Buscar

URGÊNCIAS UROLÓGICAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UROLOGIA Carolina Ferreira 
-Emergência: perigo de vida ou de viabilidade de órgão. Necessidade de resolução imediata. Ex: priapismo; escroto 
agudo; parafimose e síndrome de Fournier. 
-Urgência: sem perigo de vida ou de viabilidade imediatos. Necessidade de resolução em até 24 horas. Ex: cólica 
renal (dor no flanco aguda) e retenção urinária. 
 
-É frequente, sendo um dos eventos dolorosos + intensos da existência humana. Ureterolitíase é a causa + comum, 
entretanto, cerca de 40% das cólicas podem ser causadas por outras doenças. 
-Etiologia: 
o Causas urológicas: cálculo renal ou ureteral; infecção do trato urinário: pielonefrites, pionefrose, abscesso renal; 
obstrução ureteropiélica; desordens renovasculares: infarto renal, trombose de veia renal; necrose papilar; 
sangramento intra ou perirrenal 
o Causas não urológicas: aneurisma aórtico; transtornos da vesícula biliar; distúrbios gastrintestinais; pancreatite; 
desordens ginecológicas; doença musculoesquelética 
-Fisiopatologia: o mecanismo é a obstrução aguda parcial ou completa do ureter levando ao aumento da pressão 
intraluminal e distensão do sistema coletor, com estimulação dos terminais nervosos da lâmina própria, contração e 
espasmos do músculo liso do ureter, produção de ácido láctico e estimulação das vias aferentes da dor — medula 
espinal T11-L1. 
-Quadro clínico: dor lombar, que pode surgir bruscamente, de maneira violenta, e que pode se irradiar para abdome, 
flanco, fossa ilíaca e regiões inguinocrural e inguinogenital — testículos, no homem, ou grandes lábios, na mulher. Os 
sintomas não urinários mais frequentes são náuseas e vômitos por irritação do plexo solar — união dos plexos 
celíaco e mesentérico superior — e íleo reflexo. 
-Avaliação laboratorial e por imagem: devem ser realizados exames de urina — urinálise mais cultura —, 
hemograma, creatinina e PCR, na dependência dos sintomas. Radiografia simples de abdome, US, urografia excretora 
e tomografia helicoidal podem ser feitos a depender da suspeita diagnóstica. Exames de imagem são imprescindíveis 
a pacientes com dor no flanco (cólica) portadores de rim único. Dor aguda na região lombar em pacientes com risco 
aumentado de eventos tromboembólicos levanta a suspeita de infarto renal. Aneurisma abdominal com cuidadoso 
exame da região pode ajudar na suspeita diagnóstica. Trombose de veia renal pode causar dor no flanco ou 
abdominal (cólica), acompanhada de hematúria, proteinúria, insuficiência renal e hipotensão. Estenose da junção 
ureteropiélica pode ocasionar cólica após grande ingesta de líquido. Necrose renal papilar é comum em doenças 
sistêmicas, como diabetes ou nefropatia diabética, e pode ocasionar dor lombar e hematúria. Sangramentos renais 
ou no retroperitônio podem ocasionar dor aguda em pacientes que estão em uso de anticoagulantes ou com 
tumores. São recomendações de diagnósticos por imagem: 
• Pacientes febris — ≥a 38 °C —, c/ dor lombar aguda ou rim único c/ dor necessitam urgentemente de exames de 
imagem p/ afastar pielonefrite obstrutiva; 
• A TC helicoidal sem contraste é a modalidade de diagnóstico por imagem c/ > sensibilidade e especificidade p/ a 
avaliação de dor lombar aguda ñ traumática, pois é superior à urografia excretora; 
• A US pode ser alternativa à TC na abordagem inicial da dor lombar aguda não traumática. 
-Tratamento: analgesia sistêmica e tratamento de acordo c/ a doença básica. 
 
-Retenção urinária aguda: é uma condição caracterizada pela interrupção abrupta da eliminação de urina, deixando-
a represada na bexiga, sem possibilidade de eliminação, em virtude de fatores anatômicos 
obstrutivos ou de motivos funcionais. Requer tratamento urgente que pode ser 
cateterismo evacuador até cistostomia suprapúbica por punção ou cirurgia. 
-Etiologia: tumores vesicais e uretrais, causando hematúria, processos inflamatórios 
crônicos — estenose de uretra, esclerose de colo vesical —, cálculos vesicais e uretrais, 
disfunções neurogênicas, uso de medicamentos, processos obstrutivos congênitos — 
válvula de uretra posterior, fimose com aderência do meato uretral por processo 
inflamatório —, prostatite aguda, hiperplasia benigna de próstata e câncer de próstata. Na 
mulher, é importante lembrar-se da retenção urinária pós-parto, evento comum no 
puerpério imediato — 1-10º dia pós-parto. 
-Quadro clínico: dor na região hipogástrica de forte intensidade, c/ massa palpável ou 
visualizada — globo vesical —, associada ou não a sudorese, palidez, história de poliúria, 
UROLOGIA Carolina Ferreira 
noctúria, urgência urinária, interrupção do jato urinário, resíduo pós-miccional e jato urinário fraco. 
-Tratamento: é feito com desobstrução por punção suprapúbica + passagem de sonda de cistostomia ou cirurgia 
(cistostomia aberta). No passado acreditava-se que deveria ser feito um esvaziamento vesical vagaroso p/ evitar 
hematúria ex vacuo, mas foi visto que este fenômeno independe da velocidade de esvaziamento vesical e ocorre em 
2 a 16% dos pacientes. Outra complicação é a hipotensão por resposta vagal 
-Trata-se de ereção contínua (prolongada) e persistente dos corpos cavernosos — e ñ da glande, que costuma ficar 
flácida —, ñ acompanhada de desejo sexual, mantida por pelo menos 4 horas. O termo tem origem no deus Príapo 
(grego), antigo ícone da virilidade e da sexualidade. 
-Etiologia: hematológicas (anemia falciforme, leucemia, mieloma múltiplo, talassemia, Policitemia, 
trombocitopenia); infecciosas (tularemia, hidrofobia, parotidite, rickettsiose); metabólicas (enfermidade de fabry, 
amiloidoses e diabetes tipo 1); neurológicas (esclerose múltipla, tabes dorsalis, hérnia de disco, trauma 
medular/cerebral e aneurisma roto intracraniano); medicamentos e drogas (fenotiazinas,trazodona, clonazepam, 
guanetidina, hidralazina, corticoides, androgênios, álcool, maconha) e locais (neoplasias, inflamações urogenitais e 
traumas perineais e do pênis) 
-Classificação: 
o Priapismo isquêmico — Baixo fluxo ou veno-oclusivo: é o de > frequência, em 95% dos casos está associado à  do 
retorno venoso, levando a estase vascular, que determina isquemia tecidual. Seu tratamento é de emergência. Trata-se 
de uma síndrome compartimental peniana. O sangue dos corpos cavernosos durante a punção e a aspiração tem 
coloração vermelho-escura. São múltiplas as origens: idiopáticas, medicamentos injetáveis intracavernosos penianos, 
anemia falciforme — principal causa em crianças —, diabetes juvenil, neoplasias, disfunções neurológicas, leucemia em 
adultos e crianças. 
o Priapismo não isquêmico — Alto fluxo ou arterial: é menos comum e 
caracteriza-se pelo  de fluxo arterial e retorno venoso normal, comumente ñ 
doloroso, e o sangue aspirado dos corpos cavernosos tem coloração vermelho-
clara. Está relacionado a traumas c/ formação de fístula arteriovenosa. O tto 
pode ser eletivo. 
-Diagnóstico: é obtido por meio de história clínica para tratamento específico 
com exame físico. Exames de laboratório para tentar descobrir a etiologia 
incluem gasometria arterial, hemograma, glicemia, eletroforese de hemoglobina 
— hemoglobinas B e C, HbS — e exames de urina. No priapismo isquêmico, a 
gasometria dos corpos cavernosos demonstra acidose metabólica, c/ baixa [ ] de 
oxigênio — pO2 abaixo de 30 mmHg; pCO2 acima de 60 mmHg; pH abaixo de 
7,25. O sangue dos corpos cavernosos, quando aspirado, tem coloração 
vermelho-escura. No priapismo não isquêmico, a gasometria dos corpos cavernosos é do tipo arterial — pO2 acima 
de 90 mmHg; pCO2 abaixo de 40mmHg; pH igual a 7,4 —, sem acidose ou hipoxemia. Exames incluem Rx de tórax p/ 
averiguar metástase e US c/ Doppler colorido do pênis, que pode demonstrar sinais de fístula arteriocavernosae 
aumento do fluxo nas artérias cavernosas no priapismo não isquêmico e diminuição no isquêmico. Arteriografia 
somente está indicada na embolização seletiva, na forma não isquêmica. 
-Tratamento: 
o Priapismo isquêmico: deve-se tentar identificar a etiologia para tratar, se possível, 
concomitantemente. O paciente deve ser esclarecido sobre os riscos de disfunção erétil, 
lembrando que, quanto + precoce o tratamento, < a possibilidade de impotência. Realizam-
se punção e esvaziamento seguidos ou ñ de lavagem dos corpos cavernosos com soro 
fisiológico. Caso o priapismo ñ seja resolvido, segue-se c/ o tto medicamentoso 
intracavernoso. As drogas indicadas são agonistas alfa-adrenérgicos (epinefrina, 
norepinefrina, fenilefrina, metaraminol). O tratamento cirúrgico pode ser cogitado na falha 
da punção, e o objetivo é estabelecer fístulas entre o corpo esponjoso e o corpo cavernoso, 
sendo utilizadas, preferencialmente, as técnicas de shunts distais e, em casos de insucesso, 
shunts proximais, já que estes são mais complexos e demorados. Não há recomendação de 
uma técnica sobre a outra. 
o Priapismo ñ isquêmico: a punção dos corpos cavernosos serve p/ dx, não sendo indicada p/ esvaziamento e lavagem. 
Embora dados de literatura sejam insuficientes p/ concluir sua eficiência, gelo local pode ser usado. Sedação, analgesia, 
hidratação, alfa-adrenérgicos intracavernosos, arteriografia com embolização seletiva e ligadura arterial também são 
propostos. Resolução c/ o tto proposto ou espontaneamente pode ocorrer em até 62% dos casos. 
-Complicações: o início do tto do priapismo isquêmico ñ deve ultrapassar 4 horas, pois o risco de veno-oclusão 
prolongada pode levar a fibrose dos corpos cavernosos e, como consequência, causar disfunção erétil. Nos casos ñ 
UROLOGIA Carolina Ferreira 
isquêmicos, as complicações são geralmente devido às sequelas da embolização, que são: necrose glútea ou peniana, 
cavernosite ou abscesso perineal. 
 
-Escroto agudo: é quadro doloroso súbito c/  de volume da bolsa testicular, geralmente unilateral, c/ edema e 
rubor, podendo ser acompanhado por manifestações gerais, como febre, sudorese, náuseas e vômitos. O dx preciso e 
rápido deve ser realizado p/ que o procedimento terapêutico permita preservar o órgão. 
 
EPIDIDIMITE, ORQUITE E ORQUIEPIDIDIMITE 
-Epididimite aguda: é a causa + comum, no adulto, de escroto agudo, sendo sua etiologia 
possivelmente viral, bacteriana e idiopática. Comumente, seu quadro clínico é de início 
insidioso, uni e, mais raramente, bilateral, com sinais flogísticos,  de volume do conteúdo 
da bolsa testicular, sendo o epidídimo doloroso e espesso. Frequentemente, após 24 horas, 
existe participação do testículo, causando o que se denomina orquiepididimite. 
-Orquite aguda: a inflamação aguda do testículo, isolada, é pouco frequente, sendo a 
orquite pós-parotidite (caxumba), de etiologia viral, a mais habitual. Atinge os adultos jovens 
em até 30% dos casos. Comumente, os sintomas aparecem de maneira insidiosa, sete dias 
após a parotidite, unilateral em cerca de 70%. A evolução é autolimitada, podendo levar a 
atrofia testicular em cerca de 50% e, quando atinge os testículos bilaterais, a esterilidade 
(10%). 
-Orquiepididimite aguda: é o processo inflamatório + comum da bolsa testicular, podendo 
ser evolução da epididimite, e é comumente de etiologia bacteriana, sendo, em pacientes 
com menos de 40 anos, Chlamydia e Neisseria gonorrhoeae as bactérias + comuns e, 
acima de 40 anos, as Gram negativas, sendo a via de contaminação + comum a retrógrada 
— uretra prostática. 
-Diagnóstico: é feito pela história clínica, pelo efe pelos exames laboratoriais e de 
imagem, como hemograma, urinálise + cultura e US c/ Doppler. 
-Diagnóstico diferencial: torção de cordão espermático e hérnia encarcerada 
-Tratamento: recomendam-se medidas gerais, que visem à melhora dos sintomas, como repouso relativo, gelo, 
suspensão escrotal, analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos adequados — ciprofloxacino por 10 a 14 dias —, 
direcionadas ao diagnóstico etiológico específico. Convém lembrar que a melhora pode ser lenta, mesmo c/ 
tratamento adequado, e que o restabelecimento completo pode levar até um mês; 
-Complicações: abscesso escrotal e infarto testicular; consequentemente, ocorre infertilidade em níveis de 42%, 
quando bilateral, e 23%, quando unilateral. 
 
TORÇÃO DE CORDÃO ESPERMÁTICO 
-Em um quadro de escroto agudo, deve ser levantada a hipótese de torção de cordão espermático, até que se prove 
o contrário, principalmente em crianças e adolescentes. 
-São tipos de torções: 
o Extravaginais: ocorrem em testículos não descidos, exclusivas no período intrauterino ou em RN, quando as fixações da 
túnica vaginal e do gubernáculo ao músculo dartos são frouxas. Correspondem a 10% de todas as torções; 
o Intravaginais: ocorrem em qualquer idade, c/ pico de incidência na puberdade, por uma anomalia de fixação do 
testículo, que permite que ele e o epidídimo flutuem livremente dentro da túnica vaginal, tal qual um “badalo de sino”. 
São defeitos anatômicos congênitos. Correspondem a cerca de 88 a 90% dos casos 
-Quadro clínico: dor é de início súbito, de grande intensidade, e pode estar acompanhada de náuseas e vômitos, sem 
relação c/ traumas e exercícios físicos. O sintoma predominante é a dor, em mais de 90% dos casos, de início abrupto 
e intenso, referida ao longo do cordão espermático e/ou no baixo abdome, podendo ser acompanhada de náuseas e 
vômitos. Alterações no leucograma e febre são raras. Podem existir antecedentes de episódios de dor semelhantes, 
que melhoraram espontaneamente, explicando ser possível distorcerem-se por si. Em RN, o quadro consiste em  de 
volume do testículo, c/ bom estado geral. O epidídimo pode mostrar-se anteriorizado, porém, caso esteja em sua 
posição normal, não afasta a hipótese de torção, pois pode estar torcido 360°. Outro sinal que chama a atenção ao 
exame físico é a elevação do testículo na bolsa — redux testis —, em cerca de um terço dos pacientes. Edema, 
eritema, dor à palpação e endurecimento são achados comuns, que podem confundir o diagnóstico. P/ diferenciar 
torção de cordão de orquiepididimite, 1 sinais são importantes a serem analisados: o sinal de Angell — paciente em 
UROLOGIA Carolina Ferreira 
pé e testículo contralateral horizontalizado — e o sinal de Prehn — piora ou manutenção da dor c/ a elevação do 
testículo na torção testicular e melhora da dor na orquiepididimite (sinal positivo). 
-Diagnóstico: deve ser feito de maneira precisa e rápida, para um tratamento cirúrgico na tentativa de salvar o 
testículo, pois o tempo de isquemia pode alterar sua viabilidade. A torção pode ser de 90 a 
180°, acreditando-se que, quanto > o nº de torção, pior o prognóstico. O tempo de isquemia e 
comprometimento testicular é de 80% de viabilidade nas 1º 5 horas e 20% de viabilidade após 
10 horas. 
-Exames de imagem: o exame que fecha o dx da torção do testículo é a US do escroto c/ 
Doppler colorido. Pouco invasiva e de custo acessível, a US do escroto aponta a anatomia do 
cordão e o fluxo sanguíneo, que, nos casos de torção, está reduzido ou ausente. A cintilografia 
escrotal c/ o tecnécio 99m demonstra, também com precisão, a irrigação dos testículos, porém, 
demanda mais tempo e ñ está disponível na maioria dos serviços de urgência. O diagnóstico por 
imagem indicado, que Ñ deve atrasar o tto cirúrgico, é a US de bolsa testicular c/ Doppler, que 
demonstra a ausência de vascularização. 
-Tratamento: o objetivo é a revascularização do testículo pelo destorcimento do cordão 
espermático. Como cerca de dois terços das torções ocorrem de lateral para medial, a tentativade destorcer manualmente pode ser feita de maneira inversa, sempre visando manter a 
vitalidade do testículo. A correção cirúrgica está indicada mesmo quando, manualmente, consegue-se destorcê-lo, e 
é feita sempre a orquidopexia bilateral, pois o defeito anatômico que permitiu a torção de um lado, em geral, existe 
bilateralmente. A orquiectomia pode ser realizada em caso de comprometimento da vitalidade do(s) testículo(s). 
 
TORÇÃO DOS APÊNDICES TESTICULARES 
-Os apêndices testiculares são estruturas remanescentes do 
desenvolvimento embriológico. A extremidade cranial do ducto 
mülleriano persiste como appendix testis. 
-O terço médio torna-se o deferente, e a extremidade caudal, o 
utrículo prostático. São 4 os apêndices testiculares: appendix 
testis (apêndice testicular), appendix epididymis (apêndice 
epididimário), paradidimys (paradídimo — órgão de Giraldès) e 
vasa berrans (ducto aberrante — órgão de Haller), sendo o 
appendix testis o + comumente encontrado e torcido. É uma 
estrutura de até 1 cm de diâmetro, comumente ovoide e pedunculada, situada no polo 
superior do testículo, próxima à cabeça do epidídimo 
-Diagnóstico: se dá pela clínica de dor, que pode ser de leve a forte intensidade, também de 
instalação súbita, comumente no polo superior do testículo, acompanhada ou ñ de edema e 
hiperemia da bolsa. A US é o exame indicado 
-Tratamento: pode ser conservador, c/ analgésicos e anti-inflamatórios. 
 
-Em homens ñ não se submeteram à cirurgia de circuncisão, a 
glande é coberta por um revestimento de pele conhecido como 
prepúcio. Quando este ñ é facilmente retraído ou ñ se consegue 
retraí-lo, está definida uma fimose. 
-Quando o prepúcio, com abertura estenótica, é retraído, expondo a 
glande e não reduzido, este fica preso no sulco balanoprepucial, 
causando edema, dor e perda de fluxo da extremidade do pênis 
-Tratamento: consiste na tentativa de redução manual ou incisão dorsal do prepúcio, geralmente sob algum grau de 
anestesia, caso não haja sinais 
de necrose do pênis. Se já 
existem sinais de isquemia ou 
se a redução manual não é 
efetiva, o paciente deve ser 
encaminhado à cirurgia p/ a 
postectomia 
 
UROLOGIA Carolina Ferreira 
-Síndrome ou gangrena de Fournier: é uma doença polimicrobiana — Gram negativas e positivas, e anaeróbias — da 
genitália/períneo altamente progressiva e que pode levar a morte. Ela se espalha pelas fáscias locais, ocorrendo 
endarterite obliterante de vasos da superfície corpórea, levando à necrose da pele e do subcutâneo. 
-Epidemiologia: acomete + homens que mulheres, 10:1, c/ + frequência após os 50 anos e c/ prevalência de 1:7.500 
a 1:750.000. Pode levar à sepse em algumas horas. 
-Fatores de risco: DM; etilismo; trauma local; HIV; neoplasia maligna; doenças renais/hepáticas 
-Diagnóstico: é clínico. Exames laboratoriais são sugestivos de quadro infeccioso sistêmico. Exames de imagem 
comumente revelam enfisema de subcutâneo. 
-Tratamento: deve ser agressivo e instituído c/ urgência, c/ reposição volêmica agressiva c/ ou sem drogas 
vasoativas, antibioticoterapia de amplo espectro e também tratamento cirúrgico, c/ debridamento da área necrosada 
e drenagem dos tecidos infectados/abscedidos. Muitas vezes o próprio escroto precisa ser ressecado e os testículos 
podem acabar ficando expostos, sendo necessário extensa reconstrução através de retalhos p/ cobrir o defeito após 
o tratamento do quadro infeccioso. Caso o leito cruento esteja sujeito a contato c/ material fecal, deve ser derivado o 
transito intestinal (transversostomia). Caso haja contaminação da ferida às micções, o paciente deve ser sondado ou 
feita cistotomia. A oxigenoterapia hiperbárica deve, se possível, ser instituída em conjunto, pois auxilia no combate à 
infecção e na cicatrização local. São contraindicações ao procedimento: pneumotórax, uso de doxorrubicina ou 
cisplatina.

Continue navegando