à execução deixa o negócio anulável.
O negócio é válido, só não tem eficácia ao credor.
84. De acordo com o Novo CPC, o ônus de provar a boa-fé é do terceiro, quando o bem não está sujeito a registro.
§2º do artigo 792.
85. A alienação em fraude à execução se mostra válida, todavia sem eficácia ao credor.
86. Mesmo demonstrada a boa-fé do terceiro, o bem alienado após a citação do devedor poderá ser alcançado pelo
credor.
A alegada boa-fé do terceiro busca conduzir à inocorrência de consilium fraudis, o que
descaracterizaria a fraude à execução.
87. A averbação da demanda no registro do imóvel faz com que se presuma a fraude de execução de sua alienação
após tal ato.
88. Se a alienação ocorrer antes do devedor ser devidamente citado, tal ato não configura fraude à execução.
Não significa que seja válido, pode caracterizar fraude contra credores.
89. O bem alienado em fraude à execução apresenta responsabilidade patrimonial secundária.
O credor toma o bem do 3º, por isso é secundária.
IX - COMPETÊNCIA (Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
90. A sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça será executada junto ao juízo federal de
primeira instância.
91. Via de regra, o juízo competente para o cumprimento de sentença é o mesmo que presidiu a fase cognitiva.
92. Os títulos executivos extrajudiciais são executados no foro do domicílio do devedor.
Via de regra, os títulos executivos extrajudiciais serão instaurados no juízo cível que seria
competente para ação de conhecimento sobre a matéria em questão.
93. A sentença penal condenatória é levada para cumprimento da sentença no próprio juízo que prolatou a decisão.
No caso de sentença penal condenatória, a primeira fase do processo será realizada no juízo
criminal, porém a segunda fase, ou seja, na fase do cumprimento da sentença, será realizada
no juízo cível que seria competente para conhecer da ação de conhecimento sobre a matéria.
94. O cumprimento da sentença arbitral se dá junto ao juízo que seria competente para conhecer da ação de
conhecimento sobre o tema em questão.
X - OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER (Julgue os itens a seguir
justificando os falsos)
95. Na execução da obrigação de fazer ou não fazer imposta em título executivo extrajudicial, há a possibilidade de
imposição das astreintes para forçar o devedor a cumprir com sua obrigação.
96. A execução em razão do inadimplemento de uma obrigação de não fazer segue o mesmo procedimento das
execuções em razão de uma obrigação de fazer, uma vez que o objetivo do credor será o desfazimento daquilo que
não era permitido pelo título executivo, salvo nos casos em que tal desfazimento se mostra impossível, restando ao
credor reivindicar perdas e danos.
97. Quando a obrigação for fungível, o credor pode exigir que outro seja escolhido para cumpri-la à custa do
executado.
98. As astreintes impostas são revertidas para o Poder Judiciário quando o devedor não adimplir com sua obrigação
no prazo fixado pelo juiz.
As astreintes não objetivam punir, e sim reforçar o cumprimento de uma obrigação. Ademais, elas
são fixadas exclusivamente em relação ao demandado em prol do credor da prestação
discutida no processo, razão pela qual as astreintes sempre se revertem em favor do credor.
99. A indenização por perdas e danos em razão da inadimplência do devedor em cumprir com sua obrigação de fazer
é apurada por liquidação, seguindo-se de execução por quantia certa devendo ser instaurado um outro processo
para tanto.
Não satisfeita a obrigação, o valor das perdas e danos será apurado em liquidação, de fato,
seguindo-se o processo para execução da obrigação de pagar quantia certa, ressaltando que
será feito no mesmo processo.
100. Para a execução de uma obrigação de não fazer imposta em título executivo extrajudicial é imprescindível a
citação do devedor.
XI - QUESTÕES DA OAB/ENAD/CONCURSOS:
1. Magno ajuizou ação de execução em face de Maria, alegando ser credor da quantia de R$ 28.000,00. A obrigação
está vencida há 50 dias, não foi paga e está representada por contrato particular de mútuo, regularmente originado
em país estrangeiro, assinado pelos contratantes e por duas testemunhas, estando indicada, para cumprimento da
obrigação, a cidade de Salinas/MG. Após despacho positivo proferido pelo Juiz da Vara Cível de Salinas/MG, Maria
foi citada, bem como houve penhora eletrônica de quantia existente em caderneta de poupança de titularidade da
devedora, sendo a quantia suficiente para suportar 80% da dívida executada. A quantia penhorada foi depositada na
caderneta de poupança 10 dias antes do ajuizamentoda execução, sendo que Maria possui dois veículos que
poderiam ter sido penhorados. A partir dos elementos do enunciado, considerando as regras do CPC/15, assinale a
afirmativa correta.
A) Antes do ajuizamento da ação de execução, exige-se que Magno proceda à homologação do título executivo
originado em país estrangeiro.
B) Maria poderá alegar a inexistência de título executivo extrajudicial apto a instruir a ação de execução.
C) A penhora recaiu sobre uma quantia impenhorável.
D) O juiz deve manter a penhora sobre a quantia depositada e seus rendimentos.
Justificativa: De início, é necessário fazer algumas operações matemáticas. O equivalente a 80%
do valor da obrigação cobrada em juízo, de R$ 28.000,00, corresponde a R$ 22.400,00 (vinte e
dois mil e quatrocentos reais), valor este que, por sua vez, corresponde a, aproximadamente, 25
(vinte e cinco) salários mínimos. Estas operações são necessárias porque a lei processual
determina que a quantia depositada em caderneta de poupança é impenhorável até o limite de 40
(quarenta) salários mínimos (art. 833, X, CPC/15). Por isso, tendo a penhora eletrônica realizada pelo
juízo recaído sobre bem considerada impenhorável, deve ela ser desfeita.
2. Ronaldo tem um crédito de R$ 20.000,00 com Celso. O referido crédito foi proveniente de contrato de mútuo
celebrado entre as partes, subscrito por duas testemunhas. Apesar do vencimento da obrigação, Celso não cumpre o
avençado. Ronaldo propõe ação de execução para o adimplemento da obrigação, restando evidenciado que Celso
efetivamente doou seus dois únicos bens (automóveis) para Jorge antes da propositura da ação.
De acordo com as informações constantes no caso, responda aos itens a seguir.
A) É possível identificar algum vício na doação dos bens (automóveis)?
Sim. Diante do caso em comento, identifica-se a fraude contra credores, visto que a
doação dos únicos bens reduz o devedor à insolvência, consoante ao que preceitua o art. 158 do
Código Civil.
B) Indique o instrumento processual do qual Ronaldo pode se valer para permitir que os bens doados possam ser
expropriados na execução proposta. Fundamente a resposta com os dispositivos legais pertinentes.
O credor poderá se valer de ação pauliana ou ação revocatória, em conformidade com o art.
161 do Código Civil.
3. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou não fazer, para a efetivação
da tutela específica, o juiz poderá,
a) de ofício ou a requerimento, impor multa, em decisão passível de cumprimento provisório, permitindo-se o
levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte.
b) desde que a requerimento da parte, determinar busca e apreensão de pessoas e coisas, cujo mandado será
cumprido por um oficial de justiça.
c) de ofício ou a requerimento, impor multa, em decisão passível de cumprimento provisório, permitindo-se o
levantamento imediato do valor, independentemente do trânsito em julgado da sentença favorável à parte.
d) desde que a requerimento, impor multa, em decisão passível de cumprimento provisório, permitindo-se o
levantamento imediato do valor, independentemente do trânsito em julgado da sentença favorável à parte.
e) desde que a requerimento da parte, impor multa que será devida desde o dia em que se configurar o
descumprimento, até a prolação da sentença.
Justificativa: O art. 536 do CPC é bem claro em estabelecer que no cumprimento de sentença
que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz poderá, de ofício ou
a requerimento,determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. Em complemento,
os §§ 1º e 3º do referido artigo, traz a imposição de multa como uma dessas medidas,
ressaltando que a decisão que fixa a multa épassível de cu mprimento provisório, devendo ser
depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença
favorável à parte.
XII- QUESTÕES SUBJETIVAS
1. O MM Juiz condenou o réu a pagar pelas despesas médicas que o autor terá em seu tratamento. Transitada em
julgado a decisão, o autor instaurou a liquidação de sentença sendo que, após a apresentação das provas para
comprovar os fatos novos trazidos ao processo, o juiz proferiu decisão considerando que o valor devido seria igual a
zero. Agiu corretamente o juiz? Justifique sua resposta:
Sim. A liquidação de sentença pelo procedimento comum, admite a possibilidade de o juiz
declarar líquida a obrigação com resultado zero. Tal fato é possível, observando o caso
concreto, em razão dos fatos novos trazidos ao processo fazerem o juiz chegar à conclusão de que não
houve despesas.
2. O MM Juiz condenou o réu a pagar as prestações, cujo valor unitário é de R$ 1.000,00, vencidas durante o
processo de conhecimento, além de atualização monetária e juros de mora de 1% ao mês a partir da citação.
Condenou ainda o réu a pagar o valor correspondente a 20% da remuneração mensal líquida do autor dos anos de
2011 e 2012 de acordo com os demonstrativos de pagamento presentes nos autos. Transitada em julgado a decisão,
o autor instaurou cumprimento da sentença sendo que, após a análise da petição autoral, o juiz indeferiu a
instauração do cumprimento alegando que havia a necessidade de se apurar o valor devido por meio de liquidação.
Agiu corretamente o juiz? Justifique sua resposta:
Não. No caso em tela, não há necessidade de instaurar liquidação de sentença, pois a dependência de mero
cálculo aritmético não retira a liquidez do título.
3. José realizou um contrato de prestação de serviços contábeis com Manoel. No pacto ficou avençado que Manoel
iria realizar uma auditoria em uma empresa, apresentando seu relatório em seis meses. Em contrapartida José iria
pagar a quantia de R$ 100.000,00, sendo que R$ 30.000,00 foram pagos no momento da assinatura do contrato e o
restante seriam pagos quando da apresentação do referido relatório. Todavia, passados mais de um ano, Manoel não
cumpriu com sua obrigação. Com o objetivo de forçar o adimplemento, José ingressou em juízo em desfavor de
Manoel exigindo a tutela específica da obrigação de fazer, que foi deferida pelo juiz, determinando a apresentação do
relatório em três meses, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 limitado ao valor de R$ 10.000,00. Após
transcorrido o prazo fixado pelo juiz e o período de imposição das astreintes, José peticionou requerendo a escolha
de um terceiro para a realização do serviço em tela. Foi então escolhido João que realizou o serviço pela quantia de
R$ 300.000,00 (melhor proposta apresentada). Após o adimplemento da obrigação de fazer e o efetivo pagamento a
João, José requereu o seguimento do processo para a execução dos valores devidos por Manoel. Com base nos
dados do texto, qual o montante devido por Manoel no processo? Justifique sua resposta:
O montante devido por Manoel no processo é de R$ 240.000,00.
Diante da situação fática, José gastou com João (terceiro): R$ 300.000,00; em contrapartida,
havia adiantado ao Manoel (devedor) o valor de R$ 30.000,00, resultando, assim, no total de R$
330.000,00. Por outro lado, o valor previsto no contrato, inicialmente, era o de R$ 100.000,00,
razão pela qual os prejuízos que recaíram à José totalizam R$230.000,00. Por outro lado,
Manoel por não ter adimplido a obrigação no prazo estipulado pelo juiz,acumulou o valor de R$
10.000,00 de multa. Somando os prejuízos do credor e o valor acumulado da multa, o montante devido
será de R$ 240.000,00.
4. Fulano propôs ação indenizatória pleiteando a condenação de Ciclano a pagar o valor de R$ 2.000.000,00,
demanda esta capaz de reduzir o réu a insolvência. Ao final da fase cognitiva o juiz proferiu sentença julgando
totalmente procedente o pedido. Transitado em julgado e instaurado o cumprimento da sentença, na busca de bens
do devedor, Fulano descobriu que o réu alienou um bem móvel não sujeito a registro a Beltrano no curso do
processo em questão onde já havia completado a relação processual. Diante de tal fato, Fulano peticionou ao juiz
no sentido de alcançar o referidobem de propriedade de Beltrano. Intimado a falar acerca do pedido de Fulano,
Ciclano afirmou que não havia irregularidades no referido negócio, uma vez que não estava insolvente à época da
transação e que a venda foi realizada a um valor de mercado, mesmo Beltrano sendo irmão. Beltrano intimado
reforçou as argumentações de Ciclano. O juiz indeferiu o pedido autoral por não estar configurada a fraude à
execução porque Fulano não se desincumbiu do ônus de provar a má-fé de Beltrano e, também, argumentando que,
em que pese a nulidade presente na alienação, o móvel seria de propriedade de Beltrano que não é devedor no
processo. Diante disso, para conseguir alcançar o bem, haveria a necessidade de se anular o negócio jurídico
realizado por meio da propositura de uma ação pauliana. Agiu corretamente o juiz? Justifique sua resposta:
Não. A ação pauliana somente é cabível em fraude contra credores, porém, o caso concreto
configura fraude à execução, porque a alienação do bem se deu após a citação do devedor.
No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de
provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, e não o credor.

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